O CAMPO ELÉTRICO 1. A CARGA ELÉTRICA • Filósofo grego Tales de Mileto (640-546 a.C.): âmbar, quando atritado, atrai pequenos objetos ( palavra elétrico vem de electron = âmbar ), • Médico inglês Willian Gilbert (1540-1603): outras substâncias, quando atritadas, adquirem propriedades atrativas. Estabeleceu diferenças entre atração elétrica e magnética magnética, • Stephen Gray, (1729): propriedades de atração e repulsão elétricas podem ser transferidas (condução elétrica), • Charles François Du Fay (1698-1739): folha de ouro é atraída por uma bastão de vidro atritado t it d e, após ó o contato, t t é repelida lid ((admitiu d iti duas d espécies é i de d eletricidade: l t i id d vítrea e resinosa), • Benjamin Franlin (1747): estudou condução/transferência da eletricidade e estabelece lei da conservação ç das cargas g elétricas ((caracterizou o excesso de eletricidade como positivo e deficiência como negativo), • Joseph Priesteley (1733-1804): não há eletricidade no interior de um vaso oco ( exceto nas vizinhanças da abertura como forças gravitacionais). Estabeleceu que forças entre duas cargas elétricas varia com o inverso do quadrado da distância entre elas, • Charles Coulomb (1736-1806): confirmou lei do inverso do quadrado da distância usando balança de torção ( inventada por John Mitchell, 1724-1793). Aplicou-a para estudar forças elétricas e magnéticas, • Michael Faraday (1791-1867): (1791 1867): realizou experimentos e estabeleceu leis eletromagnéticas, • James Clerk Maxwell (1831-1879): estabeleceu a teoria eletromagnética, • J.J. Thompson (1897): estabeleceu a relação carga/massa, • Robert R b t Millik Millikan (1909) (1909): quantização ti ã d da carga elétrica lét i ((múltiplo últi l d de uma unidade id d fundamental, q=N.e, q-carga, N-número inteiro, e - carga fundamental). Eletron tem carga –e e proton tem carga +e. Massa do próton 2000 massa eletron, • Outros p pesquisadores q continuaram seus trabalhos no século XX 2. A LEI DE COULOMB A força que uma carga puntiforme exerce sobre outa: ¾ Orienta-se segundo uma reta que une as duas cargas, ¾ É repulsiva quando as cargas tem mesmo sinal, caso contrário é atrativa, ¾ Módulo da força varia intensamente proporcional com o quadrado da distância que as separa, ¾Módulo da força varia proporcionalmente com a grandeza das cargas elétricas, F12 = K • q1 ⋅ q2 • r̂12 2 r12 Onde: ¾ K = 8,99x109 N.m 2 / C 2 = 9 x109 (no vácuo) - constante ¾ q1 e q2 são cargas elétricas medidas em Coulomb (C) no sistema MKS ( quantidade de carga que flui por um contador durante um segundo para uma corrente elétrica de 1 Ampere) ¾ rˆ12 = ¾ r2 − r1 r2 − r1 F12 é a força exercida pela carga q1 sobre a carga q2 CARGA ELEMENTAR( Unidade fundamental de Carga) e= 1,6 • 10 −19 Exemplo: Dados q1 = +25µC , q2 = −10µC e q3 = +20 µC , calcular a força g q3 conforme a figura g abaixo. resultante sobre a carga Solução: Como q1 e q3 tem mesmo tipo de sinais, a força F13 é de repulsão entre elas. Sendo a distância entre elas é de 2 2 , esta força é calculada por: F13 = K F13 = 9.10 9 q1 ⋅ q3 r132 (25.10 )(20.10 ) = 0,56 N −6 −6 (2 2 ) 2 e faz um ângulo de 45º com o eixo dos x Como q2 e q3 tem sinais opostos, a força F23 é de atração e é calculada por: ( )( ) −6 q2 ⋅ q3 20.10 −6 9 10.10 F23 = K 2 = 9.10 = 0,45 N 2 r23 (2) e é dirigida p/ baixo A força resultante, F=F13+F23, é igual a soma de suas componentes no eixos do x e do y: Fx = F13 x + F23 x = 0 + 0,56 ⋅ cos 45º = 0,40 N Fy = F13 y + F23 y = 0,56 ⋅ sen45º −0,45 = −0,05 N 3. O CAMPO ELÉTRICO É a regiao do espaço onde cargas elétricas ficam sujeitas a ação de uma força elétrica: F = q⋅E F ⇔ E= q Onde: q : Carga g elétrica ( escalar ) F : Força elétrica sobre a carga elétrica q ( vetor ) E : Vetor campo elétrico ( unidade MKS: N/C ) Atenção: ¾O campo elétrico é provocado por cargas elétricas puntiformes ou distribuídas, ¾É um conceito que permite evitar o problema da ação a distância ( quando o campo não de propaga instataneamente) ou quandoa distribuiçao de cargas elétricas geradoras do campo é desconhecida, ¾A relação ç entre o campo p elétrico e a(s) ( ) carga(s) g ( )p puntiforme(s) ( )q que o gerou(geraram) pode ser descrita por: E= F q prova =K⋅ q.q prova r 2 1 ^ q prova r onde q é a carga que gerou. Se for para n cargas puntiformes: n qi 0 ^ F = K .q prova ∑ 2 ri 0 i =1 ri 0 ⇔ n qi 0 ^ E = K ∑ 2 ri 0 i =1 ri 0 EXEMPLO: Calcular o campo elétrico no ponto P ( para pontos do eixo x afastados das cargas elétricas) como mostra a ficgura. Solução: Calcula-se o campo devido as cargas –q e +q no ponto P como segue: Ex = K.q 2 x { devido a ( + q) + k.( − q) (x + a) 2 1 424 3 devido a (-q) 1 1 E x = K .q 2 − 2 x ( x + a ) 2 ax (1 + a / 2) = k .q 4 2 x (1 + a / x ) Com x>>a x>>a, despreza a/2x a/2x, então: 2.K .q.a 2.K . p = 3 x x3 Onde : p = q.a Ex = é o vetor momento dipolo elétrico (unidade MKS: C.m) Linhas de campo elétrico • • • • • • As linhas de campo elétrico são também chamadas de linhas de força força, uma vez que elas mostram a orientação da força exercida sobre uma carga de prova positiva. Exclusivamente principiam em cargas positivas e terminam em cargas negativas. O numero de linhas de força que saem de uma carga positiva ou entram numa carga negativa é proporcional ao valor da carga. As linhas que entram e saem de uma carga elétrica esferossimétricas. A densidade de linhas (numero por unidade de área perpendicular as linhas) é proporcional a grandeza do campo campo. Duas linhas de força nunca podem se interceptar Atenção; casca esférica carregada d eletricamente l ti t não ã ttem campo elétrico em seu interior (como campo gravitacional). 5 CAMPO ELÉTRICO DE DISTRIBUIÇÕES 5. CONTÍNUA DE CARGAS Um conjunto de muitas cargas agrupadas pode ser considerado como uma distribuição contínua de cargas. DENSIDADE LINEAR DE CARGA; carga distribuída num ‘fio’. ∆Q c arg a λ= = ∆L compriment i o EXEMPLO: Calcular EXEMPLO Calc lar o campo magnético no ponto P sobre o ei eixo o do anel de carga, uniformemente distribuída com densidade , de raio R, conforme mostra a figura. Solução: Temos que: dQ dQ dE = K 2 = K 2 (x + R2 ) s Devido a simetria do problema a soma das componentes em y é igual a zero. E y = dE y = 0 e E x = dE x = dE. cos θ ∫ ∫ ∫ logo: dQ } 2πR 2πR dQ λdL x Ex = ∫ K 2 cosθ = ∫ K 2 ⋅ 2 2 2 2 1/ 2 ( x + R ) ( x + R ) ( x + R ) 0 0 14243 cos θ Daí; KQx Ex = 2 ( x + R 2 )1 / 2 Densidade superficial de carga : carga distribuída numa superfície ∆Q (carga ) σ= = ∆A (área) EXEMPLO: calcular o campo magnético