prevalência do papilomavírus humano em mulheres portadoras do

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
FACULDADE DE BIOMEDICINA
EWERTON DO NASCIMENTO MIGLIO
PREVALÊNCIA DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM MULHERES
PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
ATENDIDAS NO SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO DE
IMPERATRIZ-MA.
Belém - 2012
EWERTON DO NASCIMENTO MIGLIO
PREVALÊNCIA DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM MULHERES
PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
ATENDIDAS NO SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO DE
IMPERATRIZ-MA.
.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade de
Biomedicina
da
Universidade
Federal do Pará, como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Biomedicina.
Orientadora: Profª. Drª. Fabiola Elizabeth Villanova
Belém - 2012
EWERTON DO NASCIMENTO MIGLIO
PREVALÊNCIA DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM MULHERES
PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
ATENDIDAS NO SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO DE
IMPERATRIZ-MA.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade de
Biomedicina da Universidade
Federal do Pará, como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Biomedicina.
JULGADO EM: ___/___/___
NOTA: _________________
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________
Profª. Drª. Fabiola Elizabeth Villanova – UFPA/NMT
Orientadora
______________________________
Prof. Drª Esther Iris Christina Freifrau Von Ledebur
Avaliador
______________________________
Prof. MSc Sylvia Regina Vasconcellos Aguiar
Avaliador
______________________________
Prof. Dr. Élcio de Souza Leal
Avaliador suplente
AGRADECIMENTOS
À Profª Drª Fabiola Elizabeth Villanova, por me aceitar como orientando no
início desta caminhada e pela sua enorme paciência e dedicação em me
ensinar técnicas de biologia molecular, que por sinal domina muito bem, tenho
a honra de ser o primeiro orientando oficial da carreira dessa brilhante
profissional pela qual tenho muita adimiração, o que me propiciou aprendizado
e a finalização da graduação em Biomedicina.
Ao Laboratório de Imunopatologia, em especial à profª Hellen Thaís Fuzii que
disponibilizou o tema e todo o suporte ao desenvolvimento do estudo.
Aos meus familiares que em todo e qualquer momento estiveram presentes em
minha vida e são os grandes benfeitores desse mérito: aos meus pais Krysler e
Maria, meus irmãos Jefferson e Diego, minha avó Creuza, minhas tias Angélica
e Kíuza, meus primos Harrison e Eduardo e a minha namorada, Kelly, que
sempre me deu carinho e força.
Aos meus amigos de graduação que proporcionaram da UFPA um lugar ótimo
de se conviver e enfrentar todas as dificuldades do curso, em especial ao: Alan,
Camila, Cléber, Diego, Gildeone, Iguaracy, Ilana, Jean, Jorge,Kelly, Leonan,
Maiana, Manoel, Maico, Melina, Messias e Ronildo.
À Profª Drª Antonia Benedita Rodrigues Vieira por ter me proporcionado à
iniciação científica no ano de 2010 e aos amigos que me ajudaram na
confecção do trabalho, Alison e Christian.
Ao grande ser humano e amigo de sala Fábio que nos deixou, mas enquanto
esteve entre nós proporcionou momentos de sabedoria e humildade suprema.
Vá em paz, amigo!!
RESUMO
O câncer de colo uterino apresenta altas taxas de morbimortalidade sendo o
terceiro mais comum em mulheres no mundo. No estado do Maranhão é a
neoplasia mais frequente, estimando-se que haja 780 novos casos no ano de
2012 com uma taxa de 13,97 casos por 100 mil mulheres. O desenvolvimento
do câncer de colo do útero está associado a diversos fatores, sendo que a
exposição a um vírus de transmissão sexual, o papilomavírus humano (HPV), é
um dos mais importantes. Dados atuais mostram que a infecção pelo Vírus de
Imunodeficiência Humana ou HIV aumenta a incidência e a persistência do
HPV. Foi coletado material cervical de 78 pacientes com idades de 18 a 65
anos, soropositivas para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e avaliouse a presença do genoma do HPV por meio de análise pela Reação em cadeia
de Polimerase (PCR). Das 78 amostras analisadas, 59 (75,6%) foram positivas
para HPV. O estudo aponta para a necessidade da manutenção sistemática e
contínua do programa de rastreamento de prevenção do câncer de colo uterino
na população feminina HIV soropositivo, tendo em vista a elevada prevalência
do genoma do papilomavírus encontrado nesta população.
Palavras-chave: Papilomavírus humano (HPV); Imperatriz; Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV); Reação em cadeia da Polimerase (PCR).
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS OU SÍMBOLOS
AIDS – Síndrome da imunodeficiência adiquirida
AP – Proteína associada
bp – pares de bases
C- - controle negativo
C+ - controle positivo
D – daltons
DNA - Ácido desoxirribonucleico
dNTPs - Desoxirribonucleotídio Trifosfato
E - Região precoce do genoma viral
EUA – Estados Unidos da América
GP-5 – Glicoproteína 5
HIV - Vírus da imunodeficiência humana
HLA – Antígenos leucocitários humanos
HPV – Papilomavírus Humano
INCA – Instituo Nacional de Câncer
L - Região tardia do genoma viral
LCR – Região reguladora do genoma viral
MA – Maranhão
NIC – Neoplasia intra-epitelial cervical
nm – nanômetro
OMS – Organização Mundial de Saúde
ORI – Origem de replicação do genoma viral
PBS – Tampão fosfato-salino
PCR – Reação em Cadeia da Polimerase
PM – Peso molecular
Rb – Retinoblastoma
RNA – Ácido ribonucleico
RPM – Rotações Por Minuto
TBE - Tris-Borato-EDTA
UFPA – Universidade Federal do Pará
β - beta
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................... 10
1.1 Justificativa................................................................................... 10
1.2 Objetivo........................................................................................ 10
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. 11
2.1 Vírus da Imunodeficiência Humana................................................ 11
2.2 Epidemiologia............................................................................... 12
2.3 Etiologia........................................................................................ 13
3. PAPILOMAVÍRUS HUMANO............................................................... 13
3.1 Classificação e morfologia........................................................... 13
3.2 Organização genômica............................................................... 14
3.3 Replicação................................................................................. 14
3.4 Oncoproteínas E6 e E7................................................................ 15
3.5 Resposta imunológica ao HPV..................................................... 16
3.6 Infecção pelo HPV e câncer cervical............................................. 16
3.7 Lesões precursoras do câncer de colo uterino............................... 18
3.8 Prevalência da infecção pelo HPV................................................ 19
4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 21
4.1 Local do estudo.............................................................................. 21
4.2 Aspectos éticos......................................................................... 21
4.3 Caracterização das amostras....................................................... 21
