1 UTILIZAÇÃO DE IMAGENS CBERS2 NA ELABORAÇÃO DO MAPA DE USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL NATURAL DE 2005, DO TRIÂNGULO MINEIRO /ALTO PARANAÍBA DJANE ARAUJO INÁCIO DA CUNHA ¹ JORGE LUÍS SILVA BRITO ² RESUMO: Nesta pesquisa foi elaborado o mapeamento do uso da terra da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, localizada no extremo oeste de Minas gerais, ocupando uma área de 90.064,00 Km2, que corresponde a 15 % do território deste Estado, abrangendo um total de 66 municípios. Faz divisa com três Estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Esta área foi escolhida pela grande importância na economia do estado e por representar um grande potencial agropecuário. O mapeamento foi elaborado por meio de interpretação visual das imagens do sensor CCD/CBERS-2, utilizando-se o software SPRING 4.2. Os resultados mostraram que a pastagem é a categoria que ocupa maior área da mesorregião (41,30%), seguida da agricultura (31,43%). As áreas de cobertura vegetal natural ocupam apenas 22,71% da área total. Ocorreram em menor porcentagem as áreas de corpos d’água (1,72% ), Silvicultura (1,50%), Áreas irrigadas por pivô (0,79%) e mancha urbana (0,55%). Este mapeamento é de extrema importância para a compreensão da organização do espaço e das mudanças ocorridas nele, uma vez que o meio ambiente está em constante mudança devido ao aumento das atividades antrópicas. PALAVRAS CHAVE: Uso da terra - Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba - Mapeamento ___________________________________________________________________________ 1 Bolsista IC/ PIBIC/ CNPQ/ UFU. Instituto de Geografia / Universidade Federal de Uberlândia. Rua Professora Maria Aparecida da Costa, Bairro Goiás, Araguari-MG, CEP 38442-114. E-mail: [email protected] . 2 Orientador , Professor Doutor do Instituto de Geografia / Universidade Federal de Uberlândia . Av. João Naves de Ávila, 2160-Bloco 1H Campus Santa Mônica, CEP 38408-100. E-mail: [email protected]. 2 ABSTRACT In this research the mapping of the use of the land of the Mesorregião of the Triangle Mineiro/Alto Paranaíba, located in the extreme west of Minas Gerais was made, occupying an area of 90.064,00 Km², that corresponds 15 % of the territory of this State, enclosing a total of 66 cities. It makes verge with three States: São Paulo, Mato Grosso of Sul and Goiás. This area was chosen by the great importance in the economy of the state and by representing a great farming potential. The mapping was elaborated by means of visual interpretation of the images of sensor CCD/CBERS-2, having used itself software SPRING 4.2. The results had shown that the pasture is the category that occupies greater area of the mesorregião (41,30%), followed of agriculture (31,43%). The areas of natural vegetal covering occupy only 22.71% of the total area. The areas of bodies had occurred in lesser percentage d'água (1,72%), Forestry (1,50%), Areas irrigated for pivot (0,79%) and urban spot had occurred in lesser percentage the areas of bodies (0,55%). This mapping is of extreme importance for the understanding of the organization of the space and the occured changes in it, a time that the environment is in constant change due to the increase of the antrópicas activities. WORDS KEY: Use of the land - Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba - Mapping 3 coordenadas, recursos matemáticos de projeções cartográficas e ainda recursos 1- INTRODUÇÃO gráficos de símbolos e textos. Suas o aplicações têm sido estendidas a todas as território no qual vivemos sempre foi uma atividades que necessitam conhecer parte preocupação das diversas civilizações que da superfície terrestre. Reconhecer e representar Segundo MARTINELLI (2003), o vivem e que já viveram em nosso planeta. A superfície terrestre apresenta várias desenvolvimento peculiaridades, sendo que, uma de grande computacionais trouxe para a cartografia, destaque é a difícil interação dos elementos junto aos interesses da visualização, a humanos, físicos e biológicos, como o exploração clima, solo, agricultura, vegetação, relevo multimídia e o educacional, interligando os lares às