A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO

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A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
RESUMO
A contabilidade de custos é um importante instrumento destinado a produzir
informações para os diversos níveis gerenciais, coletando, classificando e registrando os dados
operacionais das diversas atividades, utilizando métodos de custeio. A escolha do tema que
compõe este trabalho tem por finalidade apresentar a importância da contabilidade de custos
através dos Métodos de Custeio, destacando os mais usuais no mercado como o Custeio por
Absorção, Custeio Variável ou Direto e o Custeio ABC, evidenciando-os como fator
preponderante para a formação do preço de venda para as empresas de Nova Mutum. Concluise enfatizando as consequências da falta de controle dos custos e a importância de saber formar
preço de venda utilizando técnicas, métodos objetivando sempre alcançar seu principal
objetivo, o lucro.
Palavras-chaves: Métodos de Custeio. Preço de venda. Custos.
ABSTRACT
Cost accounting is an important tool to produce information for different management
levels, collecting, classifying and recording the operational data of the various activities, using
methods of funding. The topic work choice aims to show the importance of accounting costs
by Costing Methods, highlighting the most common in the market as the Absorption Costing,
Variable Costing and Direct Costing or ABC, showing them as a major factor for the formation
of the selling price for companies in Nova Mutum. It is concluded emphasizing the
consequences of lack of cost control and the importance of knowing how to form the selling
price using techniques, methods, always aiming to achieve its main objective, the profit.
Keywords: Costing Methods. Selling Price. Costs.
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PROLEGÔMENO
Na atual economia em que o mundo está vivenciando transformações, a competitividade
no mercado é cada vez maior, a busca contínua é de extrema necessidade para aprimorar a
qualidade em todos os segmentos buscando a aceitação e a permanência de um produto ou
serviço no mercado.
O preço de venda de um produto ou serviço não pode exceder significativamente os
preços de seus concorrentes sem arriscar-se a consideráveis perdas de venda, por essa razão
difundiu-se a máxima de que os preços de venda são determinados pelo mercado. Porém, o
mercado só pode sugerir e não determinar o preço de venda aproximado de um produto.
Em um mundo globalizado, onde a facilidade de encontrar o produto desejado é cada
vez maior, as empresas necessitam de fatores que as tornem mais atraente, e o conhecimento
dos elementos de formação do preço de venda dos produtos e serviços constitui-se numa
vantagem competitiva para as organizações.
Na busca de proporcionar um equilíbrio no preço praticado e de demonstrar a
importância de formar preços por meio de estudos, o estudo da contabilidade de custos vem se
tornando altamente relevante, enfatizando seus sistemas e métodos de informação que
permitem uma gestão mais qualificada das empresas.
De acordo com Martins (1998), a contabilidade de custos tem duas funções relevantes,
uma no auxílio ao controle e a outra na ajuda as tomadas de decisões. No que diz respeito ao
controle, sua mais importante missão é fornecer dados, orçamentos e outra formas de previsão
e em seguida acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com valores
anteriormente definidos, já a tomada de decisões o papel da contabilidade de custos consiste na
alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de
curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, opção de compra e fixação de preços
de venda.
Assim, procurou-se identificar, neste artigo, alguns métodos de fixação de preço de
venda e busca também demonstrar a importância da utilização da contabilidade de custos na
formação do preço de venda de um produto ou serviço para a manutenção e permanência do
mesmo no mercado.
O mesmo está estruturado, inicialmente, em uma análise do surgimento da contabilidade
de custos assim como sua utilização e descrição de alguns elementos importantes, a seguir uma
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discussão sobre preço de venda e os fatores que podem influenciar para um preço mais
competitivo.
REVISÃO DA LITERATURA
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade vem sendo utilizada há muito tempo para registrar os fatos e apresentar
informações para a tomada de decisão. Desde a revolução industrial e durante todo o século XX
ela ganhou força e desenvolveu ramificações, como a contabilidade gerencial e a contabilidade
de custos.
Com o passar do tempo, devido ao crescimento das indústrias e com o consequente
aumento da distância entre administrador, ativos e pessoas administradas, a contabilidade de
custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho de uma nova
missão: a gerencial. No seu novo campo, a contabilidade de custos tem duas funções relevantes:
o auxílio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. Recentemente ela vem sendo utilizada
em outras áreas, além da industrial, como o comércio, em instituições financeiras, na área de
prestação de serviços, em entidades sem fins lucrativos e na área governamental (Martins,
2003).
