PÁGINA 2 Arcos vivencia surto de dengue, com alto risco de epidemia Com o intuito de alertar a população sobre o surto de dengue no Município, com alto risco de epidemia, de acordo com informação obtida na Vigilância Epidemiológica, o CCO recorreu a 38 parceiros, entre empresas e profissionais liberais, para levar até você este Caderno. O objetivo é sensibilizar a todos sobre a importância de cada um de nós na luta contra a doença. Esta luta não é exclusiva do poder público, mas de todos os arcoenses e pessoas residentes no município. Se cada um de nós dedicarmos apenas 10 minutos diários, conseguiremos eliminar os focos do Aedes aegypti na cidade. É importante que cada um faça sua parte, começando a varredura contra os focos e possíveis criadouros na sua residência ou no seu comércio. Conscientizar os vizinhos também é importante, assim como cobrar das autoridades a fiscalização em lotes vagos e a limpeza dos patrimônios públicos. A comunidade tem sua parcela de responsabilidade, mas o poder público municipal não vem encarando a dengue – uma doença que pode levar à morte – com a necessária atenção. Esse fato pode ser observado no gráfico da página 13. Neste ano de 2015, em menos de quatro meses, o número de casos confirmados já superou em aproximadamente 69% o número registrado em todo o ano de 2014. Também faltam informações sobre as ações do Setor de Posturas. No dia 30 de março deste ano, o CCO enviou e-mail à Assessoria de Comunicação do Governo Municipal perguntando quantas notificações referentes a lotes sujos foram registradas em Arcos nos anos 2009, 2010, 2013, 2014 e 2015 (até então), que se tratam dos períodos com maiores números de casos de dengue confirmados na cidade. Também foi perguntado o número de multas que foram aplicadas nesses anos, aos proprietários que não fizeram a limpeza. No entanto, até então o CCO não recebeu nenhuma resposta a essas questões, embora sejam informações de interesse público. A única informação que temos, que já havia sido enviada ao jornal por um profissional do Setor de Posturas e publicada na edição 1763, de 22 de março, é que “já foram expedidas 156 notificações para limpeza de lotes” e cerca de cem lotes já estão com os proprietários identificados para serem notificados. As notificações, ainda de acordo com informações do Setor de Posturas, “estão sendo feitas por meio do envio de ARs e, ao receberem o retorno dessas, em face do não atendimento, são aplicados os autos de infração (multas)”. Observe que não foi informado o período em que essas notificações foram oficializadas e nem mesmo o número de multas aplicadas. Implementar medidas simples em casa – como acabar com a água parada em vasos de plantas e utensílios domésticos, e atender os agentes municipais a serviço do controle da dengue – são atitudes que podem ajudar a resolver o problema dentro de sua casa. Mas os focos encontrados nos lotes vagos, imóveis públicos e lixões clandestinos também precisam ser eliminados. Se os responsáveis não agem, precisam ser punidos, para que se dê o exemplo e evite reincidências. Silêncio Você, leitor, deve estar se perguntando o porquê desta publicação não ter nenhuma informação sobre ações do Governo Municipal no combate à dengue. O fato é que a Assessoria do Governo Municipal não responde aos questionamentos feitos pelo CCO, não envia releases de ações do Executivo, referentes ao combate à dengue ou outros atos de qualquer natureza. Quem perde com o silêncio da Assessoria é a comunidade, que poderia estar mais bem informada sobre as ações praticadas pelo poder público municipal, e o próprio prefeito Baiano. Afinal, neste Caderno com uma tiragem extra de 5 mil exemplares, o prefeito poderia prestar contas à comunidade sobre as ações realizadas no combate à dengue pelo seu Governo. A conclusão que se chega, diante do silêncio da Assessoria, é que é preciso ter sensatez e saber diferenciar questões públicas e particulares. Todo funcionário público deve zelar pelo Governo para o qual trabalha e principalmente pelo bem-estar da comunidade. PÁGINA 3 O QUE É DENGUE A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. A dengue clássica se inicia de maneira súbita e podem ocorrer febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas. Às vezes aparecem manchas vermelhas no corpo. A febre dura cerca de cinco dias com melhora progressiva dos sintomas em 10 dias. Em alguns poucos pacientes podem ocorrer hemorragias discretas na boca, na urina ou no nariz. Raramente há complicações. O que é Dengue Hemorrágica? Dengue hemorrágica é uma forma grave de dengue. No início, os sintomas são iguais à dengue clássica, mas após o 5º dia da doença alguns pacientes começam a apresentar sangramento e choque. Os sangramentos ocorrem em vários órgãos. Este tipo de dengue pode levar a pessoa à morte. Dengue hemorrágica necessita sempre de avaliação médica de modo que uma unidade de saúde deve sempre ser procurada pelo paciente. O que é Dengue Tipo 4? O avanço do vírus tipo 4 da dengue pelo Brasil é uma ameaça à saúde pública. Não pelo vírus em si, que não é mais nem menos perigoso que os tipos 1, 2 e 3, mas pela entrada em ação de mais uma variação do microorganismo. Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN2, o DEN-3 e o DEN-4. “Causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes”, explica o consultor de dengue da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ivo Castelo Branco. Qual a causa? A infecção pelo vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, uma espécie hematófaga originária da África que chegou ao continente americano na época da colonização. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento. Como tratar? Não existe tratamento específico para dengue, apenas tratamentos que aliviam os sintomas. Deve-se ingerir muito líquido como água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias. Saiba o que fazer caso perceba os sintomas da dengue Fique atento: muitas doenças têm sintomas parecidos com os da dengue, mas têm outro tipo de tratamento. Aos primeiros sinais dos sintomas, procure um serviço de saúde o quanto antes. Beba bastante líquido e não tome remédio por conta própria, pois alguns medicamentos podem até piorar a doença. Faça bastante repouso e evite bebidas com cafeína, como café e chá-preto, por exemplo. Existe tratamento para os sintomas, mas o melhor deles é a prevenção da doença. PÁGINA 4 A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos (Aëdes aegypti e Aëdes albopictus), que picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito comum, que pica durante a noite. Os transmissores de dengue, principalmente oAëdes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis), em recipientes onde se acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas etc.). O Aedes aegypti O Mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem também durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça. Modo de transmissão A fêmea pica a pessoa infectada, mantém o vírus na saliva e o retransmite. A transmissão ocorre pelo ciclo homemAedes aegypti-homem. Após a ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre na fêmea um período de incubação. Após esse período, o mosquito torna-se apto a transmitir o vírus e assim permanece durante toda a vida. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento. Período de incubação Varia de 3 a 15 dias, mas tem como média de cinco a seis dias. O Ciclo do Mosquito O ciclo do Aedes aegypti é composto por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. As larvas se desenvolvem em água parada, limpa ou suja. Na fase do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue para garantir o desenvolvimento dos ovos, ocorre a transmissão da doença. O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicia a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. O único modo possível de evitar a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito transmissor. A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. PÁGINA 5 DÚVIDAS SOBRE A DENGUE Todo mosquito Aedes aegypti pode transmitir a dengue? Não, somente as fêmeas infectadas. Quanto tempo vive o Aedes aegypti? A fêmea vive cerca de 30 a 45 dias e, nesse período, pode contaminar até 300 pessoas. Onde a fêmea do mosquito coloca seus ovos? A fêmea do mosquito coloca seus ovos nas paredes de recipientes com água e não diretamente na água de rios, lagos, córregos etc. Quantos ovos um mosquito coloca durante sua vida? Até 450 ovos Depois de termos dengue, podemos pegar novamente? Sim, podemos, mas nunca o mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra um tipo de vírus que provocou a doença, mas ainda poderá ser contaminada por outros tipos conhecidos do vírus da dengue. Quantos tipos de vírus da dengue existem? São conhecidos quatro sorotipos: DENV1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O inseticida aplicado para matar o mosquito da dengue funciona mesmo? Sim, os produtos funcionam. Os larvicidas servem para matar as larvas do Aedes aegypti. Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização (“fumacê”), que matam os insetos adultos enquanto estão voando. Algumas vezes, os mosquitos e as larvas desenvolvem resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é substituído por outro. É verdade que o mosquito se reproduz mais rápido no calor? Por quê? Sim, pois com o aumento da temperatura o ciclo de vida torna-se mais acelerado e ele se reproduz com maior velocidade. Também há o período de chuvas, tendo uma grande oferta de água parada. Isso explica o aumento de casos da doença na época do verão. O que devemos fazer ao encontrar larvas do mosquito em um recipiente? Não devemos jogá-las em ralos, mas sim, diretamente na terra. Fonte: http://www.dengue.go.gov.br/paginas/paginas/subpaginas/duvidas PÁGINA 6 PÁGINA 7 OLHO VIVO: não existe tratamento específico para a dengue, só para os sintomas da doença (tratamento sintomático). A forma mais eficaz de eliminá-la é fazer a nossa parte e prevenir a multiplicação do mosquito. - Não deixe água parada em baldes, calhas, garrafas, ralos, vasos, tanques, pneus velhos ou recipientes de qualquer natureza. - Tampe por completo caixas d’água, tonéis, cisternas ou qualquer depósito doméstico. Na luta contra a dengue somos todos um. Faça sua parte e converse com vizinhos, familiares e amigos sobre a doença. OLHO VIVO: uma simples tampinha pode hospedar ovos do mosquito da dengue. Por isso, tome as providências necessárias em qualquer lugar em que encontrar água parada. Na dúvida, entre em contato com o Setor de Epidemiologia. Abra as portas de sua residência/comércio, permitindo livre acesso aos agentes de vigilância. Não esqueça, a dengue se combate todos os dias! PÁGINA 8 OLHO VIVO: