Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 2 ANAC/SRI/GAMI MERCADO DE PASSAGEIROS O tráfego aéreo de passageiros entre o Brasil e a Europa totalizou 6,1 milhões de passageiros em 2014, representando 29,4% de todo o transporte aéreo internacional com origem e destino no país. Desse montante, 28,1% dos passageiros são provenientes de países que compõem a União Europeia e o 1,3% restante refere-se ao tráfego com Fonte: ANAC Suíça e Turquia, que não integram o Bloco. O mercado aéreo de passageiros entre o Brasil e a União Europeia cresceu à taxa média de 5,8% ao ano entre 2004 e 2014, tendo quase dobrado de tamanho no período (76% de crescimento acumulado). Em 2014, houve aumento de 5,3% em relação a 2013, apresentando uma recuperação após a queda observada no ano anterior. Fonte: ANAC Os países integrantes da União Europeia que apresentaram maior volume de tráfego de passageiros com o Brasil em 2014 foram: Portugal (27,4%), França (16,8%), Espanha (15,7%), Alemanha (14,7%), Reino Unido (10,3%), Itália (8,3%) e Países Baixos (6,8%). A Bélgica aparece com um percentual bastante reduzido, consistindo de apenas alguns voos não-regulares durante a Copa do Mundo de 2014. Expandindo-se a análise para além do Bloco e considerando-se todo o continente europeu como base, haveria o cômputo também das operações aéreas com Suíça e Turquia, que em 2014 corresponderam a 2,6% e 1,8%, respectivamente, do tráfego aéreo de passageiros entre Brasil e a Europa. Fonte: ANAC Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 3 ANAC/SRI/GAMI Na comparação de 2014 com o ano anterior, houve aumento do tráfego aéreo de passageiros de todos os países da União Europeia com o Brasil, exceto de dos Países Baixos, que apresentaram redução de 0,5%. Os mercados que apresentaram crescimento foram Portugal (1,5%), França (2,9%), Espanha (19,3%), Alemanha (6,9%), Reino Unido (4,3%) e Itália (2,6%). Fonte: ANAC Nota: O tráfego aéreo do Brasil com a Turquia apresentou variação positiva de 11,1% no período, já com a Suíça, registrou-se variação positiva de 5,5%. Em relação ao volume de operações das empresas aéreas atuantes nesse segmento, a liderança foi ocupada pela portuguesa TAP (70 frequências), seguida pela TAM (35), Air France (30), Lufthansa (21), Iberia (18); dentre outras. As empresas estrangeiras representaram 85% das frequências operadas no mercado Brasil-UE em 2014. Fonte: ANAC A brasileira TAM reduziu a sua participação no mercado europeu, consolidando a retirada dos últimos voos do Galeão para a Europa, ao cancelar as frequências Galeão-Londres-Galeão. Analisando-se este segmento sob o prisma da concorrência entre as companhias aéreas, observa-se que a TAP possui posição dominante, tendo alcançado 27,3% de participação de mercado em 2014, seguida pela TAM, com 16,5%. Na sequência, encontram-se as empresas Air France (12,9%), Lufthansa (9,9%), Iberia (8,7%), KLM (6,6%); dentre Fonte: ANAC outras. Na análise das taxas de crescimento registradas pelas principais empresas aéreas atuantes nesse mercado, em termos de variação do volume de passageiros transportados em 2014, frente a 2013, destacaram-se por apresentarem taxas positivas: Lufthansa (16,7%), British (15,7%), Iberia (5,5%), Alitalia (2,4%); dentre outras. A empresa TAM apresentou redução 2,1%. Quanto à concorrência efetiva em termos de rota, Fonte: ANAC Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 4 ANAC/SRI/GAMI observa-se que a empresa brasileira TAM possui participação relevante nos mercados europeus em que atua. Por exemplo, ela detém 86% do mercado aéreo de passageiros Brasil-Itália (Milão), 40% de Brasil-Inglaterra (Londres) e 32% de Brasil-Alemanha (Frankfurt). Fonte: ANAC MERCADO DE CARGA Dentre os mercados de carga aérea internacional do Brasil, a Europa ocupou a segunda posição em 2014, tendo respondido por 36,7% do total de toneladas transportadas. Dessas, 35,1% tiveram como origem/destino os países pertencentes à União Europeia e 1,6% os demais países europeus. Fonte: ANAC Nos últimos 11 anos, este segmento registrou crescimento