NTO IRA idoso -apres[1]. final Dr.Thtiebool - Secretaria da Saúde

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INVERNO GAÚCHO - 2008
Norma Técnica e Operacional para infecções respiratórias agudas
(IRAs) em pessoas com 60 anos e mais
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA DA SAÚDE
PROGRAMA DE CONTROLE DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS DO IDOSO
DEPARTAMENTO DE AÇÕES EM SAÚDE
SAÚDE DO IDOSO
PROGRAMA DE CONTROLE DAS INFECÇÕ
ES RESPIRATÓ
INFECÇÕES
RESPIRATÓRIAS DO IDOSO
Carlos Tietboehl
Email: [email protected]
NTO das IRAs em pessoas com 60 anos e mais
Setores envolvidos
Ações integradas entre:
• Pneumologia Sanitária (DVE/CEVS): consultoria técnica
• Imunizações (DVE/CEVS): operacionalização da vacinação
• Núcleo de Informação em Saúde (NIS/DAS): indicadores de
mortalidade
• Saúde do Idoso (DAS): promoção, prevenção e atenção à
saúde
• Laboratórios: unidade-sentinela, realização de exames
• MS: coordenação nacional das campanhas de vacinação
• OPAS/OMS: base para a normatização
Internações hospitalares pelo SUS
10 principais causas – Brasil, 1997
Na população em geral
Causas
Num. de AIHs
Parto normal
866826
Pneumonias
514117
DPOC
316840
Inf. intestinais
316840
Compl. trab. parto
233146
Insuf. Cardíaca
203256
Esquizofrenia
173365
AVC
107606
Hérnia inguinal
83694
HAS
77715
Fonte: SIH/DATASUS
Em idosos (60 e mais anos)?
Causas
Insuf. Cardíaca
DPOC
Pneumonias
AVC
HAS
Inf. intestinais
Diabetes mellitus
Carciopatia isquêmica
Úlcera péptica
Colecistopatia
Num. de AIHs
1790962
1062226
654628
654628
481707
419950
358192
222326
172920
160569
Mortalidade proporcional por principais grupos de causa
Rio Grande do Sul - 2000
Ap. circulatório
35
%
30
Neoplasias
25
Ap. respiratório
20
Causas externas
15
Ap.digestivo
10
Endócrinas/imunitárias
5
Mal definidas
0
Infecto-parasitárias
Causas de morte
Fonte: CIS/SES, 2001
Perinatais
As infecções respiratórias agudas
(principalmente as pneumonias) são um
problema mundial de saúde pública porque:
• São a terceira causa mais freqüente de mortalidade
no mundo
• Entre as doenças infecciosas, as pneumonias são
as principais causas de morte
• Surgiram novos agentes patogênicos
• SIDA e outros fatores comprometeram a imunidade
individual
• Aumentou a resistência anti-microbiana
Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul
Política de Controle da Infecção Respiratória Aguda do Adulto
Ações desenvolvidas para o controle da IRA na população
adulta do Estado
• Elaboração de uma protocolo técnico padronizando aa
ações de prevenção, diagnóstico e tratamento
• Vigilância epidemiológica da morbidade, internações
hospitalares e mortalidade
• Implantação de um sistema de notificação de casos
• Planejamento da distribuição regional de medicamentos
• Consultoria técnica e capacitação de recursos humanos
• Vacinação anti-influenza em idosos (acima de 60 anos)
Infecções respiratórias agudas
Norma Técnica e Operacional para infecções respiratórias
agudas (IRAs) em pessoas com 60 anos e mais
II OBJETIVOS
1. GERAIS
a) Reduzir a mortalidade por IRA , especialmente pneumonia, entre a população idosa
maiores de 60 anos.
b) Reduzir o número de internações por IRA.