é preciso limpar os locais suspeitos de foco com bucha, pois o ovo pode se manter vivo por mais de um ano sem água. Os locais mais comuns de encontrar os ovos são ralos, vasos de plantas, caixas d’água e calhas. Faça sua parte: não deixe água parada e, se encontrar um foco, chame um responsável e tome as medidas necessárias. Não esqueça, a dengue se combate todos os dias! As fêmeas, transmissoras da doença, costumam picar as pessoas no começo da manhã ou no final da tarde. As áreas do corpo mais afetadas são os pés, tornozelos e pernas. Isso porque o mosquito costuma voar a uma altura máxima de meio metro do solo. Por isso, fique atento a lugares como embaixo da mesa, das camas e armários. Faça sua parte e converse com amigos, vizinhos e familiares. Não esqueça, a dengue se combate todos os dias! PÁGINA 9 PÁGINA 10 MITOS SOBRE A DENGUE Ar-condicionado e ventiladores matam o mosquito? – NÃO Quando se usa o ar-condicionado, a temperatura e a umidade diminuem, inibindo o mosquito. Ele tem mais dificuldade para localizar a possível vítima de sua picada. Apesar disso, não morrerá. Esses aparelhos apenas espantam o mosquito, que poderá voltar em outro momento, quando estiverem desligados. Para matar os ovos do mosquito, basta secar os reservatórios de água parada? – NÃO Apenas secar os reservatórios de água parada não irá impedir o mosquito da dengue de se reproduzir. É preciso limpar, esfregando com uma bucha o local contaminado, pois o ovo pode se manter “vivo” por mais de um ano sem água. Repelentes são fundamentais no combate à dengue? – NÃO Repelentes, velas de citronela ou andiroba, ao contrário do que muita gente pensa, não têm muito efeito permanente no controle do Aedes aegypti. Medidas mais duradouras, como a eliminação de recipientes onde o mosquito possa se reproduzir, têm um impacto muito maior no controle da dengue. Tomar vitamina B afasta o mosquito? – NÃO Apesar de ser verdade que o mosquito é atraído pelo gás carbônico exalado pela respiração da pessoa, a ingestão de Vitamina B, alho ou cebola, que têm cheiro eliminado pela pele, não é uma medida eficaz de combate à dengue. Tomar Vitamina B poderá afastar o mosquito, mas seu efeito não será duradouro, e, dependendo do metabolismo de cada pessoa, poderá, inclusive, até não fazer efeito algum. Qualquer picada do mosquito transmite o vírus da doença? – NÃO Primeiramente, é necessário que o mosquito esteja contaminado. Além disso, cerca de metade das pessoas picadas não desenvolvem a doença. Entre 20% e 50% vão desenvolver formas subclínicas da doença, ou seja, sem apresentar sintomas. Ainda assim, é importante, em caso de dúvida ou qualquer suspeita, procurar o posto de saúde mais próximo. Borra de café na água das plantas mata os ovos do mosquito? – NÃO A borra de café somente é eficaz no combate ao mosquito da dengue em quantidades muito elevadas, pois já foi verificado na prática que a larva do Aedes aegypti desenvolve-se em água suja de borra de café. Em vez de usar a borra, procure eliminar os pratos dos vasos, ou coloque areia até as bordas, de maneira a eliminar a água. Lave também os pratos, com bucha e sabão, semanalmente. Isso, sim, é eficaz contra a dengue. As larvas do mosquito só se desenvolvem em água limpa? – NÃO Embora as fêmeas do Aedes aegypti tenham preferência por depositar os ovos em recipientes com água limpa, elas também podem colocá-los em criadouros com água suja e parada. PÁGINA 11 Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue, de acordo com o Ministério da Saúde, é uma doença viral que se espalha rapidamente no mundo. Nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes, com ampliação da expansão geográfica para novos países e, na presente década, para pequenas cidades e áreas rurais. É estimado que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas morrem em países onde a dengue é endêmica. O maior surto no Brasil ocorreu em 2013, com aproximadamente 2 milhões de casos notificados. Atualmente, circulam no país os quatro sorotipos da doença. Combater a dengue é dever de todos Para combater a dengue é preciso evitar que o mosquito Aedes aegypti se reproduza. Desse modo, é necessário eliminar o acúmulo de água parada em latas, pneus, sacos plásticos e, até mesmo, tampinhas de refrigerantes. Como é muito comum encontrar esses itens em residências, é de suma importância a ação da população para o combate da doença. Denúncias A população deve estar atenta aos cuidados que são fundamentais no combate à dengue. Dessa forma, cada um deve fazer a sua parte, mantendo as residências e os lotes livres dos focos do mosquito; e também denunciando quem não está colaborando com o Município, seja com o acúmulo de resíduos que possam contribuir para a procriação e proliferação do mosquito, seja com um lote que não esteja nas condições adequadas e outras situações afins. ‘Disk Dengue’: (37) 3351-7133 ou (37) 3352-1056 Geraldo Moura, informou que existe um canal para a população fazer denúncias, chamado ‘Disk Dengue’. “Em relação à dengue, as denúncias devem ser feitas no Setor de Vigilância Epidemiológica, na rua Augusto Lara, 383, e também podem ser feitas pelo “Disk Dengue”, pelos telefones (37) 3351-7133 ou (37) 3352-1056 de 7h30 às 11h30 e de 13h às 17h". Denúncias na Polícia Ambiental O sargento ambiental Allan Searhp esclarece que, normalmente, a Polícia Ambiental em Arcos não recebe