Bolsa de Integração Integraç na Investigaçãoo (BII) CEFT/BII/2009/01 Estudo da Camada de Plasma em e Microcanais Cátia Marisa Lourenço Fidalgo Engenharia Biomédica Porto, Dezembro 2010 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Bolsa de Integração na Investigação (BII) CEFT/BII/2009/01 ______________________________________________________________________ Estudo da Camada de Plasma em e Microcanais ______________________________________________________________________ Orientado por: Rui Lima Co-Orientado por: Ricardo Dias Realizado por: Cátia Marisa Lourenço Fidalgo Com a colaboração de: Cátia Fidalgo 2 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Agradecimentos À Fundação para a Ciência e Tecnologia pela bolsa concedida no âmbito da Bolsa de Integração na Investigação CEFT/BII/2009/01. Ao orientador, Professor Drº Rui Lima, por todo o apoio, orientação e dedicação que me deu na realização deste projecto, fico-lhe muito agradecida. Ao Drº Ricardo Dias, pelo incentivo, simpatia e atenção ao longo do projecto. Cátia Fidalgo 3 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Resumo Tem havido um interesse crescente, por parte da comunidade científica na área da Engenharia Biomédica, na concepção de microdispositivos como ferramentas alternativas no diagnóstico de doenças cardiovasculares e cancerígenas. É, portanto, importante compreender o comportamento do escoamento sanguíneo neste tipo de microdispositivos, de forma a optimizar a concepção e utilização de biochips para análises clínicas. Assim, neste projecto pretendeu-se estudar as principais variáveis que influenciam a formação da camada de plasma em microcanais circulares de vidro e polidimetilsiloxano (PDMS). Após a obtenção de vários vídeos por intermédio de um sistema de microvisualização confocal, o presente estudo concentrou-se essencialmente na utilização de um método de análise de imagem para a medição da espessura da camada de plasma em microcanais de vidro borosilicato com diâmetros de aproximadamente 100µm. Assim, com o auxílio do Image J (NIH) e do plugin MtrackJ foi possível investigar a influência do hematócrito (Hct) no comportamento da camada de plasma neste tipo microcanais. Os resultados sugerem que a espessura da camada de plasma livre de células sanguíneas tende a aumentar com a diminuição do Hct e com o aumento do diâmetro do microcanal. Cátia Fidalgo 4 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Abstract In recent years, there has been a growing interest by the biomedical community to develop biochips as an alternative tool to diagnose both cardiovascular and cancer diseases. It is therefore important to understand the behavior of the blood flow and this type of microdevices in order to optimize the design and the use of biochips for clinical analysis. Thus, in this project it is aimed to study the main variables that influence the formation of the plasma layer in circular microchannels of borosilicate glass and polydimethylsiloxane (PDMS). After obtaining several videos through a confocal microvisualization system, this study focused primarily on the use of a method of image analysis for measuring the thickness of the plasma layer in a microchannel of borosilicate glass with diameters of about 100 µm. With the help of the Image J (NIH) and the plugin MtrackJ it was possible to investigate the influence of the hematocrit (Hct) on the behavior of the plasma layer in such kind of microchannels. The results suggest that the thickness of the blood-cell-free layer tends to increase with the decrease of the Hct and with the increase of the diameter of the microchannel. Cátia Fidalgo 5 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Índice Resumo ............................................................................................................................. 4 Abstract ............................................................................................................................. 5 Índice de Figuras .............................................................................................................. 8 Índice de Tabelas ............................................................................................................ 10 Nomenclatura.................................................................................................................. 11 1. Introdução ............................................................................................................ 12 2. O Sangue ............................................................................................................. 14 2.1. Constituição do Sangue ................................................................................... 14 2.1.1. Glóbulos Vermelhos ................................................................................. 14 2.1.2. Glóbulos Brancos ..................................................................................... 16 2.1.3. Plaquetas sanguíneas ................................................................................ 17 2.1.4. Plasma Sanguíneo ..................................................................................... 17 2.2. Comportamento dos Fluidos ............................................................................ 19 2.3. Viscosidade Sanguínea .................................................................................... 20 2.4. Escoamento Sanguíneo .................................................................................... 22 2.5. Velocidade do Sangue ..................................................................................... 24 3. Microcanais e Fluidos Fisiológicos ..................................................................... 25 3.1. Capilares de Vidro Borosilicato ....................................................................... 25 3.2. Dextran 40 (Dx40) ........................................................................................... 26 3.3. Etilenodiamino tetra-acético (EDTA) .............................................................. 26 3.4. Soro Fisiológico ............................................................................................... 27 4. Software para o Estudo da Camada de Plasma.................................................... 28 4.1. Phantom ........................................................................................................... 28 4.2. Image J ............................................................................................................. 28 4.2.1. “Z-Project”................................................................................................ 29 4.2.2. “MTrackJ” ................................................................................................ 30 4.2.3. “Brightness/Contrast” ............................................................................... 31 4.2.4. “Find Edges” ............................................................................................ 32 4.2.5. “Binary” .................................................................................................... 33 Cátia Fidalgo 6 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 5. Procedimento Experimental ................................................................................ 34 5.1. Materiais e Métodos ......................................................................................... 34 5.1.1. Microcanais e Fluidos Utilizados ............................................................. 34 5.2. Aquisição de Imagens ...................................................................................... 35 5.3. Image J ............................................................................................................. 36 5.3.1. “Z-Project”................................................................................................ 37 5.3.2. “MTrackJ” ................................................................................................ 38 5.4. 6. Processamento em Excel ................................................................................. 41 Resultados Experimentais ................................................................................... 42 6.1. Análise e processamento de imagem ............................................................... 43 6.2. Resultados da Espessura da Camada de Plasma .............................................. 49 7. Análise e Discussão dos Resultados .................................................................... 56 8. Conclusões e Trabalho Futuro ............................................................................. 61 9. 8.1. Conclusões ....................................................................................................... 61 8.2. Trabalho Futuro ............................................................................................... 62 Referências Bibliográficas ................................................................................... 63 Anexos ............................................................................................................................ 66 Cátia Fidalgo 7 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Índice de Figuras Figura 2.1 Capilar sanguíneo ……………………………………………...………….14 Figura 2.2 Estrutura dos glóbulos vermelhos ……………………………...…………15 Figura 2.3 Técnica de obtenção do hematócrito ……………………………...……....16 Figura 2.4 Representação dos tipos de leucócitos ……………………………...…….17 Figura 2.5 Ilustração do plasma numa amostra sanguínea ………………………...…18 Figura 2.6 Variação da tensão de corte em relação ao gradiente de velocidade ………………………………………………………………………………..………...20 Figura 2.7 Variação da viscosidade com o hematócrito ……………………………...20 Figura 2.8 Efeito da viscosidade do sangue in vitro através de capilares de vidro ......21 Figura 2.9 Escoamento laminar e turbulento num tubo de vidro ……………………..23 Figura 3.1 Modelo do microcanal de vidro …………………………………….……..25 Figura 4.1 Esquematização do procedimento para o comando “Z-Project” ………….29 Figura 4.2 Imagem de um microcanal com 15% Hct ……………………………...…30 Figura4.3 (a) Imagem aplicando a intensidade máxima (15% Hct); (b) Imagem aplicando a intensidade mínima (15% Hct) ……...