2. ESPECÍFICOS
a). Diagnosticar e tratar precocemente os casos de IRA na demanda das
Unidades de Saúde do Estado.
b).Prevenir casos de IRA através de medidas educativas, imunizações, alimentação e
hidratação adequadas, vestuário adequado frente as alterações climáticas e de temperatura e
controle do tabagismo.
c). Reduzir o uso inadequado de antibióticos e outros medicamentos em casos de IRA.
d) Detectar e encaminhar casos de IRA que necessitem de internação hospitalar.
Infecções respiratórias agudas
Norma Técnica e Operacional para infecções respiratórias
agudas (IRAs) em pessoas com 60 anos e mais
III. DEFINIÇÃO DE CASO
Os portadores de infecções respiratórias agudas são, em princípio, os
pessoas que apresentam diferentes combinações dos seguintes sintomas
principais: febre, tosse, expectoração, coriza, dor de garganta, de ouvido, dor torácica,
dispnéia,(dificuldade de respirar), cianose. A variedade de agentes etiológicos e o
comportamento biológico dos mesmos não permitem uma definição clara do tempo de
evolução, devendo-se valorizar, em princípio, a presença desses sintomas em períodos
variáveis.
IV. POPULAÇÃO ALVO
Toda a população acima de 60 anos de idade .
Infecções respiratórias agudas
Norma Técnica e Operacional para infecções respiratórias
agudas (IRAs) em pessoas com 60 anos e mais
V. PREVENÇÃO
1 . Imunizações
No Estado as pessoas com 60 anos e mais devem receber a vacina antiinfluenza antes do inverno.
Também os idosos institucionalizados e os portadores de doença pulmonar e
cardíaca crônicas devem fazer a vacina antipneumocócica. Essas vacinas reduzem
significativamente as complicações que são a mortalidade e internações por pneumonia .
Existem grupos de pessoas que são mais suscetíveis a infeções respiratórias e suas
complicações e independentemente de idade poderão se beneficiar com a vacinação antiinfluenza e anti-pneumocócica.
• Portadores de doenças pulmonares ou cardíacas crônicas
• Diabéticos
• Alcoolistas
• Esplenectomizados
• Portadores de Anemia Falciforme
• Portadores de Insuficiência Renal Crônica
• Portadores do vírus HIV.
2. Incentivo a alimentação e hidratação adequadas
3. Abandono do tabagismo ou orientação quanto ao tabagismo passivo
4. Uso de vestuário adequado frente às alterações climáticas e de emperatura
Virus Influenza
Ordem
Mononegavirales
Familia
Orthomyxoviridae
Fonte: http://www.rkm.com.au/VIRUS/Influenza/
Virus Influenza
Ordem
Mononegavirales
Familia
Orthomyxoviridae
Fonte: http://www.rkm.com.au/VIRUS/Influenza/
Ciclo de vida do vírus influenza
Vacina anti-influenza em idosos
• Instrumento: dose única IM de 0,5 ml de vacina com
vírus inativado cultivado em ovo embrionado de
galinha. A composição é renovada a cada ano
conforme as cepas virais circulantes na estação
• Estratégia em saúde pública: campanha nacional do
PNI nos meses de abril/maio
Vacina anti-influenza em idosos
Reações adversas:
•
•
•
•
locais
sistêmicas
alérgicas (infreqüentes)?
Síndrome de Guillain-Barré (rara)?
Contra-indicações:
• Alergia a proteínas do ovo
• Doenças febris agudas
• História sugestiva de Síndrome de Guillain-Barré nas
últimas seis semanas
Mortalidade por Pneumonia em idosos (60 anos e mais)
Rio Grande do Sul (1979 - 2000)?
200,0
180,0
Taxa por 100.000
y = 1,2308x + 137,09
160,0
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Anos
(Fonte: CIS - SES/RS)?
Pneumonia: mortalidade em idosos
Rio Grande do Sul (1979 – 1999)?