4.3.1 Critérios de inclusão........................................................... 21
4.3.2 Critérios de exclusão.......................................................... 21
4.4 Coletas das amostras.................................................................. 21
4.5 Técnicas de biologia molecular.................................................... 22
4.5.1 Extração de DNA................................................................. 22
4.5.2 PCR para amplificação do gene da Beta-globina................. 23
4.5.2.1 Eletroforese.............................................................. 23
4.5.2.2 Aplicação da amostra............................................... 23
4.5.2.3 Corrida eletroforética................................................. 24
4.5.3 PCR para HPV..................................................................... 24
4.5.3.1 Eletroforese............................................................... 24
4.5.3.2 Aplicação da amostra.................................................. 24
4.5.3.3 Corrida eletroforética.................................................. 24
4.5.4 PCR para GP5...................................................................... 25
4.5.4.1 Eletroforese................................................................ 25
4.5.4.2 Aplicação da amostra................................................. 25
4.5.4.3 Corrida eletroforética.................................................. 25
4.6 Análise estatística dos dados......................................................... 25
5. RESULTADOS...................................................................................... 26
6. DISCUSSÃO............................................................................................. 30
7. CONCLUSÕES..................................................................................... 33
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... ..34
APÊNDICES......................................................................................... 41
ANEXOS............................................................................................... 43
10
1. INTRODUÇÃO
O câncer de colo uterino apresenta altas taxas de morbimortalidade
sendo o terceiro mais comum em mulheres no mundo. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) em 2012 calcula que surja aproximadamente 685.480 novos
casos por ano na população sexualmente ativa do Brasil. Segundo dados do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o segundo câncer mais incidente
na população brasileira, estima-se que surjam 17.540 novos casos em 2012
com um risco de 17 casos a cada 100 mil mulheres. No estado do Maranhão é
a neoplasia mais frequente, estimando-se que haja 780 novos casos no ano de
2012 com uma taxa de 13,97 casos por 100 mil mulheres (INCA, 2011). O
desenvolvimento do câncer de colo do útero está associado a diversos fatores,
sendo que a exposição a um vírus de transmissão sexual, o papilomavírus
humano (HPV), é um dos mais importantes. Estudos mostram que cerca de
98% dos cânceres de colo uterino apresentam o DNA do HPV sugerindo que
este vírus pode ser considerado o agente etiológico deste tipo de câncer
(Roncato, 2011). O vírus também está presente nas lesões precursoras do
câncer de colo uterino, as neoplasias intraepiteliais cervicais. Pessoas que
praticam atividade sexual desprotegida tem risco combinado de se infectarem
por diversos patógenos de transmissão sexual. Dados atuais mostram que a
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana ou HIV aumenta a incidência e
a persistência do HPV.
1.1 Justificativa
Tendo em vista que mulheres portadoras do HIV são mais suscetíveis a
infecções, inclusive pelo HPV, potencial causador de câncer cervical, se faz
necessária a investigação de cérvices dessas pacientes.
1.2 Objetivo
Avaliar a prevalência do HPV na cérvice uterina de mulheres
soropositivo para HIV, residentes do município de Imperatriz-MA, utilizando-se
a técnica de PCR.
11
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A infecção por HPV se enquadra como uma das principais doenças
sexualmente transmissíveis, logo a principal via de contaminação é a sexual,
neste contexto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2012 calcula que
surjam aproximadamente 685.480 novos casos por ano na população
sexualmente ativa do Brasil.
2.1 O vírus da imunodeficiência humana - HIV
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é o estágio mais
avançado da infecção causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV-1
e HIV-2). Normalmente, a infecção pelo HIV gera imunossupressão
progressiva, principalmente da imunidade celular e a desajustes imunitários,
estas desordens no sistema imune podem ocasionar uma série de doenças
oportunistas e/ou neoplasias (Nadler, 1996).
Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/AIDS
(UNAIDS) do ano de 2012, há um aumento do número de pessoas portadoras
da síndrome. Investimentos no acesso à terapia antirretroviral sustentados por
doadores e governos nacionais elevaram o número de vidas salvas nos últimos
seis anos. Em 2011, mais de meio milhão a menos de pessoas morreram de
doenças relacionadas à Aids do que seis anos antes. Em 14 países, mortes
relacionadas à Aids caíram em mais de 50% entre 2005 e 2011. Os números
podem quantificar, mas por si só não podem expressar o impacto de cada
morte evitada em toda a comunidade, incluindo seus filhos. (UNAIDS, 2012).
Segundo dados do último boletim da AIDS, 17.819 novos casos foram
registrados no Brasil de janeiro a junho de 2012 (Ministério da Saúde, 2012).
No começo, a infecção pelo vírus era restrita a homossexuais e usuários de
drogas injetáveis, porém, hoje as transmissões em pessoas heterossexuais são
as de maior incidência, principalmente em mulheres. Outro dado importante é a
constante e progressiva contaminação em pequenos e médios centros urbanos
(Melchior, 2006).
12
2.2 Epidemiologia
Os vírus de HIV-1 e HIV-2 apresentam as mesmas vias de transmissão e
possuem semelhantes aspectos clínicos, porém as suas distribuições
geográficas são diferentes, enquanto o HIV-1 é encontrado principalmente na
Europa, Ásia e África, o HIV-2 predomina na África ocidental (CDC, 2012).
Globalmente,
34
milhões
de
pessoas viviam
com
o
HIV
no
final de 2011. Estima-se que 0,8% de adultos com idades entre 15-49 anos no
mundo vivem com HIV, embora o peso da epidemia continue a variar
consideravelmente entre países e regiões (UNAIDS/WHO, 2012).
Mundialmente, o número de pessoas infectadas vem caindo: o número
de pessoas (adultos e crianças) que adquiriram a infecção pelo HIV em 2011
foi de 2,5 milhões, valor 20% menor que em 2001. As maiores quedas nos
números de novas infecções pelo HIV desde 2001 ocorreram no Caribe (42%)
e África sub-saariana (25%) (UNAIDS, 2012).
A África Sub-saariana continua sendo a área mais severamente afetada,
cerca de 1 em cada 20 adultos (4,9%) vivem com HIV valor responsável por
69% das pessoas vivendo com HIV em todo o mundo. Ainda que a prevalência
regional da infecção pelo HIV seja quase 25 vezes maior na África subsaariana que na Ásia, quase 5 milhões de pessoas estão vivendo com HIV no
Sul, Sudeste e Leste da Ásia combinados. Depois da África sub-saariana, as
regiões mais afetadas são o Caribe e Europa Oriental e Ásia Central, onde
registrou-se 1,0% dos adultos vivendo com HIV em 2011(UNAIDS, 2012).