…………………………………....30 Figura 4.4 Esquematização do “MTrackJ” ……………………….…………...…..….31 Figura 4.5 Esquematização do “Brightness/Contrast” ……………….…….……...….31 Figura 4.6 (a) Imagem original com 24% Hct; (b) Imagem aplicando o “Brightness/Contrast” ………………………………………………………………....32 Figura 4.7 (a) Imagem depois de aplicada a intensidade máxima com 9% Hct; (b) Imagem aplicando o “Find Edges” ……..……………………………………………..32 Figura 4.8 Esquematização do “Binary” ……………………………………………...33 Figura 5.1 Representação da preparação das amostras de sangue …………...……….35 Figura 5.2 Esquematização de todos os elementos usados na aquisição de imagem ...36 Figura 5.3 Procedimento para a análise de imagem: (a) Imagem original; (b) Imagem resultante da intensidade máxima do “Z-Project”; (c) Imagem resultante da aplicação do “Find Edges” e (d) Imagem com a análise do MTrack J. ………………………….38 Figura 5.4 Representação de uma análise por trajectória de um GV (neste caso na PB), com 35% Hct …………...…………………………………………………………...…39 Figura 5.5 Imagem de 15% Hct com os pontos da análise ……...………………...….40 Cátia Fidalgo 8 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 6.1 Imagem melhorada com 35% de hematócrito …………………………….42 Figura 6.2 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”) ...……43 Figura 6.3 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………….43 Figura 6.4 Imagem resultante do método das trajectórias dos GVs (“Tracking”) …....44 Figura 6.5 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………….44 Figura 6.6 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”) ..…….45 Figura 6.7 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………….45 Figura 6.8 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”) ...……46 Figura 6.9 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………….46 Figura 6.10 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………...47 Figura 6.11 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”) .……47 Figura 6.12 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………...48 Figura 6.13 Imagem resultante do método do “Z-Project” …………………………...48 Figura 6.14 Representação gráfica da variação da ECP para 35% hematócrito ……...50 Figura 6.15 Representação gráfica da variação da ECP para 24% hematócrito …...…51 Figura 6.16 Representação gráfica da variação da ECP para 15% hematócrito ...……52 Figura 6.17 Representação gráfica da variação da ECP para 9% hematócrito …...…..53 Figura 6.18 Representação gráfica da variação da ECP para 2% hematócrito .……....54 Figura 7.1 Representação gráfica da variação da ECP para todos os hematócritos para microcanais de vidro ………………………………………………………………......57 Figura 7.2 Representação gráfica da variação da ECP para todos os hematócritos para microcanais de diâmetro 100µm (35%, 24%, 15% e 2%), 92µm (9%) e 75µm para o caso dos microcanais em PDMS……………………………………………………….59 Figura 7.3 Representação gráfica da espessura da camada de plasma em função do diâmetro do microvaso in vivo, adaptado de [31] ………………………………………60 Cátia Fidalgo 9 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Índice de Tabelas Tabela 6.1 Resultados da média da ECP para 35% Hct ……………………………...50 Tabela 6.2 Resultados da média da ECP para 24% Hct ……………………………...51 Tabela 6.3 Resultados da média da ECP para 15% Hct ……………………………...52 Tabela 6.4 Resultados da média da ECP para 9% Hct ……………………………….53 Tabela 6.5 Resultados da média da ECP para 2% Hct ……………………………….54 Tabela 7.1 Resultados da ECP em microcanais de PDMS …………………………...56 Cátia Fidalgo 10 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Nomenclatura GV- Glóbulo vermelho; Hct – Hematócrito; ECP – Espessura da Camada de Plasma; PC – Parede de Cima; PB – Parede de Baixo; PDMS – Polidimetilsiloxano; Dx40 – Dextran 40; EDTA - Etilenodiamino tetra-acético; Cátia Fidalgo 11 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 1. Introdução Diversos estudos têm demonstrado a importância de estudar o escoamento sanguíneo na microcirculação. Isto porque existem inúmeras doenças que afectam tanto os vasos sanguíneos de pequeno calibre como o próprio sangue. Assim, torna-se muito importante melhorar os nossos conhecimentos por forma a encontrar soluções para estes problemas. Para tal, já se efectuaram estudos sobre os efeitos de várias doenças nas propriedades do sangue na microcirculação, que podem afectar a viscosidade do plasma, a concentração de glóbulos vermelhos (GVs), propriedades mecânicas dos eritrócitos, viscosidade da membrana, entre outras. Recentemente, tem havido também interesse por parte da comunidade científica na área da Engenharia Biomédica, na concepção de microdispositivos como ferramentas alternativas de análises clínicas. Assim, torna-se imperativo estudar o comportamento do escoamento sanguíneo em microcanais in vitro, tais como microcanais de vidro em borosilicato e PDMS, de forma a optimizar a concepção e utilização deste tipo de microdispositivos em aplicações biomédicas. O principal objectivo deste projecto consiste na determinação da espessura da camada de plasma (ECP) em microcanais de vidro borosilicato para diferentes hematócritos (Hcts). Os microcanais têm diâmetro de 100µm ±2 excepto o caso de 9% hematócrito em que o microcanal tem apenas 92µm. O escoamento sanguíneo tem vindo a ser estudado em microcanais de vidro ao longo dos anos, devido às semelhanças com o escoamento in vivo, apresentando fenómenos hemodinâmicos como por exemplo o efeito de Fahraeus-Lindqvist. Este efeito está muito relacionado com o diâmetro do microcanal em análise, tendo grande importância quando é realizado um estudo como a determinação da ECP em microcanais de vidro. Através de um sistema de microvisualização, Micro-PTV Confocal, foi possível, numa primeira fase, obter as imagens do escoamento sanguíneo com diferentes hematócritos. Estas imagens foram posteriormente analisadas usando o programa de Cátia Fidalgo 12 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais análise de imagem Image J, com o qual foi possível determinar a ECP, sendo este o principal objectivo deste trabalho. Cátia Fidalgo 13 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 2. O Sangue 2.1. Constituição do Sangue O sangue é uma substância líquida que circula nas artérias e veias do organismo. Pode ser descrito como um fluido opaco, com viscosidade superior à água e heterogéneo sendo constituído por um líquido claro – plasma – e uma série de componentes elementares. Num adulto saudável com cerca de 70Kg de peso, o volume de sangue corresponde a aproximadamente 7% do peso do corpo, a que correspondem cerca de 5 litros, dos quais quase 60% é plasma. Na Figura seguinte (2.1), é possível observar um vaso sanguíneo em corte, onde se podem visualizar vários elementos (glóbulos vermelhos e brancos e plaquetas) suspensos no plasma sanguíneo [10]. Figura 2.1 Capilar sanguíneo. [11] 2.1.1. Glóbulos Vermelhos Os glóbulos vermelhos são unidades morfológicas da parte vermelha do sangue, também são conhecidos por eritrócitos ou hemácias. São cerca de 700 vezes mais numerosos que os leucócitos (glóbulos brancos) e 17 vezes mais que as plaquetas. Em condições normais existem no sangue aproximadamente 4.5 a 6.5x106/mm3, variando Cátia Fidalgo 14 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais do sexo masculino (5.2 milhões de eritrócitos/mm3) para o sexo feminino (4.5 milhões de eritrócitos/mm3). São constituídos basicamente por globulina e hemoglobina, esta última composta por 4 moléculas proteicas de estrutura terciária e 4 grupos heme que contêm ferro. A sua principal função é transportar o oxigénio (maior quantidade) e o dióxido de carbono (menor quantidade) para os tecidos; têm um período de vida de aproximadamente 120 dias [1], [12]. Figura 2.2 Estrutura dos glóbulos vermelhos. [13] Os eritrócitos não se movem activamente, são movidos através da circulação pelas forças responsáveis pela circulação sanguínea. Apresentam a forma de disco bicôncavo, com cerca de 7.5 µm (micrómetros) de diâmetro com as extremidades mais espessas que o centro da célula (Figura 2.2). De modo a tornar mais fácil o seu movimento pelos pequenos vasos sanguíneos, os eritrócitos dobram-se pelo centro. 2.1.1.1. Hematócrito (Htc) O hematócrito é a percentagem ocupada pelos glóbulos vermelhos no volume total de sangue. Antigamente era usado o método do microhematócrito onde a percentagem de eritrócitos era obtida pela centrifugação a 10000 r.p.m. durante 5 minutos do sangue dentro de um tubo capilar. Actualmente é obtido recorrendo a aparelhos automatizados. Esta metodologia automatizada não mede directamente o hematócrito, mede o volume dos eritrócitos ou o tamanho médio dos eritrócitos (VCM) e quantifica o número de eritrócitos no sangue (Figura 2.3), sendo calculado da seguinte forma: Cátia Fidalgo 15 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais ú á 10 Os valores médios diferem segundo o sexo e a idade, podendo variar 36%-52%, sendo nos homens 42%-52% e nas mulheres 36%-48%. Esta é uma medida cada vez mais importante para efeitos clínicos. Caso o valor seja inferior à média significa que existe pouca quantidade de eritrócitos, o que pode levar a hemorragias, anemias e leucemias. Caso o valor seja superior à média existem muitos eritrócitos em relação ao volume de sangue, podendo ocorrer doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) [14]. Figura 2.3 Técnica de obtenção do hematócrito. [15] 2.1.2. Glóbulos Brancos Os glóbulos brancos ou leucócitos são células produzidas na medula óssea, que estão presentes no sangue, linfa, órgãos linfóides e vários tecidos conjuntivos. Têm a função de combater os microrganismos que causam doenças fazendo a sua captura ou usando anticorpos. Existem três tipos de leucócitos: os granulados (50 a 60%), os agranulados ou linfáticos (30 a 40%) e os monócitos (até 7%) (Figura 2.4). Os leucócitos são capazes de realizar a diapdese (migrar para fora dos vasos capilares) e também a fagocitose que é a captura de organismos estranhos por projecção das suas extremidades (pseudópodes). Um adulto normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos/mm3 de sangue e pode produzir aproximadamente 100 milhões de leucócitos por dia. Uma quantidade muito pequena de leucócitos (leucopenia) ou muito grande de leucócitos (leucocitose) Cátia Fidalgo 16 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais indica um distúrbio. No caso da leucopenia, o indivíduo fica susceptível a infecções, no caso da leucocitose pode ser uma resposta a infecções ou a substâncias estranhas [16]. Figura 2.4 Representação dos tipos de leucócitos. [17] 2.1.3. Plaquetas sanguíneas A plaqueta sanguínea ou trombócito é um fragmento de célula presente no sangue que é formado na medula óssea. A sua principal função é a formação de coágulos, tendo um papel muito importante na coagulação sanguínea. As plaquetas estão em circulação no sangue durante cerca de 5 dias sendo depois destruídas no baço. Um indivíduo normal tem entre 150.000 e 400.000 plaquetas/mm3 de sangue. A sua diminuição (trombocitopenia) ou disfunção pode levar a sangramentos e o seu aumento (trombocitose) eleva o risco de trombose [18]. 