450
y = 3,0265x + 288,83
400
350
Maiores de 70 anos
300
250
y = 2,2716x + 129,26
200
Maiores de 60 anos
150
100
y = 0,872x + 37,626
60 a 69 anos
50
0
1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Ano
Sazonalidade das doenças do aparelho respiratório (exceto neoplasias)
Mortalidade por mês de ocorrência
no Rio Grande do Sul em 1976, 1986, 1996 e1997
Total de Óbitos
2500
2000
1500
1000
500
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
Mês
1976
1986
1996
1997
SET
OUT
NOV
DEZ
Óbitos por IRA em maiores de 60 anos
no Rio Grande do Sul (1999-2001)?
Número de óbitos
100
90
80
70
60
50
40
30
1999
20
2000
2001
10
0
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Semana epidemiológica
33
35
37
39
41
43
45
47
49
51
Internações por IRA em maiores de 60 anos, Rio
Grande do Sul (1999-2000)?
Número de internações
400
350
300
250
200
150
1999
100
2000
50
0
1
3
5
7
9
Fonte: DATASUS/SES
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
Semana Epidemiológica
33
35
37
39
41
43
45
47
49
51
Mortalidade por Pneumonia acima de 60 anos
Rio Grande do Sul (1997 – 2000)?
Taxa por 100.000
200,0
180,0
160,0
y = -4,5725x + 150,71
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
1997
1998
1999
Anos
Fonte: CIS - SES/RS
2000
Internações por pneumonia acima de 60 anos
Rio Grande do Sul (1996 – 2000)?
Num. de internações
18000
16000
y = - 852,8x + 16163
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
1996
1997
1998
Anos
1999
2000
Norma Técnica e Operacional para infecções respiratórias
agudas (IRAs) em pessoas com 60 anos e mais
Clínica e tratamento
Sistema respiratório
Zona condutora
Traquéia
Brônquio
Brônquiolo terminal
Zona
respiratória
Brônquiolos
Sacos
alveolares
Alvéolos
Brônquiolos
respiratórios
Epitélio respiratório
Infecções respiratórias agudas
Quadro 1: Síndromes Clínicas e Sinais de Gravidade
Síndrome
Sinais e sintomas
Sinais de gravidade
Resfriado
comum
Coriza, obstrução nasal, hiperemia
de orofaringe.
Amigdalite
Febre, dor de garganta, dificuldade
de deglutição, hiperemia e exsudato
de orofaringe
Impossibilidade de deglutição
(abscesso faríngeo)
Gripe
Febre, dores musculares,
prostração, obstrução nasal, tosse
Dispnéia, cianose, taquipnéia
(insuficiência respiratória)
Sinusite
Tosse, expectoração purulenta,
secreção nasal purulenta anterior e
posterior, obstrução nasal
Celulite facial
LaringotraqueoTosse, expectoração, rouquidão
bronquite
Pneumonia
Tosse, expectoração, febre,
calafrios, dor torácica, estertores
pulmonares fixos
-
Dispnéia, cianose, taquipnéia
(descompensação de
pneumopatia crônica)
Dispnéia, taquipnéia
Confusão mental
Tiragem e cianose
Infecções respiratórias agudas
Quadro 2: Correlações entre achado radiológico e prováveis etiologias
Tipos de lesões
Consolidações homogêneas com
broncograma aéreo
Agentes etiológicos
Pneumococo
Focos de consolidação
broncopneumônica
Pneumococo, Haemophilus
Infiltração peribrônquica unilateral e
bilateral
Mycoplasma, vírus
Áreas de necrose (cavidades)
Estafilococo, bacilo da tuberculose, Klebsiella,
anaeróbios
Observação: Em pacientes imunocomprometidos, especialmente pelo HIV, os critérios acima freqüentemente estão
subvertidos, sendo que a pneumonia aguda e grave mais incidente é a Pneumonia por Pneumocystis carinii, que pode
ocorrer com qualquer achado radiológico.
