CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ (CEFACE) INFORME Nº 62 MARÇO - 2007 EM FARMACOVIGILÂNCIA CONTRASTES RADIOLÓGICOS À BASE DE SAIS DE GADOLÍNIO: RISCO DE FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA A Fibrose Sistêmica Nefrogênica (FSN) pode causar enrijecimento e engrossamento da pele, freqüentemente nas extremidades e ocorre em pacientes com doença renal associada, podendo também resultar em imobilidade dos joelhos e dificuldade no caminhar. A presença de edema, história de TVP e história de hipotireoidismo também foram associados com FSN. Após o ajuste da idade, presença de edema, história de TVP e hipotireoidismo, somente a exposição aos contrastes durante o período mencionado permaneceram estatisticamente significantes. Em maio de 2006, nefrologistas de um hospital em St Louis, Missouri, notificaram ao CDC sobre um grupo, dentre os pacientes em tratamento de diálise, afetados e com fatores de risco para FSN. Trinta e três pacientes com FSN foram identificados, 28 dos quais tratados nesse hospital. Um estudo casocontrole foi conduzido e resultares preliminares, indicaram que a exposição aos agentes de contraste contendo gadolínio durante a ressonância magnética foi independemente associada a FSN. O ataque raro de FSN em pacientes externos submetidos a tratamento de diálise crônica no hospital por 4 anos (duração do estudo 2002-2006) foi identificado como sendo 4,6 casos por 100 pacientes em diálise peritoneal em relação aos 0,61 por 100 pacientes em hemodiálise). Os médicos devem estar cientes sobre o potencial para FSN e quando possível, devem avaliar o uso de contrastes contendo sais de gadolínio em pacientes com doença renal avançada. ANÁLISE DOS DADOS DO ESTUDO CASO-CONTROLE O estudo caso-controle incluiu casos confirmados do hospital em St Louis. Três controles para cada caso, foram selecionados de forma randomizada de um grupo de pacientes tratados em clínicas de diálise ou no centro de tratamento do mesmo hospital, no mesmo dia que o caso foi diagnosticado. No resultado do estudo, não houve diferença significante entre os casos (n=19) e os controles (=57) quanto ao sexo, número de meses a partir do primeiro dia de diálise, tipo primário de diálise recebida e presença de diabetes mellitus. Diferenças significantes foram detectadas na média de idade, história de Trombose Venosa Profunda (TVP), história de hipotireoidismo e presença de edema dependente. Na análise univariada, a exposição aos contrastes radiológicos contendo sais de gadolínio durante os 6 meses precedentes ou 1 ano foi mais comum entre os casos do que nos controles. Portanto, é contra-indicado o uso desses contrastes à base de sais de gadolínio em pacientes com insuficiência renal severa e naqueles submetidos a transplante hepático. Deve ser também avaliada a relação benefício/risco em pacientes neonatos e com idade inferior a um ano em decorrência da imaturidade renal. No Brasil, os nomes comerciais desses contrastes à base de sais de gadolínio são: Omniscan, Magnevistan e Dotarem. A partir dessas considerações o CEFACE solicita que, qualquer reação adversa observada, seja notificada, se possível, através da Ficha Amarela de Notificação de Reações Adversas ou pelos telefones 3366-8276 ou 3366-8293. Se você ainda não tem ficha de notificação, solicite-nos. E-mail: [email protected] As notificações também poderão ser feitas através do formulário de notificação de reações adversas e/ou queixas técnicas, disponível no endereço eletrônico: >>http://www.anvisa.gov.br/form/fármaco/index_prof.htm Bibliografia consultada: 1. www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm5607al.htm; 2. L’Officiel du médicament/Pharmacovigilance (09/02/2007); 3. Dicionário Terapêutico Guanabara Edição 2003-2004, p.23.8-23.9. Responsável: Eudiana Vale Francelino (Farmacêutica do CEFACE). Revisão: Profª Mirian Parente (Coordenadora do GPUIM.