"Se as pessoas não fizessem algo idiota de vez em quando, nada de inteligente jamais teria sido feito." “Na Arte, é difícil dizer alguma coisa tão boa quanto não dizer nada” “Mesmo expressar um pensamento falso com audácia e clareza é um grande avanço” “Sobre o tempo: Os horrores do inferno podem ser experimentados em um dia. É tempo suficiente” “Eu passei toda a minha vida me desfazendo da educação que recebi. ‘A melhor que se pode ter em Viena’, minha mãe costumava dizer. Compartilhei um professor de História com Adolph Hitler. Que divertido!”. “Se alguém está a frente de seu tempo, o tempo vai encontrá-lo um dia”. Queria ser um mestre da aeronáutica e tentou inventar um motor, mas não deu certo. Foi aluno de Gottlieb Frege, que sugeriu que ele estudasse com Bertrand Russell. BR: “Por que você não admite que não há rinocerontes neste quarto?” LW: “Porque o mundo é feito de fatos, não de coisas”. BR: “ Ele diz que toda manhã começa seu trabalho com esperança e que toda noite acaba desesperado. Nós dois temos o mesmo sentimento: que precisamos entender ou morrer. Tem a disposição de um artista: intuitivo e temperamental” Entendiado, comprou uma casinha em meio a um fiorde norueguês e começou a escrever notas sobre lógica. “Como posso ser um lógico antes de ser um ser humano? A coisa mais importante é acertar contas comigo mesmo” “Que Deus me preserve da sanidade” “Estar cara a cara com a morte me dará a chance de ser um ser humano decente. Eu estaria fazendo alguma coisa” (sobre sua ida para a I Guerra Mundial, mesmo depois de ter sido isentado). “Quando dois princípios irreconciliáveis se encontram, eles chamam um ao outro de idiotas ou heréticos”. “Eu sei que este mundo existe, mas seu significado é problemático. Sou bom ou sou mal? Quando minha consciência perturba meu equilíbrio, é porque eu não estou em acordo com alguma coisa. Que é essa coisa? É o mundo? Ou é Deus?” Tratado Lógico-Filosófico (escrito quando preso) Quis ser professor em uma escola rural (sua irmã disse que era o equivalente a ter um instrumento de precisão abrindo caixas de madeira). Acho que ensinar era uma experiência extremamente improdutiva (não tinha paciência). Se sentiu culpado por anos, por sua brutalidade com os alunos, por perceber que as diferenças sociais entre eles importavam mesmo e por se sentir ridículo em meio à incapacidade que eles tinham de lidar com matemática e lógica. “As crianças aprendem acreditam em seus pais. A dúvida vem depois da crença”. “Um cachorro não pode mentir. Um cachorro tampouco pode ser sincero. Um cachorro pode estar esperando que seu dono chegue. Por que ele não pode esperar que seu dono chegue na próxima quarta? É porque ele não tem linguagem? Se um leão pudesse falar, nós não entenderíamos o que ele disse” “Imaginar uma linguagem é imaginar uma forma de vida. É o que fazemos e o que somos que dá sentido a nossas palavras. Eu não posso entender a linguagem de um leão, porque eu não sei como seu mundo é. Como posso conhecer o mundo em que um leão habita? Será que eu falho em compreendê-lo porque não posso espiar em sua mente?” “O que está acontecendo por trás de minhas palavras quando eu digo ‘Este é um abacaxi muito agradável’”? “O pensamento, professor”. “E qual é o pensamento por trás da frase ‘Este é um abacaxi muito agradável’?”. “Este é um abacaxi muito agradável”. “Escute o que digo: nós vimos o significado do que dizemos como algo muito estranho, misterioso, escondido. Mas nada está escondido! Tudo está à mostra! São os filósofos que complicam tudo”. “Professor Wittgenstein (se dá um tapa na cara), você não pode conhecer essa dor! Só eu posso conhecer essa dor!” “Como você sabe que conhece a dor? Você não duvida dela?” “Não, estou certo” “Se não podemos falar de dúvida, tampouco podemos falar de conhecimento. Não faz sentido falar de algo em um contexto em que não se pode duvidar desse algo. Dizer ‘eu sei que estou com dor’ é totalmente sem sentido. Quando você quiser saber o significado de uma palavra, não olhe para dentro de si mesmo, olhe