desenvolvimento das geotecnologias é livrarias, escolas, empresas, instituições, possível integrar e reunir vários tipos de através dados e visualizá-los conjuntamente no cartográfica. urbanização. Atualmente com de de de novas com tecnologias operações grande redes de de aplicação informação formato de mapas digitais, facilitando a A necessidade de reconhecer e compreensão de um determinado território representar o meio em que vivemos, gerou e os processos naturais e antrópicos que o desenvolvimento de várias tecnologias ocorrem nele. de mapeamento e monitoramento da A cartografia é considerada como a superfície terrestre. Vários avanços têm ciência e a arte de representar, por meio de ocorrido nas últimas décadas em relação as mapas e cartas, informações da superfície geotecnologias, todo ano, são lançados no terrestre. É ciência porque, para alcançar mercado uma variedade de meios e precisão, aplicativos depende basicamente da para a execução de monitoramentos dos astronomia, geodésica e matemática. É arte mapeamentos porque é subordinada as leis da estética, recursos naturais e antrópicos. simplicidade, clareza e harmonia. (ROSA, 2003) e As geotecnologias têm promovido uma ocupação mais controlada e o A Cartografia papel aproveitamento mais racional dos recursos fundamental de representar a realidade de determinado território, o que incentiva a através de informações espaciais de uma execução cada vez maior de projetos de forma levantamento e mapeamento de várias organizada tem e o padronizada compreendendo precisão, determinação de regiões. 4 O monitoramento da superfície Segundo ROSA (2003), em um terrestre por meio de satélites é hoje em dia mapeamento indispensável em vários aspectos, pois encontradas diversas classes, pode-se dizer permite a aquisição de dados de maneira que são naturais, as classes onde não houve veloz, eficiente e segura. E esses dados são ação antrópica, ou onde o homem não de grande importância para o mapeamento, atuou de forma direta, mas havendo levantamento e utilização de informações reflexos de sua atuação na natureza. Nesse sobre o uso e ocupação do solo de uma sentido, determinada região, sendo que estas revestimento e uso do solo que seja única e informações são de fundamental interesse ideal, cada classificação é feita de forma a para a compreensão dos padrões de atender as necessidades do usuário e são organização dessa região. adaptadas ROSA (2003), considera que as não à de uso do existe solo são classificação região que está de sendo estudada. técnicas de sensoriamento remoto, aliadas Nesta pesquisa optou-se por fazer o aos Sistemas de Informação Geográfica, mapeamento do uso do solo do Triângulo desempenham um papel fundamental na Mineiro/Alto Paranaíba, este será de organização do espaço. Nesse sentido, os extrema importância para futuros estudos sistemas sobre planejamento ambiental e regional, disponíveis de sensoriamento atualmente, remoto admitem a auxiliando na avaliação das áreas de aquisição de dados de forma global, agricultura, na disponibilidade de reservas segura, veloz e periódica, sendo estes florestais dados de grande importância para o facilitando assim a elaboração de planos levantamento, mapeamento e utilização para o desenvolvimento da área de estudo. das informações de uso e ocupação do solo De acordo com ROSA (2003), de uma dada região. da região, entre outros, dados atualizados da distribuição e das A ausência de dados sobre o uso da áreas ocupadas pela vegetação natural, terra constitui-se numa dificuldade para os agricultura, áreas urbanas edificadas, bem estudos de análise do meio físico em que como informações sobre as dimensões de vivemos. Nesse contexto, as técnicas de suas mudanças, se tornam cada vez mais sensoriamento remoto formam um valioso indispensáveis instrumento planejadores, para o armazenamento, aos pois legisladores colaboram e para integração, análise e geração de dados elaboração de políticas melhores de uso e sobre o meio físico. ocupação do solo, seja em questões 5 relativas ao governo Federal, Estadual ou facilitando assim, o uso das imagens de Municipal. satélite. O estudo do Uso do Solo e Os softwares