Silva (2008) descreve que a contabilidade de custos é um ramo da ciência contábil
utilizada para identificar, mensurar, registrar e informar os custos dos produtos, mercadorias ou
serviços vendidos, aplicando os princípios contábeis da mesma forma que a contabilidade geral,
com a finalidade de se apurar resultados e valorizar os estoques, alertando os administradores
para quaisquer resultados que exijam correção.
De acordo com Oliveira e Rodrigues [2010?], a contabilidade de custos nasceu da
contabilidade financeira, quando houve a exigência de se controlar e avaliar estoques nas
indústrias, nascentes à época da Revolução Industrial, tarefas, até então, de fácil avaliação, pois
as empresas eram pequenas e familiares, basicamente de artesanatos.
Segundo Martins (1998), a contabilidade de custos tinha função inicial o abastecimento
de elementos que visavam avaliação dos estoques, finais ou intermediários e, também a
avaliação dos resultados e não o fornecimento de dados à administração, porém, nessas últimas
décadas a contabilidade de custos tornou-se uma importante arma de controle e decisão
gerenciais. Silva (2008) diz que a contabilidade de custos surgiu a partir da necessidade de
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atender os anseios de informação da administração, interessadas no controle dos custos de sua
atividade bem como da busca de lucro.
Leone (1981) relata que a contabilidade de custos hoje se refere às atividades de coleta
e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão de todos os tipos,
desde as relacionadas com as operações repetitivas até as de natureza estratégica, não
repetitivas, e, ainda, ajuda na formulação das principais políticas das organizações.
Já Silva (2008) afirma que a contabilidade de custos atualmente, é um dos principais
ramos da contabilidade e que merece uma maior atenção por parte dos contadores, para que não
seja assumida por outra profissão como Administração, Economia e ou até mesmo Engenharia,
como é o caso dos EUA onde já existe a Engenharia de Custos.
A seguir serão conceituados alguns elementos importantes para entendimento do
assunto abordado.
CONCEITO DE CUSTOS
O conhecimento dos custos é fundamental para saber se determinado produto é rentável
ou não, e se é possível diminuir ou minimizar seus custos. De acordo com Bertó e Beulke
(2005), custo é uma expressão monetária que deve ter uma menor quantidade final, boa,
rentável de produtos ou serviços para repor fisicamente, ao término de cada ciclo operacional,
uma maior quantidade inicial de insumos e consumos do próximo ciclo. Silva (2008) diz que
custos são recursos aplicados na transformação dos ativos, representados por gastos relativos à
utilização de bens ou serviços aplicados para produção de outros bens e serviços.
Martins (1998) concorda com o conceito de Silva quando afirma que custo é um gasto
relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, e acrescenta ainda
que o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento
da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou
execução de um serviço.
Bruni (2006) afirma que custos representam na verdade uma transição de um
investimento que tem como destino final o valor de estoques. A conversão de matéria em
produto em elaboração e a conversão dos produtos em elaboração em produtos acabados
representam custos.
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A NECESSIDADE DA PRÁTICA DO SISTEMA DE CUSTOS
De acordo com Silva (2008) as razões para se implementar um sistema de custos estão
intimamente correlacionadas às tomadas de decisões gerenciais, devendo o sistema funcionar
como base sólida e transparente para essas decisões.
De acordo ainda com o mesmo autor, os relatórios gerados com base nas informações
sobre os custos servem como instrumento de apoio para: elaboração das demonstrações
contábeis; controle de custos de produção; tomada de decisões de comercialização; fixação de
preços de venda; análise de margens de lucro; projeção de resultados, etc.
OS CUSTOS E SUAS CLASSIFICAÇÕES
Na visão de Leone (1981), existem vários tipos de custos, alguns tipos de custos são
conhecidos e sua determinação pela Contabilidade é uma atividade repetitiva, corrente. Outros
tipos somente são levantados ou estabelecidos à medida que a Administração necessita deles.
Martins (1998), diz que todos os custos podem ser classificados em fixos e variáveis ou em
diretos e indiretos ao mesmo tempo.