denúncias da população a respeito de descuidos com residências e lotes, e situações que contribuam com a proliferação do mosquito da dengue, mas ressalta que todas as pessoas que entram em contato, com essa finalidade, são orientadas. “Não é comum recebermos denúncias específicas sobre focos de mosquitos transmissores de doenças; até porque, nesse caso teremos que repassar aos órgãos munici- pais de saúde, porém, não há óbice (impedimento) a esse tipo de denúncia. Caso o cidadão queira, pode nos contactar e repassar as informações, mas aconselhamos primeiro procurar os órgãos municipais responsáveis, para agilizar as providências”, ressalta. O sargento também informa os casos em que a Polícia Ambiental pode intervir, caso haja alguma denúncia. “Se houver algum foco de dengue e outras doenças, causadas por questões ambientais, tais como: depósito irregular de lixo ou entulhos, depósito clandestino de pneus e outras situações consideradas infrações ambientais, podemos agir de iniciativa ou através de denúncias”, relata. Com relação às denúncias, Sargento Allan esclarece que podem ser feitas mediante identificação ou anonimato. “As denúncias podem ser identificadas ou anônimas. Mesmo sendo identificada, a pessoa pode pedir ao policial atendente para não ser identificada, visto que existe uma proteção legal às pessoas que não querem ser identificadas, mesmo sendo a denúncia realizada pessoalmente, ou seja, é direito do cidadão denunciar sem ser identificado, mesmo quanto este se apresenta ao atendente, basta solicitar que não seja identificado. As denúncias, quando identificadas, podem gerar conflitos entre denunciado e denunciante, por isso, via de regra, em todas as denúncias atendidas pela PM Ambiental, não são divulgados os nomes dos denunciantes para evitar esse tipo de situação, mesmo quanto o denunciante se dispõe a ser identificado, porque entendemos que o importante é resolver a situação de degradação ambiental, tomando as medidas cabíveis, independente de quem fez a denúncia”, orienta. Caso alguém queira fazer alguma denúncia ou solicitar mais informações, pode entrar em contato pelos telefones: (37)3352-1046 (segundas, terças, quintas e sextas-feiras, de 08h30 às 18h e, nas quartas-feiras, de 08h30 às 13h) ou 190 (plantão da PM, a qualquer dia e hora), ou ainda no email [email protected]. Ministério Público O CCO também entrou em contato com o Ministério Público em Arcos para verificar se denúncias envolvendo descuidos com residências e lotes, e situações que contribuam com a proliferação do mosquito da dengue são registradas nesse órgão. Entretanto, o MP informou que o órgão não tem uma medida judicial para promover esses casos de denúncias. A limpeza urbana e fiscalização ficam a cargo da administração pública. Denúncias dessa natureza devem ser feitas aos órgãos do Município. Casos de omissão do Município Em caso de omissão do Município, é possível fazer a denúncia no MP, mas o denunciante deve comprovar que as metas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Saúde não foram obedecidas pelo Município. PÁGINA 12 Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam normalmente no 3º ao 15º dia. Esse período é chamado de incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. É só depois do período de incubação que os seguintes sintomas aparecem: Dengue Clássica • Febre alta com início súbito. • Dor de cabeça. • Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles. • Perda do paladar e apetite. • Náuseas e vômitos. • Tonturas. • Extremo cansaço. • Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores. • Moleza e dor no corpo. • Muitas dores nos ossos e articulações. Dengue Hemorrágica Os sintomas da dengue hemorrágica no início da doença são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre, com maior freqüência, quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alarme: • Dores abdominais fortes e contínuas. • Vômitos persistentes. • Pele pálida, fria e úmida. • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas. • Sonolência, agitação e confusão mental. • Sede excessiva e boca seca. • Pulso rápido e fraco. • Dificuldade respiratória. • Perda de consciência. Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. Se você apresenta esses sintomas, vá imediatamente a uma unidade de saúde! PÁGINA 13 De 2009 para 2010, quando houve uma epidemia no Município, o aumento no número de confirmações foi de 333,9% Registros de números de casos de dengue confirmados em Arcos, segundo informações repassadas ao CCO pela enfermeira Ângela Margarete, coordenadora da Vigilância em Saúde de Arcos, e pelo supervisor da Vigilância Epidemiológica, Geraldo Moura, mostram que nos últimos sete anos (2008 a 2014) foram registrados no Município 3.462 casos de dengue. (Veja o balanço abaixo). O maior número, 2.278, foi registrado em 2010, um aumento de 333,9% em comparação a 2009, quando foram registrados 525 casos. Curiosamente, de acordo com os dados repassados ao CCO, em 2011 foram confirmados apenas cinco casos em Arcos; e em 2012, 13 casos. Em 2013, a situação se complicou novamente e houve confirmações de 299 casos. De acordo com matéria publicada no Portal CCO no dia 31 de janeiro de 2013, o então prefeito, Roberto Alves da Silva, decretou situação de emergência, devido ao alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypti. Na época, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou que o objetivo era alertar os moradores da cidade quanto ao risco de um novo surto da doença, como o ocorrido no final de 2009 e princípio de 2010. O Governo Municipal emitiu notificação coletiva aos proprietários de lotes va- gos, ferros-velhos, serviços de reforma de pneus e atividades semelhantes, solicitando a capina e limpeza desses locais no prazo máximo de 15 dias após a publicação da notificação. As penalidades foram amplamente divulgadas. Os proprietários que não atendessem a essa solicitação estariam sujeitos às penalidades previstas nos artigos 106 e 107 do Código de Postura do Município. De acordo com o artigo 106, “se no prazo notificado o proprietário não providenciar a execução ou conclusão dos serviços, será expedida guia de multa equivalente e a Administração Municipal poderá efetuar o serviço, diretamente ou por terceiros, cobrando do infrator o preço respectivo, que será lançado na guia do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) subsequente [...] Decorrido o prazo, o débito será inscrito na Dívida Ativa, na forma da legislação em vigor”. E de acordo com o Artigo 107, “Caso haja oposição do proprietário, dificultando ou impedindo a ação do Poder Público, será requisitada força policial para assegurar a execução dos serviços”. Em 2012, de acordo com matéria publicada no Portal CCO do dia 31 de janeiro de 2013, não foram oficializadas notificações referentes a lotes sujos em Arcos. E em 2013 foram registrados 299 casos de dengue na cidade. Na época, o CCO entrevistou o então auxiliar de posturas. Questionado, ele informou que em 2012 não foram oficializadas notificações e nem houve aplicações de multas referentes a lotes sujos em Arcos. O auxiliar disse que adotou a prática de diálogo, ou seja, à medida que eram fei- tas denúncias ou ele mesmo constatava a necessidade de limpeza de algum lote, ele procurava pelo dono do imóvel e ordenava a limpeza do local. Segundo o servidor, ficava acordado um prazo de execução da limpeza; em caso de não ser feita, o proprietário seria notificado por escrito, em um prazo menor. Caso o prazo não fosse obedecido, a multa seria lavrada. Porém, o auxiliar afirmou que em nenhum dos casos foi necessária a aplicação da multa em 2012, pois os proprietários notificados verbalmente cumpriram a determinação. Na época, de acordo com o resultado do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypt), em 12% dos casos, os focos do mosquito Aedes aegypti foram encontrados em terrenos baldios, sendo o restante, 88%, em residências. Os números mostraram que todos – população e poder público – devem agir preventivamente. Números de casos de dengue confirmados em Arcos, nos últimos 7 anos, e em 2015 (até então) Ano .................................. Confirmações 2008 .......................................... 100 2009 .......................................... 525 2010 .......................................2.278 2011 ............................................05 2012 ............................................ 13 2013 .......................................... 299 2014 .......................................... 242 2015 ....................................... 1.410* * 2015: Até o dia 06/02, às 13h30, 1.410 notificações e 410 casos confirmados epidemiologicamente e com sorologia realizada Fonte: Supervisor da Vigilância Epidemiológica em Arcos, Geraldo Moura, e enfermeira Ângela Costa - coordenadora da Vigilância em Saúde de Arcos. 2015 a té então: 1410 até notificações e 410 casos ir mados em Ar cos conf confir irmados Arcos Até o dia 06 de abril, às 13h30, o número de notificações referentes à dengue em Arcos era 1.410, com 410 casos confirmados. A informação foi passada ao CCO pela enfermeira Ângela Costa, coordenadora da Vigilância em Saúde de Arcos. Percebe-se que em menos de quatro meses, o número de casos confirmados (410) já supera em 37% o número registrado em todo o ano de 2013 (299). PÁGINA 14 Sintomas das duas doenças são parecidos e elas são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Não há vacina, a melhor forma de evitá-las é a prevenção A febre chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus CHIKV foi identificado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado do Amapá. O certo é que o chikungunya está migrando e chegou às Américas. No Brasil, a preocupação é que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo país. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da dengue. Em no máximo sete dias, a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele. Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos. Febre chikungunya x Dengue A febre chikungunya deve ser diferenciada da dengue, a qual tem um potencial para resultados piores, incluindo a morte. Entretanto, as duas doenças podem ocorrer juntas no mesmo paciente. Observações de surtos prévios na Tailândia e na Índia têm demonstrado as principais características que distinguem o CHIKV de dengue. Na febre chikungunya, o choque ou hemorragia grave são rara- mente observados. O início é mais agudo e a duração da febre é muito mais curta. Embora as pessoas possam se queixar de dor corporal difusa na presença na dengue, a dor é muito mais pronunciada e localizada nas articulações e tendões nos casos de febre chikungunya. Sintomas Embora os vírus da febre chikungunya e os da dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes. Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora. Ao contrário do que acontece com a dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica da doença. Diagnóstico O diagnóstico depende de uma avaliação clínica cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. As amostras de sangue para análise devem ser enviadas para os laboratórios de referência nacional. Casos suspeitos de infecção pelo CHIKV de- vem ser notificados em até 24 horas para os órgãos oficiais dos serviços de saúde. Tratamento Na fase aguda, o tratamento contra a febre chikungunya é sintomático. Analgésicos e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. Manter o doente bem hidratado é medida essencial para a recuperação. Quando a febre desaparece, mas a dor nas articulações persiste, podem ser introduzidos medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. Prevenção Não existe vacina contra febre chikungunya. Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e nos arredores, que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença. Casos no Brasil No Brasil, os primeiros casos registrados da febre chikungunya indicavam que os pacientes tinham sido infectados no exterior, num dos 40 países por onde o vírus circula faz tempo. Naquele momento, os episódios foram controlados, mas o risco de transmissão do vírus CHIKV em território nacional não foi afastado. Fontes: www.minhavida.com.br e www.drauziovarella.com.br PÁGINA 15 Após 20 anos de estudo, os testes têm apresentado sucesso A vacinação contra a dengue é um ideal que gerou 20 anos de estudo e fez com que muitos especialistas enfrentassem uma corrida contra o tempo, para fazer e testar essa descoberta. Os testes atuais estão sendo separados por fases, contendo testes realizados pelo Instituto Butantan. A última fase de ensaios clínicos para a vacina, na qual encerraria os testes e concluiria a imunidade da vacina, estava prevista para daqui a dois anos, porém, os pesquisadores estão solicitando à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para antecipar essa fase para que a vacina já entre em vigor em 2016. “Estamos tendo excelentes resultados com os ensaios clínicos de fase 2 e queremos apressar o processo para disponibilizar mais rapidamente a vacina para a população. A epidemia está tão grande que a eficácia do imunizante seria rápida e claramente demonstrada”, disse Jorge Elias Kalil Filho, diretor do Instituto Butantan, à Agência Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisas no Estado de São Paulo). Os testes já foram feitos em 150 voluntários e não apresentaram sintomas colaterais graves. Por mais que os resultados de imunidade ainda não estejam totalmente concretos, há dados que comprovam que a vacina é segura e está suprindo as expectativas dos pesquisadores, dando a possibilidade de um avanço para a terceira parte dos testes prevista para o fim de 2015. “Esse estudo pioneiro do Instituto Butantan, financiado pela Fapesp, para a vacina contra a dengue, é um marco da pesquisa e desenvolvimento de São Paulo. A disponibilização da vacina para as pessoas será responsável por um combate efetivo a essa doença e irá salvar muitas vidas em breve”, disse o governador Geraldo Alckmin à Agência Fapesp. Os últimos testes para a concretização da vacina dependem da aprovação do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Anvisa informou por meio de nota que “a viabilidade do uso excepcional da vacina da dengue terá de ser avaliada após o recebimento da solicitação, de acordo com os dados apresentados para subsidiar o pedido”. Segundo a Agência Fapesp, a vacina tetravalente contra a dengue – capaz de proteger contra os quatro sorotipos do vírus (DENV1, DENV2, DENV3, DENV4) – vem sendo desenvolvida no instituto paulista desde 2010, em parceria com o “National Institutes of Health” (NIH), dos Estados Unidos, contando com o apoio da própria agência Fapesp, coordenado pelo pesquisador Isaias Raw. A vacina está em sua segunda fase, avaliando a segurança do imunizante e qual a capacidade duradora nos voluntários. Os resultados imunológicos iniciais são “muito promissores”, bem como os resultados dos primeiros testes na primeira e segunda fase, realizados nos Estados Unidos pela equipe do NIH. Na etapa A da fase 2, a vacina foi aplicada em 50 voluntários de 18 a 59 anos sem contato prévio com o vírus. Agora, na etapa B, prevista para terminar em 30 dias, estão sendo vacinados outros 150 indivíduos na mesma faixa etária, sendo que parte já havia contraído dengue anteriormente, explicou Alexander Roberto Precioso, pesquisador do Butantan. Uma das razões para a antecipação da vacina é que na segunda fase foram dispostos 13 mil doses da vacina com validade de 1 ano. Para aproveitar a validade, elas podem ser usadas na terceira fase. Aproveitando também a epidemia deste ano – na qual, segundo o Ministério da Saúde, até agora foram registrados 340 municípios brasileiros em situação de risco para a ocorrência de epidemias e 877 em alerta – tendo mais possibilidades de uma pessoa vacinada ser picada pelo mosquito e comprovar a imunidade da vacina, isso poderia levar mais tempo em um período de baixa ocorrência da doença. Na próxima etapa as faixas etárias para a aplicação da vacina serão em crianças de 2 a 6 anos, crianças e adolescentes de 7 a 17 anos e