médio de 4,7% a.a., tendo apresentado variação acumulada de 58,9% no período. Em 2014, 247 mil toneladas foram transportadas via aérea entre o Brasil e os países da União Europeia; volume 4,5% inferior ao atingido no ano anterior. Fonte: ANAC Dentre os parceiros aerocomerciais do Brasil na região, seis países responderam, em 2014, por 84,9% de todo o fluxo da carga transportada: Alemanha (24,8%), Países Baixos (14,0%), França (13,6%), Portugal (12,8%), Luxemburgo (10,1%) e Reino Unido (9,5%). Fonte: ANAC Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 5 ANAC/SRI/GAMI Pela análise comparativa de 2014 frente a 2013, observa-se que os países que apresentaram crescimento considerável do fluxo de carga (em toneladas transportadas) com o Brasil foram: Reino Unido (22%), Espanha (15%), França (11%) e Portugal (7%). Nos demais países da União Europeia, registrou-se redução: Alemanha (-18%), Itália (-17%), Luxemburgo (-15%) e Países Baixos (- Fonte: ANAC 7%). Considerando o perfil das operações, tem-se que 31% do tráfego internacional de cargas entre o Brasil e a União Europeia se deu por empresas exclusivamente cargueiras em 2014. A maior parcela da carga (69%) foi escoada, portanto, no porão de aeronaves mistas; esse percentual foi de 63% em 2013. Fonte: ANAC Na análise da competição entre companhias nesse segmento, observa-se que a TAM aparece em primeiro lugar do ranking em termos de volume de carga transportada em 2014, com 18% de participação de mercado, seguida pela TAP (13%), Cargolux (10%), Air France (10%), Lufthansa (9%); Lufthansa Cargo (8%); dentre outras. Fonte: ANAC Empresas de nacionalidade europeia responderam por 75,3% do mercado cargueiro da região, em 2014, e empresas de outras nacionalidades (sem considerar as brasileiras) representaram 7,0% do mercado. Isso demonstra a importância da habilitação de direitos de tráfego acessório nos Acordos de Serviços Aéreos para a viabilização do escoamento produtivo do país. Considerando o volume transportado por empresas exclusivamente cargueiras, a Cargolux (33%) e a Lufthansa Cargo (27%) lideraram o mercado em 2014, seguidas por Martinair Holland (18%), Lan Cargo (11%); dentre outras. Fonte: ANAC Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 6 ANAC/SRI/GAMI Quando da análise do desempenho das principais empresas atuantes nesse segmento em 2014, frente a 2013, observam-se as maiores taxas de crescimento das seguintes empresas: British (71%), Lufthansa (7,5%) e TAP (7,1%). As empresas Lufthansa Cargo e Cargolux apresentaram redução no volume de carga transportada de -32% e -14,9%, respectivamente. Fonte: ANAC Os números da British tem que ser analisados com cuidado, uma vez que a empresa não enviou os dados da rota Galeão-Londres em novembro e dezembro de 2013. TURISMO1 A Europa é um importante emissor de turistas para o Brasil. Cerca de 28% dos turistas que ingressaram no país, em 2014, foram oriundos daquela região, o que representou 1,85 milhão de pessoas. Considerando-se somente os turistas internacionais que chegam via modal aéreo, a Europa aumenta sua representatividade, constituindo 36% da totalidade no mesmo ano. Dados do Ministério do Turismo de 2014 mostram Fonte: Ministério do Turismo – Mtur. Brasil. 1 Os dados disponibilizados pelo Ministério do Turismo não permitem que se faça uma análise apenas do conjunto dos países pertencentes à União Europeia. que 90% dos turistas de nacionalidade europeia, que ingressaram no Brasil, utilizaram o transporte aéreo, enquanto apenas 10% utilizaram outros modais. O maior contingente de turistas provenientes da Europa via aérea, em 2014, foi de italianos, alcançando participação de 13,1% do grupo; em seguida, vieram os alemães (12,2%), franceses (12,2%), portugueses (10,0%), espanhóis (9,2%) e ingleses (8,9%); dentre outros. Fonte: Ministério do Turismo – Mtur. Brasil. Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 7 ANAC/SRI/GAMI O gasto médio diário do turismo mundial no Brasil foi de US$ 73,12 em 2014, representando um aumento de 11,9% em relação ao ano anterior. O turista inglês destaca-se por ter o maior nível de gasto médio diário no país (US$ 83,1) entre os países europeus. Em seguida estão os holandeses (US$ 75,0/dia), suíços (US$ 69,5/dia) e franceses (US$ 67,8/dia); dentre outros. Fonte: Ministério do Turismo – Mtur. Brasil. RELAÇÕES COMERCIAIS As transações comerciais entre o Brasil e a União Europeia cresceram a uma taxa média anual de 12% nos últimos dez anos. Em 2014, houve uma queda de 9,9% na corrente de comércio em relação ao ano anterior. O total do bloco europeu representou 19,5% da corrente de comércio brasileira do ano. O saldo de comércio foi negativo em 2014: as Fonte: MDIC, Aliceweb. exportações somaram US$ 42,0 bilhões e as importações totalizaram US$ 46,7 bilhões. Dentre os países pertencentes ao bloco europeu, a Alemanha foi o principal parceiro comercial do Brasil. No último ano, as transações com esse país representaram 23% das relações comerciais BrasilUE, seguido por Países Baixos (18%), Itália (12%) e França (10%); dentre outros. Fonte: MDIC, Aliceweb. Em valores monetários (US$), 15,3% das transações comerciais entre Brasil e União Europeia foram escoadas por via aérea, em 2014. Já quando se considera a corrente de comércio em toneladas, esse percentual cai para 0,16%. Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 8 ANAC/SRI/GAMI Esse fato é traduzido pelo alto valor agregado das mercadorias transportadas por via aérea. O valor médio para o modal aéreo, em 2014, foi de US$ 78,79 / kg, enquanto o valor médio para os outros modais foi de US$ 0,70 / kg. O valor total dos bens transportados via aérea em entre o Brasil e a UE foi de US$ 13,5 bilhões, dos Fonte: MDIC, Aliceweb. quais US$ 2,3 bilhões foram relativos à exportação e US$ 11,3 bilhões à importação. Em termos de composição dos produtos transportados, por via aérea, com maior valor médio agregado em 2014 destacaram-se: pérolas e pedras preciosas, etc. (US$ 3.413/Kg); objetos de arte, de coleção e antiguidades, etc. (US$ 2.127/Kg); aeronaves e suas partes, etc. (US$1.264 / Kg); dentre outros. Fonte: MDIC, Aliceweb. Considerando-se a representatividade dos produtos pelo valor total comercializado, destacaram-se: produtos farmacêuticos (US$ 3.438 milhões); caldeiras e (US$ 2.203 milhões); máquinas máquinas e material elétrico (US$ 1.567 milhões); dentre outros. Fonte: MDIC, Aliceweb. Boletim Informativo – Transporte Aéreo Internacional Brasil – União Europeia 9 ANAC/SRI/GAMI RESUMO A União Europeia representa a segunda maior região emissora e receptora de tráfego aéreo de passageiros com o Brasil, tendo respondido por 29,4% do total da aviação internacional do país em 2014. A expectativa é de que o mercado Brasil-UE mantenha um ritmo modesto de crescimento ao longo de 2015 em função da queda projetada para a economia brasileira no ano, bem como No comparativo de 2014 frente a 2013, o volume de da passageiros transportados entre o Brasil e o bloco economia europeia. europeu apresentou um aumento de 5,3%, percentual inferior ao crescimento do tráfego internacional brasileiro no período (7,9%). Entre os mercados da UE, destaca-se o aumento 27,4% no tráfego do maior mercado da região, Portugal. França, Espanha e Alemanha também apresentaram taxas de crescimento significativas, de 16,8%, 15,7% e 14,7%, respectivamente. baixa taxa de crescimento da Setor Responsável Superintendência de Relações Internacionais - SRI Gerência de Análise de Mercados Internacionais - GAMI Equipe Técnica Bruno Silva Dalcolmo - SRI Daniel Ramos Longo - GAMI Caio Marcello M. F. Vianna Esa Pekka Tapani Horttanainen Rodrigo Ayres Padilha Talita Armborst Contatos Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC Ed. Parque Cidade Corporate - Torre A CEP 70308-200 • Brasília/DF - Brasil Telefones: (+55) 61 3314-4531 (+55) 61 3314-4515 [email protected] Disclaimer - Os dados estatísticos relativos aos serviços de transporte aéreo público são fornecidos mensalmente pelas empresas aéreas brasileiras e estrangeiras à ANAC, nos termos da regulamentação vigente. 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