a importância da vacinação

Propaganda
A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO
A vacinação consiste numa injeção que estimula o sistema imunológico do cavalo a desenvolver proteção contra uma doença específica.
O sistema imunológico consiste num conjunto
de órgãos que têm como função a defesa do
animal contra agentes causadores de doenças.
A proteção desenvolvida por vacinas tem uma
duração limitada pelo que ao falar em vacinação é fundamental compreender a importância
dum programa de vacinação. De facto, dar
uma única injeção de uma vacina a um cavalo
não o protege durante mais de alguns dias. A
maioria das vacinas utilizadas requer um
“reforço” que consiste numa segunda injeção
administrada algumas semanas depois da primeira, de modo a que o sistema imunológico
do cavalo tenha capacidade de produzir defesas adequadas contra a doença em questão.
Este nível de defesa diminui lentamente com o
decorrer do tempo pelo que vacinações periódicas são necessárias para reforçar o sistema
imunológico e garantir um nível adequado de
proteção. Deste modo, um programa de vacinação contra uma doença consiste na primovacinação (conjunto das duas primeiras injeções
administradas com o intervalo de algumas
semanas) seguido das vacinações periódicas
(normalmente semestrais ou anuais ou cada 2
anos, conforme a doença em questão).
parasitas mais comuns começaram a desaparecer, por serem completamente aniquilados
pela potência dos novos desparasitantes.
Muita gente considera que vacinar os seus
cavalos é muito caro e/ou desnecessário, e por
isso prescindem desta medida preventiva. Se
bem que um programa de vacinação possa
não ser barato, o tratamento de um animal que
contraia a doença contra a qual não estava
vacinado será bem mais caro. Além disso certas doenças podem deixar os animais seriamente debilitados, e em casos mais complicados conduzir à morte dos animais. Outro argumento contra a prática da vacinação são as
reações adversas. Se bem que estas ocorrem
numa pequena minoria dos cavalos vacinados,
manifestadas por ligeiro inchaço e dor no local
da injeção e/ou febre e depressão geral, estes
sinais são transitórios e facilmente tratáveis.
Na nossa opinião as consequências da contração da doença em cavalos não vacinados são
bem piores do que as consequências da ocorrência de efeitos adversos em cavalos vacinados, o que justifica a aderência aos programas
de vacinação disponíveis. Uma das maneiras
de reduzir a ocorrência de reações adversas é
garantir que a vacina seja administrada ao
cavalo por uma pessoa competente, tal como o
seu médico veterinário.
Existem várias vacinas contra determinadas
doenças, contudo algumas são recomendadas
apenas em casos particulares, variando com a
localização geográfica do animal, ou em casos
de surtos de epidemias como foi o caso da
Peste Equina Africana em Portugal no final da
década de 80.
Consideradas quase universais, as vacinas
contra a Influenza (gripe) e o Tétano são sem
dúvida as mais usadas em todos os cantos do
mundo. A maioria das organizações credenciadas de eventos equestres (tal como a FEI) exigem que os cavalos participantes estejam devidamente vacinados contra a Influenza. A vacina contra o Tétano, apesar de não ser obrigatória a nível oficial (ie: competição), deve na
nossa opinião ser dada a todos os cavalos
uma vez que as consequências desta doença são de facto muito sérias, pelo que o risco não se justifica quando este pode ser
prevenido.
Em Portugal as únicas vacinas utilizadas em
cavalos são as vacinas contra a Influenza e
contra o Tétano. Contudo convém saber que
há mais doenças contra as quais existem vacinas e que estas vacinas estão legisladas em
www.hcvet.eu
muitos países, mas não em Portugal. No resto
da Europa e Estados Unidos é prática comum
vacinar os cavalos contra as doenças causadas pelos Herpesvirus Equinos (EHV-1 e EHV4), estes vírus causam doenças do foro respiratório, comuns em animais de desporto; doenças do sistema nervoso em cavalos jovens; e
causam aborto em éguas gestantes. Também
existe disponível uma vacina contra a Gurma,
doença altamente contagiosa que afecta o
tracto respiratório superior dos cavalos causando temperaturas elevadas e grande debilitação.
influenza foi devidamente cumprido, a única
entidade competente para administrar a vacina
e preencher o certificado de vacinação do
cavalo é o Médico Veterinário.