adultos de 18 a 59 anos, com finalidade de testar a segurança e a eficácia do imunizante. Somente se o resultado for positivo que a vacina será liberada em 2016, com prioridade de imunização ainda a ser debatida pelo Ministério da Saúde. De acordo com a pesquisadora responsável pelo Butantan, Gallina, a capacidade atual é de 500 mil doses por ano, mas a partir da data em que a vacina entrar em vigor, terá um aumento inicial de 12 milhões de doses, quantia necessária para atender a população brasileira. Com informações dos sites Agência Butantan e Ministério da Saúde, publicadas no mês de março. PÁGINA 16 A melhor forma de se evitar a dengue é com bater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. PÁGINA 17 DENGUE EM SITUAÇÕES ESPECIAIS A atual epidemia de dengue que acontece em várias regiões do Brasil deve ser enfrentada com o máximo de informação possível para a população. Muitas vezes alguns pacientes evoluem com sérias complicações por falta de orientação adequada. Alguns grupos de pacientes necessitam de uma maior atenção para se evitar uma evolução fatal ou complicações passíveis de prevenção. DENGUE EM GESTANTES Durante a gestação ocorre naturalmente uma redução da imunidade da mulher. Isso é necessário para que o corpo da gestante não reaja contra o bebê, confundindo-o como um organismo estranho. Essa redução da imunidade da gestante a torna mais vulnerável a complicações pela dengue. Os sintomas da dengue na gestante são os mesmos na população geral, porém existe maior risco de complicações para mãe e bebê, como aborto, sangramentos, descolamento de placenta, parto prematuro, baixopeso do bebê ao nascer, alterações de pressão na gestante, dentre outras. Ao menor sintoma ou sinal suspeito de dengue, a gestante precisa entrar em contato urgente com o obstetra ou médico clínico para uma avaliação cuidadosa. O tratamento de início é o mesmo que para os outros pacientes, mas em caso de suspeita de complicações, torna-se necessária a internação. DENGUE EM CRIANÇAS Crianças pequenas, principalmente menores de 2 anos de idade, estão em maior risco de complicações graves pela dengue. Isso porque os sintomas clássicos da dengue (febre, dores musculares, dor na região dos olhos, prurido) podem não estar presentes pela imaturidade do sistema imunológico da criança. Outra complicação nessa faixa de idade é a dificuldade da criança para se expressar, dizendo com exatidão o que está sentindo; pode acontecer da criança estar sentindo todos os sintomas da dengue clássica mas não conseguir explicar o que sente. Em crianças pequenas os sintomas podem ser apenas choro, irritabilidade e apatia. Por isso é muito comum crianças, frequentemente abaixo de 6 meses de idade, terem uma suspeita de dengue apenas quando a situação já está mais grave, com alto risco de vida. A orientação para os pais é não perder tempo em situações de epidemia de dengue; na dúvida, o pediatra ou médico mais próximo (PSF, unidades de urgência) deve ser consultado. DENGUE EM PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS Pacientes hipertensos, diabéticos, cardiopatas, renais crônicos, grandes obesos e portadores de qualquer outra patologia crônica, estão em maior risco de complicações graves pela dengue. Qualquer doença que o paciente apresente pode ser agravada pela dengue. Por outro lado, alguns medicamentos usados para controle das doenças crônicas podem agravar os sintomas da dengue e predispor a hemorragia e choque, que são as formas graves da dengue com alto índice de mortalidade. Esses pacientes, em caso de suspeita de dengue, devem informar aos médicos que os atendem nas unidades de urgência sobre todos os medicamentos em uso; alguns desses medicamentos podem precisar ser suspensos por certo período. O tratamento de início é apenas de suporte (hidratação, analgésicos e repouso), mas caso o médico da urgência detecte descontrole da doença prévia do paciente, pode haver necessidade de internação. Dr. Tarcísio Narcísio Silva – CRM 36.468 Especialista em Endocrinologia e Clínica Médica FOTO: Dengue LEGENDA: Mosqui gypti. PÁGINA 18 Uma das ffor or mas de ormas evitar a tr ansmissão da transmissão dengue é eliminar o mosquito OLHO VIVO: coloque areia no pratinho do vaso das plantas; tampe sua caixa d’água e tonéis que armazenam água; vire as garrafas para baixo; não deixe água parada nas calhas, lonas, lixos pelas ruas. E não se esqueça: tenha sempre os produtos SBP em casa. Na luta contra a dengue, todos juntos somos mais fortes, pois o mosquito pode atacar qualquer um, em casa ou nas ruas. Não espere que façam por você, não deixe água parada. Faça sua parte dentro e fora de casa. Se fizermos nossa parte, inspiramos os outros a fazerem a deles também. Fale com vizinhos, parentes e amigos sobre a situação. Não esqueça, a dengue se combate todos os dias! As ações de prevenção requerem atuação conjunta, contando com a participação do poder público e da sociedade civil, segundo ‘Claudinho’ O presidente do Legislativo de Arcos, Geraldo Cláudio Rodrigues/PR, encaminhou uma Nota ao jornal com algumas considerações sobre a situação da dengue em Arcos. Geraldo Cláudio menciona o trabalho desenvolvido pelos agentes de saúde e destaca a importância da participação da população no combate à doença, por meio de ações preventivas. Veja, abaixo, a Nota que foi encaminhada ao CCO no dia 30 de março. “Amigos de