Foram contabilizados cerca de 656.701 casos no Brasil, de 1980 a junho
de 2012: a região sudeste com 367.540 casos, o sul com 130.942, o nordeste
com 88.830, o centro-oeste, 37.244 e o norte, 32.140. Na região centro-sul, a
incidência de AIDS está estabilizada, porém no norte e nordeste do país a
incidência de AIDS vem aumentando (Ministério da Saúde, 2012).
Segundo dados do boletim epidemiológico de 2012, 253.706 óbitos em
decorrência da AIDS foram notificados no Brasil de 1980/2011, destes, 160.871
ocorreram na região sudeste, 42.990 no sul, 28.393 no nordeste, 12.351 no
centro-oeste e 9.092 na região norte.
No estado do Maranhão, de 1980 a 2010, foram registrados 8.844 casos
de AIDS. Os cinco municípios do estado que apresentaram o maior número de
casos acumulados até junho de 2010 foram: São Luís (3.652), Imperatriz (939),
13
Caxias (324), Timon (258) e São José de Ribamar (190). Quanto à taxa de
incidência (por 100.00 hab.), o estado figurava na 16ª posição no ranking
nacional. Dentre os municípios citados, a maior incidência em 2010 foi
observada em São Luís (37,5/100.000 hab.), o município de Imperatriz obteve
(25,5/100.000 hab.). Quanto à mortalidade por AIDS, o estado acumulou, até
2010, um total de 2.691 óbitos. O coeficiente de mortalidade por AIDS no
Maranhão foi de 4,6/100.000 habitantes em 2010 (Ministério da Saúde, 2011)
2.3 Etiologia
O HIV foi isolado primeiramente em 1983, quase simultaneamente por
Luc Montagner na França e Robert Gallo nos Estados Unidos em pacientes
com a síndrome da imunodeficiência adquirida. Em 1986, isola-se um agente
etiológico com características semelhantes ao HIV-1 e este foi denominado
como HIV- 2. Em comum, o fato de infectarem seres humanos e pertencerem à
família dos retrovírus (Sepkowwitz, 2001).
O HIV-1 e HIV-2 são membros da família retroviridae, na subfamília dos
lentivírus. Este grupo de vírus se caracteriza por infecção persistente, à revelia
da resposta imune do hospedeiro. Outro aspecto importante é o fato de terem
uma replicação dependente de um DNA dupla-hélice intermediário (provírus)
integrado ao genoma da célula hospedeira (Nadler, 1996).
O genoma do HIV é constituído por duas moléculas iguais de RNA de
cadeia simples envolto por uma capa proteica, dita capsídeo viral. Possui
também uma matriz lipoproteica, o envelope, que armazena as glicoproteínas
virais. A DNA polimerase dependente de RNA (transcriptase reversa) tem papel
na replicação dos retrovírus e o faz por meio de um molde de RNA viral
sintetizando uma molécula de DNA de cadeia simples. A partícula viral
apresenta um capsídeo com simetria icosaédrica, forma esférica e tamanho
final de aproximadamente 150nm (Leão et al., 1997).
3.
O PAPILOMAVÍRUS HUMANO
3.1
Classificação e morfologia
O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um vírus da família Papillomaviridae,
do tipo icosaédrico, não envelopado, constituído de ácido desoxirribonucleico
14
(DNA) de dupla fita, circular com 7.900 pares de base, capsídeo com 55 nm e
peso molecular de 5.2 x 10D (Chang, 1990).
3.2 Organização genômica
O genoma viral é formado pela região reguladora (LCR – Long Control
Region), esta contém a origem de replicação (ORI) e grande parte dos
promotores de transcrição. As regiões codificadoras chamam-se open reading
frames (ORF) e dividem-se em sequências precoce e tardia (Southern &
Herrington, 1998). A região precoce (E-early) codifica proteínas como E1, E2,
E6 e E7, estas tem papel na replicação do DNA viral e na transformação celular
(Buck, 2008). A região tardia (L-late) codifica proteínas do capsídeo L1 e L2
que vão atuar nas etapas finais de replicação viral, como a síntese de proteínas
estruturais do capsídeo (Finnen, 2003).
3.3 Replicação
Resumidamente, a infecc
-
E6, E7, E1 e E2, suficiente para a manutenc
ô
(Doorbar,
2005). Para a produc
n
o dos genes E6 e E7. A montagem das
partículas
s genes virais E1, E2,
E4 e E5. Como demonstra a figura 1.
15
gênica viral no ciclo da infecc
16.
Fonte: DOORBAR, 2005
4,
importante na alterac
, maturac
(Doorbar, 2005; Scheurer, 2005).
Esta organizac
. O desenvolvimento de uma
neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) e do câ
perda da regulaç
à
, evento que caracteriza os
HPV oncogênicos (Doorbar, 2005)
6 e E7 qu
, com diminuic
â
, fato
que impossibilita que o ciclo produtivo se complete ( Doorbar, 2005; Scheurer,
2005).
diferencia a infecc
infecc
3.4
, de uma
. (Doorbar, 2005).
Oncoproteínas E6 e E7
O vírus HPV apresenta no seu genoma duas proteínas que são
oncogênicas para a célula hospedeira, estas são as proteínas codificadas pelos
genes E6 e E7. Ambas proteínas interferem com o ciclo celular e a morte
celular programada, ou apoptose. Para o vírus, não é interessante que a célula
onde ele está hospedado seja reconhecida pelo sistema imunológico pare de
multiplicar-se, ou morra. O vírus precisa de uma célula que apresente as três
características para ele se replicar e propagar. Consegue isso com a expressão
16
das proteínas E6 e E7 que apresentam como alvo principal duas proteínaschave no controle do ciclo celular, as proteínas P53 e Retinoblastoma (Rb).
A proteína E6 viral atua degradando a proteína P53 – importante
supressor de tumor celular. A P53 apresenta várias funções, entre elas, a de
checar se a replicação do DNA celular foi correta, induzir mecanismos de
reparo se o erro for menor e finalmente se o dano for maior, induzir a morte da
célula por meio da apoptose. O HPV quando infecta a célula, além de induzir a
replicação celular, ocasiona mutações e alterações cromossômicas que seriam
detectadas pela P53, detendo o ciclo celular. Para evitar a ação da P53, a
proteína E6 do HPV forma um complexo com AP (do inglês Proteína
Associada) e ubiquitinam a P53 ocasionando sua degradação proteolítica
(Scheffner & Whitaker, 2003; Thomas & Banks, 1999). A proteína E6 ativa o
promotor da telomerase celular evitando o encurtamento cromossômico que
freia a replicação celular (Klingelhutz et al, 1996). Tumores malignos podem ser
desencadeados a partir da ativação da telomerase (Rosa, et al 2007).