2.1.4. Plasma Sanguíneo Todos os fluidos fora do compartimento celular constituem o fluído extracelular, do qual 14 ou cerca de 3 litros (considerando um adulto com cerca de 70Kg) está no interior de vasos sanguíneos constituindo o plasma, a porção líquida ou não celular do sangue. O plasma é um líquido (92% água) amarelado e claro no qual as células sanguíneas estão suspensas; é o maior componente único do sangue, correspondendo a Cátia Fidalgo 17 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 55% do volume total do sangue, como se pode observar na Figura 2.5. Contém inúmeras substâncias em solução ou suspensão, substâncias de pequeno e elevado peso molecular, correspondendo a 10% do volume de plasma. Destas substâncias, as proteínas plasmáticas correspondem a 7%, os sais inorgânicos são cerca de 0,9% e o restante são compostos orgânicos diversos: aminoácidos, glicose, vitaminas, mediadores químicos, entre outros. A concentração total de proteína plasmática é aproximadamente 7.0-7.5g/dl incluindo não só proteínas simples mas também conjugadas: lipoproteínas e glicoproteínas. É possível separar as proteínas plasmáticas em três grupos: as albuminas, as globulinas e o fibrinogénio (proteínas da coagulação) [10]. Figura 2.5 Ilustração do plasma numa amostra sanguínea. [20] A principal função do plasma é transportar as proteínas e as substâncias dissolvidas, como nutrientes, medicamentos, produtos tóxicos (por exemplo o dióxido de carbono que as células eliminam) e também transporta para todo o corpo os medicamentos ingeridos. O plasma permite uma troca livre dos seus componentes com o líquido intersticial, através dos poros existentes na membrana capilar. As proteínas plasmáticas em condições normais, não atravessam a membrana devido às suas grandes dimensões, permanecendo assim no plasma. O mesmo não acontece com a água e outras substâncias dissolvidas, que atravessam a membrana facilmente. A saída de água do plasma através dos capilares é controlada pela pressão coleidosmótica e pelo estado da permeabilidade das membranas, ou seja, as proteínas extraem água dos tecidos para os capilares mas dificultam a sua saída dos capilares para Cátia Fidalgo 18 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais os tecidos. O principal responsável pela manutenção da pressão coleidosmótica no plasma é a albumina. Um método simples de separar as células do sangue do plasma é através de centrifugação, sendo mais específico a plasmaferese que separa o plasma das hemácias. Se ao plasma sanguíneo forem retirados os factores de coagulação naturalmente (como a fibrina), este fica com o nome de soro sanguíneo. Este soro é obtido através da coagulação do sangue total pois os factores de coagulação foram consumidos pela coagulação das hemácias. O plasma não é um meio de armazenamento e transporte para os factores de coagulação, as proteínas envolventes são necessárias para manter a pressão oncótica do sangue [19]. 2.2. Comportamento dos Fluidos Os fluidos podem ter dois comportamentos distintos: pode ser newtoniano ou nãonewtoniano, como pode ser observado na Figura 2.6. Um fluido newtoniano é um fluido em que a tensão de corte aumenta proporcionalmente com a taxa de deformação. Apresentam a mesma viscosidade em qualquer velocidade do escoamento. Como exemplos temos a água, gases, plasma e líquidos com uma forma química simples, em condições normais. Um fluido não-newtoniano é aquele em que a viscosidade varia de acordo com o grau de deformação aplicado, e sendo assim, não tem viscosidade bem definida. Alguns exemplos são suspensões coloidais, emulsões e géis, o sangue é também um exemplo de um fluido não-newtoniano, pois não apresenta um comportamento linear [28],[29]. Cátia Fidalgo 19 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 2.6 Variação da tensão de corte em relação ao gradiente de velocidade. [29] 2.3. Viscosidade Sanguínea A viscosidade do sangue depende directamente da quantidade de sangue composta por hematócrito. Quanto maior maior o hematócrito, maior é o atrito entre as camadas de sangue, então a viscosidade aumenta significativamente com o aumento do hematócrito. É possível observar esta relação no gráfico seguinte (Figura 2.7). Figura 2.7 Variação da viscosidade com o hematócrito. [22] Cátia Fidalgo 20 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Como a resistência no sistema circulatório é maior nos vasos de pequeno calibre (capilares), é importante estudar o comportamento da viscosidade nestes vasos. Além do hematócrito e das proteínas plasmáticas, existem outros factores que afectam a viscosidade sanguínea. Um dos factores é o comportamento da viscosidade nos pequenos vasos em relação aos grandes vasos; nos pequenos vasos, a viscosidade tem muito menos efeitos. Este efeito denomina-se efeito de Fahraeus-Lindqvist, que começa a notar-se quando o diâmetro do vaso é menor que 1.5mm, aproximadamente. Nos capilares, este efeito é muito acentuado, pois, teoricamente, a viscosidade nos pequenos vasos deveria ser metade da observada nos grandes vasos, o que não se verifica, como se pode observar na Figura 2.8. Figura 2.8 Efeito da viscosidade do sangue in vitro através de capilares de vidro. [23] O efeito Fahraeus-Lindqvist pode ser causado pelo alinhamento das hemácias quando atravessam os vasos. As hemácias alinham-se no centro do vaso e o plasma junto às paredes dos vasos, eliminando-se assim a resistência viscosa característica do sangue. Por outro lado, este efeito é compensado pela velocidade do fluxo e pelo acoplamento de células. A viscosidade sanguínea aumenta significativamente quando há uma queda na velocidade do fluxo. Assim, como a velocidade do fluxo nos pequenos vasos é muito baixa, por vezes menor que 1mm/s., a viscosidade pode aumentar até 10 Cátia Fidalgo 21 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais vezes mais por este motivo. Este efeito pode ser causado pela aderência das hemácias entre si e às paredes dos vasos [22],[23]. 2.4. Escoamento Sanguíneo O escoamento sanguíneo varia bastante nos diferentes tecidos. Alguns tecidos necessitam de um escoamento bastante maior do que outros. Os tecidos esqueléticos apresentam grandes variações no escoamento sanguíneo em diferentes situações. Durante o repouso, o escoamento é relativamente pequeno, mas aumenta significativamente durante o trabalho, quando existe um acréscimo não só do consumo de oxigénio e nutrientes como também da produção de dióxido de carbono. Através de uma vasoconstrição ou de uma vasodilatação, a cada momento, o escoamento sanguíneo pode aumentar ou diminuir, devido a uma maior ou menor resistência proporcionada ao mesmo [1]. O escoamento do sangue nos vasos sanguíneos tem de obedecer aos princípios físicos do escoamento no interior de condutas, ou seja, da conservação da massa, energia e quantidade de movimento. As forças que provocam o movimento (circulação do sangue) são as forças da gravidade e as forças devidas aos gradientes de pressão. A pressão nos vasos sanguíneos varia de ponto para ponto. É essa variação da pressão com a distância que provoca o movimento do sangue. As forças que, pelo contrário, se opõem à circulação do sangue são as forças de corte (tangencial) e as devidas à turbulência do escoamento [24]. Existem dois tipos principais de escoamento: o escoamento turbulento e o escoamento laminar, como se pode verificar na Figura 2.9 Cátia Fidalgo 22 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 2.9 Escoamento laminar e turbulento num tubo de vidro. [25] O escoamento laminar é aquele no qual o fluido se move em camadas, ou lâminas, uma camada deslizando sobre a adjacente e havendo apenas troca de quantidade de movimento molecular. A viscosidade tende a moderar o aparecimento de instabilidade ou turbulência. Para o escoamento laminar o número de Reynolds tem um valor inferior a 2300 em condutas rectilíneas circulares. No escoamento turbulento, as partículas apresentam um movimento irregular por isso a velocidade apresenta componentes transversais ao movimento geral do conjunto do fluido. Tem algumas características especiais, tais como elevado número de Reynolds (superior a 2300), flutuações tridimensionais e dissipação de energia. [25] Pode-se analisar se um escoamento é laminar ou turbulento através da sua posição relativa numa escala de turbulência em que se indica o número de Reynolds (Re). O número de Reynolds é a relação entre as forças de inércia e forças viscosas µ : ∑ ∑ ; também pode ser calculado para condutas circulares de diâmetro D: µ ρ ! µ ! [24], [25] " . A resistência ao escoamento no interior de um tubo é significativamente inferior no caso de escoamentos laminares quando comparados com os turbulentos. O escoamento do sangue é em muitos locais turbulento, sendo laminar nos vasos sanguíneos pequenos, o que dificulta o estudo do seu escoamento, uma vez que escoamentos laminares são mais fáceis de entender e a sua teoria está bem desenvolvida, ou contrário dos turbulentos que são mais difíceis de estudar, sem suporte teórico suficiente. O sangue nos microcanais em estudo, comporta-se como um escoamento laminar, apresentam um valor de Re de aproximadamente 0.005. Cátia Fidalgo 23 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais A resistência ao escoamento pode depender de factores como o comprimento do vaso, o diâmetro do vaso e a viscosidade do sangue [1]. 