o componente drenagem urbana no plano municipal de

Propaganda
O COMPONENTE DRENAGEM URBANA NO PLANO MUNICIPAL DE
SANEAMENTO AMBIENTAL DE ALAGOINHAS, BAHIA
Bruno Jardim da Silva
(1)
Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFBA; Mestrando em Regulação da
Indústria de Energia da UNIFACS; Professor do DEA/Escola Politécnica da UFBA,
da Escola de Engenharia da UCSAL e da UNIFACS; Consultor Autônomo.
Osmário Sousa Pereira
Engenheiro Sanitarista, EP/UFBA.
Wilson Antônio Victor de Assis
Engenheiro Civil; Secretário Municipal de Infra-Estrutura da Prefeitura Municipal de
Alagoinhas.
Luiz Roberto Santos Moraes
Engenheiro Civil, EP/UFBA; Engenheiro Sanitarista, FSP/USP; M. Sc. em
Engenharia Sanitária, IHE/Delft University of Technology; Ph.D. em Saúde
Ambiental, LSHTM/University of London; Professor Titular em Saneamento do
Departamento de Engenharia Ambiental e do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Ambiental Urbana da Escola Politécnica da Universidade Federal da
Bahia; Membro do Conselho Diretor Nacional da ASSEMAE.
Endereço(1): Av. Paulo VI, 2.240, apto. 302, Itaigara - Salvador - Bahia - CEP: 41.810001 - Brasil - Tel: (71) 3358-5939 - e-mail: [email protected]
RESUMO
Os planos diretores de drenagem urbana, na maioria das vezes, são elaborados
com metodologia que não consideram as realidades sócio-ambiental e institucional
local, não considerando o sistema de drenagem como parte de um complexo
ambiente urbano que deve estar articulado com outros sistemas.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a metodologia utilizada e sua
aplicação na elaboração do componente Drenagem Urbana de Água Pluviais do
Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Alagoinhas-Bahia, bem como alguns
dos seus elementos mais significativos.
A metodologia é desenvolvida e apoiada em Indicadores de Fragilidade do SistemaIFS, sendo um dos pontos relevantes seus princípios básicos que permitem uma
abordagem ambiental adequada para o problema.
O diagnóstico é estabelecido a partir da definição de Fatores Intervenientes e de
IFS. Uma primeira análise é efetuada com abordagem mais geral e o
aprofundamento é feito a partir da análise de Pontos de Estudo-PE, sendo estes os
locais onde se manifesta o mau funcionamento do Sistema.
Cada PE recebe um indicador que caracteriza o somatório das relevâncias dos IFS
designado de Índice Geral de Fragilidade-IGF. O sistema de pontuação permite
estabelecer a hierarquização dos principais problemas a serem atacados.
A definição de valores de IGF para cada PE serve também como referência para a
partida de um processo permanente de planejamento do Sistema estudado.
O Prognóstico é montado a partir da definição de diretrizes, metas e objetivos
estabelecidos, partindo-se então para a identificação dos diversos tipos de serviços
e ações a serem propostas com vistas a resolver os problemas identificados.
Uma matriz é montada permitindo-se a identificação dos serviços por PE e tem
como objetivo facilitar a montagem das ações e demais propostas do Plano.
A metodologia desenvolvida a partir de IFS mostra-se adequada para os objetivos
do Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Alagoinhas, no seu componente
Drenagem Urbana, possibilitando a adequada abordagem ambiental do tema, o
estabelecimento de critérios de hierarquização das ações propostas, clareza na
definição das ações identificando toda a gama de serviços demandados e facilidade
de montagem dos programas propostos, bem como possui grande possibilidade de
se adaptar a áreas com características as mais diversas.
Palavras-chave: drenagem urbana, metodologia, plano municipal de saneamento
ambiental, Alagoinhas.
INTRODUÇÃO
Embora a elaboração de planos diretores de drenagem urbana seja vista como
medida altamente recomendável, se constituindo em estratégia essencial para a
obtenção de soluções adequadas de drenagem urbana, os planos elaborados, na
maioria das vezes, carecem de metodologia adequada às realidades sócioambiental e institucional local, não considerando o sistema de drenagem como parte
de um complexo ambiente urbano que deve estar articulado com outros sistemas
(PORTO et al., 1993).