Nesse sentido, a matéria-prima é um custo direto e variável, os materiais de consumo
são normalmente custos indiretos e variáveis, os seguros das fábricas são custos indiretos e
fixos, etc. Os custos diretos são variáveis, quase sem exceção, mas os indiretos são tanto fixos
como variáveis, apesar da geral predominância dos primeiros.
CUSTO DIRETO
De acordo com Silva (2008), custo direto é aquele diretamente identificado e associado
ao produto, e não necessita de nenhum critério de rateio para essa associação.
Exemplo: matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta. Bertó e Beulke (2005)
relatam que os custos diretos devem ser identificados diretamente em cada unidade vendida.
Exemplo: nos custos relativos à aquisição da mercadoria ou relativos ao emprego de
material direto no processamento industrial de bens, nas despesas relativas às vendas, como
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS, COFINS, etc e nas despesas
financeiras do giro.
Na concepção de Leone (1981) diz que custos diretos são todos os custos que se
conseguem identificar com as obras, do modo econômico e lógico, ou seja, é o custo que é
identificado naturalmente ao objeto do custeio.
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CUSTO INDIRETO
Segundo Bertó e Beulke (2005), dizem que custos indiretos dão sustentação ao
funcionamento das atividades. Em geral os custos indiretos apresentam como característica a
impossibilidade de ser medidos, identificados, quantificados diretamente em cada unidade.
Para Leone (1981), custos indiretos são todos os outros custos que dependem do
emprego de recursos, de taxas de rateio, de parâmetros para o débito às obras. Silva (2008)
reafirma o que os dois autores relataram, pois segundo ele custo indireto é aquele cuja
associação direta ao produto não é possível. Necessita de critério de rateio para sua alocação.
Exemplos: depreciação, mão-de-obra indireta, seguros, aluguel.
CUSTO FIXO
Bertó e Beulke (2005) relatam que os custos fixos se mantêm inalterados face ao volume
de atividade, dentro de certos limites de capacidade, ou seja, não se modificam em razão do
crescimento ou da retração ao volume dos negócios dentro desses limites. Exemplos:
manutenção, folha de pagamento da administração. Silva (2008) mais uma vez reafirma o que
Bertó e Beulke relataram, pois de acordo com o mesmo custo fixo é aquele que independe da
quantidade produzida. Exemplos: aluguel, depreciação, mão-de-obra indireta mensalista
CUSTO VARIÁVEL
De acordo com Silva (2008) custo variável é aquele que ocorre em função da quantidade
produzida, por exemplo: matéria-prima, combustível, mão-de-obra para produção. Já Bertó e
Beulke (2005) relatam que custo variável não está necessariamente relacionado com a
identificação entre custos/despesas com o produto/mercadoria /serviço.
Na realidade, o foco desses custos/despesas está mais relacionado com o volume
vendido. Constituem valores que se modificam em relação direta com o volume vendido.
Exemplos: variação no custo total da mercadoria em razão das oscilações da quantidade
vendida, ICMS de venda, PIS/COFINS etc.
MÉTODOS DE CUSTEIO
De acordo com Silva (2008) os sistemas de custeamento surgiram em decorrência do
aumento do tamanho e complexidade das organizações, da necessidade de integração e
coordenação das operações nas matrizes e filiais das empresas, crescente importância dos custos
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indiretos de fabricação, e a concorrência que trouxe no bojo a necessidade de estabelecer preços,
como talvez, o mais importante fator do desenvolvimento desses sistemas.
Segundo Martins (1998), “custeio significa método de apropriação de custos’’. Existem
vários métodos de custeio, mas este artigo restringiu-se a estudar o Custeio por Absorção,
Custeio Variável ou Direto, Custeio Padrão e o Custeio baseado em Atividade (ABC).
CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Para Koliver (2000), o custeio por absorção se caracteriza pela apropriação de todos os
custos do ciclo operacional interno aos portadores finais dos custos. Noutras palavras, resulta
na apropriação de todos os custos das funções de fabricação, administração e vendas dos bens
e serviços produzidos, sejam eles diretos ou indiretos.
