DOENÇA DE AUJESZKY PROF. DR. PAULO EDUARDO BRANDÃO VPS/FMVZ/USP DOENÇA DE AUJESZKY 1. DEFINIÇÃO DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA DO SISTEMA NERVOSO QUE ACOMETE DIVERSAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DOMÉSTICOS, COM MAIOR PREVALÊNCIA ENTRE MANIFESTAÇÕES NERVOSAS, OS SUÍNOS, REPRODUTIVAS E CAUSADA POR UM HERPESVÍRUS 1. PSEUDO-RAIVA SINÔNIMOS 2. PESTE DE COÇAR LEVANDO A RESPIRATÓRIAS, DOENÇA DE AUJESZKY 1. DEFINIÇÃO ESPÉCIES AFETADAS DOENÇA DE AUJESZKY ESPÉCIEESPECIFICIDADE DE UM VÍRUS ? 1. EXISTÊNCIA DE RECEPTORES 2. CONCENTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE RECEPTORES 1. DIFERENTES HOSPEDEIROS: DIFERENTES PATOGENIAS DE UM MESMO PATÓGENO 2. SUBPOPULAÇÕES DE PATÓGENOS MAIS ASAPTADAS A UM DADO TIPO DE HOSPEDEIRO DOENÇA DE AUJESZKY 1. QUAL A VANTAGEM PARA UM PATÓGENO EM TER DIVERSOS HOSPEDEIROS? 2. POR QUAL OUTRO MECANISMO UM VÍRUS PODE TER SUCESSO? DIVERSIDADE ANTIGÊNCIA DOENÇA DE AUJESZKY 2. HISTÓRICO 1902- ALADAR AUJESZKY, HUNGRIA: NATUREZA “VIRAL“ DA PSEUDORAIVA EM BOVINOS 1902-1930 DOENÇA DESCRITA NA HUNGRIA, ROMÊNIA, FRANÇA, RÚSSIA, NO BRASIL E NOS EUA: BOVINOS E CÃES DOENÇA DE AUJESZKY 2. HISTÓRICO 1920: PRIMEIRA DESCRIÇÃO DA DOENÇA EM SUINOS 1950-1960: DISSEMINAÇÃO PARA EUROPA E CENTRO-OESTE DOS EUA: PROLIFERAÇÃO DAS GRANDES GRANJAS COM ALTA DENSIDADE SUINA DOENÇA DE AUJESZKY 3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA À OIE (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ANIMAL) CONSEQÜÊNCIAS ? RESTRIÇÕES AO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE ANIMAIS WWW.OIE.INT DOENÇA DE AUJESZKY 3. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA •MORTALIDADE ANIMAIS JOVENS (100% EM LEITÕES) •DESEMPENHO REPRODUTIVO (ADULTOS): ABORTAMENTOS REPETIÇÃO DE CIO ESTERILIDADE EM MACHOS CUSTO DE MANUTENÇÃO DE UM REBANHO SUÍNO COM AUJESZKY: R$ 65,00/MATRIZ/ANO EM OUTRAS ESPÉCIES: MORTALIDADE (LETALIDADE DE 100% EM QUALQUER IDADE) DOENÇA DE AUJESZKY 4. DISTRIBUIÇÃO ÁREAS LIVRES (DE AUJESZKY EM SUÍNOS DOMÉSTICOS...) CANADÁ EUA EUROPA NZ DOENÇA DE AUJESZKY 4. DISTRIBUIÇÃO BRASIL 1912 Carini & Maciel 1939/41 Carneiro (Inst.Biol) focos em bovinos Acs suinos 1947 Carneiro & Cardim 1o isolamento suinos SP 1984/86 Romero et alii Protas et alii Doença granjas SC 1982/86 Kotait et alii 66 focos SP 42 amostras isoladas de