2.5. Velocidade do Sangue A velocidade do sangue nos vasos depende do diâmetro do vaso e da sua proximidade ao ventrículo esquerdo. Quanto mais próximo do ventrículo, maior será a velocidade do sangue. Por outro lado, quando o sangue flui numa velocidade contínua, através de um vaso liso e longo, a velocidade de escoamento no centro do vaso é maior do que próximo às paredes [26],{27]. Um exemplo para o cálculo da velocidade no sangue no sistema circulatório seria: a área de secção de recta da artéria aorta é de aproximadamente 2,5 cm2. Já a área de secção de recta de todos os capilares existentes no nosso corpo (somados) seria de, aproximadamente, 1000 vezes maior do que a da aorta (2,5 cm2 x 1.000 = 2500 cm2 = 25 m2). A velocidade do sangue na artéria aorta é de, aproximadamente, 30 cm/segundo. Sendo assim, a velocidade do sangue num capilar seria de, aproximadamente, 1.000 vezes menor, ou seja, 30 cm/seg / 1.000 = 0,3 mm/seg. [27]. Cátia Fidalgo 24 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 3. Microcanais e Fluidos Fisiológicos 3.1. Capilares de Vidro Borosilicato O vidro borosilicato é um tipo de vidro resistente ao calor e aos químicos, sendo fabricado pela adição de boro aos componentes tradicionais do vidro. O seu baixo coeficiente de dilatação permite que instrumentos de vidro possam manter a precisão das suas medidas mesmo quando sujeito ao calor. Este tipo de vidro é resistente ao calor, o que o torna útil em material de laboratório em que tenha que suportar temperaturas elevadas. Além de laboratórios, também pode ser usado em indústrias químicas, equipamento de cozinha, iluminação, telescópios e armazenamento de resíduos nucleares. Os capilares de vidro borosilicato usados neste projecto têm 100µm ±2 com a excepção de um deles que tinha apenas 92µm, usado para o estudo do hematócrito 9%, este diâmetro diferente talvez seja erro da empresa. Estes capilares foram fabricados pela Vitrocom (Mountain Lakes, NJ, EUA), que foram montados sobre uma lâmina de vidro imersa em glicerina que tem o mesmo índice de refracção, como pode ser observado na Figura 3.1 [3]. O fluxo laminar através de tais microcanais gera um fluxo meramente axial, que é semelhante ao comportamento do fluxo através dos capilares [21]. Figura 3.1 Modelo do microcanal de vidro. [21] Cátia Fidalgo 25 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 3.2. Dextran 40 (Dx40) O Dextran 40 é um polissacarídeo modificado, solúvel em água, composto por resíduos de D-glucose e apresenta ligações glicosídicas. É muito usado medicinalmente como um antitrombótico (anti-plaquetário), reduzindo a viscosidade do sangue e tem vindo a ter bastantes aplicações na área farmacêutica e biomédica. O dextran aumenta a electronegatividade das hemácias, plaquetas e do endotélio vascularizado, reduzindo assim a agregação das plaquetas e dos eritrócitos. As grandes vantagens da utilização deste composto são que é biodegradável em humanos, não é tóxico e não provoca reacções no organismo. Por outro lado, existem poucos efeitos colaterais mas que podem ser graves [1],[2]. 3.3. Etilenodiamino tetra-acético (EDTA) O ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) é um composto orgânico que actua como agente quelante, e forma complexos muito estáveis com vários iões metálicos. Os iões podem ser o magnésio, cálcio (para valores de pH superiores a 7), o manganês, ferro (II e III), zinco, cobalto e cobre (II), chumbo e níquel (para valores de pH inferiores a 7). O EDTA é um ácido que actua como um ligante hexadentado. Como apresenta afinidade com o cálcio este ácido é usado como anticoagulante, sendo também utilizado como descolorante para cabelos, fabricação de pão e outros derivados da indústria alimentar [6]. Cátia Fidalgo 26 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 3.4. Soro Fisiológico O soro fisiológico é uma solução de água destilada e cloreto de sódio (NaCl) sendo isotónica em relação aos líquidos corporais. Contém 0,9% (em massa) de NaCl em água destilada, ou seja, cada 100mL da solução aquosa contém 0,9 gramas de sal. A presença do sal faz com que a solução apresente, normalmente, um pH=7. Devido às suas características, é muito usado em variadas situações. Em medicina, pode ser usado em pessoas que apresentam sintomas diversos como gripes, respostas alérgicas, limpeza de ferimentos (cortes e queimaduras) e desidratação (meio intravenoso). Em laboratórios é utilizado como meio de soluções para observação ao microscópio. Pode ainda ser usado para a limpeza de lentes de contacto [7],[8]. Neste projecto o soro fisiológico foi utilizado para lavagem de células sanguíneas durante a centrifugação. Cátia Fidalgo 27 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 4. Software para o Estudo da Camada de Plasma 4.1. Phantom O progama Phantom faz parte de uma classe de alta velocidade de câmaras digitais que começou no início de 1990. O projecto original (patenteado pela Vision Research), inclui num mesmo programa um sistema completo que inclui um sensor CMOS, um processador e um sistema operacional interno com memória suficiente para armazenar a enorme quantidade de informação capturada pelo sensor, um sistema de interface poderosa que permite downloads e streaming de dados, sinalização de vídeo e controlo do software da câmara, além da possibilidade de várias redes câmaras sincronizadas. [5] Com este programa foi possível obter e converter os vídeos numa sequência de imagens para posterior análise. 4.2. Image J O Image J é um programa de processamento de imagem desenvolvido no National Institutes of Health. Image J permite exibir, editar, analisar, processar, guardar e imprimir de imagens de 8 bits, 16 bits e 32 bits. Este programa possibilita a leitura de variados formatos de imagem, tais como: TIFF, PNG, JPEG, BMP, DICOM, FITS e também formatos RAW. Suporta imagens em série, que são partilhadas numa única janela. Permite ainda o cálculo de ângulos e distâncias, assim como a realização de histogramas de densidade. Suporta funções de processamento de imagem padrão, tais como operações aritméticas e lógicas entre imagens, manipulação de contraste, convolução, análise de Fourier, nitidez, suavização, detecção de bordas e filtragem mediana. Faz Cátia Fidalgo 28 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais transformações geométricas como escala, rotação e saltos. O programa suporta qualquer número de imagens simultaneamente, limitado apenas pela memória disponível. [4] 4.2.1. “Z-Project” O “Z-Project” é um dos subprogramas usados para efectuar a análise da camada de plasma. É obtido através dos comandos “Image” – “Stacks” – “Z-Project” (Figura 4.1). Figura 4.1 Esquematização do procedimento para o comando “Z-Project”. O “Z-Project” projecta a imagem ao longo de um eixo perpendicular ao plano da imagem (eixo do z). Existem 5 tipos de projecções: a intensidade média, intensidade máxima, intensidade mínima, soma e desvio-padrão. A intensidade média (Average Intensity) caracteriza-se por armazenar a média da intensidade de todos os pixels de uma imagem. A intensidade máxima (Max Intensity), permite projectar uma imagem de saída, cujos valores de máxima intensidade dos pixels são demonstrados. A intensidade mínima (Min Intensity) dá-nos o valor máximo possível do padrão de intensidade dos brilhos da fonte. A soma (Sum slices), cria uma imagem real, resultante da soma de todos os pixels de imagem original. O desvio padrão (Standard Deviation) representa a raiz quadrada da variância e informa sobre a maior ou menor homogeneidade, ou heterogeneidade, de uma imagem digital. Cátia Fidalgo 29 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Deste subprograma foram usadas apenas dois tipos de projecções (intensidade mínima e máxima) como se pode visualizar nas Figuras seguintes (4.2 e 4.3): Figura 4.2 Imagem de um microcanal com 15% Hct. (a) (b) Figura4.3 (a) Imagem aplicando a intensidade máxima (15% Hct); (b) Imagem aplicando a intensidade mínima (15% Hct). 4.2.2. “MTrackJ” O “MTrackJ” permite seguir os GV e determinar a espessura da camada de plasma (ECP), efectuando a marcação manual, para posterior análise. Pode ser usado para seguir a trajectória de um GV através de um filme, resultando uma sequência de valores, ou mesmo ser utilizado numa imagem para marcar a zona da ECP. Na Figura 4.4 pode-se ver a esquematização do “MTrackJ”. Cátia Fidalgo 30 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 4.4 Esquematização do “MTrackJ”. 4.2.3. “Brightness/Contrast” Este comando é obtido no ImageJ através dos comandos “Image” – “Adjust” “Brightness/Contrast”, como é possível observar na Figura 4.5: Figura 4.5 Esquematização do “Brightness/Contrast”. Cátia Fidalgo 31 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Este comando permite fazer uma pré-análise das imagens obtidas, ou seja, ajustar o contraste (contrast), a luminosidade (brightness), o mínimo (minimum) e o máximo (maximum). Assim, torna-se mais fácil analisar as imagens pois melhora significativamente a visualização da ECP, como se pode verificar na Figura 4.6. (a) (b) Figura 4.6 (a) Imagem original com 24% Hct; (b) Imagem aplicando o “Brightness/Contrast”. 