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a metodologia utilizada e sua
aplicação na elaboração do componente Drenagem Urbana de Água Pluviais do
Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Alagoinhas-Bahia, bem como alguns
dos seus elementos mais significativos.
METODOLOGIA UTILIZADA
A metodologia proposta é desenvolvida e apoiada em Indicadores de Fragilidade
do Sistema. Um dos pontos relevantes da proposta está estabelecido em seus
princípios básicos que permitem uma abordagem ambiental adequada para o
problema.
Os princípios básicos essenciais considerados na elaboração do componente
Drenagem Urbana do Plano Municipal de Saneamento Ambiental e que constituem
a base conceitual que deve nortear as fases do processo são:
- os dispositivos que compõem as redes de drenagem das águas pluviais devem
possuir funções hidráulicas e urbanas bem definidas;
- os dispositivos de drenagem urbana são parte de um complexo Sistema
integrado também por um conjunto de fatores, de naturezas diversas, que
interferem no comportamento e no desempenho destes dispositivos e um terceiro
conjunto de componentes que são afetados pelos mesmos dispositivos, em face
de como estes vem representando seus papéis;
- cabe ao Poder Público a iniciativa de promover uma série de ações que
resultem na melhoria do desempenho dos Sistemas de Drenagem, envolvendo
diversos setores;
- o Sistema de Drenagem Urbana, com todos os seus componentes, possuem
uma responsabilidade relevante na qualidade ambiental das áreas onde estão
situados;
- o Sistema de Drenagem Urbana deve possuir ampla integração com os demais
Serviços e Sistemas relacionados com o Saneamento Ambiental, objetivando a
otimização das ações e a excelência dos resultados ambientais.
RESULTADOS
O diagnóstico foi estabelecido a partir da definição de Fatores Intervenientes (V.
Quadro 1) e de Indicadores de Fragilidade do Sistema-IFS (V. Quadro 2). Uma
primeira análise é efetuada com abordagem mais geral levando em conta estes
conceitos. O aprofundamento é feito a partir da análise dos Pontos de Estudo-PE,
sendo estes os locais onde se manifesta o mau funcionamento do Sistema.
Quadro 1: Fatores que afetam o sistema de drenagem
Natureza
Climatológico
Fatores
Regime de chuvas intensas
Ambiental
Arranjo do traçado urbano
Usos do solo
Padrões de conforto das
vias
Interação com demais
equipamentos de
saneamento urbano
Tecnológico
Estruturas de micro
drenagem
Estruturas de macro
drenagem
Institucional
Aspectos gerenciais
Aspectos legais
Abordagem
- representatividade da equação intensidade x
duração x freqüência
- interação com a topografia
- respeito ao sistema natural de drenagem
- nível de impermeabilização dos terrenos
- erodibilidade dos terrenos
- ocupaçào marginal dos corpos receptores
- de pedestres
- de grande fluxo de veículos e de pedestres
- de grande fluxo de veículos e baixo fluxo de
pedestres
- de médio movimento
- de acesso local
- lançamento de efluentes domésticos na rede
- lançamento de outros efluentes na rede
- deposição de lixo nas galerias e canais
- dispersão de sedimentos nas vias
- dimensão dos dispositivos hidráulicos
- padrão construtivo
- adequação do conjunto de dispositivos
- manutenção e conservação dos dispositivos
- dimensão dos dispositivos hidráulicos
- padrão construtivo
- adequação do conjunto de dispositivos
- manutenção e conservação dos dispositivos
- interatividade dos componentes
- aporte financeiro no orçamento
- recursos humanos
- planejamento das ações e estudos existentes
- existência de normas e outros instrumentos
- aplicação dos dispositivos
Em cada Ponto de Estudo foram analisadas as manifestações dos IFS, sendo
estabelecido um sistema de pontuação destas manifestações de acordo com a
relevância das mesmas. Cada Ponto de Estudo recebeu um indicador que
caracteriza o somatório das relevâncias dos IFS. Este somatório é designado por
Índice Geral de Fragilidade-IGF. Este sistema de pontuação permiteu estabelecer a
hierarquização dos principais problemas a serem atacados pelo Plano.
Uma vez que os IFS são divididos em classes de acordo com a natureza dos
problemas, é possível que a hierarquização possa contemplar políticas que
privilegiem questões ambientais, tecnológicas ou institucionais.