que estão sendo Cobertura Vegetal Natural consiste em utilizados interpretar toda a sua utilização, ou a AUTOCADMAP e o SPRING 4.2. Devido caracterização dos tipos e categorias de às novas possibilidades oferecidas por vegetação natural que reveste determinado estes produtos digitais, podem-se constatar solo. significativas Conforme o Manual técnico de Uso nesta pesquisa são renovações o aos procedimentos cartográficos. da terra do IBGE (2006), o levantamento Conforme Góes (2000), o AutoCad do uso e da cobertura da terra indica a Map é a solução Autodesk para análise distribuição geográfica da tipologia de uso, espacial e geográfica em mapas de identificada através precisão homogêneos da de padrões cobertura terrestre. desenvolvida adicionando em poderosas AutoCad, funções de Envolvendo pesquisas de escritório e de gerenciamento de banco de dados. Em campo, voltadas para a interpretação, síntese análise e registro de observações da desempenho paisagem, concernentes aos tipos de uso e Geoprocessamento como: integrar dados a cobertura sua entidades de desenho, tornando-as mais classificação e espacialização através de inteligentes; corrigir mapas de forma cartas. automática; criar topologia de ponto, linha da terra, visando a o programa de possibilita diversas tarefas o de O mapeamento do Uso do Solo e e polígonos; produzir mapas temáticos Cobertura Vegetal Natural do Triângulo com legendas; trabalhar com informações Mineiro/Alto Paranaíba é de extrema de mapas que possuem diferentes Datums importância da e sistemas de projeções; exportar dados organização do espaço e das mudanças para outros formatos de softwares GIS; ocorridas nele, uma vez que o meio importar dados de outros formatos de ambiente está em constante mudança software de GIS; plotar e preparar books devido de mapas de forma fácil e eficiente; para ao a compreensão aumento das atividades antrópicas. O sensoriamento remoto tem georreferenciar mapas e imagens. sido utilizado, de forma eficiente, para este O SPRING é um sistema para tipo de mapeamento. Além disso, têm se processamento em ambiente UNIX e multiplicado para Windows, que inclui um banco de dados imagens, geográficos, o qual permite adquirir, processamento os softwares digital de 6 armazenar, combinar, analisar e recuperar Central informações codificadas espacial e não Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Norte espacialmente, ou seja, é um sistema que de Minas, Jequetinhonha, Vale do Rio combina funções de processamento de Doce, imagens, análise espacial e modelagem Vertentes, Zona Metropolitana de Belo numérica do terreno, em um único Horizonte, Sul/Sudoeste de Minas e Oeste software (INPE/EMBRAPA, 1993). de Minas. Ultimamente, os conhecimentos de Mineira, Zona da Vale Mata, do Mucuri, Campo das A região do Triângulo Mineiro/Alto cartografia, necessários à tecnologia de Paranaíba Sistema Geográfica, morfoclimático do Cerrado. Nesta região o ganham com um grande aumento na cerrado caracteríza-se por ser pouco denso; capacidade de se elaborar mapas digitais os troncos das árvores são tortuosos e de que efetivamente informem as idéias e engalhamento baixo e retorcido, as copas questões geográficas de um determinado são assimétricas, com folhas grandes e local. Para que isso ocorra softwares grossas. (ATEHORTUA, 2004) de Informação está inserida no domínio apropriados são criados a cada ano No Triângulo objetivando viabilizar a utilização de Paranaíba, distingue-se produtos resultantes das novas tecnologias regimes climáticos: o inverno é frio e seco, de da no qual predomina a Massa Equatorial informação espacial, como é o caso dos Atlântica (mEa) e a Massa Tropical dados obtidos por levantamentos com Atlântica (mTa), caracterizada por sua GPS; com imagens de satélites e com estabilidade, o que mantém a Frente ortofotos digitais. Intertropical (FIT) afastada para norte do apreensão e processamento Mineiro/Alto dois grandes Equador, ocasionando a ausência de precipitação. 