A Influenza é uma doença causada por um
vírus e é tambem conhecida pelo nome comum
de “Gripe Equina”. Afecta o sistema respiratório, causando tosse, corrimento nasal, debilitação, perda de apetite, febre e dores musculares. Quando devidamente tratados os cavalos
recuperam da doença em duas ou três semanas,
podendo no entanto demorar até vários meses para
recuperar a forma atlética em que se encontravam antes de contrair a doença. Contudo, em
casos mais severos a Influenza pode ser complicada com infeções bacterianas secundárias
resultando em pneumonias ou infeções no
coração (miocardites) de tratamento difícil e
dispendioso. É uma doença altamente contagiosa em que o vírus é transmitido através das
secreções respiratórias de um cavalo para
outro, particularmente quando estes tossem.
Cavalos que se encontram em ambientes de
elevada densidade populacional, como é o
caso da maioria dos cavalos de desporto,
estão num risco elevado de contrair a doença
pelo que o programa de vacinação deve ser
rigorosamente cumprido. Desde 2005 a F.E.I.
passou a exigir que a primovacinação seja
seguida de injeções semestrais. Além disso é
pratica comum vacinar ainda mais frequentemente (ie: cada 3 a 4 meses) aqueles cavalos
considerados com um risco elevado de contrair
a doença ao longo da carreira desportiva, ou
seja cavalos com mais exposição, como por
exemplo os animais de competição. Esta consideração deverá ser discutida com o seu
Médico Veterinário.
O tétano é uma doença causada por uma toxina produzida por uma bactéria chamada Clostridium tetani. Esta bactéria está espalhada por
todo o mundo e encontra-se presente nos
solos, principalmente em regiões com climas
quentes e solos férteis e cultivados. Alem do
solo a bactéria encontra-se presente tambem
no tracto digestivo de vários herbívoros,
nomeadamente no cavalo, sendo os solos contaminados através das fezes.
A vacina contra a Influenza é fabricada a partir
de modificações do próprio vírus causador da
doença, modificações essas realizadas sob um
rigoroso controlo em laboratório. Por esta
razão o manuseamento e conservação da vacina são essenciais de modo a que a vacina seja
eficaz quando administrada ao cavalo. Para
garantir que o programa de vacinação contra a
A Influenza é uma doença endémica na Europa e América, contudo nunca foi verificada em
alguns países como a Nova Zelândia, pelo que
nestes países não se utilizam vacinas contra a
doença. A isto deve-se provavelmente o isolamento geográfico destas ilhas e a prática rigorosa de um protocolo de quarentena para
impedir a introdução do vírus.
Qualquer mamífero pode contrair a doença; no
entanto, por razoes actualmente desconhecidas, o cavalo é o animal mais susceptível de
contrair tétano, pelo que o risco nesta espécie
é particularmente elevado. As fezes dos equinos podem conter quantidades abundantes de
Clostridium tetani. Os humanos são tambem
altamente susceptíveis.
O tétano ocorre esporadicamente por todo o
mundo, e em animais não vacinados a prevalência da doença é proporcional à quantidade
de bactéria presente no solo.
A toxina libertada pelo Clostridium tetani actua
no sistema nervoso do cavalo levando os músculos a contraírem-se de uma forma irreversível conduzindo a uma situação de espasmos
musculares contínuos (tambem denominado
estado de tetania). Este é o mecanismo responsável pelos sinais clínicos que se observam
num cavalo com tétano.