4.2.4. “Find Edges” Este comando também foi muito útil para determinar a camada de plasma. É obtido no Image J através os comandos “Process” – “Find Edges”. Permite encontrar os limites que temos na imagem a analisar, como se pode verificar na Figura 4.7, muitas vezes é efectuado um pré-processamento da mesma imagem. (a) (b) Figura 4.7 (a) Imagem depois de aplicada a intensidade máxima com 9% Hct; (b) Imagem após a aplicação do “Find Edges”. Cátia Fidalgo 32 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 4.2.5. “Binary” Este é outro comando do ImageJ, que permite fazer o binário de uma imagem, ficando apenas a preto e branco. Em algumas análises melhora os resultados, devido ao contraste da imagem. É obtido através dos comandos “Process” – “Binary” – “Make Binary” (Figura 4.8). Figura 4.8 Esquematização do “Binary”. Incluído neste subprograma está também o comando “Erode”, com o qual se pode fazer, como indica o próprio nome, uma erosão da imagem obtida. Os resultados obtidos podem ser melhores ou não, dependendo da imagem que estamos a analisar e do processamento efectuado. Cátia Fidalgo 33 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 5. Procedimento Experimental 5.1. Materiais e Métodos 5.1.1. Microcanais e Fluidos Utilizados O fluido utilizado - o sangue - foi obtido a partir de um adulto saudável, sendo adicionado ácido atilenodiamino tetra-acético (EDTA) para impedir a coagulação. Os eritrócitos foram separados por centrifugação e de seguida foi feita uma aspiração dos restantes componentes sanguíneos, sendo lavados duas vezes com soro fisiológico. Posteriormente, os eritrócitos foram marcados com um marcador de fluorescência celular (CM-Dill, c-7000, Molecular Probles) e diluídos com Dextran40 (Dx40) para obter a concentração volúmica necessária aos eritrócitos. Todas as amostras de sangue foram armazenadas hermeticamente a 4ºC até serem realizados as experiências a uma temperatura controlada de 37ºC. Assim foram obtidos cinco fluidos contendo Dx40: um fluido com 35% de hematócrito (35% Hct), 24% Hct, 15% Hct, 9% Hct e 2% Hct (Figura 5.1). Os microcanais usados neste projecto são microcanais de vidro borosilicato, com um diâmetro de 100µm ±2, com excepção de um que tem um diâmetro de 92µm para o caso do hematócrito 9%. Cátia Fidalgo 34 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 5.1 Representação da preparação das amostras de sangue [23]. 5.2. Aquisição de Imagens Numa primeira parte experimental, (Figura 5.2) foi usado um sistema denominado “Micro-PTV Confocal”, que é constituído por um microscópio invertido (IX71, Olympus, Japão) combinado com uma unidade confocal (CSU22, Yokogawa) e um laser DPSS (Laser Quantum Ltd) com um comprimento de onda de 532nm. Para a aquisição de imagens, foi utilizada uma câmara de alta velocidade (Phantom v7.1) que está ligada à unidade confocal CSU22. O microcanal obtido anteriormente foi colocado no microscópio invertido onde o caudal do fluido foi mantido constante com o valor de Re de aproximadamente 0.005 usando uma bomba de seringa (KD Scientific Inc, USA). Para verificar a temperatura foi usado um sistema controlador de temperatura (Tokai Hit) sendo colocado a 37ºC. Assim, já é possível fazer a obtenção de imagens. Todas as imagens adquiridas por este sistema confocal foram captadas no centro dos microcanais com uma resolução de 640x480 pixels, usando uma taxa de 100 imagens/segundo e um tempo de exposição de 9.4ms. Por fim, estas imagens são transferidas para o computador e no programa Phantom vão ser convertidas de vídeos para uma sequência de imagens. Esta sequência obtida pode ser então processada no Image J (NIH) Cátia Fidalgo [31] , utilizando também os outros 35 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais subprogramas, entre eles o “MTrackJ” [32] . É possível agora determinar a espessura da camada do plasma no microcanal em análise. Figura 5.2 Esquematização de todos os elementos usados na aquisição de imagem.[21] 5.3. Image J Para as imagens poderem ser analisadas neste programa, primeiro têm que ser importadas, usando os comandos File – Import – Image Sequence, seleccionando a primeira imagem da sequência e num aviso seleccionar a opção para “8-bit Grayscale”. Assim as imagens estão prontas a serem analisadas. Numa primeira parte é efectuado um pré-processamento das imagens usando o comando “Brightness/Contrast”, para tornar mais fácil a sua análise. Cátia Fidalgo 36 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 5.3.1. “Z-Project” Neste subprograma, foram usados os parâmetros de intensidade máxima e mínima que projectam a imagem num eixo perpendicular ao plano de imagem (eixo “z”) com o propósito de obter uma distribuição estatística das células ao longo do microcanal. Em função do hematócrito e da qualidade das imagens, foram usados os dois parâmetros, sendo de seguida feito outro ajuste de brilho e contraste. Com o método do “Find Edges”, foram obtidos os contornos da imagem que possibilitam uma melhor análise da espessura da camada de plasma. Uma outra forma de efectuar a análise depois de aplicar a intensidade máxima ou mínima é pelo método “Erode”, que elimina grande parte do ruído existente na imagem. De seguida, em cada imagem obtida, quer do “Find Edges” quer do “Erode”, foi medida manualmente a espessura da camada de plasma (ECP) usando o plugin “MTrackJ”. As medições efectuadas foram obtidas por localização visual do limite da camada de plasma, tendo um ponto de referência na parede do microcanal para se poder obter valores de forma a determinar a ECP. Este procedimento pode ser observado na Figura 5.3. Cátia Fidalgo 37 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais (a) (b) (c) (d) Figura 5.3 Procedimento para a análise de imagem: (a) Imagem original; (b) Imagem resultante da intensidade máxima do “Z-Project”; (c) Imagem resultante da aplicação do “Find Edges” e (d) Imagem com a análise do MTrack J. 5.3.2. “MTrackJ” Esta ferramenta foi das mais usadas neste projecto. Numa primeira parte, antes de analisar qualquer imagem, é muito importante fazer a calibração da mesma. Para tal, coloca-se uma linha desde a parede de cima (PC) até à parede de baixo (PB) do microcanal e usando o Set Scale é possível inserir o valor de referência (100 ±2µm) e a unidade de medida a usar, que neste caso é pixels/µm. Considerou-se que 1 pixel ≅ 0.56 µm. Cátia Fidalgo 38 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 5.3.2.1. O método das trajectórias dos GVs (“Tracking”) O “MTrackJ” permite obter a trajectória dos glóbulos vermelhos (GVs) “labeled” (células marcadas com corante fluorescente - corados) através de uma sequência de imagens quando estes estão envolvidos na vizinhança da camada de plasma, sendo possível adquirir valores viáveis da ECP. Assim, neste caso, é usado o comando “Add tracks” para colocar um primeiro ponto de referência na PC e sendo os seguintes pontos colocados de forma a seguir a trajectória do GV ao longo do microcanal. Este processo é igualmente repetido para a PB. Com os valores resultantes, é feita uma média dos valores que permite determinar a ECP. Como nas imagens obtidas nem sempre se tem uma boa visualização dos GVs envolvidos na camada de plasma, este processo não foi realizado para todas elas, sendo apenas efectuado para aquelas que se tem uma boa iluminação dos GVs, como se pode verificar na Figura 5.4. Figura 5.4 Representação de uma análise por trajectória de um GV (neste caso na PB), com 35% Hct. Cátia Fidalgo 39 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 5.3.2.2. O método “Z-Project” Nas imagens pré-processadas do “Z-Project”, foi efectuada da mesma forma a calibração. De seguida, com o comando “Add tracks” é colocado o primeiro ponto (ponto de referência) na PC do microcanal. Neste caso, vão ser distribuídos 25 pontos, pois este é o valor que é estatisticamente correcto para uma avaliação deste tipo. Sendo assim, o 1º ponto é o ponto de referência da PC, e são colocados ao longo da PC 14 pontos; na PB o 16º ponto é o ponto de referência e os restantes são distribuídos na PB, como se pode visualizar na Figura 5.5. Figura 5.5 Imagem de 15% Hct com os pontos da análise. Os valores dos pontos são obtidos recorrendo ao Measure Tracks, que depois de guardados em formato ‘.txt’, podem transferidos para o Excel de modo a proceder à sua análise. Para guardar a imagem final com os pontos respectivos foi usado o comando Make movie, que permite guardar a imagem em formato TIFF, GIF, JPEG, entre outros; este último procedimento foi igualmente efectuado para o caso da trajectória dos GVs. Cátia Fidalgo 40 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 5.4. Processamento em Excel Com os valores obtidos do “MTrackJ” já transferidos para o Excel, foi possível obter os valores médios da ECP para posterior comparação. Numa primeira fase é feita a diferença entre o valor de referência e todos os outros valores quer da PC, quer da PB; de seguida é realizado o cálculo da média e do desviopadrão. Este procedimento foi efectuado para todos os resultados obtidos de cada imagem analisada. De modo a poder fazer uma comparação de todos os dados de cada hematócrito, foram colocados os valores da média e desvio padrão de cada análise numa nova folha de Excel e foram feitos gráficos. Assim, é mais simples fazer um melhor estudo de resultados. Cátia Fidalgo 41 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 6. Resultados Experimentais Após a aquisição das imagens com diferentes hematócritos, verificou-se verificou que estas não tinham boa qualidade pois não era possível visualizar com clareza os limites das paredes do microcanal, os GVs e a espessura da camada de plasma. Assim, As como se pode verificar na Figura igura 6.1, após após o melhoramento da imagem, já é possível fazer uma melhor análise. Parede de Cima Parede de Baixo Espessura da Camada de Plasma Glóbulo Vermelho Figura 6.1 Imagem melhorada com 35% de hematócrito. Este procedimento foi efectuado em todas as imagens independentemente do método a usar (oo método “Tracking” ou o método “Z-Project”). ). Para as todas as imagens dos vários hematócritos (35%, 24%, 15%, 9% e 2%), foram realizados os dois métodos ou apenas um deles dependendo da imagem. Depois da aplicação de cada um dos métodos, pode-se pode se observar a análise realizada nas Figuras resultantes: Figura 6.2 até à Figura 6.13, depois da utilização do “Add tracks” do “MTrackJ”. Cátia Fidalgo 42 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 6.1. Análise e processamento de imagem • 35% hematócrito: Na Figura abaixo (6.2) encontra-se um exemplo dos resultados obtidos pela análise do seguimento manual por intermédio do “MTrackJ”. Figura 6.2 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”). Figura 6.3 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.3 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade máxima seguido de um “binary” e um “erode”. Cátia Fidalgo 43 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 24% hematócrito: Na Figura abaixo (6.4) encontra-se um exemplo dos resultados obtidos pela análise do seguimento manual por intermédio do “MTrackJ”. Figura 6.4 Imagem resultante do método das trajectórias dos GVs (“Tracking”). Figura 6.5 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.5 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade máxima seguido de um binário. Cátia Fidalgo 44 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 15% hematócrito: Na Figura