2-ÁREA DE ESTUDO O regime térmico é caracterizado pelas baixas temperaturas, A área de estudo desta pesquisa é a resultantes da menor inclinação dos raios Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto solares. E é influenciado também pela Paranaíba no progressão da Massa Polar Atlântica extremo oeste de Minas gerais, ocupando (mPa), que provoca bruscos abaixamentos uma área de 90.542,01 Km2, abrangendo de temperatura. (ATEHORTUA, 2004) (Figura 1), localizado um total de 66 municípios. Conforme O verão é quente e chuvoso, IBGE, 2005, Minas Gerais é dividido em predominando a ação da Massa Equatorial 12 Mesorregiões: Noroeste de Minas, Continental (mEc), quente e úmida, de 7 grande instabilidade convectiva, que se central e desloca para a zona de baixas pressões, Brasileiro. centro-oeste do resultando no aquecimento da região Figura 1: Mapa de Localização da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíb Planalto 8 Conjugado com este evento, os final do período Triássico até o Jurássico alísios de nordeste e sudeste, carregados de apareceram umidade, reúnem-se ao oeste do rio São arenitos eólicos da formação Botucatu, que Francisco, por volta de 17° de latitude sul, marcaram o início da deposição. formando a Frente Intertropical (FIT), que influencia e provoca às rochas sedimentares, O relevo é marcado por chapadões precipitações, tabulares, apresentando topografia plana geralmente acompanhadas por trovoadas com altitudes de 400 a 1.100 metros do (EMBRAPA, 1982). nível do mar, no entanto, na região do Alto A temperatura média é de 22 °C. Outubro e Fevereiro são os meses mais Paranaíba ocorrem ondulações. (CHAGAS,2002) quentes do ano com temperaturas médias Os solos que predominam na região entre 21 e 25 °C e julho o mês mais frio são: latossolo húmico avermelhado escuro com 16 e 22 °C. A temperatura média e latossolo vermelho-amarelo com casos anual das máximas varia entre 27 e 30 °C e eventuais em algumas regiões de terras das mínimas entre 15 e 18 °C. roxas misturadas. Nos vales próximos as A umidade relativa média anual grandes bacias hidrográficas rios Grande, oscila entre 70 e 75 %. A máxima, em Araguari e Paranaíba encontram-se os dezembro, com 81% e a mínima, em solos férteis. agosto, com 52%. A insolação média Segundo CHAGAS (2002), no anual está em torno de 2.600 horas Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba ocorre à (EMBRAPA, 1982). prática de agricultura e pecuária, da Segundo NISHIYAMA Triângulo Mineiro (1989), exploração extensiva e rudimentar à agricultura monitorada por satélites, à Bacia cuja base utilizando-se de alta tecnologia com deposicional das rochas está constituída de experimentos de melhoramento genético rochas metassedimentares dos Grupos tanto animal como vegetal. Sedimentar do pertence o Paraná, Araxá, Canastra e Bambuí, de idade PréCambriana (Proterozóica) e de rochas do Complexo Goiano de Idade Arqueana. As litologias da 3 - MATERIAIS E PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Bacia Sedimentar são da idade Mesozóica e estão 3.1-MATERIAIS conformadas por arenitos da Formação Botucatu, basaltos da Formação Serra • Trabalhos Geral e por rochas do Grupo Bauru. Do revistas. acadêmicos; livros; 9 • Softwares: SPRING4.2, SE-22-Z-C-II (Cachoeira Porto Feliz); AUTOCADMAP2004. SE-22-Z-C-III (Gurinhatã); SE-22-Z- • Microcomputador Pentium IV 800 D-I (Serra de São Lourenço); SE-22-Z- MHz, com 256 Mb de Memória RAM D-II e leitora de CD-ROM. (Miraporanga); • Cinqüenta (Prata); SE-22-Z-D-III SE-23-Y-C-I (Nova cartas Ponte); SE-23-Y-C-II (Perdizes); SE- topográficas, em formato digital, na 23-Y-C-III (Ibiá); SE-23-Y-D-I (São escala foram Gotardo); SE-23-Y-D-II (Dores do levantadas e editadas pela CEMIG Indaiá); SE-22-Y-D-VI (Paranaíba); (Companhia Energética Minas SE-22-Z-C-IV (Cachoeira da Mutuca); Gerais) pelo (Instituto SE-22-Z-C-V (Iturama); SE-22-Z-C-VI Brasileiro de Geografia Estatística). As ( Riolândia); SE-22-Z-D-IV (Campina cartas topográficas são as seguintes: Verde); SE-23-V-C-V (Guarda-Mor); SE-22-Z- Florido); SE-22-Z-D-VI (Veríssimo); A-III (Bom Jesus de Goiás); SE-22-Z- SE-23-Y-C-IV (Uberaba); SE-23-Y-C- B-I V de e duas 1:100.000, e que de IBGE (Itumbiara); SE-22-Z-B-II (Corumbaíba); SE-22-Z-B-III SE-22-Z-D-V (Sacramento); (Araxá); (Campo SE-23-Y-C-VI SE-23-Y-D-IV (Campos (Goiandira); SE-23-Y-A-I (Catalão); Altos); SE-23-Y-D-V (Luz); SF-22-V- SE-23-Y-A-II (Coromandel); SE-23-Y- B-III (Aparecida do Taboado); SF-22- A-III SE-23-Y-B- X-A-I (Jales); SF-22-X-B-I (Icém); SF- SE-23-Y-B- 22-X-B-II (Frutal); II(Serra das Almas); SE-22-Z-A-IV (Guaíra); SF-23-V-A-I (Cachoeira Alta); SE-22-Z-A-V (Santa SF-23-V-A-II; SF-23-V-A-III. Vitória); (Cachoeira • Mosaico de Imagens do sensor Dourada); SE-22-Z-B-IV (Ituiutaba); CCD (Câmara Imageadora de Alta SE-22-Z-B-V (Tupaciguara); SE-22-Z- Resolusão) do satélite CBERS2, ano B-VI SE-23-Y-A-IV 2005, em formato digital, contendo as (Estrela do Sul), SE-23-Y-A-V (Monte bandas 2, 3, 4. Obtidas em dezesseis de Carmelo); SE-23-Y-A-VI (Patos de janeiro de 2006, com órbita/ponto Minas); SE-23-Y-B-IV (Carmo do indicadas na tabela 1. (Lagamar); I(Presidente Olegário); SE-22-Z-A-VI (Uberlândia); Paranaíba); SE-23-Y-B-V (Serra Selada); SE-22-Z-C-I (São Domingos); SF-22-X-B-III (Igarapava); 10 A TABELA 1: pesquisa bibliográfica desta Relação de imagens do sensor CCD do pesquisa consistiu no levantamento de satélite CBERS2 que cobrem a região de trabalhos acadêmicos, livros, revistas e estudo periódicos, relacionados com a área de estudo. Órbita Ponto Mês de passagem 160 122 Outubro 159 121 Novembro pesquisa 159 122 Novembro AUTOCADMAP2004, a partir da junção 159 123 Novembro das cinqüenta e duas cartas topográficas 158 123 Outubro editadas pelo IBGE e CEMIG, obtidas pelo 158 120 Setembro sítio do IBGE (www.ibge.gov.br). 158 121 Setembro As imagens do sensor CCD do 158 123 Setembro satélite CBERS-2 foram obtidas através do 157 120 Junho sítio do Instituto Nacional de pesquisas 157 121 Junho espaciais 157 122 Agosto disponibilizadas de forma gratuita a partir 157 123 Julho 156 120 Outubro Posteriormente foi elaborado no 156 121 Outubro software SPRING-4.2 um banco de dados 156 122 Agosto geográfico da mesorrregião do Triângulo 156 123 Agosto Mineiro / Alto Paranaíba, contendo as 155 120 Julho informações 155 121 Julho drenagem, 155 122 Julho municipais, 155 123 Julho cartográfica. 154 120 Novembro 154 121 Novembro 3.2.1 – PROCESSAMENTO DIGITAL 154 122 Novembro DAS IMAGENS 154 123 Novembro Organizado por: Cunha, D.AI A base cartográfica utilizada na elaborada no software (www.cbers.inpe.br), de cadastro do usuário. referentes malha a viária importadas rede e da de limites base As imagens CCD/CBERS-2 foram registradas 3.2 – PROCEDIMENTOS TÉCNICOS foi a partir do software REGEEMY. Segundo FEDOROV (2002), esse software de registro foi desenvolvido pelo INPE com a intenção de facilitar o 11 registro de imagens de forma automática ou semi-automática. • Segundo INPE Obtenção de informação tridimensional de imagens tomadas (20005), o registro é uma transformação em posições diferentes. geométrica que relaciona as coordenadas • da imagem (linha e coluna) com as Essas imagens registradas foram então coordenadas geográficas longitude) de um transformação existentes na (latitude mapa. elimina imagem, e Essa distorções causadas no Geração de mosaico de imagens. importadas para o banco de dados geográfico do software SPRING-4.2, onde foram aplicadas operações de processamento digital de imagens descritas processo de formação da imagem, pelo a seguir. sistema sensor e por imprecisão dos dados Operação de plataforma melhorar a qualidade da imagem realizou- (aeronave ou satélite). O registro de uma se um contraste linear, este consiste numa imagem é necessário para: transferência radiométrica nos “pixels” posicionamento • • da de contraste: objetivando integração de imagens obtidas por para aumentar a discriminação visual dos sensores diferentes. objetos presentes nas imagens (Figura 2a e Análise temporal de imagens Figura 2.b). obtidas em tempos diferentes. a) Banda 2 (CCD/CBERS-2), sem aplicação b) Banda 2 (CCD/CBERS-2), após aplicação de de contraste. contraste linear. Figura 2 – Amostra de imagem sem aplicação de contraste da banda-2 de sensor CCD/CBERS (a) e a mesma amostra de imagem da banda-2 de sensor CCD/CBERS com aplicação de Contraste linear (b). A operação envolvida na correção que a função de transferência é uma reta. dos níveis de cinza das bandas individuais Como podem ser observados na utilizada foi o ajuste linear. Nele, as barras figura 3, as retas cinza e rosa representam que formam o histograma da imagem de respectivamente as funções lineares de saída são espaçadas igualmente, uma vez distribuição antes e após o ajuste. 