Edição 1767 - Caderno Dengue

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Arcos vivencia surto de
dengue, com alto risco
de epidemia
Com o intuito de alertar a população sobre o surto de dengue no
Município, com alto risco de epidemia, de acordo com informação
obtida na Vigilância Epidemiológica, o CCO recorreu a 38 parceiros,
entre empresas e profissionais liberais, para levar até você este Caderno. O objetivo é sensibilizar a todos sobre a importância de cada
um de nós na luta contra a doença.
Esta luta não é exclusiva do poder público, mas de todos os arcoenses e pessoas residentes no município. Se cada um de nós dedicarmos
apenas 10 minutos diários, conseguiremos eliminar os focos do Aedes aegypti na cidade. É importante que cada um faça sua parte, começando a varredura contra os focos e possíveis criadouros na sua
residência ou no seu comércio. Conscientizar os vizinhos também é
importante, assim como cobrar das autoridades a fiscalização em lotes vagos e a limpeza dos patrimônios públicos.
A comunidade tem sua parcela de responsabilidade, mas o poder
público municipal não vem encarando a dengue – uma doença que pode
levar à morte – com a necessária atenção. Esse fato pode ser observado no gráfico da página 13. Neste ano de 2015, em menos de quatro
meses, o número de casos confirmados já superou em aproximadamente 69% o número registrado em todo o ano de 2014. Também
faltam informações sobre as ações do Setor de Posturas. No dia 30 de
março deste ano, o CCO enviou e-mail à Assessoria de Comunicação
do Governo Municipal perguntando quantas notificações referentes a
lotes sujos foram registradas em Arcos nos anos 2009, 2010, 2013,
2014 e 2015 (até então), que se tratam dos períodos com maiores
números de casos de dengue confirmados na cidade. Também foi perguntado o número de multas que foram aplicadas nesses anos, aos
proprietários que não fizeram a limpeza. No entanto, até então o CCO
não recebeu nenhuma resposta a essas questões, embora sejam informações de interesse público. A única informação que temos, que já
havia sido enviada ao jornal por um profissional do Setor de Posturas
e publicada na edição 1763, de 22 de março, é que “já foram expedidas 156 notificações para limpeza de lotes” e cerca de cem lotes já
estão com os proprietários identificados para serem notificados. As
notificações, ainda de acordo com informações do Setor de Posturas,
“estão sendo feitas por meio do envio de ARs e, ao receberem o retorno dessas, em face do não atendimento, são aplicados os autos de
infração (multas)”. Observe que não foi informado o período em que
essas notificações foram oficializadas e nem mesmo o número de
multas aplicadas.
Implementar medidas simples em casa – como acabar com a água
parada em vasos de plantas e utensílios domésticos, e atender os agentes
municipais a serviço do controle da dengue – são atitudes que podem
ajudar a resolver o problema dentro de sua casa. Mas os focos encontrados nos lotes vagos, imóveis públicos e lixões clandestinos também precisam ser eliminados. Se os responsáveis não agem, precisam
ser punidos, para que se dê o exemplo e evite reincidências.
Silêncio
Você, leitor, deve estar se perguntando o porquê desta publicação
não ter nenhuma informação sobre ações do Governo Municipal no
combate à dengue. O fato é que a Assessoria do Governo Municipal
não responde aos questionamentos feitos pelo CCO, não envia releases de ações do Executivo, referentes ao combate à dengue ou outros
atos de qualquer natureza.
Quem perde com o silêncio da Assessoria é a comunidade, que
poderia estar mais bem informada sobre as ações praticadas pelo poder público municipal, e o próprio prefeito Baiano. Afinal, neste Caderno com uma tiragem extra de 5 mil exemplares, o prefeito poderia
prestar contas à comunidade sobre as ações realizadas no combate à
dengue pelo seu Governo.
A conclusão que se chega, diante do silêncio da Assessoria, é que é
preciso ter sensatez e saber diferenciar questões públicas e particulares. Todo funcionário público deve zelar pelo Governo para o qual
trabalha e principalmente pelo bem-estar da comunidade.
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O QUE É DENGUE
A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem quatro
tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), que
ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no
Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente
após períodos chuvosos.
