Resumo Prof. Nuno Venturinha

Propaganda
RICI – Projecto Interdisciplinar: O Estatuto do Singular
Segunda Comunicação – FCSH-UNL, 28 de Maio de 2005
Algumas consequências epistemológicas da filosofia da lógica do
primeiro Wittgenstein
Nuno Venturinha, Instituto de Filosofia da Linguagem, FCSH-UNL
Resumo: Esta apresentação tem como base o corpus wittgensteiniano constituído pelas
chamadas “Notas sobre Lógica” de 1913 (Dactiloscrito 201), pelas denominadas “Notas
ditadas a G.E. Moore na Noruega em 1914” (Manuscrito 301), pelo chamado
Prototractatus de 1915-1918 (Manuscrito 104) e, sobretudo, pelo Tractatus logicophilosophicus de 1918-1922. Procurar-se-á mostrar, em termos gerais, como a filosofia
da lógica wittgensteiniana se distingue dos programas dedutivos (logicistas) de Frege –
formulado inicialmente na Escrita Conceptual e desenvolvido nas Leis Fundamentais da
Aritmética – e de Russell – presente nos Princípios da Matemática e, fundamentalmente,
nos Principia mathematica (elaborados em colaboração com Whitehead) -, ao propor
uma estruturação não axiomatizada, que se consubstancia na própria forma geral do
pensamento. Para tal, proceder-se-á a uma exposição do papel que o operador N
wittgensteiniano – que, a despeito de ter origem na barra de Sheffer, corresponde
aproximadamente à seta de Peirce - desempenha na derivação dos complexos
verofuncional e quantificacional, discutindo também a tese de Fogelin segundo a qual o
poder construtivo de N se restringirá a predicados monádicos. Ultrapassada esta
dificuldade, considerar-se-á então o estatuto problemático que a universalidade tem do
ponto de vista epistemológico, enquanto projecção de um horizonte indeterminável,
acompanhando o modo como Wittgenstein, ao recusar uma lógica indutiva, entende a
natureza hipostática do nosso acesso.
Download