12 por objetivo fragmentar uma região, em unidades homogêneas, considerando algumas de suas características intrínsecas como, por exemplo, o nível de cinza dos pixels, textura e contraste (Woodcock et al. 1994, apud COUTINHO, 1997). Existem dois tipos de segmentação de imagens disponíveis no aplicativo SPRING. Uma das formas de se delimitar regiões homogêneas consiste na detecção das bordas ou detecção de bacias e a outra na delimitação de objetos pela técnica de Figura 3: Histograma de representação das funções lineares crescimento de regiões. O método escolhido para segmentação das imagens Geração da composição colorida: utilizadas nesta pesquisa foi o de a composição colorida foi gerada a partir crescimento de regiões, Inicialmente este das bandas 2, 3 e 4, do sensor CCD do processo de segmentação rotula cada pixel satélite CBERS-2, com aplicação de como sendo uma região distinta. contraste linear. Atribui-se a cor azul para A partir daí são agrupados os pixels banda 2, a verde para banda 3 e a vermelha com valores de similaridade inferiores ao para banda 4, criando-se uma imagem limiar definido pelo usuário, baseado em sintética de composição colorida 2B3G4R. um teste de hipótese estatístico realizado A partir desta composição criou-se uma com as médias entre as regiões. Com isto a imagem sintética que foi utilizada na imagem é fragmentada em sub-imagens, as identificação das diferentes categorias de quais são reagrupadas a seguir, segundo uso do solo (Figura 4). um limiar de agregação (tamanho mínimo Segmentação da Imagem: O processo de segmentação de imagens tem aceitável para uma sub-região), definido também pelo usuário (INPE, 2006). Figura 4: Carta Imagem da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 13 14 O algoritmo por crescimento de Os valores ótimos, a serem fixados regiões disponível no SPRING depende da para a segmentação de imagens, estão definição das duas variáveis, grau de sujeito principalmente dos padrões de similaridade e tamanho mínimo para o repartição espacial dos objetos de cada estabelecimento de uma região, descritas área e da definição da generalização acima. de cartográfica ideal, em função da escala similaridade muito baixos gera um número cartográfica da abordagem realizada. Não grande de polígonos na imagem original. existe, portanto, uma padronização de Como a outra variável definida é o valores destas variáveis para a obtenção de tamanho mínimo de uma região, se esta bons A imposição de graus definir áreas muito grandes, haverá um resultados (COUTINHO, 1997). Nesta pesquisa, seguindo as etapas reagrupamento de polígonos, formando da figura polígonos muito heterogêneos (Figura 5). aproximações (Figura 8), até a aquisição de O oposto, graus de similaridade altos e um nível de segmentação da imagem área mínima muito pequena, também considerado apropriado para o estudo, o culminarão com a formação de fragmentos nível escolhido foi o de similaridade 10 e heterogêneos (Figura 6). área 20, 7, por foram feitas apresentar-se várias mais homogêneo. A digitalização em tela foi elaborada utilizando-se o SPRING 4.2., sendo que a identificação dos objetos foi feita a partir da análise dos seguintes elementos: tonalidade, cor, tamanho, forma, textura, padrão, altura e sombreamento. Figura 5: Polígonos muito heterogêneos, área: 15 – similaridade: 12 Figura 6: Polígonos muitos heterogêneos área: 10 – similaridade: 15 15 IMAGEM PRÉ-PROCESSADA DEFINIÇÃO DO ÍNDICE DE SIMILARIDADE SEGMENTAÇÃO IMAGEM SEGMENTADA DEFINIÇÃO DA ÁREA MÍNIMA PARA FORMAÇÃO DE UM POLÍGONO ANÁLISE DOS FRAGMENTOS DEFINIDOS ANALÓGICA E DIGITALMENTE DEFINIÇÃO DO NÍVEL ÓTIMO DE SEGMENTAÇÃO Figura 7: Esquema do processo de definição do nível de fragmentação desejado (Fonte: COUTINHO, 1997) Figura 8: Teste de nível “ótimo” de segmentação da imagem. 