Infecções respiratórias agudas
Quadro 3: Associação entre achados ao exame bacteriológico
direto e prováveis agentes causais:
Exame direto
Predomínio de Diplococos Gram positivos
Predomínio
pequenos:
de
Ausência de Germes
bacilos
Cultural
Pneumococo
Gram-negativos Haemophilus
Vírus, Mycoplasma , Legionella
Uso prévio de antimicrobianos.
OBS: Nos pacientes com tosse e expectoração há 3 semanas ou mais, está indicado também
o exame de escarro para pesquisa de BAAR, o que pode ser obtido pelo uso da coloração de
Ziehl-Nielssen na mesma amostra de escarro.
Infecções respiratórias agudas
Quadro 4: Algumas sugestões etiológicas a partir do
hemograma
Quadro 4: Algumas sugestões etiológicas a partir do hemograma
Leucocitose acima de 20000
Leucocitose com desvio à esquerda
Hemograma Normal
Leucopenia
Pneumococo
Infecção Bacteriana
Vírus, Mycoplasma, Tuberculose,
Pneumonia Grave
Situações peculiares na pneumonia do idoso
a) Febre: no idoso é muito freqüente a instalação de pneumonia sem febre, o que raramente
ocorre
no
adulto
mais
jovem.
b) Alterações no desempenho em atividades de rotina, quedas, confusão mental, anorexia e
distúrbios metabólicos: podem ser as únicas alterações detectáveis em idoso com
pneumonia.
c) Taquipnéia e taquicardia: são achados freqüentes, inclusive na fase inicial de infecção.
Na pneumonia em idosos raramente esses sinais estão ausentes.
d) Tosse, expectoração e dispnéia: podem eventualmente não estar presentes, mas nessa
situação a maioria dos pacientes terá febre e alterações no leucograma sugestivas de
infecção.
e) Piora de Outras Doenças: o surgimento de agravos, como a descompensação de diabetes
mellitus ou da insuficiência cardíaca, pode ser o primeiro indício de uma pneumonia em
idosos.
Quadro 5: Tratamento
Síndrome
Resfriado comum
Amigdalite
Gripe
Sinusite
Primeira conduta
Tratamento sintomático
Penicilina G Benzatina ou Amoxicilina
Tratamento sintomático
Amoxicilina e soro nasal ou
Sulfametoxazol+Trimetroprim e soro nasal
Laringotraqueobronquite Amoxicilina ou Doxiciclina
Pneumonia
Antibiótico conforme quadro 6 (diagrama)
Infecções respiratórias agudas
Quadro 6: Diagrama para seleção de antibióticos em pneumonias
Pneumonia Típica
Pneumonia Atípica
PNEUMOCOCO
MYCOPLASMA, VÍRUS
↓
↓
Quadro clínico
Quadro clínico
• Início súbito (calafrios)
• Predomina em jovens
• Tosse com expectoração
• Sintomas sistêmicos prévios
• Dor Torácica
• Dores musculares, prostração
• Leucocitose
• Tosse seca
• Consolidação pulmonar
• Infiltração peribrônquica uni e
bilateral
↓
Antibióticos
↓
Antibióticos
• Amoxicilina
• Eritromicina
• Alternativa: Eritromicina
• Alternativa: Doxiciclina
Cobertura da vacinação anti-influenza em idosos
Anos
Fauxa
etária
Doses
Metas
do PNI*
Cobertura
do PNI
% da população
vacinada
(70% da pop.)?
< 65 a.
pneumopatas e
cardiopatas
25.000
1999
< 65 a.
-
-
± 90%
-
2000
< 65 a.
671.172
679.433
98,78%
69,09%
< 60 a.
805.850
980.351
82,20%
57,50%
1998
2001
Fonte: CDTA/SES
Conclusões
A vacinação anti-influenza nos idosos provavelmente:
Diminui o risco de complicações e morte decorrentes
do quadro gripal.
Apresenta uma relação de custo benefício favorável
sob o ponto de vista da produtividade social e saúde
pública.
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