suinos DOENÇA DISSEMINADA NO BRASIL DOENÇA DE AUJESZKY 5. ETIOLOGIA Herpesvírus humano tipo 3: catapora Herpesvírus suídeo tipo 1 VÍRUS DA DOENÇA DE AUJESKY VDA) = VDA DOENÇA DE AUJESZKY 5. ETIOLOGIA SIMILARIDADES COM A CATAPORA/ VARICELA/ CHICKEN POX VESÍCULAS DISSEMINADAS CROSTAS PRURIDO INTENSO CONTATO DIRETO COM PACIENTES COM VARICELA DISSEMINAÇÃO AÉREA DE PARTÍCULAS VIRAIS INFECÇÃO SECUNDÁRIA DAS LESÕES DE PELE PNEUMONIA ENCEFALITE COMPLICAÇÕES HEMORRÁGICAS HEPATITE ÓBITO DOENÇA DE AUJESZKY 5. ETIOLOGIA HERPES HERPETOLOGIA RASTEJAR 120-200 NM ENVELOPE dsDNA DOENÇA DE AUJESZKY 5. ETIOLOGIA REPLICAÇÃO 2º) FUSÃO DE MEMBRANAS E LIBERAÇÃO DO NUCLEOCAPSÍDEO 1º) LIGAÇÃO GLICOPORTEÍNAS EHV E RECEPTOR CELULAR 3º) LIBERAÇÃO E CIRCULARIZAÇÃO DO DNA DO VDA 9º) LIBERAÇÃO DE NOVOS VÍRUS 8º) FORMAÇÃO DE VACÚOLOS DNA-EHV-1 FORMA LATENTE 4º) TRANSCRIÇÃO DE mRNAs 6º) FORMAÇÃO DE NOVOS NUCLEOCAPSÍDEOS E INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS CELULARES RE 5º) TRADUÇÃO DE PROTEÍNAS VIRAIS DOENÇA DE AUJESZKY 5. ETIOLOGIA LATÊNCIA DNA VIRAL EM FORMA EPISSOMAL 1. NÃO INTEGRADO AO DNA CELULAR 2. REPLICA-SE JUNTAMENTE COM O DNA CELULAR GÂNGLIO DO NERVO TRIGÊMEO INFECÇÃO VITALÍCIA DOENÇA DE AUJESZKY 6. PATOGENIA 4º: 1. EXPRESSÃO DE 1º: DNA DO PROTEÍNAS VIRAIS 2. SÍNTESE DE VIRIONS HERPESVÍRUS EM FORMA CIRCULAR, LATENTE DENTRO DO NÚCLEO 2º: -↑↑DENSIDADE POPULACIONAL -PARTO -TRANSPORTE -USO DE CORTICOESTERÓIDES ? QUAL O SIGNIFICADO EVOLUTIVO DESTA RELAÇÃO? 1.↓ ↓ IMUNIDADE: 2. ↑ IMUNIDADE: INCAPACIDADE DE NEUTRALIZAR OS VÍRUS NASCENTES 3º: IMUNOSSUPRESSÃO FAVORECE A TRANSMISSÃO E A EVOLUÇÃO VIRAIS MANTÉM O HOSPEDEIRO VIVO, TRANSPORTANDO O VÍRUS LATENTE DOENÇA DE AUJESZKY 6. PATOGENIA PORTA DE ENTRADA RESPIRATÓRIA REPLICAÇÃO INICIAL EM: -TONSILAS PALATINAS -EPITÉLIO RESPIRATÓRIO AXÔNIOS LESÕES DE PELE POR MORDEDURA DE ANIMAL COM INFECÇÃO ATIVA AXÔNIOS REPLICAÇÃO INICIAL TAMBÉM EM ESTRUTURAS NERVOSAS OLFATÓRIAS Lφ φ NERVOS CRANIANOS SNC DEMAIS ÓRGÃOS DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS SINAIS E SINTOMAS IDADE MAIOR SEVERIDADE EM SUÍNOS JOVENS ESPÉCIE NÃO-SUÍNOS: SINAIS NERVOSOS ESTADO IMUNITÁRIO IMUNOSSUPRIMI DOS: MAIOR PROBABILIDADE DE DOENÇA VIRULÊNCIA DO VDA ENVOLVIDO VDAs COM > VIRULÊNCIA: SURTOS, >SEVERIDADE DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS LEITÕES ATÉ 3 SEMANAS > SEVERIDADE PI: 1-2 DIAS FEBRE DISPNÉIA DESCARGA ORAL/ NASAL VÔMITO, DIARRÉIA TREMORES ATAXIA CONVULSÕES MORTE EM 1-2 DIAS (LETALIDADE E MORTALIDADE 100%) DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS LEITÕES APÓS 3 SEMANAS E ATÉ 5 MESES PI: 1-2 DIAS FEBRE DISPNÉIA DESCARGA ORAL/ NASAL VÔMITO, DIARRÉIA TREMORES ATAXIA CONVULSÕES MORTE EM 3-8 DIAS (MORTALIDADE 5%) SOBREVIVENTES: CEGUEIRA DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS SUÍNOS ADULTOS SUBCLÍNICA FEBRE DISPNÉIA DESCARGA ORAL/ NASAL VÔMITO, DIARRÉIA TREMORES ATAXIA CONVULSÕES DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS SUÍNOS REPRODUTORES ABORTAMENTOS PARIÇÃO DE FETOS MUMIFICADOS REPETIÇÃO DE CIO ORQUITE DEGENERAÇÃO TESTICULAR QUEDA DE QUALIDADE DE SÊMEN ESTERILIDADE DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS LEITÕES INFECTADOS IN UTERO E NASCIDOS VIVOS MIOCLONIA CONVULSÕES MORTE EM 3-5 DIAS DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS RUMINANTES PRURIDO (NO LOCAL DA MORDEDURA) ANOREXIA SALIVAÇÃO INCOORDNAÇÃO HIPEREXCITABILIDADE AGRESSIVIDADE CONVULSÕES COMA MORTE DOENÇA DE AUJESZKY 7. SINAIS E SINTOMAS CÃES E GATOS ANOREXIA SALIVAÇÃO INCOORDNAÇÃO HIPEREXCITABILIDADE COMA MORTE DOENÇA DE AUJESZKY 8. CADEIA EPIDEMIOLÓGICA FONTES DE INFECÇÃO PORTAS DE ENTRADA ORAL NASAL TRATO REPRODUTIVO FERIDAS MOR MORDEDURA VIAS DE ELIMINAÇÃO -ORAL -NASAL -TRATO REPRODUTIVO VIAS DE TRANSMISSÃO -AEROSSÓIS -SALIVA -SÊMEN -CARNE DE ANIMAIS DOENTES (...) -TRANSPLACENTÁRIA SUSCEPTÍVEIS MAMÍFEROS DOENÇA DE AUJESZKY 8. CADEIA EPIDEMIOLÓGICA DURANTE INFECÇÕES AGUDAS: VÍRUS EXCRETADO POR MAIS DE DUAS SEMANAS POR EPÍTÉLIO TONSILAR, LEITE, URINA E SECREÇÕES GENITAIS AEROSSÓIS: ATÉ 2 QUILÔMETROS DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO ALTA MORTALIDADE EM LEITÕES NEONATOS OCORRÊNCIA DOS SINAIS E SINTOMAS EM SUÍNOS SIMULTANEAMENTE A OUTRAS ESPÉCIES DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO ANATOMIA PATOLÓGICA HIPEREMIA, HEMORRAGIAS E ULCERAÇÕES -MUCOSA: BRÔNQUIOS, TRAQUÉIA, EPIGLOTE E TURBINADOS NASAIS TONSILITE EXSUDATO FIBRINO-PURULENTO EM MUCOSA NASAL PETÉQUIAS EM CÓRTEX RENAL HEMORRAGIA E CONGESTÃO EM LINFONODOS RETROFARÍNGEOS NECROSE HEPÁTICA FOCAL CONGESTÃO DE MENINGES DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO HISTOPATOLOGIA √ GANGLIONEURITE EM GÂNGLIOS