Quadro 2: Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS)
Natureza
Tecnológico
Ambiental
Institucional
Indicadores
• ineficiência do escoamento nas vias
• ineficiência dos dispositivos de coleta
• ineficiência da capacidade de transporte dos condutos
• demanda de soluções de maior custo
• redução da vida útil dos equipamentos
• redução da vida útil dos pavimentos
• degradação física dos terrenos
• instabilidade estrutural dos terrenos adjacentes às galerias
• favorecimento da produção de sedimentos
• diminuição da recorrência das cheias mais significativas
• restrição à implantação de áreas de inundação
• interferência inadequada no trânsito de veículos
• interferência inadequada no movimento de pedestres
• ocorrência de alagamentos
• contaminação do corpo receptor
• potencialização do aumento dos índices de insalubridade da
população marginal ao corpo receptor
• deposição de sedimentos nas vias públicas
• assoreamento do corpo receptor
• elevação dos gastos com manutenção dos equipamentos
• elevação dos gastos com conservação
• aumento da demanda de recursos financeiros para implantação de
obras
• perda de credibilidade da administração pública
• desgaste das relações inter-institucionais
• ineficiência operacional
• perda de oportunidade de arrecadação financeira
• deterioração da possibilidade de aplicação de recursos legais e
normativos
Uma vez considerados os Fatores Intervenientes e os IFS, a análise detalhada do
diagnóstico foi realizada a partir dos Pontos de Estudo. Os Pontos de Estudo são os
locais onde se manifestam os IFS, individualmente ou, como é mais geral, de forma
integrada. Estes PE foram identificados por bacias de drenagem e a síntese desta
análise é apresentada em quadros que descrevem os problemas encontrados.
Uma síntese da análise global dos diversos PE apresenta um sistema de pontuação
que representa o grau de relevância dado à manifestação dos IFS em cada PE.
Este procedimento permitiu a definição de um critério de hierarquização dos
problemas identificados. Para tanto foi utilizado o Índice Geral de Fragilidade,
indicador que representa o somatório dos graus de relevância apresentados pelos
diversos IFS em cada PE analisado.
A definição de valores de IGF para cada PE serviu também como referência para
a partida de um processo permanente de planejamento do Sistema estudado.
Avaliações periódicas devem ser realizadas para que sejam estabelecidos novos
valores de IGF em cada PE, buscando medir a eficácia das medidas propostas e
implantadas ou a evolução dos indicadores quando nenhuma ação proposta for
efetivada.
A permanente avaliação do IGF em cada PE permitirá a revisão periódica das
metas do Plano estabelecida em seu marco inicial no processo de planejamento.
O Prognóstico foi montado a partir da definição de diretrizes, metas e objetivos
previamente estabelecidos. Uma vez que estes foram estabelecidos, partiu-se para
a identificação dos diversos tipos de serviços e no conjunto de ações propostas
apresentadas em quadros de caracterização do problema, sugeridas ainda na fase
de Diagnóstico, para cada uma das áreas-problema.
Para um melhor detalhamento deste conjunto de recomendações foi elaborado o
quadro 3 com a identificação de ações por área-problema. Neste quadro são
apresentados todos os itens de ações, estruturais ou não, que podem conduzir à
solução do problema a se enfrentar, ordenando os diversos aspectos do sistema de
drenagem.
Os serviços destacados são os seguintes:
− Elaboração de Projetos Executivos.
− Elaboração de Projetos Básicos ou Estudos Preliminares.
− Implantação de obras de micro-drenagem.
− Implantação de obras de macro-drenagem.
− Desobstrução de dispositivos hidráulicos.
− Recuperação física de dispositivos existentes.
− Adequação ou melhoramento de dispositivos existentes.
− Recuperação de pavimentos.
− Implantação de pavimentos.
− Controle de processos erosivos.
− Campanhas de educação pública ambiental.
− Serviços de comunicação social.
− Fiscalização.
− Recrutamento de mão de obra.
− Treinamento de mão de obra.
− Reordenação institucional.
− Monitorização.
− Definição de referenciais técnicos.
− Criação de dispositivos legais.
− Ação conjunta com outros componentes do Saneamento Ambiental.