Por outro lado, a proteína E7 atua ligando à proteína Rb outro
importante gene supressor tumoral, essa ligação faz com que pRb deixe seu
papel de regulação do ciclo celular (Kastan & Bartek, 2004). Rb se liga a E2F
evitando que esta ative os genes de replicação celular. Quando Rb fica sem
ação devido a E7, E2F fica livre para ativar os complexos ciclina-cdk que levam
à progressão irrestrita da fase G1 para S do ciclo celular, resultando em
proliferação celular contínua (Scheffner & Whitaker, 2003).
3.5 Resposta imunológica ao HPV
As proteínas Human Leucocytes Antigens (HLA) atuam mediando a
apresentação de antígenos aos linfócitos, este mecanismo mediado por células
é a principal defesa do organismo frente à infecção pelo HPV (Souza et al,
2008).
3.6 Infecção pelo HPV e câncer cervical
Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV identificados e destes
aproximadamente 45 tipos contaminam a área anogenital. Porém, são os
subtipos 6, 11, 16 e 18 os responsáveis por lesões nessa área (Giraldo et al,
2008).
17
Os HPV de baixo potencial de oncogênico para a cérvice uterina
atualmente listados são os 6, 11, 32, 34, 40, 42, 44, 54, 55, 57, 61, 62, 64,
67,69, 70, 71, 72, 81, 83, 84 e os de alta potencialidade oncogênica são os 16,
18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82 (Trottier et al,
2006; Noronha, 2007).
As lesões causadas pelos HPV de baixo risco se caracterizam por
verrugas nos órgãos genitais, ânus e colo uterino (Ministério da Saúde, 2012).
Para combater a infecção pelo vírus, o hospedeiro ativa as respostas
imunológicas inata e adaptativa. O primeiro combate é não específico, com o
intuito de proteger o hospedeiro até que a resposta adaptativa se estabeleça de
maneira específica ao agente agressor ao organismo (Parellada & Pereyra,
2005; Diniz, 2009).
O vírus consegue evadir-se do sistema imunológico, uma vez que as
células epiteliais não possuem mecanismos tão eficazes de apresentação de
antígenos retardando o reconhecimento viral, fazendo com que apenas 10% a
20% dos HPV sejam apresentados ao sistema imunológico de maneira
adequada (Parellada & Pereyra, 2005).
No ponto de inoculação viral na camada basal são expressos os genes
precoces que possuem poucas cópias virais não ocasionando lise celular,
tampouco processo inflamatório, portanto, não estimulando o sistema
imunológico através da ativação das células de Langerhans (células
dendríticas), fazendo com que haja atraso no reconhecimento viral (Parellada &
Pereyra, 2005; Zimmermmann, 2009; Diniz, 2009).
A partir da progressão da infecção, há amadurecimento celular e então
se dá a expressão de grande quantidade de cópias virais pelos genes
precoces, concomitante a isso, os genes tardios que expressarão L1 e L2 são
expressos na camada superficial da pele, estes formam virions infectantes
(Parellada
&
Pereyra,
2005;
Stanley,
1998
apud
Noronha,
2007;
Zimmermmann, 2009; Diniz, 2009).
As células de Langerhans são fundamentais para identificação e
apresentação de antígenos de HPV na superfície de epitélio e mucosa,
suspeita-se que a quantidade e os desarranjos ocorridos nessa célula tenham
relação com o princípio e desenvolvimento da infecção (Giannini et al., 2002
apud Zimmermann, 2008; Zimmermmann, 2009). O mecanismo exato para
18
reconhecimento do HPV pelo sistema imune ainda não foi totalmente
elucidado, sabe-se que a imunidade celular representa papel central e
preponderante e a imunidade humoral apresenta papel secundário. Foi notado
que em pacientes imunodeficientes de células T houve maior prevalência de
infecções por HPV, outros achados como presença de infiltrados de
macrófagos e células TCD4+ ocorreram em local onde aconteceu regressão
espontânea de condilomas (Parellada & Pereyra, 2005; Machado et al., 2004;
Zimmermmann, 2009; Diniz, 2009). As células de Langerhans fagocitam e
apresentam antígenos virais aos linfócitos TCD4+ que serão ativados para
linfócitos T helper (TH). Estes sofrerão ação da Interleucina-12 (IL-12) e
passarão a TH-1 que por sua vez ativarão a linfócitos citotóxicos (TCD8+), que
produzirão Interferon-gama (INF-y), que estimularão a atividade de macrófagos
com a produção de Interleucina- 1(IL-1), que também estimula Th-1 a produzir
Interleucina-2 (IL-2).
Para destruírem queratinócitos infectados por HPV, células TCD8 e
Natural Killer (NK) extravasam a parede do vaso, enquanto o Interferon
interrompe o ciclo celular de queratinócitos infectados pelo vírus (Parellada &
Pereyra, 2005).
Seja qual for o tipo viral de HPV que causou lesões no hospedeiro, as
ações do sistema imune para reestabelecer a normalidade com o consequente
desaparecimento das lesões se dão por meios fagocíticos e citotóxicos agindo
de maneira concomitante (Parellada & Pereyra, 2005; Stanley, 2007; Wright,
2002; Diniz, 2009).
3.7 Lesões precursoras do Câncer de Colo Uterino
A maior incidência de câncer de colo de útero se dá na faixa etária acima
de 40 anos, isso se deve ao fato de o tempo médio entre as primeiras lesões e
o estabelecimento de carcinoma invasor ocorrer entre 10 e 20 anos, pelo
mesmo motivo entende-se o fato de tal neoplasia ser menos frequente em
menores de 25 anos (INCA, 2011; Mendonça et al, 2008; Coelho, 2008).
Tendo por base o tipo de tecido e nível de anomalia ocorrido na estrutura
de células do mesmo, foram categorizadas em lesões de células escamosas,
abrangendo a displasia com diferentes graus de NIC e carcinoma epidermóide
invasor e em lesões de células glandulares, que além de adenocarcinoma in
19
situ, inclui adenocarcinoma invasor cervical e endometrial (INCA, 2011).