PARA-VERTEBRAIS √ MENINGOENCEFALITE DIFUSA COM INFILTRAÇÃO PERI-VASCULAR √ DEGENERAÇÃO NEURONAL CORPÚSCULOS DE INCLUSÃO VIRAL INTRANUCLEARES √ CÉLULAS EPITELIAIS DE NÁSO-FARINGE E CÓRTEX ADRENAL √ NEURÔNIOS √ ASTRÓCITOS DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIRETO CÉREBRO AMOSTRAS ONDE? TONSILAS INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIRETO ANIMAIS DE LABORATÓRIO Alphaherpesvirinae DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIRETO CULTIVO CELULAR PK-15 VERO SK6 BHK-21 MDCK Alphaherpesvirinae MDBK DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIRETO CULTIVO CELULAR DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIRETO IMUNOFLUORESCÊNCIA DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO INDIRETO SORONEUTRALIZAÇÃO ELISA Diferenciação: •animais vacinados •animais infectados DOENÇA DE AUJESZKY 9. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL √ GASTROENTERITE TRANSMISSÍVEL DOS SUÍNOS √ COLIBACILOSE √ SALMONELOSE √ RAIVA √ PESTE SUÍNA CLÁSSICA √ PESTE SUÍNA AFRICANA √ SCRAPIE DOENÇA DE AUJESZKY 10. PREVENÇÃO E CONTROLE MEDIDAS APLICÁVEIS ÀS FONTE DE INFECÇÃO DIAGNÓSTICO REMOÇÃO DO REBANHO COMUNICAÇÃO AO ÓRGÃO DE SERVIÇO VETERINÁRIO MAIS PRÓXIMO DOENÇA DE AUJESZKY 10. PREVENÇÃO E CONTROLE MEDIDAS APLICÁVEIS ÀS VIAS DE TRANSMISSÃO DESINFECÇÃO AMÔNIO QUATERNÁRIO DOENÇA DE AUJESZKY 10. PREVENÇÃO E CONTROLE MEDIDAS APLICÁVEIS AOS SUSCEPTÍVEIS .VIVAS ATENUADAS VACINAS •INATIVADAS •COM DELEÇÕES GENÉTICAS •-CONTROLADA PELO MAPA/BRASIL •-SÓ UTILIZADA EM PROGRAMAS DE ERRADICAÇÃO (EX: SC) PROTEÇÃO CONTRA SINAIS EXCREÇÃO VIRAL NÃO PREVINE INFECÇÕES LATENTES DOENÇA DE AUJESZKY 10. PREVENÇÃO E CONTROLE AÇÕES INTEGRADAS EM SURTOS 1) INTERDIÇÃO DA ÁREA: 2) INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO 3) DEPOPULAÇÃO DAS GRANJAS COM ANIMAIS COM SINAIS CLÍNICOS E ISOLAMENTO VIRAL 4) SOROLOGIA: COLETA E TESTE DO SORO DE ANIMAIS DE TODAS AS GRANJAS 5) DEPOPULAÇÃO DAS GRANJAS COM ANIMAIS SOROPOSITIVOS; 6) VAZIO DAS INSTALAÇÕES POR 28 DIAS 7) DESINFECÇÕES ACOMPANHADAS 8) VISTORIA FINAL E LIBERAÇÃO PARA REPOVOAMENTO DOENÇA DE AUJESZKY 11. REFERÊNCIAS 1. COETZER, J. A. W.; THOMSON, G. R.; TUSTIN, R. C. INFECTIOUS DISEASES OF LIVESTOCK, CAPE TOWN: OXFORD UNIVERSITY PRESS, P. 443-459, 1994. 2. http://www.cfsph.iastate.edu/Factsheets/pdfs/aujeszkys_disease.pdf