Para fins de identificação, vale lembrar que o Diagnóstico associou à cada áreaproblema os seguintes códigos:
Código
Identificação
AP1
Rua São Luis (Mangalô)
AP2
Baixa do Corte
AP3
Rua do Avião
AP4
Drenagem da Bacia da rua Silva Jardim
AP5
Áreas baixas da rua Quintino Bocaiúva
AP6
Rua Murilo Cavalcante
AP7
Rio Catú no centro da cidade
AP8
Santa Terezinha
AP9
Drenagem das ruas Conselheiro Dantas e Areia
Branca
AP10
Galeria do Cachorro Magro
AP11
Corpo receptor da drenagem do Cachorro Magro
AP12
Rua da Usina
AP13
Alagoinhas IV
AP14
Av.
Juraci
Magalhães,
junto
ao
posto
de
combustível
AP15
Rede de drenagem da Av. Juraci Magalhães
A seguir são apresentados os quadros 3 com as ações propostas.
Quadro 3. Ações requeridas por Área-problema
IDENTIFICAÇÃO DE AÇÕES POR ÁREA-PROBLEMA
ÁREAS-PROBLEMA:
AP1
AP2
AP3
AP4
AP5
AP6
AP7
AP8
Rua São Luis (Mangalô)
Baixa do Corte
Rua do Avião
Drenagem da Bacia da rua Silva Jardim
Áreas baixas da rua Quintino Bocaiúva
Rua Murilo Cavalcante
Rio Catú no centro da cidade
Santa Terezinha
Ação
Elaboração de Projetos
Executivos
Elaboração
de
Projetos
Básicos
ou
Estudos
Preliminares
Implantação de obras de
micro-drenagem
Implantação de obras de
macro-drenagem
Cadastro
de
dispositivos
existentes
Desobstrução de dispositivos
hidráulicos
Recuperação física de
dispositivos existentes
Adequação ou melhoramento
de dispositivos existentes;
Recuperação de pavimentos;
Implantação de pavimentos;
Controle de processos
erosivos
Campanhas de educação
pública ambiental;
Serviços de comunicação
social;
Fiscalização;
Recrutamento de mão de obra
Treinamento de mão de obra;
Reordenação institucional;
Monitoramento;
Definição
de
referenciais
técnicos;
Criação de dispositivos legais;
Ação conjunta com outros
segmentos do Saneamento
Ambiental
AP1
AP2
AP3
Áreas-problema
AP4
AP5
X
X
X
X
AP7
AP8
X
X
X
X
X
X
AP6
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Continuação
IDENTIFICAÇÃO DE AÇÕES POR ÁREA-PROBLEMA
ÁREAS-PROBLEMA:
AP9
AP10
AP11
AP12
AP13
AP14
AP15
Drenagem das ruas Conselheiro Dantas e Areia Branca
Galeria do Cachorro Magro
Corpo receptor da drenagem do Cachorro Magro
Rua da Usina
Alagoinhas IV
Av. Juraci Magalhães, junto ao posto de combustível
Rede de drenagem da Av. Juraci Magalhães
Ação
Elaboração de Projetos
Executivos
Elaboração
de
Projetos
Básicos
ou
Estudos
Preliminares
Implantação de obras de
micro-drenagem
Implantação de obras de
macro-drenagem
Cadastro
de
dispositivos
existentes
Desobstrução de dispositivos
hidráulicos
Recuperação física de
dispositivos existentes
Adequação ou melhoramento
de dispositivos existentes;
Recuperação de pavimentos;
Implantação de pavimentos;
Controle de processos
erosivos
Campanhas de educação
pública ambiental;
Serviços de comunicação
social;
Fiscalização;
Recrutamento de mão de
obra
Treinamento de mão de obra;
Reordenação institucional;
Monitoramento;
Definição
de
referenciais
técnicos;
Criação de dispositivos legais;
Ação conjunta com outros
segmentos do Saneamento
Ambiental
AP9
AP10
AP11
X
X
Áreas-problema
AP12
AP13
AP14
AP15
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
A partir destes elementos foi possível elaborar-se uma síntese das ações
demandadas, quantificando-as e propondo-se a melhor forma de estruturá-las em
programas e atividades. O quadro 4 apresenta esta síntese.