16 Para essa classificação definiu-se as O mapa final foi elaborado no seguintes categorias de uso: Mancha módulo SCARTA do SPRING-4.2, que é Urbana; Pivô, um módulo de geração de mapas temáticos Pastagem a partir de dados gerados pelo SPRING, o Cultura Silvicultura, irrigada Agricultura, por Cultivada, Cobertura vegetal natural. qual permite que os elementos (Título, Como base metodologica para este Legenda, Escala, grade em Latitude e trabalho foi usado o fluxograma (figura 9) Longitude, símbolos etc) necessários a das etapas de processos de levantamento e elaboração classificação da cobertura e do uso da inseridos e posicionados adequadamente. de uma CARTA sejam terra, exposto no Manual técnico de Uso da terra do IBGE. Figura 9: Fluxograma das etapas do processo de levantamento e classificação da cobertura e do uso da terra 3- RESULTADOS Mineiro/ Alto Paranaíba (figura 10), foi possível observar que a maior parte desse Com a elaboração do mapa de uso da terra e cobertura vegetal do Triângulo território é ocupado por pastagens, 41,30% de um total de 90.064,50 km². Figura 10: Mapa de uso da terra e cobertura vegetal natural da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 17 18 Atualmente, as pastagens no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba estão mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. se tornando um caminho para a expansão TABELA 2: de canaviais, que já dominam várias áreas Área em hectares das categorias de uso e no País que anteriormente eram tomadas ocupação do solo pela pecuária, como à região de Araçatuba, em São Paulo. Categoria de uso De acordo com a EMBRAPA (2007), o Brasil possui mais de 200 milhões pastagens, de hectares sendo a ocupados grande por maioria constituída de pastagens naturais de muito baixa qualidade forrageira. Deste total, somente a região dos Cerrados conta com mais de 40 milhões de hectares cultivados com braquiária. dessa mesorregião também estão sendo substituídas pela cana de açúcar. Para atender a grande demanda de exportação de álcool, o cultivo e a produtividade da cana têm gerado muitos investimentos neste setor, o que leva vários agricultores a se interessarem pelo cultivo de cana. De acordo com INPE (2007), no período de 2005 a 2006, ocorreu uma expansão das de A região de estudo é considerada um pólo na produção de grãos e tem se As grandes monoculturas de grãos lavouras Cultura irrigada por pivô Mancha urbana Corpos D'água Silvicultura Agricultura Pastagem Cultivada Cobertura vegetal natural Área Total Área Ocupada % Km2 713,41 0,79 501,88 0,55 1562,17 1,72 1359,38 1,50 28487,05 31,43 37431,32 41,30 20584,80 22,71 90.064,00 100,00 cana, onde já estão concentradas as áreas de plantio desta cultura na mesorregião do Triângulo Mineiro /Alto Paranaíba, principalmente nas microrregiões de Frutal, Uberaba e Ituiutaba. Podemos observar na tabela 2 que 28.487,05 km² são áreas ocupadas pela agricultura, 31,43% da área total da tornado também um pólo na produção de hortaliças, como a batata, tomate, alho e cenoura. Conforme o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2007, se destaca o crescimento da bataticultura nos municípios de Ibiá, Araxá, Serra do Salitre, Perdizes e São Gotardo. As culturas irrigadas por Pivôs ocupam 0,79% da região estudada, um total de 713,41 km². Nas propriedades localizadas na Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba observa-se a presença de lavouras irrigadas, em áreas totalmente mecanizadas, sucessão e rotação de culturas, utilização crescente de matéria orgânica, adubação verde, uso racional da água e aplicação dos preceitos 19 de manejo integrado de pragas e doenças 972,67 km² é de pinus e 386,71 km² de de plantas. Estas práticas integradas têm eucalipto, CUNHA e BRITO mapearam as levado um adicional de produtividade e áreas qualidade da batata colhida para consumo Mineiro/Alto Paranaíba e concluíram que de mesa e para a indústria de cheeps, as áreas de silvucultura desta região abrindo assim um novo mercado para o diminuíram consideravelmente entre os investimento e anos de 1994 e 2005, principalmente nas internacional podendo a região produtora, áreas das chapadas, que são consideradas em pouco tempo ser exportadora de boas