O EMPREENDEDOR NA VISÃO DE SCHUMPETER Instituto de Economia - UFRJ IEE 531 - Economia do Empreendedorismo 2016.2 Professora: Renata La Rovere Tutor: Guilherme Santos O empreendedor em Schumpeter Langlois (1998): Existem duas visões de empreendedor em Schumpeter  Visão I: Visão de empreendedor como líder carismático  Visão II:Visão do empreendedor como organizador de recursos À medida que há progressiva racionalização das atividades da empresa, características pessoais do empreendedor vão se tornando menos importantes do que as características da organização Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 2 Schumpeter and Personal Capitalism Características de uma autoridade carismática em Weber:  Irracional  Repudia o passado  Revolucionária Na economia: • tendência à racionalização faz com que autoridade pessoal seja substituída por rotinas • • crescimento faz com que empresa se burocratize e competências especializadas assumam papel cada vez maior Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 3 Schumpeter and Personal Capitalism  Empreendedor é agente e vítima de transformação  Uma vez aberto o caminho da inovação, liderança carismática não é mais necessária  Schumpeter vai além de sentido weberiano de racionalização, incorporando dimensão cognitiva explorada por Simon  Weber: visão estática da burocracia (diferente de Schumpeter) Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 4 Schumpeter and Personal Capitalism  Literatura sobre capacitações (e competências) organizacionais procura dar conta de ideias de Weber e de Schumpeter sobre burocracia  Nelson & Winter: mudança econômica é não-racional ou empreendedora  Lazonick: complexidade tecnológica da inovação faz com que empresa que desenvolva capacitações organizacionais tenha vantagens (ver também cap.4 Julien, A Organização Aprendiz) Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 5 Schumpeter and Personal Capitalism  Questão: qual das duas visões (Schumpeter I ou Schumpeter II) se aproxima mais da realidade?  Caso dos relógios suíços mostra que combinação de duas visões pode ocorrer Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 6 Schumpeter and Personal Capitalism Caso dos relógios suíços:  Desenvolvimento de competências relojoeiras no país data do século XVI  No século XVII, artesãos começam a dividir trabalho  No século XVIII, produção se move dentro do país  Região se beneficia de externalidades marshallianas (conhecimento tácito permite experimentação, adaptação e inovação) Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 7 Schumpeter and Personal Capitalism Caso dos relógios suíços:  No século XIX, há a mecanização da produção puxada pela concorrência dos relógios americanos  No século XX, flutuações de mercado devido às duas guerras mundiais ameaçam a indústria suíça  Introdução dos relógios a bateria após a Segunda Guerra é um golpe, primeiro vem a concorrência dos americanos, depois a dos japoneses Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 8 Schumpeter and Personal Capitalism Caso dos relógios suíços:  Inércia relacionada às competências locais fez com que empresas respondessem lentamente às ameaças  Nos anos 1980, associação empresarial contratou um consultor cuja estratégia foi: • Consolidar e reestruturar a indústria com fusões e aquisições • Focar em marcas diferenciadas • Investir no negócio Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 9 Schumpeter and Personal Capitalism Caso dos relógios suíços: Resultado mais visível: Swiss Watch Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 10 Schumpeter and Personal Capitalism Lições do caso:  Aumento do tamanho das empresas foi importante para se firmar no mercado e continuar inovando (Chandler, Schumpeter II)  Mas a reestruturação só deu certo por conta da liderança carismática do consultor (Schumpeter I) Assim, as duas visões não são opostas e sim complementares Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 11 Schumpeter and Personal Capitalism Ligando com aulas anteriores.....  Exploration e exploitation  Raciocínio de efetuação  Influência do meio/contexto para o empreendedor Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 12 Exercício em sala de aula 1. Existem ideias que têm mais afinidade com as competências do grupo? (possibilidades de exploitation). Quais? 2. Que (novos) mercados estão associados às ideias de negócio? (possibilidades de exploration) 3. Qual ideia de negócio está mais adaptada ao contexto do Rio de Janeiro? Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 13