A doença é causada quando os animais sustêm feridas contaminadas com partículas do
solo e/ou materiais fecais, o que não é infrequente devido à natureza do cavalo. A bactéria
estabelece-se no ambiente da ferida, e começa
a produzir toxinas. As toxinas são transportadas pelo sistema circulatório desde o local da
ferida ate ao sistema nervoso onde induzem o
estado de contracções musculares.
www.hcvet.eu
A ingestão da toxina por parte do cavalo é um
acto completamente inócuo porque alem dos
sucos gástricos terem uma elevada capacidade de destruir a maior parte da toxina ingerida,
esta não é absorvida pelo tracto digestivo pelo
que nunca alcança o sistema nervoso. A única
forma de um cavalo contrair tétano é através
da contaminação de feridas com Clostridium
tetani.
Os sinais clínicos mais comuns são a protusao
da terceira pálpebra (devido ao espasmo muscular permanente deste musculo que impede o
seu relaxamento) (Fig. 1) e espasmos permanentes dos músculos da face o que da uma
aparência de “mandíbula rígida”. Outros sinais
clássicos incluem uma postura rígida das orelhas e dilatação fixa das narinas. Devido à
incapacidade de engolir, é comum observar-se
o refluxo de saliva, agua ou alimentos pela
boca e/ou narinas. Os cavalos apresentam-se
tensos e com dificuldade em moverem-se; em
estados avançados apresentam tambem transpiração excessiva. Devido à paralisia dos músculos respiratórios o estado terminal da doença
conduz à morte por asfixia.
O tratamento da doença tem como objectivos
eliminar a presença da bactéria e bloquear a
ação da toxina. O primeiro passo é obtido através da administração de antibióticos (ex: penicilina) e lavagem da ferida. O soro anti-tetânico
bloqueia a ação da toxina; no entanto, na presença de sinais clínicos, o soro é eficaz apenas se administrado directamente no sistema
nervoso (isto é, na coluna vertebral) o que
requer anestesia geral. A nível preventivo,
quando um cavalo sustem uma ferida, o soro
anti-tetânico pode ser administrado por via
subcutânea, intramuscular ou endovenosa, o
que inactiva a toxina antes de esta atingir o
sistema nervoso, evitando o aparecimento dos
sinais clínicos da doença.
ao potro recém-nascido. Os poldros deverão
depois ser vacinados pela primeira vez entre
as 10 e 12 semanas de idade, recebendo uma
segunda vacina 4 semanas depois. A terceira
vacina é dada 1 ano mais tarde e a partir dai
repetida anualmente ou cada 2 anos. É comum
administrar soro anti-tetânico a potros recémnascidos o que confere proteção contra o tétano durante cerca de 3 a 4 meses, altura em
que deverão receber a primeira vacina.
Quando atendemos cavalos com feridas profundas e/ou com um grau elevado de contaminação é prudente administrar uma dose de
soro anti-tetânico, principalmente se não tivermos conhecimento do estado de vacinação do
animal.
A vacina contra o tétano é apresentada comercialmente na forma isolada ou combinada com
a vacina contra a influenza.
Todos os cavalos devem ser vacinados contra
o tétano, uma vez que o organismo causador
da doença existe em toda a parte e o respectivo tratamento é difícil e dispendioso, culminando muitas vezes na morte do animal. A vacina
é eficaz, não tem riscos, e o seu custo é insignificante.
O tratamento de suporte é importante durante
o período de recuperação da doença e consiste na administração de tranquilizantes, relaxantes musculares e ventilação com oxigénio. Os
cavalos deverão ser estabulados em boxes
sossegadas, com pouca luz e a cama deve ser
abundante.
O tétano é uma doença que pode ser prevenida através da vacinação. Éguas gestantes
devem ser vacinadas 1 mes antes do parto de
modo a optimizar a transferência de anticorpos
www.hcvet.eu
Download