para culturas de grãos. de capital nacional tecnologias de produção para outros centros de produção (MINISTÉRIO DA no de Silvicultura do Triângulo As áreas de cobertura vegetal País, natural ocupam 22,71% da região de AGRIULTURA, estudo, equivalendo a 20.584,80 km². 2007). Nesta categoria estão incluídas as áreas de Para melhor visualização dos dados cerrado e campo limpo, as áreas de da tabela contruiu-se um gráfico (figura veredas, as matas de galeria e as florestas 11), com as áreas das categorias de uso da semi-decíduas. terra e cobertura vegetal natural. Observe As áreas de campo limpo estão situadas em que a silvicultura ocupa 1,5% da área total altitudes do Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba, principalmente na região da Serra da correspondendo a 1359,38 km², deste total Canastra. superiores a 1000 m, Categorias Cobertura vegetal natural Pastagem Agricultura Silvicultura Corpos D'água Mancha urbana Cultura irrigada por pivô 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 Área ocupada (Km²) Figura 11: Área ocupada pelas categorias de uso da terra e cobertura vegetal natural no Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba. 20 AMBIENTE BRASIL. Áreas de 4 - CONCLUSÕES reflorestamento no Brasil. Disponível As imagens do sensor CCD, do satélite CBERS-2, apresentaram algumas restrições para a identificação em: <http: www,ambientebrasil,com,br>, Acesso em: 02 abril 2005. e mapeamento do uso da terra, sendo necessários recorrer, por diversas vezes, ao programa Google Earth para tirar dúvidas sobre determinadas áreas. Os resultados ASSAD, E. D.; SANO, E..E. Sistemas de Informações Geográficas. Aplicações na agricultura. 2ºed. ver. e ampl. Brasília: Embrapa-SPI/Embrapa-CPAC. 1998. mostraram a pastagem é a categoria que ocupa maior área (41,30%), seguida da agricultura (31,43%). As áreas de cobertura vegetal natural, ocupam apenas 22,71% da área total. Estas áreas de cobertura vegetal natural apresentam maior ocorrência nas áreas de relevo montanhoso e nas áreas de preservação permanente, próximas aos cursos d’água. Em contrapartida, nas áreas de chapadas a ATEHORTUA, M.R. Analise comparativa da geomorfologia. solos e uso da terra dos municípios de Puerto López (Colômbia) e Uberlândia (Brasil). 2004. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geografia. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia. 2004. cobertura vegetal natural é mínima. BACCARO, C.A.D. Estudos 5-AGRADECIMENTOS Geomorfológicos do Município de Uberlândia. Rev, Sociedade & Natureza, Agradeço ao CNPQ, pelo apoio Uberlândia. EDUFU. Ano 1. n 4. 1989. financeiro a pesquisa, sem este não seria possível realizá-la, agradeço também ao meu orientador Jorge Luís Silva Brito e aos amigos Tatiana, Eleusa e Luis Fernando, do Laboratório de Cartografia e BACCARO, C.A.D. Unidades Geomorfológicas do Triângulo Mineiro – estudo preliminar. Sociedade & Natureza. Uberlândia. 3(5 e 6):37-4. Jan-dez. 1991. Sensoriamento Remoto, pela ajuda nos momentos que precisei. . BACCARO, C.A.D. As Unidades 6-REFERÊNCIAS Geomorfológicas e a Erosão nos Chapadões do Município de Uberlândia. 21 Revista Sociedade & Natureza. EMBRAPA. Levantamento de Uberlândia. 6 (11 e 12): 19-33. Reconhecimento de Média Intensidade Janeiro/Dezembro. 1994. dos Solos e Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras do Triângulo BRITO, J. L. S. Adequação das Potencialidades do Uso da Terra na Mineiro. Boletin de Pesquisa N 1. Rio de Janeiro. 1982. Bacia do Ribeirão Bom Jardim no Triângulo Mineiro (MG): Ensaio de EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Geoprocessamento. Universidade de São Classificação de Solos. Brasília. DF. Paulo. Faculdade de Filosofia. Letras e Brasil. 1999. Ciências Humanas. Departamento de Geografia. São Paulo. 2001. EMBRAPA. Artigo sobre pastagens produtivas. Disponível em: <http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoe CHAGAS. L.A. C. Reflorestamento. políticas de incentivos fiscais no s/artigos/artigopastagensprodutivas.html>. Acesso em: 3 Jun 2007. Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. 2002. 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