abaixo (6.6) encontra-se um exemplo dos resultados obtidos pela análise do seguimento manual por intermédio do “MTrackJ”. Figura 6.6 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”). Figura 6.7 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.7 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade máxima seguido de um “binary”. Cátia Fidalgo 45 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 9% hematócrito: Na Figura abaixo (6.8) encontra-se um exemplo dos resultados obtidos pela análise do seguimento manual por intermédio do “MTrackJ”. Figura 6.8 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”). Figura 6.9 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.9 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade máxima seguido de um “find edges”. Cátia Fidalgo 46 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 6.10 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.10 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade mínima seguido de um “find edges”. • 2% hematócrito: Na Figura abaixo (6.11) encontra-se um exemplo dos resultados obtidos pela análise do seguimento manual por intermédio do “MTrackJ”. Figura 6.11 Imagem resultante do método da trajectória dos GVs (“Tracking”). Cátia Fidalgo 47 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 6.12 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.12 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade máxima seguido de um “find edges”. Figura 6.13 Imagem resultante do método do “Z-Project”. Na Figura 6.13 foi realizado um pré-processamento com a utilização da intensidade mínima seguido de um “find edges”. Cátia Fidalgo 48 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 6.2. Resultados da Espessura da Camada de Plasma De todas as análises efectuadas, apenas foram apresentados anteriormente um exemplo de cada, ou seja, uma imagem com o método das trajectórias do GV (“Tracking”) e outra resultante do método “Z-Project”, que pode ser de intensidade máxima ou mínima. Em anexos encontram-se os valores retirados do “MTrackJ” para todos os hematócritos de ambos os métodos (um exemplo de cada método), com os quais foi possível retirar os resultados seguintes. Como foram obtidos muitos valores com cada análise, foi feito o cálculo das médias de cada método para facilitar o estudo. Assim, de seguida são apresentados em tabelas e gráficos os resultados obtidos. Para uma melhor compreensão das tabelas e gráficos, é de referir que a intensidade máxima e mínima das tabelas corresponde ao máximo e mínimo nos gráficos e que o “Tracking” mencionado refere-se ao método da trajectória dos GVs. Nas tabelas encontram-se os valores da análise efectuada quer para a parede de cima (PC) quer para a parede de baixo (PB) do microcanal e as respectivas médias, com ambos os métodos. Nos gráficos, estão representados os valores da média da espessura da camada de plasma (ECP) de cada hematócrito, retirados das tabelas. Cátia Fidalgo 49 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 35% hematócrito: Assim, para o hematócrito 35%, são apresentados na tabela 6.1 os valores e na Figura 6.14 o respectivo gráfico. Tabela 6.1 Resultados da média da ECP para 35% Hct. 35% Hematócrito (µ µm) Intensidade Máxima PC “Tracking” Média Total 7,0714 --------- 7,0714 PB 6,4552 9,5192 7,9872 Média ECP 6,7633 9,5192 8,1412 “Z-Project” Espessura da Camada de Plasma (µ µm) 35% Hct 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Média Máximos Média Tracking Média Total Figura 6.14 Representação gráfica da variação da ECP para 35% hematócrito. Cátia Fidalgo 50 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 24% hematócrito: Para 24% hematócrito, os valores encontram-se na tabela 6.2 e estão representados no gráfico da Figura 6.15. Tabela 6.2 Resultados da média da ECP para 24% Hct. Intensidade Intensidade Máxima Mínima “Z-Project” “Z-Project” PC 5,5931 PB Média ECP 24% Hematócrito (µ µm) “Tracking” Média Total 12,9061 12,2468 10,2486 5,2381 11,1271 11,3132 9,2262 5,4156 12,0166 11,7799 9,7374 Espessura da Camada de Plasma (µ µm) 24% Hct 14 12 10 8 6 4 2 0 Média Máximo Média Mínimo Média Tracking Média Total Figura 6.15 Representação gráfica da variação da ECP para 24% hematócrito. Cátia Fidalgo 51 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 15% hematócrito: No caso de 15% hematócrito, na tabela 6.3 estão os valores que estão apresentados no gráfico da Figura 6.16. Tabela 6.3 Resultados da média da ECP para 15% Hct. Intensidade Intensidade Máxima Mínima “Z-Project” “Z-Project” PC 8,2723 PB Média ECP 15% Hematócrito (µ µm) “Tracking” Média Total 19,0988 19,2622 15,5444 8,9379 14,3242 14,2 12,4873 8,6051 16,7115 16,7311 14,0159 Espessura da Camada de Plasma (µ µm) 15% Hct 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Média Máximo Media Mínimo Média Tracking Média total Figura 6.16 Representação gráfica da variação da ECP para 15% hematócrito. Cátia Fidalgo 52 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 9% hematócrito: Em 9% hematócrito, o gráfico da Figura 6.17 foi obtido com os valores da tabela 6.4. Tabela 6.4 Resultados da média da ECP para 9% Hct. Intensidade Intensidade Máxima Mínima “Z-Project” “Z-Project” PC 10,0821 PB Média ECP 9% Hematócrito (µ µm) “Tracking” Média Total 14,4449 -------- 12,2635 10,5944 12,5025 20,95 14,6823 10,3382 13,4737 20,95 14,9206 Espessura da Camada de Plasma (µ µm) 9% Hct 25 20 15 10 5 0 Média Máximo Média Mínimo Média Tracking Média Total Figura 6.17 Representação gráfica da variação da ECP para 9% hematócrito. Cátia Fidalgo 53 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 2% hematócrito: Por fim, para 2% hematócrito, os valores da tabela 6.5 estão representados no gráfico da Figura 6.18 Tabela 6.5 Resultados da média da ECP para 2% Hct. Intensidade Intensidade Máxima Mínima “Z-Project” “Z-Project” PC 14,5526 PB Média ECP 2% Hematócrito (µ µm) “Tracking” Média Total 13,0462 -------- 13,7994 13,0382 12,2426 26,45 17,2436 13,7954 12,6444 26,45 17,6299 Espessura da Camada de Plasma (µ µm) 2% Hct 30 25 20 15 10 5 0 Média Máximo Média Mínimo Média Tracking Média Total Figura 6.18 Representação gráfica da variação da ECP para 2% hematócrito. Cátia Fidalgo 54 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Nos casos em que o método “Tracking” não apresenta valores para a PC ou PB é devido a não haver GVs excitados pelo laser com os quais é possível realizar o “tracking”; considera-se que o comportamento é semelhante na PC e PB. Cátia Fidalgo 55 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 7. Análise e Discussão dos Resultados Após a análise das imagens, verifica-se que a concentração dos GVs vai sendo maior no centro do microcanal do que junto às paredes, o que influencia a viscosidade sanguínea. Assim, a viscosidade é maior no centro do canal e vai diminuindo com a aproximação da parede. Assim, é importante ter a viscosidade me consideração quando é feita a análise dos resultados. Num trabalho realizado anteriormente em microcanais em PDMS [1] , foi efectuado um estudo semelhante ao realizado no presente trabalho. Apesar de os diâmetros serem diferentes foi decidido compará-los qualitativamente (tabela 7.1) Tabela 7.1 Resultados da ECP em microcanais de PDMS.[1] Microcanais 37% 23% 13% 3% de PDMS Hematócrito Hematócrito Hematócrito Hematócrito Média (µ µm) 7,561 9,283 11,190 22,80 Para se poder comparar os resultados obtidos com microcanais de vidro borosilicato com os resultados de microcanais de PDMS (tabela 7.1), foram realizados alguns ajustes, pois a análise foi efectuada para diferentes hematócritos. Assim, vão ser considerados o Hct 37% como Hct 35%, Hct 23% como Hct 24%, Hct 13% como Hct 15% e Hct 3% como Hct 2%. Estes acertos podem ser considerados válidos pois as percentagens de hematócrito são muito próximas. De seguida vai ser feita a análise do gráfico da Figura 7.1, no qual estão representados todos os resultados obtidos para cada hematócrito. Cátia Fidalgo 56 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Espessura da Camada de Plasma (µ µm) 30 25 20 Z-Project Project (Máximo) 15 Z-Project Project (Mínimo) Tracking 10 5 0 35% Hct 24% Hct 15% Hct 9% Hct 2% Hct Figura 7.1 Representação gráfica da variação da ECP para todos os hematócritos para microcanais de vidro. Para 35% hematócrito, foram usados ambos os métodos (“tracking” e “Z-Project”). “Z No caso do método do “Z--Project” Project” apenas foi usada a intensidade máxima, pois com a intensidade mínima não era possível possível efectuar uma boa análise. Sendo assim, podem-se podem considerar ambos os métodos eficazes desde que seja efectuada a intensidade máxima no método “Z-Project”. No caso de 24% hct, também foram usados ambos os métodos (ver ( Figura 7.1). Para o método “Z-Project”, t”, aplicou-se aplicou se a intensidade máxima e a intensidade mínima. Os resultados da intensidade máxima estão muito distantes dos outros dois obtidos, por isso pode-se se desde já considerar que esta análise não é eficaz. Assim pode-se pode concluir que tanto o método do “tracking” como o do “Z-Project” “Z Project” de intensidade mínima são bons métodos para determinar a ECP. Quanto a 15% hct, pode-se pode observar no gráfico da Figura 7.1 os resultados obtidos para ambos os métodos. Verifica-se Verifica se novamente que a intensidade máxima apresenta apresent um resultado bastante inferior em relação aos outros dois resultados. Por isso, os melhores Cátia Fidalgo 57 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais métodos para determinar a ECP para este hct são o “tracking” e a intensidade mínima no caso do “Z-Project”. Para 9% hct, apresentam-se os resultados obtidos de ambos os métodos no gráfico da Figura 7.1. Neste caso, tanto a intensidade máxima como a intensidade mínima do método “Z-Project” têm valores bastante inferiores em relação ao “tracking”. Assim, pode-se considerar que o método do “Z-Project” não é o mais aconselhável para este hct. Com o método do “tracking” foram obtidos melhores resultados porque é possível comparar a imagem original com a análise dos GVs que estão iluminados o que permite assim ter uma melhor noção do limite da ECP, o que não é possível fazer no caso do método “Z-Project”. Por último, para o caso de 2% hct, existe uma grande diferença entre