Segundo Horngren, Foster e Datar (2000, p. 211) custeio por absorção “é o método de
custeio de estoque em que todos os custos, variáveis e fixos, são considerados custos
inventariáveis. Isto é, o estoque “absorve” todos os custos de fabricação”.
Lopes de Sá (1990, p.109) afirma que o custeio por absorção é a “expressão utilizada
para designar o processo de apuração de custos que se baseia em dividir ou ratear todos os
elementos do custo, de modo que, cada centro ou núcleo absorva ou receba aquilo que lhe cabe
por cálculo ou atribuição”.
De acordo com Santos, Espejo e Voese [2010], o sistema de custeio por absorção tem
suas origens na Contabilidade Financeira, tendo como guia norteador, os princípios
fundamentais da contabilidade, sendo o único aceito pelo fisco. A principal característica do
custeio por absorção é o fato dele adotar critérios de rateio na alocação dos custos indiretos aos
produtos e de utilizar a parcela os gastos de produção para formação do custo do produto.
Para a efetiva utilização do custeio por absorção, é necessário seguir alguns passos que
consistem em separar os custos das despesas, alocar ou apropriar os custos diretos aos produtos
e alocar os custos indiretos de fabricação, também aos produtos e serviços. Para Silva (2008) o
sistema de custeio por absorção classifica os custos em diretos e indiretos, de acordo com a sua
possibilidade de serem apropriados aos produtos.
Considera que todos os custos de produção são alocados ao produto, e não considera os
gastos ocorridos fora da produção, que são custos do período: venda, administração e pesquisas
e desenvolvimento.
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CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO
Bruni (2006), relata que as expressões custeio direto e custeio variável aparecem citadas
muitas vezes como sinônimos, porém as duas expressões se baseiam em conceitos bastante
diferentes. A diferença entre custos diretos e indiretos refere-se à possibilidade de identificação
dos gastos com objetos específicos de custeio.
Custos variáveis e fixos são distinguidos em função de flutuação nos volumes. Contudo
as duas são de fundamental importância na gestão de custos e formação de preços. Para Silva
(2008) no sistema de custeio variável, os custos são variáveis ou fixos de acordo com o nível
de atividade, volume ou quantidade produzida. O autor relata ainda que esse tipo de custeio é
indicado para controles gerenciais.
De acordo com Martins apud Silva (2008) custeio variável ou direto é o processo
segundo o qual apenas os custos variáveis de materiais, mão-de-obra e custos indiretos de
fabricação, usados na produção do produto ou no desempenho de um serviço ou atividade, são
atribuídos a estes, enquanto que os custos fixos são considerados como custos do período.
CUSTEIO ABC E SEU SURGIMENTO
Em relação ao surgimento do ABC, Kaplan e Cooper (1998, p. 15) asseveram que os
sistemas de custeio baseados em atividades apareceram na década de oitenta, tendo por objetivo
suprir a necessidade de informações mais precisas sobre o custo de cada atividade envolvida
nos processos produtivos e na geração de serviços.
Contudo, tal assertiva é contestada por alguns autores. Nesse sentido, Nakagawa (1995,
p. 41) comenta que há registros literários que noticiam a utilização do ABC por contadores em
1800 e no início de 1900, bem como do seu uso na década de 60. Enfatiza que, no Brasil, os
estudos e pesquisas sobre o ABC tiveram início em 1989, no Departamento de Contabilidade e
Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo (USP).
Já para De Rocchi (1994, p. 10), a origem do ABC pode ser atribuída a Alexander H.
Church, que, já nos primeiros anos do século XX, desenvolvia trabalhos baseados nessa
concepção. Argumenta, também, que importantes contribuições a essa teoria podem ser
consideradas as obras de Mellerowicz (publicada na década de 50 e denominada Platzkosten),
Staubus (intitulada Activity costing and input-output accounting, datada de 1971) e Miller e
Vollmann (Transaction based costing, do ano de 1985).
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O custeio baseado em atividades, para Warren et al. (2003, p. 394), emprega "os custos
das atividades para determinar os custos do produto. Sob esse método, os custos indiretos de
fabricação são inicialmente contabilizados em grupos de custos de atividades". Cada um desses
grupos relaciona-se com uma atividade específica, como o uso de máquinas, inspeções,
movimentações de setup e atividades de engenharia.