Quadro 4. Proposta de Estruturação das Açôes a Serem Implementadas
PROPOSTA DE ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS
Demanda
Tipo de Ação
Proposta de Estruturação
total
Elaboração de Projetos
3
Deverão ser contratados 4 serviços independentes de
Executivos
consultoria
Elaboração de Projetos Básicos
11
Para as áreas AP3, AP6, AP8, AP12, AP14 e AP15 deverão ser
ou Estudos Preliminares
elaborados projetos executivos pela própria equipe de técnicos
da Prefeitura (preferencialmente). Para as áreas AP2, AP10,
AP11 e AP13 deverão ser contratados estudos de macrodrenagem fazendo uso de terrenos para alagamento (e
amortecimento de vazão) em áreas atualmente não ocupadas
situadas em fundo de vale cujos talvegues foram interceptados
por vias. Para a área AP7 deverá ser contratado um estudo que
envolve inclusive um plano ambiental para a bacia de
contribuição.
Implantação de obras de micro8
Deverão ser contratadas, individualmente, cada uma das
drenagem
intervenções.
Implantação de obras de macro4
As obras das áreas AP4 e AP5 deverão ser contratadas
drenagem
conjuntamente com a micro-drenagem das mesmas áreas. Para
a área AP10 deverá ser contratada a intervenção.
Cadastro
de
dispositivos
12
Deverá ser contratado o cadastro do conjunto integral dos
existentes
dispositivos existentes na cidade.
Desobstrução de dispositivos
6
A Prefeitura deverá optar por contratar e/ou programar e
hidráulicos
equipes compostas por seus quadros. Recomenda-se um certo
sincronismo entre estes serviços e o cadastramento. Junto com
os dois itens seguintes deverá compor o Programa de
Recuperação das Estruturas de Drenagem Existentes.
Recuperação física de
6
Ver item anterior.
dispositivos existentes
Adequação ou melhoramento de
7
Ver item anterior.
dispositivos existentes
Recuperação de pavimentos
3
Junto com os dois itens seguintes deverá compor o Programa
de Controle da Produção de Sedimentos na Área Pública.
Implantação de pavimentos
8
Ver item anterior.
Controle de processos erosivos
4
Ver item anterior.
Campanhas de educação pública
5
Junto com o item seguinte deverá formar o Programa de
ambiental
Comunicação Social.
Serviços de comunicação social
7
Ver item anterior.
Fiscalização
5
Junto com o Monitoramento formará a Atividade de
Monitoramento do Sistema.
Recrutamento de mão de obra
Junto com os dois itens seguintes e propostas de outros
segmentos, comporá o Programa de Reestruturação
Institucional.
Treinamento de mão de obra
15
Ver item anterior.
Reordenação institucional
0
Ver item anterior.
Monitoramento
15
Ver item Fiscalização.
Definição
de
referenciais
8
Deverão ser recomendados temas para criação padrões
técnicos
executivos de dispositivos de drenagem e outros que interfiram
na qualidade do sistema.
Criação de dispositivos legais
5
Deverão ser recomendados temas para criação de normas e
outros dispositivos.
Ação conjunta com outros
12
Serão sugeridos temas de integração entre os diversos
segmentos do Saneamento
segmentos do Saneamento Ambiental.
Ambiental
As áreas-problema AP5 (Áreas baixas da rua Quintino Bocaiúva) e AP4
(Drenagem da bacia da rua Silva Jardim) apresentaram os maiores valores de IGF,
representando os problemas mais significativos da cidade, no que se refere à
drenagem, e demandam providências o mais rápido possível.
Por conta disto, o Plano, apresenta estudos desenvolvidos no nível de Projeto
Básico de Engenharia para estas duas áreas. Com isto, a Prefeitura poderá utilizar
estes elementos para atuar na captação de recursos com vistas à elaboração do
Projeto Executivo e à implementação destas obras. Também para a área-problema
AP9 (Drenagem das ruas Conselheiro Dantas e Areia Branca) é apresentado estudo
no nível de Projeto Básico, por ser esta área que obteve o terceiro maior IGF na
análise realizada no Diagnóstico. Com isto, a Prefeitura passará a dispor de três
áreas em condições de promover a captação de recursos nas entidades
competentes.