para os usos dessa palavra em nossas vidas. Observe como nos comportamos”. BR: “Você está dizendo que não há problemas filosóficos?” “Existem problemas linguísticos, matemáticos, éticos, logísticos, religiosos, mas não há problemas genuinamente filosóficos”. BR: “Você está trivializando a filosofia”. “A filosofia é apenas um subproduto da má compreensão da linguagem”. “A parte mais importante da minha filosofia não pode ser escrita”. “Antes eu acreditava que a linguagem nos dava uma imagem do mundo. Mas ela não pode nos dar uma imagem de como faz isso. Seria como tentar ver a você mesmo vendo alguma coisa. Como a linguagem faz disso é algo que está além do que pode ser expressado. Esse é o mistério. Tudo aquilo estava errado. A linguagem não é uma imagem de forma alguma!” BR: “O que é, então?” “É uma ferramenta, um instrumento... Não há apenas uma imagem do mundo, mas muitos jogos de linguagem diferentes, diferentes formas de vida, diferentes formas de fazer coisas com as palavras, elas não estão todas no mesmo saco!” BR: “O que você quer dizer com isso?” “Tudo o que eu quero dizer é que os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo. Nós estamos sempre dando de cara com as paredes de nossa jaula. Acho natural dizer “Eu estou certo de que sinto dor”. Ahhh... Natural...Por que parece natural acreditarmos que o sol gira em torno da Terra? Porque parece ser assim. E como pareceria se a Terra girasse ao redor do Sol? Bem... é... Sim, entendo o que quer dizer. uma filosofia da linguagem reformadora, fundada na paráfrase lógica, e uma outra, que seria a filosofia da linguagem descritiva ou ordinária. Esta última apresenta uma importância maior para este trabalho, pois, a partir dela, Austin, filósofo sucessor de Wittgenstein, abriu um novo campo na filosofia da linguagem, a pragmática, assim como um campo para a reflexão filosófica, o da relação do sujeito locutor com a sua língua, que não pode simplesmente se definir em termos de domínio da língua. Rudolf Carnap (1938) definiu a pragmática como o estudo da linguagem em relação aos seus falantes, ou usuários(...), mais recentemente o termo pragmática passou a englobar todos os estudos da linguagem relacionados a seu uso na comunicação. Uma outra concepção de pragmática se desenvolveu com base em correntes na filosofia da linguagem e na lingüística que valorizam a linguagem comum e o uso concreto da linguagem como a principal instância de investigação da linguagem, tratando a semântica e a sintaxe apenas como construções teóricas. A filosofia da linguagem ordinária de Gilbert Ryle, a teoria dos atos de fala de Austin a concepção de jogos de linguagem de Wittgenstein, e mesmo a semiótica de Umberto Eco, dentre outras, podem ser incluídas nessa vertente. Trata-se basicamente de uma visão filosófica segundo a qual o estudo da linguagem deve ser realizado em uma perspectiva pragmática, ou seja, enquanto prática social concreta, examinando, portanto, a constituição do significado lingüístico a partir da interação entre falante e ouvinte, do contexto de uso, dos elementos sócio-culturais pressupostos pelo uso, e dos objetivos, efeitos e conseqüências desses uso entre falante e ouvinte, do contexto de uso, dos elementos sócio-culturais pressupostos pelo uso, e dos objetivos, efeitos e conseqüências desses usos. A pragmática não seria assim apenas um segmento dos estudos da linguagem, mas o seu campo privilegiado. A filosofia de Wittgenstein foi dividida em duas fases. Para o Wittgenstein da primeira fase, o sentido de uma proposição deveria ser univocamente determinado, uma vez que no mundo, assim como este é, nada pode ser vago e indeterminado. Nas proposições elementares que descrevem os estados de coisas mais simples, não deveria haver qualquer ambigüidade ou indeterminação de sentido, e, pois, qualquer possibilidade de mau entendimento. Porém, mais tarde, Wittgenstein percebeu o erro de idealizar uma linguagem perfeita, surgida com base especular, no lugar de observar o real funcionamento da linguagem e descrevê-lo.