Arcos, A Dengue é doença grave, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, infectados por vírus de um dos quatro sorotipos distintos: DENV-1, 2, 3 e 4. Como todos sabem, em nossa cidade encontramos vários casos de dengue. Os agentes de saúde estão trabalhando arduamente e contamos com a presença da Força Tarefa do Governo de Minas para intensificar a luta conta o Aedes aegypti. Outra forma de prevenção é a limpeza dos lotes, e os proprietários foram notificados a realizar a limpeza sob pena de multa. A prevenção é uma arma contra essa doença e combatê-la é um dever de todos nós, que unindo forças podemos eliminar os focos de acúmulo de água, que são locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. As ações de prevenção à dengue requerem atuação conjunta, contando com a participação do poder público e da sociedade civil, por meio das ações de Vigilância Epidemiológica, Sanitária, controle do mosquito (vetor), assistência médica e comunicação social, com a participação ativa de instituições públicas, privadas e de toda a população. Para que colaboremos no combate à dengue em Arcos, devemos observar os quintais, as plantas, latas, embalagens, os copos plásticos, as tampinhas de refrigerantes, os pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, as garrafas, caixas d´água, os tambores, latões, as cisternas, os sacos plásticos e as lixeiras, para que não acumulem água. Todos juntos, na luta contra a dengue!” Geraldo Cláudio Rodrigues (Claudinho Despachante) Presidente do Legislativo de Arcos TO: Dengue GENDA: Mosquito Aedes ae- PÁGINA 19 COMO PROCEDER NA HORA DA APLICAÇÃO DO ‘FUMACÊ’? A Vigilância Epidemiológica já fez a aplicação do UVB (fumacê) em todas as localidades de Arcos e está avaliando uma nova programação nos bairros A operação de Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecido por “fumacê”, refere-se à aplicação – no ar, direcionada aos imóveis – de inseticida para a eliminação do mosquito transmissor da dengue. Perante a epidemia em Arcos, está sendo usado em todos os bairros da cidade. A medida é necessária, mas é preciso adotar alguns procedimentos cautelosos, para que o produto não faça mal à sua saúde e para a garantia da funcionalidade do mesmo (veja abaixo). É importante ressaltar que a utilização do fumacê, por si só, não resolve o problema. De acordo com o CIAVE (Centro Antiveneno da Bahia), a fumaça só elimina insetos alados (*) [(*)com um ou dois pares de asas, de acordo com o site www.infopedia.pt], ou seja, os ovos e as larvas não são atingidos e renovam sempre a população dos adultos, não acabando com os criadouros. Por isso é preciso uma conscientização maior da população, para estar sempre fazendo a prevenção dentro das casas. Ainda de acordo com o site, o uso sem critério do fumacê impacta o meio ambiente, causando mortes dos insetos polinizadores, tais como abelhas, vespas e borboletas, além dos predadores naturais que exercem a função de controladores das populações de vetores, que pode causar um desequilíbrio ecológico. De acordo com a Vigilância Epidemiológica em Arcos, para evitar esses riscos e não afetar a saúde pública, quando a aplicação do UVB (Fumacê) é feita em uma etapa de quatro ou seis ciclos em uma determinada área, é preciso aguardar por 15 ou 20 dias, para que nova aplicação seja realizada, e esta será somente após avaliação técnica. Os técnicos da Vigilância Epidemiológica já fizeram a aplicação do UVB em todas as localidades da cidade, e estão avaliando uma nova programação. Medidas cautelosas, segundo a Vigilância Epidemiológica e o CIAVE, para quando o carro do fumacê passar em sua rua: · É necessário que, quando o carro passar em sua rua, as pessoas deixem portas e janelas bem abertas, inclusive portas dos quartos, para maior facilidade da fumaça entrar na residência. · Gaiolas de pássaros devem ser guardadas nos fundos das casas, para evitar uma intoxicação. · Crianças, idosos e pessoas alérgicas devem permanecer em um cômodo afastado da rua. · Para os pedestres que encontrarem o carro, a orientação é para que atravessem a rua e se protejam. · Movimente objetos que possam servir de esconderijo do mosquito, para facilitar a exposição deles ao inseticida. · Com relação aos alimentos, devem ser protegidos para evitar que sejam atingidos por partículas do inseticida. · Além disso, os pais não devem deixar as crianças correrem atrás do veículo, para evitar acidentes e intoxicações. O farmacêutico-bioquímico do CIAVE, Jucelino Nery da Conceição Filho, explica que o conhecido “fumacê” consiste em um inseticida à base de cipermetrina, um piretróide de toxicidade moderada, dispersado no ar em ultra baixo volume (UBV) e que, por isso, o risco de intoxicação é muito pequeno em condições normais de exposição. Mas ressalta que a pessoa exposta pode se intoxicar em exposição direta e demasiada, como ocorre quando crianças correm atrás ou se penduram nos veículos do “fumacê”. Nessas situações, há uma exposição mais longa e alcança-se uma maior concentração do inseticida no organismo, podendo atingir níveis tóxicos. Ele ainda explica que, na exposição normal, alguns indivíduos expostos diretamente ao produto podem apresentar náuseas; e aqueles sensíveis podem desenvolver alergia, cursando com dermatite, cefaleia, rinite, asma e pneumonite. Com informações dos sites: ciaveba.blogspot.com.br e www.unicamp.br.