Compreende-se como “NIC”, displasia com processo multiplicativo. Foram
divididas em três graus, considerando a intensidade das alterações de cada
desarranjo: displasia leve ou NIC I, displasia moderada ou NIC II e displasia
acentuada/carcinoma in situ ou NIC III. Esta ordem tem como parâmetro o risco
de um processo cancerígeno e o quão grave é a avaria morfológica na célula
em questão (Richart, 1968; Wright, 2002; Corrêa, 2005; Mendonça et al, 2008).
NIC I – Neoplasia Intra-epitelial Cervical grau I - Perda de polaridade das
células, limitada ao terço inferior do epitélio, onde podem ser encontradas
figuras de mitose, porém típicas. Nas camadas superiores, há grau leve de
discariose, que se caracteriza por maturação citoplasmática completa e células
superficiais com núcleos atípicos.
NIC II – Neoplasia Intra-epitelial Cervical grau II - Metade a dois terços
inferiores da espessura epitelial contém células imaturas atípicas. Há presença
de mitoses atípicas.
NIC III – Neoplasia Intra-epitelial Cervical grau III - Acomete pelo menos
dois terços da espessura epitelial, ou a sua totalidade – carcinoma in situ; com
numerosas figuras de mitoses atípicas; alterações nucleares atípicas,
hipercromasia e alta relação núcleo/citoplasmática (Richart, 1968; De palo et al,
1996; Corrêa, 2005).
O Adenocarcinoma in situ mantém particularidades histológicas quanto a
lesões no epitélio, envolvendo a troca total ou parcial do epitélio endocervical
por células neoplásicas quando associado a NIC, o que representa dois terços
dos casos, estas lesões tem como origem o epitélio cilíndrico cervical. Casos
de adenocarcinoma invasor cervical, endometrial e sem especificações
caraterizam-se pelo aumento da relação núcleo/citoplasma, hipercromasia,
mitoses frequentes e depleção de muco. Pode assumir vários tipos de
diferenciação celular (Carvalho, 2000; Corrêa, 2005).
3.8 Prevalência da infecção pelo HPV
A OMS afirma que a infecção por HPV pode causar câncer cervical, o
segundo mais comum em mulheres de todo o mundo. No Brasil, a prevalência
de câncer cervical só é inferior à do câncer de mama, além de ser a quarta
maior causa de mortes entre mulheres, vitimando 4.986 no ano de 2010 e
20
estima-se que 17.540 novos casos surjam durante o ano de 2012 (INCA,
2012). Nakagawa et al. (2010) cita como possíveis causas para essa alta
mortalidade por câncer cervical o fato de ser uma doença de lenta progressão,
apresentar poucos sintomas no estágio inicial de sua infecção e por se tratar de
uma DST, problema grave em países em desenvolvimento. De acordo com
dados do boletim epidemiológico AIDS/DST do ano de 2012, a população
feminina infectada pelo HIV de 1980 a 2011 é de cerca de 210.538,
representando 35% da população infectada no Brasil.
Segundo Souza et al. (2001) pacientes portadoras de HIV/HPV tem 13,3
vezes de chance a mais de desenvolver Neoplasia Intra-epitelial Cervical (NIC)
em relação a pacientes não portadoras de HPV. Outro trabalho ratificando o
que foi mencionado relatou alta incidência de anormalidades de NIC em
portadoras de HIV/HPV, de um total de 38 infectadas por HPV, 36
apresentavam NIC de algum grau (Galore et al., 1995).
Estudo demonstrou maior prevalência de HPV em portadoras de HIV do
que em não portadoras do mesmo, sugerindo forte correlação entre os vírus.
Utilizando-se técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), demonstrouse que 73,2% das mulheres portadoras de HIV também possuem HPV,
enquanto 23,7% de mulheres não portadoras de HIV estão infectadas por HPV
(Campos et al., 2005).
Há pouco tempo um estudo indicou que mulheres HIV positivo com
importante imunossupressão (definida como contagem de células CD4 abaixo
de 200 células/mm³) têm maior chance de apresentarem lesões reincidivas de
NIC 2-3 que mulheres soronegativo para HIV que foram submetidas a cirurgias,
sugerindo que o menor número de moléculas CD4 em HIV positivo possa ser
um fator preponderante no resultado (Russomano et al, 2008).
Recentemente Corrêa et al. (2011), também relatou elevada prevalência
e multiplicidade de genótipos de HIV/HPV em mulheres de Minas Gerais,
contabilizando quase 80% de infecção por HPV em pacientes soropositivo para
HIV.
21
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Local do estudo
O estudo foi realizado no município de Imperatriz, o segundo mais
populoso do estado do Maranhão.
Localiza-se a sudoeste do estado, possui área de 1.369 km²
(aproximadamente e população estimada em 247.505 habitantes (IBGE, 2007).
4.2 Aspectos éticos
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Núcleo de
Medicina Tropical-UFPA. Todas as participantes concordaram e assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido, no qual se garantiu o total sigilo da
identidade das pacientes.
4.3 Caracterização das amostras
Foi coletado material cervical de 78 pacientes com idades de 18 a 65
anos, soropositivas para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
4.3.1Critérios de inclusão
Mulheres maiores de 18 anos, soropositivas para o vírus HIV, com vida
sexual iniciada, com funções cognitivas preservadas, atendidas no serviço
ambulatorial especializado do município de Imperatriz-MA que assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido.
4.3.2 Critérios de exclusão
Mulheres que não se enquadram nos critérios de inclusão.
4.4 Coleta das amostras
Com as pacientes em posição ginecológica, foi introduzido um espéculo
na vagina e em seguida uma escova do tipo campos da paz para a remoção de
células cervicais da ectocérvice, endocérvice, fundo de saco e paredes laterais
da vagina. Logo após, a escova foi mergulhada em um tubo de 15 ml contendo
solução salina tamponada com fosfato (PBS 1X).
22
4.5 Técnicas de Biologia Molecular
Por meio de análise pela Reação em cadeia de Polimerase (PCR), se
investigou amostras colhidas através de técnica de esfoliado celular de colo
uterino. Essa técnica detecta com alta sensibilidade e especificidade a
presença do DNA do Papilomavirus. As etapas percorridas foram: extração de
DNA da amostra cervical; PCR para detecção de DNA genômico; PCR para
detecção do DNA do HPV; eletroforese em gel de agarose.
4.5.1 Extração de DNA
O DNA das amostras foi extraído de acordo com o protocolo do
Purelink™ Genomic DNA mini kit (Invitrogen, Carlsbad, EUA).