O método de apropriação de custos denominado ABC significa Activity Based Costing,
ou seja, Custeio Baseado em Atividades. Silva (2008) diz que o Custeio Baseado em Atividades
(ABC) surgiu das necessidades gerenciais não mais embasadas pelos números dos custos
apurados na forma tradicional, em função de rápidas e diversas alterações que se processavam
no ambiente econômico a partir dos anos 80.
Segundo Martins (1998) o método de custeio ABC procura reduzir sensivelmente as
distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. Para Bertó e Beulke (2005) a
característica básica do custeio por atividade é a apropriação aos produtos, às mercadorias e aos
serviços de todos os custos e despesas diretas possíveis, sejam eles fixos ou variáveis. De acordo
ainda com os autores o sistema ABC possui a seguinte composição:
Preço de venda (função de mercado e da gestão dos custos)
(-) Custos e despesas diretas
I – Contribuição operacional de produtos, mercadorias ou serviços
II – Soma das contribuições operacionais de produtos, mercadorias ou serviços de uma
unidade de negócios
(-) Custos e despesas diretas da unidade de negócios
III – Contribuição operacional da unidade de negócios
IV – Soma das contribuições operacionais das várias unidades de negócios da empresa
(-) Custos e despesas gerais da empresa, não direcionadas
= Resultado da empresa Silva (2008) afirma que o sistema de custeio ABC é um método
de análise que busca rastrear os gastos de uma empresa para analisar e monitorar as diversas
toras de consumo de recursos diretamente identificáveis com suas atividades mais relevantes e
destas para os produtos e serviços.
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PREÇO DE VENDA
A formação do preço de venda, de um produto ou serviço, para alcançar uma
rentabilidade pré-determinada (geralmente através de orçamento) é perseguida pelas empresas,
é estudada por administradores e autores nos cursos de contabilidade e administração, bem
como nestes setores dentro das empresas.
É grande por parte dos gestores a ânsia de conhecer os resultados financeiros, por
produto ou serviço, para avaliar quais são mais rentáveis. A comparação do resultado realizado
com o pré-estabelecido serve também para se avaliar os recursos envolvidos na comercialização
assim como os desvios ocorridos nas vendas.
As empresas devem em primeiro lugar conhecer seu ponto de equilíbrio e a margem de
contribuição de seus produtos isoladamente e ponderar esses produtos pelo seu peso respectivo
no faturamento total, identificando a média geral. É de extrema importância as empresas
conhecerem a rentabilidade de cada produto ou serviço, pois assim, saberá quais produtos ou
serviços dão mais ou menos lucros e aqueles que dão prejuízos.
De acordo com Silva (2008) a formação do preço de venda é uma finalidade bastante
lembrada como um típico produto de um sistema de custos, havendo o mito de que quem dispõe
de um melhor sistema realiza um melhor cálculo de preço de venda. Poderíamos dizer que um
bom sistema de custos proporciona, em primeiro lugar, uma noção muito clara de custos em
diversas áreas de atuação, convergindo em especial para o valor dos bens processados.
Já o estabelecimento de preços, em rigor, depende em igual intensidade da qualificação
do sistema e das forças do mercado. Bertó e Beulke (2005) relatam que a formação do preço de
venda dos produtos e ou serviços, elemento essencial da gestão econômico-financeira e
mercadológica das empresas, envolve inúmeros fatores em sua composição, entre eles se
destacam: estrutura de custos; demanda (mercado); ação da concorrência; governo e objetivos
pretendidos com o produto ou serviço.
Silva (2008) afirma ainda que cálculo do preço de venda não depende exclusivamente
do custo dos bens, mas em boa dosagem da própria política de preços, de tal modo que alguns
autores delimitam a função cálculo como atribuição da área de custos, e a função preço como
sendo exclusivamente da área de comercialização.
A empresa pode reduzir seu preço, sem necessidade, para aumentar seu caixa no curto
prazo ou ainda como parte de uma campanha, com foco no longo prazo, para aumentar a sua
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fatia de mercado. Para tomar essa decisão os gestores devem conhecer bem os custos para não
correr riscos.
De acordo com Bruni (2006) a formação de preços representa uma das mais importantes
e nobres atividades empresariais. A definição equivocada do preço pode arruinar um negócio.