A dengue clássica se inicia de maneira súbita e podem ocorrer febre alta, dor
de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas. Às vezes aparecem manchas
vermelhas no corpo. A febre dura cerca de cinco dias com melhora progressiva
dos sintomas em 10 dias. Em alguns poucos pacientes podem ocorrer hemorragias discretas na boca, na urina ou no nariz. Raramente há complicações.
O que é Dengue Hemorrágica?
Dengue hemorrágica é uma forma grave de dengue. No início, os sintomas
são iguais à dengue clássica, mas após o 5º dia da doença alguns pacientes
começam a apresentar sangramento e choque. Os sangramentos ocorrem em
vários órgãos. Este tipo de dengue pode levar a pessoa à morte. Dengue
hemorrágica necessita sempre de avaliação médica de modo que uma unidade
de saúde deve sempre ser procurada pelo paciente.
O que é Dengue Tipo 4?
O avanço do vírus tipo 4 da dengue pelo Brasil é uma ameaça à saúde pública.
Não pelo vírus em si, que não é mais nem menos perigoso que os tipos 1, 2 e 3,
mas pela entrada em ação de mais uma variação do microorganismo.
Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN2, o DEN-3 e o DEN-4. “Causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada
vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja,
na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes”, explica o consultor de dengue da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ivo Castelo Branco.
Qual a causa?
A infecção pelo vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti,
uma espécie hematófaga originária da África que chegou ao continente americano na época da colonização. Não há transmissão pelo contato de um doente
ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento.
Como tratar?
Não existe tratamento específico para dengue, apenas tratamentos que aliviam os sintomas.
Deve-se ingerir muito líquido como água, sucos, chás, soros caseiros, etc.
Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol. Não devem ser
usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como
aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
Saiba o que fazer caso perceba os sintomas da dengue
Fique atento: muitas doenças têm sintomas parecidos com os da dengue,
mas têm outro tipo de tratamento. Aos primeiros sinais dos sintomas, procure
um serviço de saúde o quanto antes.
Beba bastante líquido e não tome remédio por conta própria, pois alguns
medicamentos podem até piorar a doença. Faça bastante repouso e evite
bebidas com cafeína, como café e chá-preto, por exemplo.
Existe tratamento para os sintomas, mas o melhor deles é a prevenção da
doença.
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A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos (Aëdes aegypti e Aëdes
albopictus), que picam durante o dia e a noite,
ao contrário do mosquito comum, que pica durante a noite. Os transmissores de dengue, principalmente oAëdes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas,
apartamentos, hotéis), em recipientes onde se
acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas etc.).
O Aedes aegypti
O Mosquito Aedes aegypti mede menos de
um centímetro, tem aparência inofensiva, cor
café ou preta e listras brancas no corpo e nas
pernas.
Costuma picar nas primeiras horas da manhã
e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas,
mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à
sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas
de que alguns ataquem também durante a noite.
O indivíduo não percebe a picada, pois no
momento não dói e nem coça.
Modo de transmissão
A fêmea pica a pessoa infectada, mantém o
vírus na saliva e o retransmite.
A transmissão ocorre pelo ciclo homemAedes aegypti-homem. Após a ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre na
fêmea um período de incubação. Após esse
período, o mosquito torna-se apto a transmitir
o vírus e assim permanece durante toda a vida.
Não há transmissão pelo contato de um doente
ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem
fontes de água ou alimento.
Período de incubação
Varia de 3 a 15 dias, mas tem como média
de cinco a seis dias.
O Ciclo do Mosquito
O ciclo do Aedes aegypti é composto por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. As larvas se
desenvolvem em água parada, limpa ou suja. Na
fase do acasalamento, em que as fêmeas precisam
de sangue para garantir o desenvolvimento dos
ovos, ocorre a transmissão da doença.
O seu controle é difícil, por ser muito versátil na
escolha dos criadouros onde deposita seus ovos,
que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicia a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
O único modo possível de evitar a transmissão
da dengue é a eliminação do mosquito transmissor.
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios
para a criação do mosquito transmissor da doença.