Em um microtubo de 1,5 ml, foi adicionado 200 µl de esfoliado celular do
colo uterino, 20 µl de Proteinase K (20 mg/ml), 20 µl Rnase A (20 mg/ml). Logo
em seguida, a suspensão foi agitada no vortex e incubado durante 2 minutos.
Em cada microtubo, foram adicionados 200 µl de Tampão de Lise, levados ao
vortex novamente e incubados em banho-maria a 55ºC por 10 minutos. A
seguir, adicionamos 200 µl de etanol absoluto. A próxima etapa foi a
transferência da amostra para a coluna do kit acoplada ao tubo coletor. As
colunas foram centrifugadas durante 1 minuto a 10.000 rotações por minuto
(rpm) em centrífuga (Eppendorf). Após a centrifugação o tubo coletor foi
descartado e a coluna foi transferida para novo tubo coletor. Em cada coluna
foram adicionados 500 µl de Solução de Lavagem 1 e nova centrifugação a
10.000 rpm durante 1 minuto. O tubo coletor foi descartado com transferência
da coluna para outro tubo coletor. Em seguida foram adicionados em cada
coluna 500 µl de Solução de Lavagem 2 e mais uma centrifugação a 13.000
rpm por 3 minutos. O tubo coletor foi descartado e a coluna transferida para
microtubo de 1,5 µl. Finalmente, foram adicionados 100 µl de água
destilada/deioinizada em cada coluna para eluição do DNA e centrifugação a
13.000 rpm durante 1 minuto. A coluna foi descartada e o DNA extraído
condicionado a -20ºC.
23
4.5.2 Reação em cadeia da Polimerase (PCR) para amplificação do gene da
Beta-Globina
Para a realização da técnica de PCR utilizamos o kit Platinum® Taq DNA
(Invitrogen, Brasil) em uma reação com volume final de 20 µl. Para isso
adicionamos 2 µl de solução tampão (10X) a um microtubo de 0,2 ml; 0,8 µl de
Cloreto de Magnésio 50 mM; 0,8 µl de Desoxirribonucleotídio Trifosfato
(dNTPs) a 10 mM; 0,8 µl de Oligonucletídeo Iniciador 5' - GAA GAG CCA AGG
ACA GGT AC - 3' 10 µM e Oligonucleotídeo Iniciador reverso 5' - CAA CTT CAT
CCA CGT TCA CC- 3' 10 µM; 0,15 µl de Taq Polimerase 5U/µl ; 14,45 µl de
água destilada/deionizada. Logo em seguida, adicionamos um 1 µl de DNA
extraído.
As reações ocorreram em termociclador (Eppendorf) onde foram
submetidas à seguinte ciclagem:
Primeiramente, ocorreu um ciclo de desnaturação a 94ºC por 3 minutos.
Seguiram-se 35 ciclos de desnaturação a 94ºC por 30 segundos, ciclo
de hibridação dos oligonucleotídeos iniciadores a 56ºC por 30 segundos,
e ciclo de extensão da Taq polimerase a 72ºC por 30 segundos. Após a
ciclagem, realizou-se um ciclo de extensão final a 72ºC por 3 minutos e
a reação foi estabilizada em 4ºC.
4.5.2.1 Eletroforese
Preparo do gel de agarose a 2% p/v
Em um becker, colocamos 2 gramas de agarose e adicionamos 100 ml
de Tris-Borato-EDTA (TBE 1X). Logo em seguida, levamos ao forno
microondas por 90 segundos até
que
a agarose dissolvesse
completamente no tampão. Aguardamos a solução do gel ficar a 6070ºC e adicionamos 1 µl de Brometo de Etídio (10mg/ml). Despejamos a
solução de gel em uma cuba de acrílico e colocamos o pente para a
formação de poços. Uma vez geleificado, colocamos o gel na cuba de
eletroforese contendo TBE (1X).
4.5.2.2 Aplicação da amostra
Em um microtubo, colocamos 8 µl de produto da PCR com 2 µl de
tampão de aplicação no poço do gel.
24
4.5.2.3 Corrida eletroforética
Programamos a fonte da cuba de eletroforese a 100 V, 500 mA
para efetuar a eletroforese por 30 minutos. Nesse tempo, o DNA da
amostra migrou até o polo positivo da cuba e o brometo de etídeo foi
intercalando-se entre as bases do ácido nucleico. Após esta etapa,
levamos o gel para a visualização sob luz ultravioleta no transiluminador
Gelliance 200™, Perkin Elmer®, EUA e utilizamos o software GeneSnap
para visualizarmos as bandas de DNA. Esperou-se um segmento de
DNA amplificado do gene da Globina de 269 pares de bases.
4.5.3 Reação em cadeia da Polimerase (PCR) para HPV
Para a realização da técnica de PCR utilizamos o kit Platinum® Taq DNA
(Invitrogen, Brasil), produzimos uma reação com volume final de 20 µl.
Adicionamos 2 µl de solução tampão (10X) a um microtubo de 0,2 ml;
0,8 µl de Cloreto de Magnésio 50 mM; 0,8 µl de Desoxirribonucleotídio
Trifosfatado (dNTPs) 10 mM; 0,8 µl de Oligonucleotídeos Degenerados MY09 5
- CGT CCM ARR GGA WAC TGA TC – 3 10 µM e MY11 5 - GCM CAG GGW
CAT AAY AAT GG - 3 a 20 µM ; 0,15 µl de Taq Polimerase 5U/ µl ; 14,45 µl de
água destilada/deionizada. Logo em seguida, adicionamos um 1 µl de DNA
extraído.
As reações ocorreram em termociclador (Eppendorf), onde foram
submetidas a seguinte ciclagem:
Primeiro ocorreu um ciclo de desnaturação a 94ºC por 3 minutos.
Seguiram-se 40 ciclos de desnaturação a 94ºC por 20 segundos, ciclo
de anelamento dos Oligonucleotídeos Degeneradores a 55ºC por 30
segundos e ciclo de extensão da Taq polimerase a 72ºC por 30
segundos. Houve um ciclo de extensão final a 72ºC por 3 minutos e a
reação se estabilizou em 4ºC.
4.5.3.1 Eletroforese
O preparo do gel, a aplicação do produto de PCR e a eletroforese foram
realizados como explicados anteriormente nos itens 4.5.2.1, 4.5.2.2 e 4.5.2.3.
Esperou-se um segmento de DNA amplificado de 450 pares de base.