Kloter (2003) ressalta que, através da história os preços têm sido fixados por compradores e
vendedores que negociam entre si.
Os vendedores pedem preço acima do que esperam receber e compradores oferecem
menos do que esperam pagar. Por meio de uma negociação saudável se chega a um preço
aceitável. Hoje, o mercado dita os preços, pois é ele que diz o que está disposto a pagar, em
função da sua renda.
Cabe então às empresas verificar quais produtos são viáveis economicamente para elas
e adequar os investimentos e recursos aplicados, de maneira mais racional e com eficiência,
para que aumente a produtividade, com a consequente diminuição de custos e o aumento da
rentabilidade dos produtos.
COMPONENTES DO PREÇO
Bruni (2006) afirma que o preço pode ser apresentado em função de quatro
componentes: os custos (que correspondem aos gastos produtivos ou incorporados no produto),
as despesas (que correspondem aos gastos não incorporados ao estoque dos produtos,
representando gastos comerciais ou de vendas, administrativos ou financeiros), os impostos
(diversos são os tributos incidentes sobre o preço, como o Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, o
Programa de Integração Social – PIS, e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social – COFINS) e o lucro (que representa a remuneração do empresário).
Já Silvente (2009) afirma que as decisões de preço são influenciadas por três fatores: os
clientes, os concorrentes e os custos. Os clientes e os concorrentes definem se a empresa tem
pouca influência sobre preço ou se pode fixar seus próprios preços.
Produtos com muitos concorrentes, muitos clientes e que não são percebidos por esses
com diferenciação, tal qual um produto de mais qualidade, não permitem que a empresa
gerencie sobre seu preço.
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MARK-UP
Uma das grandes ferramentas usadas para calcular o preço de venda de um produto é o
mark-up. De acordo com Silva (2008) o Mark-up é um índice – multiplicador ou divisor – que
aplicado ao custo do produto fornece o preço de venda. Normalmente integram o Mark-up os
elementos: PIS/COFINS; ICMS; Comissões; Despesas Administrativas; Despesas Fixas de
Vendas; Despesas Financeiras (aquelas não associáveis aos produtos); Despesas Fixas de
Fabricação (quando utilizada sistemática de custeamento direto); e o lucro.
Conforme Santos (2005, p. 128) “o Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um
bem ou serviço para a formação do preço”. Mendes (2009, p. 127) complementa ao dizer que:
“pela política de Mark-up, o preço de venda de um produto é determinado pela adição de um
percentual – geralmente fixo, mas que pode ser variável – sobre o custo unitário de produção
ou sobre o preço de compra, nos casos de revenda”. Sendo assim, o Mark-up funciona como
um incremento adicionado ao custo, visando um preço que proporcione o pagamento do custo
do produto, todos os outros custos variáveis e o lucro desejado (BRAGA, 2008).
O Mark-up conforme Santos (2005, p. 129) tem for finalidade cobrir as seguintes contas:
Impostos sobre vendas; Taxas variáveis sobre vendas; Despesas administrativas fixas; Despesas
de vendas fixas; Custos indiretos de produção fixos; e Lucro.
Mendes (2009, p. 127) afirma que “entre os principais fatores que podem influenciar o
valor do Mark-up podem-se citar o tamanho da planta industrial, o valor do custo fixo total
(CFT) e a elasticidade-preço da demanda por esse produto. Quanto maior for o CFT, maior será
o do Mark-up”. O percentual do Mark-up é diretamente proporcional ao valor do custo fixo
total, pois quanto maior for este, maior será aquele. Também quanto mais inelástica for a curva
de demanda, maior será o Mark-up.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A margem de contribuição revela o quanto o produto da empresa contribui para que esta
consiga dar cobertura aos seus custos fixos, demonstrando a capacidade que cada produto
possui de cobrir os custos e a manutenção da produtiva da empresa. Bruni (2006) relata que a
margem de contribuição, representada pela diferença entre receitas e gastos variáveis, consiste
em um dos mais importantes indicadores para a tomada de decisão em custos, preços e lucros.
