Forças Armadas de Honduras iniciam brigadas médicas

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Forças Armadas de Honduras iniciam brigadas médicas
Até o final do 2017, elas terão atendido um milhão e meio de pacientes.
Iris Amador/Diálogo
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3 abril 2017
CAPACITAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO
A população comparece em massa a cada uma das brigadas médicas que as Forças Armadas de Honduras
organizam todos os fins de semana do ano. (Foto: Secretaria de Defesa Nacional de Honduras)
As Forças Armadas de Honduras iniciaram seu programa anual de ação cívico-militar com brigadas
médicas simultâneas nas cidades de Tegucigalpa e San Pedro Sula, para proporcionar assistência médica
a milhares de pessoas em todo o território nacional.
“Começamos em 28 de janeiro e, a partir de então, realizamos entre quatro e cinco brigadas médicas em
diferentes pontos do país todos os sábados do ano”, disse à Diálogo o Coronel de Infantaria Jorge Cerrato,
porta-voz das Forças Armadas de Honduras. “No ano passado atendemos mais de um milhão de pessoas
e nossa expectativa para 2017 é proporcionar assistência médica a um milhão e meio de hondurenhos”,
acrescentou.
Durante três anos consecutivos a instituição militar aumentou o número de brigadas. Em consequência
disso, aumentou também a quantidade de pessoas beneficiadas pelo serviço social, que a população já
espera ano após ano. De 110 brigadas realizadas em 2014, as Forças Armadas realizaram 131 brigadas
em 2015 e 140 brigadas em 2016. Para 2017, as Forças Armadas planejam realizar 143 missões médicas.
“As Forças Armadas sempre contemplam ajudar a população ao identificar suas principais necessidades”,
disse o Cel Cerrato. “Estamos cientes de que há lugares onde dificilmente as pessoas têm acesso à
assistência médica e, por isso, nós a levamos até elas.
A serviço do povo
As pessoas fizeram fila desde cedo pela manhã para receber serviços e assistência em dois centros
educativos, um na capital e o outro no norte do país, na mega-brigada a cargo da 105ª Brigada de
Infantaria, em San Pedro Sula.
“Somos uma instituição de serviço; viemos do povo e somos parte do povo”, disse à Diálogo o Coronel de
Infantaria Tito Licio Moreno, responsável pela brigada médica em San Pedro Sula. “Essa projeção é uma
prioridade, porque sabemos as limitações que a população tem. Aproveitamos as capacidades das Forças
Armadas para chegar a lugares aos quais outras instituições não conseguiriam chegar.”
Para oferecer esses serviços médicos de forma gratuita, médicos militares contam com o apoio de
voluntários civis e do pessoal da Secretaria da Saúde. “Instituições públicas e privadas colaboram conosco.
Médicos que trabalham em outros hospitais e clínicas particulares se juntam a nós. Às vezes são pessoas
locais, mas muitas viajam das cidades para os vilarejos e comunidades rurais que são o alvo de nosso
atendimento”, disse o Cel Moreno. “Nós lhes fornecemos o apoio logístico. Sem seu trabalho, essa missão
seria impossível de ser realizada.”
Algo para toda a família
Os que comparecem às brigadas podem receber assistência nas áreas de medicina geral, pediatria,
ortopedia, ginecologia e oftalmologia. Além disso, podem receber assistência psicológica, odontológica e
realizar exames de laboratório.
Especialistas em diferentes áreas médicas atendem as pessoas e lhes fornecem medicamentos grátis. (Foto:
Secretaria de Defesa Nacional de Honduras)
“Todos os medicamentos são fornecidos gratuitamente”, disse o Cel Moreno. “Além disso, as Forças
Armadas promovem campanhas de vacinação e fazem donativos de roupas, alimentos e material escolar”,
acrescentou.
A gama de serviços é extensa. As crianças e adultos podem efetuar cortes de cabelo, tudo gratuitamente.
Já faz alguns anos que as Forças Armadas oferecem até mesmo assessoria jurídica, já que não é fácil para
a maioria da população contatar um advogado. “Não resolvemos a dificuldade legal de uma pessoa, mas
oferecemos orientação, explicando-lhes os recursos dos quais ela dispõe para poder resolver seu
problema”, assegurou o Cel Cerrato.
Como a assistência é oferecida a vários membros do núcleo familiar, os militares instalam brinquedos
infláveis para as crianças e fazem os preparativos para que haja música, jogos, pinhatas e outras atrações
recreativas. “Procuramos fazer com que as brigadas sejam eventos familiares”, enfatizou o Cel Cerrato.
“Historicamente, as forças armadas apoiam a população e essa é uma forma de se aproximar do povo para
que a relação entre a instituição e a população civil seja mais próxima e cordial.”
É um dever
Os beneficiários sempre agradecem a oportunidade de serem examinados por um especialista, por
receberem óculos novos, por um medicamento ou por serem encaminhados para tratamentos mais
extensos, quando sua condição requer uma cirurgia ou um acompanhamento maior. “As pessoas são
espontâneas ao manifestar sua apreciação e agradecimento, porém não fazemos o nosso trabalho por
isso, mas, sim, porque é nosso dever”, frisou o Cel Moreno.
“Nessa brigada inicial, chegou a nós um menino em um estado grave de desnutrição; ele foi levado ao
Hospital Militar para que recebesse assistência mais especializada”, contou. “As pessoas sabem que
podem contar conosco. Vemos isso em seus rostos. Elas não precisam nos dizer nada; estamos aqui para
ajudá-las no que for necessário.”
Até o último paciente
Das brigadas participam elementos de todos os setores das Forças Armadas do país: o Exército, a Força
Aérea, a Marinha e a Polícia Militar, além de elementos médicos da Força-Tarefa Conjunta Bravo, uma
unidade do Comando Sul dos EUA que opera na base Soto Cano, em Honduras. Ambas as entidades
costumam unir esforços, principalmente quando se trata da zona remota de La Mosquitia, no leste do país.
Além disso, se a escola ou o colégio onde se realiza a brigada necessita de consertos ou de alguma
melhoria em suas instalações, há um grupo de militares encarregado de aplicar uma demão de tinta, de
consertar algum dano ou até reparar caminhos dos arredores para ajudar a comunidade.
As brigadas começam pontualmente às 7 horas manhã e duram o dia inteiro, assegurou o Cel Cerrato.
“Não vamos embora até atendermos o último paciente”, disse, orgulhoso.
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