plantas notáveis da serra do cipó, minas gerais.

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte,10-15 de Novembro de 2013
PLANTAS NOTÁVEIS DA SERRA DO CIPÓ, MINAS GERAIS.
Guilherme M. Antar¹*, Marcela Escaramai¹, Marcelo T. Kubo¹, Paulo T. Sano¹.
1
Laboratório de Sistemática Vegetal, Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo.
*[email protected]
Introdução
A Serra do Cipó está situada na porção sul da Cadeia do
Espinhaço em Minas Gerais e possui uma flora de grande
riqueza e elevado número de endemismos. Essa grande
biodiversidade ocorre devido às características físicas
singulares e à variedade de ambientes existentes,
destacando-se entre suas fitofisionomias os campos
secos, os afloramentos rochosos e os campos úmidos [1].
Apesar do grande conhecimento científico já existente,
com mais de 40 trabalhos da Flora da Serra do Cipó
publicados, existe uma carência na divulgação e
transposição dessa informação para o público leigo,
visando a valorização dessa flora, que se encontra
ameaçada por pressões antrópicas, como o aumento do
turismo na região.
Plantas notáveis, se enquadradas na forma de um guia,
podem ser usadas para difundir esse conhecimento e se
tornar símbolos para a conservação desse ambiente.
Metodologia
Foram realizadas coletas na Serra do Cipó (MG),
enviesadas para planta notáveis, principalmente ao longo
da rodovia MG-010 e trilhas dentro do Parque Nacional da
Serra do Cipó. A região apresenta clima mesotérmico com
verões brandos [2], maior concentração de chuvas no
verão e temperaturas médias variando de 17,4 a
19,8°C[1].
Os espécimes coletados foram classificados em notáveis
segundo critérios de abundância; endemismo ou raridade;
exuberância notável; utilidade direta para o ser humano; e
peculiaridades (tal como odor característico).
Resultados e Discussão
Foram amostradas 398 plantas das quais 143 espécies
foram enquadradas como notáveis. Dentre elas, as
famílias mais bem representadas foram Melastomataceae
(21), Fabaceae (18), Asteraceae (14), Eriocaulaceae (6),
Verbenaceae (5) e Xyridaceae (5). Com exceção de
Verbenaceae, as demais famílias estão entre as mais
representativas em número de espécies para a região [1].
A utilização de espécies bandeira (flagship species) nas
estratégias de conservação é frequente. E, apesar de
apresentarem problemas se utilizadas para delimitação
das áreas de proteção, são de grande auxílio na
sensibilização, financiamento e conscientização junto aos
projetos de conservação [3], principalmente quando existe
identificação cultural da população residente com a(s)
espécie(s) escolhida(s) [4], fato que pode ser bem
explorado na região deste trabalho.
Figura. Exemplo de espécies consideradas notáveis. A.
Lavoisiera pulcherrima Mart. & Schrank ex DC. B.Trimezia
juncifolia Benth. & Hook. f. C. Centrosema vetulum Mart.
ex Benth. D. Jacaranda racemosa Cham. E. Richterago
arenaria (Baker) Roque. F. Mandevilla hirsuta (A.Rich.)
K.Schum. G. Barbacenia flava Mart. ex Schult. & Schult.f.
H. Lippia lupulina Cham. I. Actinocephalus bongardii
(A.St.-Hil.) Sano.
Conclusões
Esse trabalho contemplou a identificação das plantas
mais conspícuas e com potencial para se tornarem
flagship species. Parte delas constará em um guia de
identificação fotográfico, que tem por objetivo aumentar a
difusão do conhecimento científico, a proximidade e o
diálogo com a sociedade.
Agradecimentos
Ao CNPq-PROTAX pela bolsa concedida.
Referências Bibliográficas
[1] Giulietti, A. M., Menezes, N. L., Pirani, J. R., Meguro, M. &
Wanderley, M. G. L. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:
Caracterização e lista de espécies. Boletim de Botânica da USP
9: 1-151.
[2] Galvão, M.V. &Nimer, E. 1965. Geografia do Brasil, Grande
Região Leste: Clima - Conselho Nacional de Geografia, IBGE,
Rio de Janeiro.
[3] Caro, T., Engilis Jr., A., Fitzherbert, E. & Gardner, T.
2004.Preliminary assessment of flagship species concept at a
small scale.Animal Conservation 7: 63-70.
[4] Bowen-Jones, E. &Entwistle, A. 2002. Identifying appropriate
flagship species: the importance of culture and local contexts.
Oryx 36(2): 189-195.
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