Anteriormente foi apresentado um quadro que, junto com observações anteriores,
estabelecem o conjunto de ações a serem desenvolvidas pela Prefeitura propostas
pelo Plano. Este conjunto, sem ordem de prioridade de implementação, é composto
por:
− Captação de recursos para a elaboração de Projeto Executivo e
implementação das obras de drenagem para as áreas-problema AP4, AP5 e
AP9.
− Elaboração de Estudos ou Projetos Básicos (num total de 11) para as áreasproblema AP2, AP3, AP6, AP7, AP8, AP9, AP10, AP11, AP12, AP13, AP14 e
AP15 (para cada uma destas áreas, uma vez elaborado o respectivo estudo,
deverá ser feita a captação de recursos e a implementação dos projetos).
− Cadastro dos dispositivos de drenagem existentes.
− Implementação do Programa de Recuperação das Estruturas de Drenagem
Existentes, composto pelos serviços de desobstrução, recuperação física e
adequação dos dispositivos.
− Implantação do Programa de Controle da Produção de Sedimentos,
envolvendo serviços de pavimentação e controle de processos erosivos.
− Implantação do Programa de Comunicação Social, englobando, inclusive,
atividades de educação ambiental.
− Implantar, de forma permanente a Atividade de Monitoramento do Sistema de
Drenagem.
− Implantar um Programa de Reestruturação Institucional dos setores
envolvidos com o Saneamento Ambiental.
− Desenvolver padrões técnicos de estruturas de drenagem, Normas e outros
dispositivos que possam ser aplicados para a melhoria do funcionamento do
sistema de drenagem local.
− Integrar os setores responsáveis pelos demais componentes do Saneamento
Ambiental, principalmente, os referentes a esgotamento sanitário e resíduos
sólidos, com o de drenagem de águas pluviais, para programarem suas
atividades de forma integrada, visando diminuir os reflexos do lançamento de
esgotos sanitários e lançamento de resíduos sólidos na rede de drenagem
urbana.
Diversas recomendações também foram apresentadas para o componente
Drenagem Urbana no âmbito do Plano Municipal de Saneamento Ambiental de
Alagoinhas quanto à reestruturação institucional, desenvolvimento de padrões
técnicos e de instrumentos legais e normativos (padrões executivos de dispositivos
de micro-drenagem, elaboração de estudos e projetos e implantação de
loteamentos) e quanto a integração dos setores diversos relacionados ao
Saneamento Ambiental.
CONCLUSÃO
A metodologia desenvolvida a partir de IFS mostrou-se adequada para os
objetivos do Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Alagoinhas, elaborado
num processo de parceria entre o Departamento de Engenharia Ambiental da
Universidade Federal da Bahia e a Prefeitura Municipal de Alagoinhas, no seu
componente Drenagem Urbana, possibilitando a adequada abordagem ambiental do
tema, o estabelecimento de critérios de hierarquização das ações propostas, clareza
na definição das ações identificando toda a gama de serviços demandados e
facilidade de montagem dos programas propostos.
Observa-se também que a metodologia proposta possui grande possibilidade de
se adaptar a áreas com características as mais diversas, uma vez que esta
caracterização poderá ser ajustada a partir da correta escolha dos IFS selecionados.
Isto possibilita ainda a adaptação da metodologia a outras aplicações, tais como em
Planos Diretores de Recursos Hídricos e em Planos Diretores de Desenvolvimento
Urbano.
Esta característica possibilita ainda a adaptação da metodologia a outras
aplicações em sistemas, tais como em Planos Diretores de Recursos Hídricos e em
Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano-PDDU. Neste último caso, a
metodologia foi aplicada, com os devidos ajustes nos PDDU das cidades de Feira
de Santana (BA) e Itabuna (BA), para a análise do componente Drenagem Urbana.
REFERÊNCIAS
PORTO, Rubem; ZAHEL F. Kamel; TUCCI, Carlos; BIDONE, Francisco. Drenagem
Urbana. In: Hidrologia: ciência e aplicação. TUCCI, Carlos E. M. (org.). Porto Alegre:
Ed. da Universidade, ABRH, EDUSP, 1993. (Coleção ABRH de Recursos Hídricos;
v.4)
Prefeitura Municipal de Alagoinhas, Universidade Federal da Bahia. Plano Municipal
de Saneamento Ambiental de Alagoinhas. Alagoinhas: PMA/DEA-UFBA, 2004.
Tomos I e II.
Download