25
4.5.4 Reação em cadeia da Polimerase (PCR) para Glicoproteína 5 do HPV
(GP5)
Para a realização da técnica de nested PCR utilizamos o kit GoTaq®
Green Master Mix (Promega, USA), fizemos uma reação com volume final de
20 µl.
Adicionamos 10 µl de Promega green a um microtubo de 0,2 ml; 1 µl de
Oligonucleotídeos Iniciadores GP5 5’- TTT GTT ACT GTG GTA GAT ACT AC –
3’ e GP6 5' - GAA AAA TAA ACT GTA AAT CAT ATT C – 3' a 10 µM; 8 µl de
água destilada/deionizada. Logo em seguida, adicionamos um 1 µl de produto
obtido na primeira PCR para amplificar o DNA do HPV.
As reações ocorreram em termociclador (Eppendorf), onde foram
submetidas à seguinte ciclagem:
Primeiro ocorreu um ciclo de desnaturação a 94ºC por 3 minutos.
Seguiram-se 35 ciclos de desnaturação a 94ºC por 20 segundos, ciclo
de hibridação dos oligonucleotídeos iniciadores a 55ºC por 30 segundos
e ciclo de extensão da Taq polimerase a 72ºC por 30 segundos. Houve
um ciclo de extensão final a 72ºC por 3 minutos e a reação se
estabilizou em 4ºC.
4.5.4.1Eletroforese
O preparo do gel, a aplicação do produto de PCR e a eletroforese foram
realizados como explicados anteriormente nos itens 4.5.2.1, 4.5.2.2 e
4.5.2.3. Esperou-se um segmento de DNA amplificado de 150 pares de
base.
4.6 Análise estatística dos dados
O levantamento dos dados coletados foi realizado a partir do software Microsoft
Office Excel 2007, onde foi elaborado o banco de dados de estudos e gráfico
dos resultados.
26
5. RESULTADOS
Para avaliar a qualidade da extração de DNA, foi realizada a reação de PCR
com oligonucleotideos de β-Globina. Todas as amostras extraídas amplificaram
para o gene da β-Globina, que possui uma banda de 269 pares de bases (pb),
como visualizado na figura 2, percebemos que as amostras de 1-7
amplificaram na altura do gene mencionado, além do controle positivo
amplificado e o controle negativo não amplificado, como esperado com gel de
agarose a 1% sob luz ultravioleta após eletroforese.
FIGURA 2: Reação em Cadeia da Polimerase de sete amostras para βGlobina.
Fonte: protocolo de pesquisa
27
Avaliamos as amostras para a presença do genoma do vírus HPV. Após
aplicação de 10 ul do produto da PCR com os primers MY9 e MY11, nas
amostras positivas foi observada uma banda de aproximadamente 450 pb. A
figura 3, abaixo mostra o resultado da amplificação do gene L1, região
conservada do Papilomavirus, para as amostras 3, 6, 9 e 11, além do controle
positivo amplificado e o controle negativo não amplificado, como esperado.
FIGURA 3: Reação em Cadeia da Polimerase de 11 amostras para
Papilomavírus Humano.
Fonte: protocolo de pesquisa
FIGURA 4: Reação em Cadeia da Polimerase de 13 amostras para
Glicoproteína-5.
Fonte: protocolo de pesquisa
Para a possível detecção de amostras positivas para o HPV, mas com
baixa carga viral, foi realizada a nested PCR, pois esta apresenta maior
sensibilidade em relação a PCR comum. O produto esperado foi de 150 pb. Na
figura 4, com gel de agarose a 1% podemos observar as bandas das amostras
1, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 12 e 13 positivas, além do controle positivo amplificado e o
controle negativo não amplificado, como esperado para o DNA do vírus HPV.
28
A tabela 1 expõe o resultado dos exames de PCR e nested PCR para a
detecção do DNA viral nas mulheres do estudo. Para detectar o DNA do vírus
em amostras com baixo número de cópias virais, amostras negativas para a
primeira PCR foram avaliadas por nested PCR. Assim, de 32 amostras
negativas para a primeira PCR ao ser avaliadas novamente por nested PCR,
encontramos mais 13 amostras positivas para HPV, totalizando 59 amostras
positivas para HPV das 78 analisadas. Portanto, a prevalência de HPV nas
mulheres portadoras de HIV foi de 75, 6%.
TABELA 1: Distribuição das mulheres do estudo de acordo com os
resultados dos exames de biologia molecular. Imperatriz, 2012.
Variáveis
PCR
Positivo
Negativo
NESTED
n
%
46/78
32/78
58,9%
41,1%
Positivo
Negativo
TOTAL POSITIVO
TOTAL NEGATIVO
13/32
19/32
59/78
19/78
40,6%
59,4%
75,6%
24,4%
Fonte: protocolo de pesquisa
29
A figura 5 apresenta os dados relativos a frequência de infecção por
HPV encontrado em mulheres HIV soropositivo do município de Imperatriz,
estado do Maranhão, ressalta-se que os valores apresentados indicam que o
DNA viral do Papiloma foi identificado por PCR e/ou nested PCR. Nota-se que
75% do grupo estudado apresentaram infecção pelo papiloma, indicando uma
elevada taxa de infecção e somente 1/4 do público alvo está livre da infecção
pelo Papiloma.
Fonte: Protocolo de pesquisa
30
6. DISCUSSÃO
O HPV exerce um papel central na carcinogênese do colo uterino, que é
o segundo mais frequente na população feminina no Brasil e continua a ser um
grave problema de saúde pública.
Mulheres
imunodeprimidas
apresentam
risco
elevado
para
o
desenvolvimento de neoplasia cérvico-vaginal e câncer. A evidência de uma
possível interação entre o HPV e o HIV foi reconhecida formalmente quando o
câncer cervical foi incluído como um dos critérios definidores de caso AIDS em
mulheres soropositivas (Bosch et al., 2006).
Neste estudo, a prevalência de HPV em mulheres infectadas por HIV foi
de 75,6%. Nossos resultados vão de acordo com os descritos por Araújo et al.
(2012) que diagnosticou 68% de prevalência em mulheres HIV positivas, assim
como Corrêa et al, (2011) que relatou 79% de prevalência de HPV para
infectadas por HIV, e também do exposto por Souza et al. (2001), no qual foi
feito um estudo de comparação entre métodos de detecção do Papilomavírus,
a PCR revelou 86% de prevalência de HPV para as pacientes HIV positivo,
chegando a conclusão do grande poder de rastreamento do Papiloma pelo
referido exame.