os resultados da análise pelo método do “Z-Project” e pelo “tracking”, representados no gráfico da Figura 7.1. Tanto o resultado da intensidade mínima como da intensidade máxima estão muito abaixo do resultado do “tracking”. Considera-se que a melhor forma para determinar a ECP neste hct é o “tracking”. Em termos gerais, os resultados sugerem que a espessura da camada de plasma aumenta com a diminuição do hematócrito, sendo que o método “tracking” é aquele que apresenta resultados mais próximos da realidade. Isto também se verifica quando é feita uma comparação dos resultados do “tracking” obtidos com os resultados de PDMS apresentados na Figura 7.2. Cátia Fidalgo 58 Espessura da Camada de Plasma (µ µm) Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 30 25 20 15 Tracking Média PDMS 10 5 0 Hct 35% Hct 24% Hct 15% Hct 9% Hct 2% Figura 7.2 Representação gráfica da variação da ECP para todos os hematócritos para microcanais de diâmetro 100µm m (35%, 24%, 15% e 2%), 92µm 92 (9%) e 75µm m para o caso dos microcanais em PDMS. [1] Para 35% hct, verifica-se verifica se que os valores não diferem muito, sendo resultado do “tracking” um pouco mais elevado, possivelmente devido à diferença de diâmetros. Nos casos de 24%, 15% e 2% hct, verifica-se novamente que o resultado do “tracking” tem um valor superior ao do PDMS. Quanto ao resultado de 9% hct, não estão disponíveis valores de PDMS, por isso não pode ser feita a comparação. No entanto pode-se pode se dizer que este resultado está de acordo com a evolução da ECP. Estudos efectuados in vivo [33] obtiveram os resultados apresentados no gráfico da Figura 7.3. Pela análise dos resultados in vivo a ECP aumenta com a diminuição do hematócrito, o que corrobora com os resultados obtidos no presente de estudo. Por outro lado, também é possível observar que que quanto maior for o diâmetro do microcanal, maior vai ser a ECP. Este aumento dá-se dá se segundo uma regressão linear para cada hematócrito representado na Figura 7.3. Cátia Fidalgo 59 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Figura 7.3 Representação gráfica da espessura da camada de plasma em função do diâmetro do microvaso in vivo, adaptado de [33]. No entanto, quando se comparam os resultados da ECP do gráfico da figura 7.3 com os resultados deste estudo apresentados no gráfico da Figura 7.2, verifica-se uma diferença significativa. Por exemplo, para o caso de um hct de 15% os resultados correspondem a cerca de 17 µm enquanto que o valor para o caso in vivo (ver Figura 7.2 para um diâmetro 10µm) é de aproximadamente 10µm. O mesmo acontece para o caso de 35% hct, ou seja a diferença é também bastante significativa verifica-se novamente que o resultado obtido é bastante superior. Esta grande diferença de resultados pode ser devido ao tipo de microcanais que foram analisados. Os valores do gráfico da Figura 7.3 são referentes ao estudo de microcanais in vivo, nos quais interferem vários factores, como por exemplo os factores biológicos, a existência de bifurcações e de glóbulos brancos em circulação, entre outros. Já no caso dos microcanais que foram usados neste estudo, estes são microcanais de vidro nos quais estes factores não são considerados durante o escoamento sanguíneo. Cátia Fidalgo 60 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 8. Conclusões e Trabalho Futuro 8.1. Conclusões Este projecto teve como principal objectivo a determinação da espessura da camada de plasma (ECP) em microcanais circulares de vidro (92 e 100µm) em função do hematócrito. As principais conclusões retiradas deste estudo são as seguintes: - O sistema usado para a análise e tratamento de imagens confocais é um sistema bastante promissor para estudar escoamento sanguíneo ao longo do microcanal; - Os resultados experimentais sugerem que a trajectória dos GVs e a ECP são fortemente dependentes do Hct; - Pelos ensaios experimentais realizados foi possível concluir que aumentando o hematócrito diminui a ECP, o que corrobora com os resultados encontrados na literatura. - Durante a análise dos resultados foi observado, principalmente para hematócritos elevados, que ECP variava ao longo do microcanal, uma vez que os GVs ao deslocarem-se ao longo do plasma realizam movimentos rotacionais e translacionais, chocando uns com os outros e assim movendo-se de uma forma irregular; - Em termos gerais, os resultados da ECP obtidos em microcanais de vidro são qualitativamente concordantes com os resultados obtidos em microcanais de PDMS; - Os resultados da ECP in vivo são qualitativamente semelhantes aos resultados in vitro, mas o mesmo não se verifica quantitativamente, em que a ECP in vitro é sempre superior à ECP in vivo; - Em termos gerais, dos vários métodos de análise de imagem utilizados neste estudo, aquele que apresentou resultados mais satisfatórios para a determinação da ECP foi o método de seguimento (“tracking”) dos GVs ao longo de várias imagens. Para o caso do método “Z-Project”, a opção da intensidade mínima foi aquela que apresentou melhores resultados quando comparada com os resultados da opção intensidade máxima; Cátia Fidalgo 61 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais - Os métodos usados neste estudo são muito dependentes da perícia do utilizador, ou seja é um método manual, se fosse usado um método automático ou semi-automático, talvez houvesse melhoria dos resultados. 8.2. Trabalho Futuro Uma proposta para a realização de trabalhos futuros será a melhoria das imagens obtidas, como foi referido durante este estudo, por vezes era complicado efectuar uma correcta análise devido à qualidade das imagens. Algumas imagens estavam desfocadas, com ruído e esbatidas, o que dificulta bastante a identificação da zona de transição entre o escoamento sanguíneo com os glóbulos vermelhos e a camada de plasma, bem como a correcta identificação dos limites da parede do microcanal. Por outro lado, uma forma de melhorar os resultados obtidos será com a utilização de métodos automáticos ou semi-automáticos de modo a melhorar a análise de imagem e seu processamento. Os métodos automáticos para além de melhorar a qualidade das imagens, podem também ajudar a ultrapassar os erros humanos associados à análise manual de uma imagem. Cátia Fidalgo 62 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 9. Referências Bibliográficas [1] Cerdeira, T., Estudo do Escoamento Sanguíneo em Microcanais, Projecto Final de Curso, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Bragança, 2009. [2] http://en.wikipedia.org/wiki/Dextran; (Consultado em 28/06/10) [3] Lima, R.; Wada, S.; Takeda, M., Tsubota, K.; Yamaguchi, T., In vitro confocal micro-PIV measurements of blood flow in a square microchannel: the effect of the hematocrit on instantaneous velocity profiles; Journal of Biomechanics 40: 2752-2757; 2007. 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Cátia Fidalgo 65 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais Anexos • 35% Hematócrito “Tracking” Número de pontos Parede Baixo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Cátia Fidalgo Valores Diferença 185,2336 173,3592 173,3075 173,1961 173,2015 173,2057 173,1712 173,0992 173,1198 173,1163 173,0456 173,0646 173,0682 173,0048 172,9994 172,9962 172,8924 172,9036 172,5054 172,4643 172,0578 172,0155 171,6491 171,5694 171,5946 171,5568 171,6046 171,6407 171,9141 171,8602 171,8722 171,7831 11,8744 11,9261 12,0375 12,0321 12,0279 12,0624 12,1344 12,1138 12,1173 12,188 12,169 12,1654 12,2288 12,2342 12,2374 12,3412 12,33 12,7282 12,7693 13,1758 13,2181 13,5845 13,6642 13,639 13,6768 13,629 13,5929 13,3195 13,3734 13,3614 13,4505 13,8374 66 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 Cátia Fidalgo 171,3962 171,4041 171,4596 171,4942 171,4776 171,6338 171,6936 171,7764 171,794 171,9151 172,2966 171,9806 171,9551 172,0953 172,5466 172,5115 172,5944 172,5978 172,5557 172,8163 172,2471 172,1785 172,0484 172,0534 172,1534 171,9865 171,9589 171,9724 171,9023 172,0569 172,0678 171,8599 172,1068 171,9291 171,9836 171,9557 171,8901 171,7482 171,6772 171,6612 172,3207 172,2095 13,8295 13,774 13,7394 13,756 13,5998 13,54 13,4572 13,4396 13,3185 12,937 13,253 13,2785 13,1383 12,687 12,7221 12,6392 12,6358 12,6779 12,4173 12,9865 13,0551 13,1852 13,1802 13,0802 13,2471 13,2747 13,2612 13,3313 13,1767 13,1658 13,3737 13,1268 13,3045 13,25 13,2779 13,3435 13,4854 13,5564 13,5724 12,9129 13,0241 13,3883 67 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 Cátia Fidalgo 171,8453 171,835 171,3288 171,2851 171,6155 171,2761 171,6285 171,5067 171,6347 171,6184 171,6284 171,6662 171,6857 171,6456 171,4678 171,4743 171,4842 171,8853 171,5528 171,7077 171,6446 171,386 171,3475 171,2916 171,3423 171,2345 171,3376 171,3653 171,3717 171,336 171,514 171,348 171,3236 171,293 171,0299 170,8926 170,9661 171,566 171,6479 171,7899 172,0456 171,9048 13,3986 13,9048 13,9485 13,6181 13,9575 13,6051 13,7269 13,5989 13,6152 13,6052 13,5674 13,5479 13,588 13,7658 13,7593 13,7494 13,3483 13,6808 13,5259 13,589 13,8476 13,8861 13,942 13,8913 13,9991 13,896 13,8683 13,8619 13,8976 13,7196 13,8856 13,91 13,9406 14,2037 14,341 14,2675 13,6676 13,5857 13,4437 13,188 13,3288 13,3236 68 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 171,91 171,8971 171,8272 171,8188 171,8004 171,7695 171,7911 171,7927 171,8397 171,9651 171,732 171,8012 171,8097 171,8094 171,8016 171,8488 171,4811 171,6661 171,8029 172,3981 171,8886 171,9048 171,9629 171,898 172,7942 172,8642 172,5992 172,4728 13,3365 13,4064 13,4148 13,4332 13,4641 13,4425 13,4409 13,3939 13,2685 13,5016 13,4324 13,4239 13,4242 13,432 13,3848 13,7525 13,5675 13,4307 12,8355 13,345 13,3288 13,2707 13,3356 12,4394 12,3694 12,6344 12,7608 Média 13,27207 Desvio-padrão 0,553397715 “Z-Project” – Intensidade Máxima Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 Cátia Fidalgo Valores Diferença 80,7116 86,6105 86,1423 86,0872 85,1124 87,4532 86,5169 87,2659 5,8989 5,4307 5,3756 4,4008 6,7416 5,8053 6,5543 7,0225 69 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 9 10 11 12 13 14 15 87,7341 88,3895 88,6578 87,5894 87,8411 88,7936 88,5843 7,6779 7,9462 6,8778 7,1295 8,082 7,8727 Parede Baixo 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 181,7884 174,2978 175,8427 175,0562 175,3786 175,309 176,1838 175,9404 