Capítulo 04: Movimento em duas e três dimensões Abel André C. Recco Introdução Até agora estudamos o movimento em uma dimensão. Por exemplo, queda livre de um corpo. No movimento em 2D ou 3D é necessário utilizarmos vetores para especificarmos a posição, velocidade e aceleração. Vetor posição r xiˆ yjˆ zkˆ r 3miˆ 2mjˆ 5mkˆ Vetor deslocamento: mudança de posição r ( x2 x1 )iˆ ( y2 y1 ) ˆj ( z2 z1 )kˆ r xiˆ yjˆ zkˆ Vetor velocidade média vmed O vetor velocidade média tem a mesma direção e sentido do vetor deslocamento r t x ˆ y ˆ z ˆ vmed i j k t t t Vetor velocidade instantânea A velocidade instantânea é o limite da razão entre r com Δt tendendo a zero. t r dr v lim dt t 0 t A derivada do vetor posição em relação ao tempo é igual ao vetor velocidade, que é tangente a trajetória da partícula dr dx ˆ dy ˆ dz ˆ v j k i dt dt dt dt v vx iˆ v y ˆj vz kˆ Vetor aceleração média A aceleração média é determinada pela mudança do vetor velocidade instantânea em relação ao intervalo de tempo decorrido. a O vetor med e v têm a mesma direção e sentido v amed t vx ˆ v y ˆ vz ˆ amed i j k t t t Vetor aceleração instantânea A aceleração instantânea é o limite da razão v t com Δt tendendo a zero v dv a lim dt t 0 t A aceleração instantânea é igual a derivada do vetor velocidade instantânea em relação ao tempo. Produzindo uma aceleração Mudanças no vetor velocidade uma partícula que podem produzir uma aceleração. A magnitude do vetor de velocidade pode mudar A direção e o sentido do vetor de velocidade podem mudar Mesmo se a magnitude permanecer constante As componentes da aceleração at :Componente tangencial da aceleração é responsável pela mudança do módulo da velocidade. ac: Componente radial ou centrípeta da aceleração e responsável por mudar a direção e o sentido do vetor velocidade. Aplicações Aplicações: Movimento de projéteis: 2D. Movimento circular uniforme: 2D Ambos são exemplos de movimento que ocorrem no plano. Movimento de um projétil Projétil: algo que foi projetado ou lançado http://phet.colorado.edu/sims/projectile-motion/projectile-motion_pt_BR.html Considerações importantes sobre o lançamento de projéteis: Próximo a superfície da terra Desprezar a resistência do ar e o efeito de rotação da Terra. O movimento da partícula sobre o eixo x não afeta o movimento que ocorre no eixo y, ou seja, os movimentos são independentes. Demostração Velocidade inicial de lançamento Movimento horizontal ax 0 Movimento vertical a y g 9,81m / s 2 Equação da trajetória Alcance horizontal R: Distância horizontal percorrida pelo projétil até voltar sua altura inicial de lançamento, ou seja: y y0 Efeito do ângulo inicial (θ0) de lançamento no alcance horizontal. O valor de v0=24.5m/s é igual para os quatro lançamentos. O alcance é máximo para θ0=45.0o Movimento circular Movimento circular uniforme MCU MCU ocorre quando uma partícula se move em uma trajetória circular com o módulo da velocidade constante. Embora o módulo da velocidade seja constante existe uma aceleração, porque a direção e o sentido do vetor velocidade mudam constantemente. Lembre-se que mudança do vetor velocidade resulta em uma aceleração O vetor velocidade é tangente a trajetória Mudança no vetor velocidade no MCU Aceleração centrípeta A aceleração no MCU é sempre perpendicular a trajetória do movimento e aponta para o centro do círculo. Esta aceleração chama-se centrípeta e seu módulo vale: 2 v aC r Período O periodo, T, é o tempo necessário para a partícula completar uma volta completa. Para o MCU: 2 r T v yP xP sin cos r r Onde xP e yP são coordenadas da partícula em MCU no ponto P y x dv v dyP ˆ v dxP v v P iˆ v P ˆj Acceleração a = i r r dt r dt r dt dy P dxP Observe que: v y v cos e vx v sin dt dt v vx iˆ v y ˆj v sin iˆ v cos ˆj ˆ v2 v2 a cos i sin ˆj r r tan vx v sin v y v cos ay ax v 2 / r sin v 2 / r cos 2 v a ax2 a y2 r ˆ j cos sin 2 2 v2 r tan a aponta em direção ao centro P C A C cos sin 2 2 1 Movimento relativo em uma dimensão A velocidade de uma partícula P é determinada por dois observadores diferentes A e B varia de observador para observador. Movimento relativo em uma dimensão Em seguida vamos obter a equação que transforma as velocidades da partícula em cada um dos sistemas de referência A e B. Esta equação nos dá a relação exata entre as velocidades que cada observador percebe em seus respectivos sistemas de referência inercial. Assumimos que o observador B se move com uma velocidade vBA constante conhecida em relação ao observador A. Os observadores A e B determinam as coordenadas de uma partícula P como xPA e xPB, respectivamente. xPA xPB xBA Onde xBA é a coordenada de B em relação a A Derivando em relação ao tempo a eq. acima: d d d xPA xPB xBA vPA vPB vBA dt dt dt Derivando a equação da velocidade em relação ao tempo dvBA e lembrando que 0 aPA aPB dt Nota: Os observadores A e B medem velocidades diferentes para a partícula P, mas ambos medem a mesma aceleração. Movimento relativo em duas dimensões Os observadores A e B determinan o vetor posição da partícula P como rPA e rPB respectivamente. rPA rPB rBA Derivando em relação oa tempo os dois lados da equação obtemos d d d rPA rPB rBA vPA vPB vBA dt dt dt Derivando ambos os lados da equação da velocidade temos: vPA vPB vBA d d d vPA vPB vBA dt dt dt dvBA Considerando que 0 aPA aPB dt Nota: Como ocorre no caso em 1D, os observadores medem velocidades diferentes, mas a aceleração é a mesma para os dois observadores.