Garrison e Noreen (2001, p.168) destacam a importância de se conhecer a margem de
contribuição, pelos seguintes motivos: consideram como o aspecto principal na decisão da
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combinação mais lucrativa entre custos variáveis, custos fixos, preço e volume de vendas; o
tamanho da margem de contribuição unitária e do percentual, ter grande influência sobre os
passos que a companhia está disposta a dar para aumentar lucros; e o melhor caminho para
melhorar lucros é aumentar o valor da margem de contribuição total.
Martins (1998) afirma que margem de contribuição por unidade, é a diferença entre a
receita e o custo variável de cada produto. É o valor que cada unidade efetivamente traz à
empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser atribuído sem
erro.
Silvente (2009) diz que a margem de contribuição é o quanto resta do preço, ou seja, do
valor da venda de um produto são deduzido os custos e despesas por ele gerados. Representa a
parcela excedente dos custos e despesas que os produtos provocam. A empresa só começa a
gerar lucro quando a margem de contribuição dos produtos vendidos superar os custos e
despesas fixos e também ao lucro.
Sendo assim, podemos afirmar que a margem de contribuição é a diferença entre o preço
de venda e a soma dos custos mais despesas variáveis, podendo ser representado da seguinte
forma: MC = PVun – CDVun, onde: MC = Margem de contribuição CDVun = Custos e
Despesas Variáveis Unitário. PVun = Preço de venda
PONTO DE EQUILIBRIO
Em toda atividade, um eficiente controle de custos é imprescindível para uma boa
administração. A partir das informações geradas por um sistema de custos que possibilite uma
distinção satisfatória entre custos fixos e custos variáveis, pode-se lançar mão de diversos
instrumentos de análise.
De acordo com Garrison e Noreen (2001, p.180), o ponto de equilíbrio se baseia como
"o nível de vendas em que o lucro é zero. O ponto de equilíbrio também pode ser definido como
o ponto em que o total das vendas é igual às despesas, ou a margem de contribuição total é igual
às despesas fixas totais".
O principal e mais divulgado desses instrumentos é o ponto de equilíbrio, seu conceito
mais simples diz que é o ponto da atividade operacional da empresa em que não há lucro nem
prejuízo: a receita total é igual ao custo total. Se a empresa operar acima do ponto de equilíbrio
terá lucro; se abaixo, prejuízo. Para Silva (2008) o ponto de equilíbrio é determinado mediante
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procedimento gráfico ou aritmético, e nasce da conjugação dos custos e despesas totais com as
receitas totais.
A atividade está no ponto de equilíbrio quando não tem lucro e nem prejuízo. Assim,
este parâmetro determina o ponto em que a empresa equilibra custos com receitas. De acordo
com Bruni (2006) a separação e a classificação volumétrica dos gastos permitem obter o ponto
de equilíbrio do negócio, representado pelo volume mínimo de operações que possibilita a
cobertura dos gastos. Silva (2008) diz que o ponto de equilíbrio pode ser calculado da seguinte
forma: PE = CDF/MCun, onde:
PE = Ponto de Equilíbrio MC = Margem de Contribuição CDF = Custos e Despesas Fixo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com embasamento no estudo realizado e com sustentação na teoria de grandes autores
conclui-se que a contabilidade de custos é fundamental na formação de preços pois através de
um sistema de custos bem elaborado é possível coletar, organizar e registrar os recursos
aplicados ao processo produtivo, permitindo um maior controle e produzindo informações úteis
e necessários para a formação de preço de um produto ou serviço.
Silva (2008) diz que o papel básico dos controles de custos é prover a administração da
empresa de informações relativas a custos históricos e futuros, de forma a contribuir
significativamente no planejamento e controle das operações. Os métodos de custeio objetivam
identificar os gastos inerentes ao processo produtivo acumulando-os de forma organizada aos
produtos e serviços.
Cabe a cada empresário testar o sistema de custeio que mais se ajusta ao seu negócio,
pois o conhecimento daquilo que se faz é fundamental para melhor se gerir os custos de uma
empresa. A partir daí define-se o sistema de custeio que mais se encaixa na sua empresa, para
cada atividade, e assim como consequência terá sem dúvida uma importante ferramenta na
implantação e sucesso da empresa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acadêmicos NBR. 14724, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Referências
Bibliográficas NBR. 6023, 2002.
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BRAGA, Roberto M. M. Gestão da Gastronomia: Custos, Formação de Preço, Gerenciamento
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