no ponto P sobre o eixo da casca esférica, de raio R, carregada com densidade elétricas uniformemente distribuídas, conforme mostra a figura. Solução: Escolhemos um anel de carga com largura e comprimento 2πRsenθ Rdθ A área deste anel é: dA = 2πRsen θRdθ = 2πR 2 senθdθ a carga elétrica neste anel é: dQ = σdA = σ 2πR 2 senθdθ Vimos que a componente radial (eixo x) devido a este anel é: KdQ dE x = 2 cos a s Kσ 2πR 2 senθdθ dE x = cos a 2 s Por outro lado podemos relacionar as variáveis s e s = r + R − 2rR R cos θ ∴ 2 2 2 2sds = 2rRsenθdθ ⇔ R = s + r − 2 sr cos a 2 2 por: θ que diferenciando chega chega-se se a sds senθdθ = rR Por outro lado podemos relacionar as variáveis s com 2 (I) ((II)) a como segue: s2 + r 2 − R2 cos a = 2 sr (III) substituindo(II) e (III) em (I) (elimina-se e da equação), temos r+R r+R r 2 + R2 Kσ 4πR KσπR r 2 − R2 ∫ dE x = r 2 = r −∫R 1 + s 2 ds = r 2 s − s r−R 2 Logo: Para pontos fora da casca (funciona como se fosse uma carga puntiforme na origem) Kσ 4πR 2 KQ = 2 Ex = 2 r r para pontos t dentro d t da d casca: Ex = r +R KσπR r −R =0 s − 2 r s R −r 2 2 (muda limite inferior) DENSIDADE VOLUME DE CARGA: carga distribuída num volume ∆Q (carga ) ρ= = ∆V (volume) EXEMPLO: calcular o campo magnético no ponto P sobre o eixo da esfera, de raio R, carregada com densidade volumar ρ de cargas elétricas uniformemente distribuídas, conforme mostra a figura. Solução: Pode-se ver uma esfera como uma superposição de cascas esféricas concêntricas de espessura dr cuja carga elétrica é: dQ Q = ρ 4{ πr 2 dr 1 4área 24 3 volume Logo, o campo elétrico no ponto P devido a casca esférica de raio R é: KdQ K ρ 4π r 2 dr dE = = 2 s s2 Conseqüentemente, q , se o ponto p P estiver fora da esfera,, temos: R 4 3 Kρ πr R Kρ 4πr 2 dr 3 E = ∫ dE = ∫ = 2 2 s s r =0 0 ou KQ E= 2 s Quando o ponto P estiver dentro da esfera, a carga q´ no interior: 4 3 Q 4 3 Qr 3 q`= ρV ´= ρ πr = πr = 3 3 4 πR 3 3 R 3 para s > R Logo: Q Qr 3 K 3 R Kq´ E= 2 = 2 ⇒ s r KQ E= 3 r para s< R R 6.MOVIMENTO DE CARGAS PUNTIFORMES EM CAMPO ELÉTRICO CASO I: Carga elétrica que lançada na di ã d direção do campo com velocidade l id d (MRUV) Aceleração: Força= m.a=q.E= força elétrica Logo: qE a= m O espaço percorrido pela carga elétrica até parar, é igual a: v 2 = v02 + 2a.∆S logo mv02 ∆S = 2qE CASO II: carga elétrica lançada perpendicularmente a direção do campo elétrico com velocidade Aceleração na vertical é: qE a= m (como no caso I) na vertical temos um MUV onde: qE v = at = t m e at 2 qE 2 ∆y = = t 2 2m e na horizontal temos um MU. 7.DIPOLO ELÉTRICO EM CAMPO ELÉTRICO Momento dipolo (p): p = q.L Ex: moléculas polares (centro das cargas positivas não concide com o centro das cargas negativas, eg, NaCl, CO, etc.) a maioria das moléculas e todos os átomos são apolares e, na presença de um campo elétrico, podem orientar suas cargas e tomar um dipolo) Torque sobre um dipolo (τ ) Temos: Logo: | F1 |=| F2 |= qE τ = F .L.senθ = qL {.E.senθ p Daí: τ = p×E Energia potencial de um dipolo (U): O trabalho p para aumentar o ângulo g dU = τdθ = p.E.senθ .dθ θ ((aplica p torque q p para g girar): ) ⇒ U = − pE cosθ + U 0 É convenção ç fazer a energia g p potencial U=0 q quando θ = 90 o, logo g U = − pE cos θ = − pE • Bruno rafael e aecio levy