176,1798 175,4607 7,4906 5,9457 6,7322 6,4098 6,4794 5,6046 5,848 5,6086 6,3277 Média 6,6297 Desvio-padrão 1,115003934 Média 6,271844 Desvio-padrão 0,60556233 • 24% Hematócrito “Tracking” Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Cátia Fidalgo Valores Diferença 84,1213 96,6319 96,6968 97,072 97,5454 97,032 97,143 97,1632 97,1963 97,3615 97,2738 97,1625 97,6698 12,5106 12,5755 12,9507 13,4241 12,9107 13,0217 13,0419 13,075 13,2402 13,1525 13,0412 13,5485 13,6091 70 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 Cátia Fidalgo 97,7304 97,428 97,5935 98,115 98,1593 98,1507 97,7348 97,6515 97,5923 97,6099 97,567 97,4415 97,567 97,6043 97,5739 97,5793 97,4415 97,5937 97,5444 97,567 97,567 97,64 97,5836 97,6667 97,2588 97,6027 97,2588 97,2588 97,4415 97,8068 97,4415 97,567 97,0677 97,0548 97,0191 96,6113 96,5441 96,5069 96,4794 96,5441 96,0491 96,0231 13,3067 13,4722 13,9937 14,038 14,0294 13,6135 13,5302 13,471 13,4886 13,4457 13,3202 13,4457 13,483 13,4526 13,458 13,3202 13,4724 13,4231 13,4457 13,4457 13,5187 13,4623 13,5454 13,1375 13,4814 13,1375 13,1375 13,3202 13,6855 13,3202 13,4457 12,9464 12,9335 12,8978 12,49 12,4228 12,3856 12,3581 12,4228 11,9278 11,9018 11,8439 71 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 Cátia Fidalgo 95,9652 96,0633 96,1036 96,1338 96,1526 96,0873 95,706 95,7107 95,6854 95,4205 95,4094 95,4958 95,4916 95,615 95,615 95,9275 96,0099 96,0081 96,4955 96,4461 96,3987 96,4074 95,9957 95,6034 95,8846 95,8773 95,615 95,615 95,615 95,615 95,615 95,615 95,615 95,615 95,615 95,615 95,752 95,3999 95,412 95,3875 95,4482 95,3875 11,942 11,9823 12,0125 12,0313 11,966 11,5847 11,5894 11,5641 11,2992 11,2881 11,3745 11,3703 11,4937 11,4937 11,8062 11,8886 11,8868 12,3742 12,3248 12,2774 12,2861 11,8744 11,4821 11,7633 11,756 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,4937 11,6307 11,2786 11,2907 11,2662 11,3269 11,2662 11,3469 72 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 95,4682 95,4308 95,4063 95,4613 95,4532 95,4165 95,0782 95,1577 95,1636 95,4206 95,6072 95,5565 95,6724 95,5083 95,6483 95,5945 95,6616 95,7017 95,7522 11,3095 11,285 11,34 11,3319 11,2952 10,9569 11,0364 11,0423 11,2993 11,4859 11,4352 11,5511 11,387 11,527 11,4732 11,5403 11,5804 11,6309 Parede Baixo 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 184,1512 175,6426 175,7281 176,1562 176,144 176,3683 176,2922 176,2987 176,4029 175,872 176,4243 176,409 176,4015 175,9342 175,9426 175,9577 175,9106 175,922 176,4119 175,9293 175,9768 8,5086 8,4231 7,995 8,0072 7,7829 7,859 7,8525 7,7483 8,2792 7,7269 7,7422 7,7497 8,217 8,2086 8,1935 8,2406 8,2292 7,7393 8,2219 8,1744 8,2045 Cátia Fidalgo Média 12,3308 Desvio-padrão 0,908458 73 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 Cátia Fidalgo 175,9467 176,4714 176,4611 176,47 175,9706 175,9766 176,401 176,4357 176,4357 176,4235 176,494 176,5057 176,47 176,4015 176,4124 176,4471 176,5727 176,5191 177,0065 177,0419 176,9836 176,7097 176,9254 176,9494 176,9432 176,9494 176,9494 176,9137 176,9494 176,9494 176,9137 176,9241 177,0303 176,9603 176,936 176,8935 176,8884 176,767 176,8015 176,733 176,6595 176,5418 7,6798 7,6901 7,6812 8,1806 8,1746 7,7502 7,7155 7,7155 7,7277 7,6572 7,6455 7,6812 7,7497 7,7388 7,7041 7,5785 7,6321 7,1447 7,1093 7,1676 7,4415 7,2258 7,2018 7,208 7,2018 7,2018 7,2375 7,2018 7,2018 7,2375 7,2271 7,1209 7,1909 7,2152 7,2577 7,2628 7,3842 7,3497 7,4182 7,4917 7,6094 7,3976 74 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 Cátia Fidalgo 176,7536 176,8468 176,8966 177,007 177,5393 177,6198 177,9384 177,9647 177,969 177,9837 177,9723 178,0096 178,033 177,9334 178,0439 178,0473 178,0865 178,0785 178,1001 178,0182 177,9022 177,9983 178,0776 178,0491 178,0533 178,0673 178,0414 178,055 178,0381 178,0323 178,1274 178,1235 178,0516 177,5253 177,5167 177,5201 177,5181 177,5181 177,5105 177,4334 177,4631 177,43 7,3044 7,2546 7,1442 6,6119 6,5314 6,2128 6,1865 6,1822 6,1675 6,1789 6,1416 6,1182 6,2178 6,1073 6,1039 6,0647 6,0727 6,0511 6,133 6,249 6,1529 6,0736 6,1021 6,0979 6,0839 6,1098 6,0962 6,1131 6,1189 6,0238 6,0277 6,0996 6,6259 6,6345 6,6311 6,6331 6,6331 6,6407 6,7178 6,6881 6,7212 6,1512 75 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 178 177,9199 177,8681 177,923 177,9314 177,8587 177,8841 177,8869 177,9179 177,8685 177,4083 177,4697 177,5316 6,2313 6,2831 6,2282 6,2198 6,2925 6,2671 6,2643 6,2333 6,2827 6,7429 6,6815 6,6196 Média 7,051867 Desvio-padrão 0,747678 “Z-Project” – Intensidade Máxima Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Valores Diferença 84,9336 91,517 91,2568 91,413 91,3479 90,4372 91,1658 91,1658 90,8015 91,1658 91,1658 90,4372 91,5301 90,4372 90,4372 6,5834 6,3232 6,4794 6,4143 5,5036 6,2322 6,2322 5,8679 6,2322 6,2322 5,5036 6,5965 5,5036 5,5036 Parede Baixo 16 17 18 19 20 21 185,2757 180,0546 179,6903 179,6903 179,6903 179,6903 5,2211 5,5854 5,5854 5,5854 5,5854 6,314 Cátia Fidalgo Média 6,086279 Desvio-padrão 0,422141849 76 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 22 23 24 25 • 178,9617 178,9617 180,0546 180,4189 6,314 5,2211 4,8568 Média 5,5854 Desvio-padrão 0,481923601 15% Hematócrito “Tracking” Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Cátia Fidalgo Valores Diferença 83,4901 102,2861 102,4128 102,6072 103,1889 102,7691 102,743 102,606 102,5101 102,6292 103,0298 103,0536 103,1766 103,5869 103,7822 103,3606 103,2513 103,1901 103,0378 103,0953 103,2241 103,5171 103,3989 103,1871 103,1948 103,3181 103,7318 103,8718 18,796 18,9227 19,1171 19,6988 19,279 19,2529 19,1159 19,02 19,1391 19,5397 19,5635 19,6865 20,0968 20,2921 19,8705 19,7612 19,7 19,5477 19,6052 19,734 20,027 19,9088 19,697 19,7047 19,828 20,2417 20,3817 20,3242 77 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 Cátia Fidalgo 103,8143 103,7192 103,4557 103,2218 103,1775 103,2286 103,2021 103,1378 103,0974 102,5964 102,3993 102,3401 102,4739 102,7186 102,6745 102,7184 102,5019 102,3348 102,0352 101,9498 102,0644 101,8724 101,5953 101,6907 102,2591 102,3069 102,4868 102,6291 102,5883 102,5908 102,3871 102,017 102,0928 102,4994 102,7418 102,8601 102,8368 102,8795 102,9014 102,7844 102,7792 102,7847 20,2291 19,9656 19,7317 19,6874 19,7385 19,712 19,6477 19,6073 19,1063 18,9092 18,85 18,9838 19,2285 19,1844 19,2283 19,0118 18,8447 18,5451 18,4597 18,5743 18,3823 18,1052 18,2006 18,769 18,8168 18,9967 19,139 19,0982 19,1007 18,897 18,5269 18,6027 19,0093 19,2517 19,37 19,3467 19,3894 19,4113 19,2943 19,2891 19,2946 19,3514 78 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 102,8415 103,105 103,2121 103,2378 103,1339 102,9629 102,7822 102,6654 102,8398 102,9893 103,2126 103,3603 103,2567 102,8005 102,5851 102,4878 102,6275 102,5967 102,9129 19,6149 19,722 19,7477 19,6438 19,4728 19,2921 19,1753 19,3497 19,4992 19,7225 19,8702 19,7666 19,3104 19,095 18,9977 19,1374 19,1066 19,4228 Média 19,34871 Desvio-padrão 0,48024 “Z-Project” – Intensidade Máxima Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Valores Diferença 86,9984 96,508 96,2173 96,508 97,0893 96,508 96,508 97,0893 96,508 97,0893 96,508 97,0893 97,0893 97,38 97,6707 9,5096 9,2189 9,5096 10,0909 9,5096 9,5096 10,0909 9,5096 10,0909 9,5096 10,0909 10,0909 10,3816 10,6723 Média 9,841779 Desvio-padrão 0,424401 Parede Baixo Cátia Fidalgo 79 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 187,5655 178,5785 178,1909 179,3536 178,9661 179,3536 178,5785 178,5785 178,9661 179,0872 8,987 9,3746 8,2119 8,5994 8,2119 8,987 8,987 8,5994 8,4783 Média 8,715167 Desvio-padrão 0,394651 • 9% Hematócrito “Tracking” Número de Pontos Parede Baixo 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Cátia Fidalgo Valores Diferença 178,086 178,087 178,093 155,664 155,707 156,155 156,041 156,048 156,044 156,074 156,151 156,153 156,117 156,075 156,069 155,616 155,575 155,583 155,567 155,386 155,306 155,539 22,422 22,379 21,931 22,045 22,038 22,042 22,012 21,935 21,933 21,969 22,011 22,017 22,47 22,511 22,503 22,519 22,7 22,78 22,547 22,63 22,555 22,503 80 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais 20 21 22 23 24 25 26 27 28 155,456 155,531 155,583 155,57 155,67 154,994 155,006 155,194 155,047 22,516 22,416 23,092 23,08 22,892 23,039 23,764 23,764 Média 22,5005 Desvio-padrão 0,494229721 “Z-Project” – Intensidade Mínima Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Valores Diferença 90,6136 103,0211 102,6183 103,4065 103,1125 104,1289 105,8409 104,6324 103,8268 102,9159 101,8127 101,8127 101,8127 102,6183 103,0211 12,4075 12,0047 12,7929 12,4989 13,5153 15,2273 14,0188 13,2132 12,3023 11,1991 11,1991 11,1991 12,0047 12,4075 Parede Baixo 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 189,7281 176,61 177,3414 177,6435 177,3414 178,852 176,435 176,1329 175,5287 176,7372 13,1181 12,3867 12,0846 12,3867 10,8761 13,2931 13,5952 14,1994 12,9909 Cátia Fidalgo Média 12,57074 Desvio-padrão 1,140984708 Média 12,77009 Desvio-padrão 0,969420672 81 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais • 2% Hematócrito “Tracking” Número de Pontos Parede Baixo 1 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Cátia Fidalgo Valores Diferença 187,05 187,06 158,002 158,052 158,129 158,147 158,111 158,129 157,976 157,879 157,879 157,882 157,824 157,761 157,789 157,878 157,909 157,916 157,871 157,727 157,75 157,718 157,755 157,731 157,725 157,653 157,704 157,668 157,714 29,048 28,998 28,921 28,903 28,939 28,921 29,074 29,171 29,171 29,168 29,226 29,289 29,261 29,172 29,141 29,134 29,179 29,323 29,3 29,332 29,295 29,319 29,325 29,397 29,346 29,382 29,336 29,311 Média 29,19221 Desvio-padrão 0,151488261 82 Estudo da Camada de Plasma em Microcanais “Z-Project” – Intensidade Mínima Número de Pontos Parede Cima 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Valores Diferença 77,5758 85,9863 86,3791 86,0963 88,6809 88,057 86,7201 88,2353 88,1253 86,8984 85,8289 87,9703 86,0071 87,7897 87,6114 8,4105 8,8033 8,5205 11,1051 10,4812 9,1443 10,6595 10,5495 9,3226 8,2531 10,3945 8,4313 10,2139 10,0356 Parede Baixo 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 176,836 167,3797 167,6471 166,3993 169,1622 166,5775 167,1123 168,2709 168,0036 167,3797 9,4563 9,1889 10,4367 7,6738 10,2585 9,7237 8,5651 8,8324 9,4563 Cátia Fidalgo Média 9,594636 Desvio-padrão 0,997803428 Média 9,287967 Desvio-padrão 0,855386201 83