Entre o concreto e o abstrato: a psicanálise na lente de Georges

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Entre o concreto e o abstrato: a psicanálise na lente de Georges Politzer
Aluno pesquisador: Dario de Negreiros1
Orientador: Prof. Dr. Vladimir Pinheiro Safatle1
1
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Departamento de Filosofia
pertinência dessa recusa no bojo de seu
1. Objetivos
Temos como objetivo explicitar o diagnóstico
realizado por Georges Politzer acerca da
psicanálise freudiana. Para tanto, realizaremos
uma análise estrutural da obra Crítica dos
Fundamentos da Psicologia (CFP), publicada
em 1928. Se neste texto, por um lado, Politzer
identifica a psicanálise como a primeira vez na
história em que conhecimentos psicológicos
são, de fato, produzidos, por outro, recusa de
bojo toda a metapsicologia freudiana, por meio
da qual o psicanalista traduziria “suas
descobertas
fecundas
em
esquemas
perfeitamente estéreis”. A CFP parece
inaugurar, assim, um procedimento que ainda
seria muitas vezes levado a cabo por autores
vindouros: dissociar método psicanalítico e
doutrina psicanalítica, aceitando o primeiro e
recusando a segunda. Avaliaremos, portanto, o
que, na lente de Politzer, a psicanálise possui
de concreto e o que ela possui de abstrato.
2. Material e métodos
Trata-se de uma pesquisa de caráter
eminentemente teórico, que deverá se
desenvolver principalmente a partir de uma
análise estrutural da obra Crítica dos
Fundamentos da Psicologia, de Georges
Politzer. Tal análise deve ser auxiliada, ainda,
por textos de comentadores como Bento Prado
Jr., Vladimir Safatle, Osmyr Gabbi Jr., Mikkel
Borch-Jacobsen,
Elizabeth
Roudinesco,
Bertrand Ogilvie, Márcio Mariguela e Richard
Simanke, dentre outros.
3. Resultados e discussão
Pretendemos explicitar quais são os motivos
pelos quais Politzer recusará toda e qualquer
forma de metapsicologia, bem como a
programa teórico. O conceito de inconsciente —
alvo maior dos ataques de Georges Politzer e,
ao mesmo tempo, um dos conceitos-chave da
psicanálise — deve ser um dos focos de nossa
discussão.
4. Conclusões
A CFP, nos dizeres de Gabbi Jr., é “a mãe de
todas as leituras esquizofrênicas de Freud”, por
ter inaugurado uma leitura pautada pela
dissociação método psicanalítico / doutrina
psicanalítica. Para Roudinesco, a CFP teria
colocado em cena um novo nível de leitura da
letra freudiana. À guisa de conclusão,
avaliaremos o impacto na psicanálise do
escrutínio politzeriano.
5. Referências bibliográficas
GABBI-JUNIOR, O. “Considerações sobre a
eterna juventude da psicologia: o caso da
psicanálise”. In: POLITZER, 1998.
OGILVIE, B. Lacan — a formação do conceito
de sujeito, Rio de Janeiro: Zahar, 1991.
POLITZER, G. Critique des fondements de la
psychologie. Paris : Rieder, 1967.
PRADO-JUNIOR, B. Georges Politzer: 60 anos
da Crítica dos Fundamentos da Psicologia. In:
PRADO Jr, B. (org.). Filosofia da psicanálise,
São Paulo: Brasiliense, 1991.
SAFATLE, V. O amor pela superfície: Jacques
Lacan e o aparecimento do sujeito descentrado.
Tese de mestrado apresentada em 1997 ao
Departamento de Filosofia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
SIMANKE, R. Metapsicologia lacaniana: os
anos de formação. São Paulo, Discurso
Editorial; Curitiba, Editora UFPR, 2002.
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