A técnica de PCR apresentou sensibilidade satisfatória. Quando
combinada à nested PCR demonstrou especificidade superior para a detecção
do genoma do Papiloma. Atualmente, PCR e suas variações são as técnicas
mais sensíveis de que se dispõe, além de confiáveis apresentam menor custo
quando comparadas a técnica de hibridização in situ (Carmo et al., 2007;
Wolschick et al., 2007).
Valores muito similares aos nossos foram revelados por Campos et al.
(2005) que conduziram um estudo comparativo entre portadoras de HIV e não
portadoras,
chegando
a
73%
e
24%
de
frequência
do
Papiloma
respectivamente. O nosso estudo também revelou prevalência superior a
encontrada por Paulo et al. (2007), que divulgou 27% de prevalência de HPV
nas mulheres HIV positivo.
O presente estudo encontrou uma prevalência de HPV de 75,6% em
mulheres portadoras de HIV, número bem maior do que a encontrada no
31
estudo de gestantes em Imperatriz-MA (trabalho do nosso grupo, dados não
publicados), com uma prevalência de 15%.
Estudos prospectivos sugerem que metade das infecc
mulheres HIV positivo
,
enquanto a outra metade representa reativac
adquiridas Strickler et al. (2005). Alguns autores afirmam que mulheres
infectadas por HIV tem uma maior prevale
ipos de HPV e de subtipos oncogê
infectadas pelo HIV (Moscicki et al., 2000; Ellerbrock et al., 2000; Strickler et al.,
2003). Estudos demonstram que a detecc
4+ e cargas virais mais elevadas do
H
4+, principal
/mm³
-
los tipos de HPV (Palefsky et
al., 1999; Strickler et al., 2003;
da infecc
ncia, a persistencia
entre as pacientes HIV positivo
s pelo HIV (Frisch et al., 2000). Em
mulheres portadoras do HIV, a prevalencia e a persistência da infecc
aumentam com a queda da contagem de
4+ e a elevac
carga viral, sendo que alguns estudos mostram que tipos oncogênicos do HPV
podem ser mais comuns, com baixas contagens de CD4+ e/ou carga viral mais
alta (Minkoff et al., 1998; Palefsky et al., 1999; Luque et al., 1999). Rachid &
Schechter (2005) relataram que a prevalência da infecc
HIV. A prevalência e a incide
-
o maiores nas pacientes portadoras do HIV do que naquelas HIV negativo
(Palefsky, 2003). Mulheres infectadas pelo HIV tê
-epite
4+ (Palefsky et al., 1999; Duerr et
al., 2006). Pacientes soropositivo para HIV quando associados a lesão de alto
grau revelaram maior progressão e persistência do vírus, portanto, são
refratários ao tratamento e apresentam maiores recorrências do que em
mulheres HIV negativas (Russomano et al, 2008). Esta é a razão pela qual
32
pacientes soropositivo para HIV precisam de tratamento mais agressivos
(Queiroz, 2005). Por outro lado, sabe-se que mulheres HIV positivo quando
tratadas adequadamente com terapia antirretroviral de alta atividade (HAART),
portanto, imunocompetentes apresentam história natural semelhante às demais
mulheres (Australian Government/National Health and Medical Research
Council, 2005).
33
7. CONCLUSÕES
A prevalência de HPV em mulheres portadoras de HIV no município de
Imperatriz-MA foi de 75,6%.
O estudo aponta para a necessidade de manutenção sistemática e
contínua do programa de rastreamento de prevenção do câncer de colo uterino
na população feminina soro positivo para HIV, tendo em vista a elevada
frequência do genoma do papiloma encontrado, fazendo-se necessário exames
adicionais para a tipagem do Papilomavírus encontrado para maiores
procedimentos.
34
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasileira
de
Ginecologia
e
41
APÊNDICES
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Prevalência do Papilomavirus humano e seus genótipos em mulheres
portadoras do vírus da imunodeficiência humana atendidas no Serviço
Ambulatorial Especializado de Imperatriz-MA.
O HPV é considerado um dos agentes causadores do câncer cervical. Em
cerca de 95% dos casos de câncer cervical, ele esta presente. Em cerca de
95% dos casos de câncer cervical, o vírus é encontrado Quando a mulher
esta infectada por HIV e HPV aumenta a possibilita de desenvolver o câncer.
Cerda de 55% de mulheres infectadas por HIV que apresentam câncer de
colo uterino. Com isso, este projeto se dedica a avaliar presença do HPV em
mulheres infectadas por HIV na população do município de Imperatriz. Esta
região apresenta grande desenvolvimento e atende a várias cidades dos
arredores, e se torna de grande importância este tipo de estudo para que se
possa fazer programas regionalizados para prevenção dessa doença. Para
isso, utilizaremos as amostras colhidas da região vaginal para apesquisa do
HPV pela técnica de biologia molecular. Sem a necessidade de qualquer
outra intervenção.
Se você tiver qualquer pergunta sobre este estudo ou riscos, você pode
entrar em contado com a pesquisadora Franciara Batista Casanova, telefone
99-9989-0700. Se você tiver dúvidas sobre seus direito ou com relação aos
aspectos éticos do trabalho, você pode entrar em contado com o Comitê de
Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEP) do Núcleo de
Medicina Tropical - UFPA – Av. Generalíssimo Deodoro, 92, Umarizal, Belém
– PA; Telefone 3241-0032.
É garantida a liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e
deixar de participar do estudo sem qualquer prejuízo à continuidade de seu
tratamento na instituição. As informações serão analisadas em conjunto com
outros pacientes, não sendo divulgado a identificação de nenhum paciente.
Não há nenhuma despesa pessoal adicional ao participante neste estudo.
Também não haverá compensação financeira relacionada à sua
participação. Você pode se negar a participar deste estudo sem que haja
qualquer prejuízo ao seu tratamento neste Serviço.Os dados obtidos por sua
participação serão apenas utilizados para este estudo.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li
ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo "Prevalência do
Papilomavirus humano e seus genótipos em mulheres portadoras do vírus
da imunodeficiência humana atendidas no Serviço Ambulatorial
Especializado de Imperatriz-MA".
Eu discuti com Franciara Batista Casanova sobre a minha decisão em
participar nesse estudo. Ficaram claros para mim, quais são os propósitos
do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos,
as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou
claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho
garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo
voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu
42
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem
penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter
adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.
______________________________
Belém __/__/200_
Participante
______________________________
Testemunha
Belém __/__/200_
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento
Livre e Esclarecido deste paciente para a participação neste estudo.
______________________________
Pesquisador
Belém __/__/200_
43
ANEXOS
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