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DÚVIDAS SOBRE A DENGUE
Todo mosquito Aedes aegypti pode
transmitir a dengue?
Não, somente as fêmeas infectadas.
Quanto tempo vive o Aedes aegypti?
A fêmea vive cerca de 30 a 45 dias e,
nesse período, pode contaminar até 300
pessoas.
Onde a fêmea do mosquito coloca
seus ovos?
A fêmea do mosquito coloca seus
ovos nas paredes de recipientes com
água e não diretamente na água de rios,
lagos, córregos etc.
Quantos ovos um mosquito coloca
durante sua vida?
Até 450 ovos
Depois de termos dengue, podemos pegar novamente?
Sim, podemos, mas nunca o mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa
fica imune contra um tipo de vírus que provocou a doença, mas ainda
poderá ser contaminada por outros tipos conhecidos do vírus da dengue.
Quantos tipos de vírus da dengue existem?
São conhecidos quatro sorotipos: DENV1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
O inseticida aplicado para matar o mosquito da dengue funciona mesmo?
Sim, os produtos funcionam. Os larvicidas
servem para matar as larvas do Aedes aegypti. Já os inseticidas são líquidos espalhados
pelas máquinas de nebulização (“fumacê”),
que matam os insetos adultos enquanto estão
voando. Algumas vezes, os mosquitos e as larvas desenvolvem resistência aos produtos.
Sempre que isso é detectado, o produto é substituído por outro.
É verdade que o mosquito se reproduz mais rápido no calor? Por quê?
Sim, pois com o aumento da temperatura o
ciclo de vida torna-se mais acelerado e ele se
reproduz com maior velocidade. Também há
o período de chuvas, tendo uma grande oferta
de água parada. Isso explica o aumento de
casos da doença na época do verão.
O que devemos fazer ao encontrar larvas do mosquito em um recipiente?
Não devemos jogá-las em ralos, mas sim, diretamente na terra.
Fonte: http://www.dengue.go.gov.br/paginas/paginas/subpaginas/duvidas
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OLHO VIVO: não existe tratamento específico para a dengue, só para os
sintomas da doença (tratamento sintomático). A forma mais eficaz de eliminá-la
é fazer a nossa parte e prevenir a multiplicação do mosquito.
- Não deixe água parada em baldes, calhas, garrafas, ralos, vasos, tanques,
pneus velhos ou recipientes de qualquer natureza.
- Tampe por completo caixas d’água, tonéis, cisternas ou qualquer depósito
doméstico.
Na luta contra a dengue somos todos um. Faça sua parte e converse com
vizinhos, familiares e amigos sobre a doença.
OLHO VIVO: uma simples tampinha pode hospedar ovos
do mosquito da dengue. Por isso, tome as providências necessárias em qualquer lugar em que encontrar água parada. Na
dúvida, entre em contato com o Setor de Epidemiologia. Abra
as portas de sua residência/comércio, permitindo livre acesso
aos agentes de vigilância.
Não esqueça, a dengue se combate todos os dias!
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OLHO VIVO: é preciso limpar os locais suspeitos de foco com bucha,
pois o ovo pode se manter vivo por mais de um ano sem água. Os locais
mais comuns de encontrar os ovos são ralos, vasos de plantas, caixas
d’água e calhas.
Faça sua parte: não deixe água parada e, se encontrar um foco, chame
um responsável e tome as medidas necessárias.
Não esqueça, a dengue se combate todos os dias!
As fêmeas, transmissoras da doença, costumam picar as pessoas
no começo da manhã ou no final da tarde. As áreas do corpo mais
afetadas são os pés, tornozelos e pernas. Isso porque o mosquito costuma voar a uma altura máxima de meio metro do solo. Por isso, fique
atento a lugares como embaixo da mesa, das camas e armários.
Faça sua parte e converse com amigos, vizinhos e familiares.
Não esqueça, a dengue se combate todos os dias!
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MITOS SOBRE A DENGUE
Ar-condicionado e ventiladores matam o mosquito? – NÃO
Quando se usa o ar-condicionado, a temperatura e a umidade diminuem, inibindo o mosquito. Ele tem mais dificuldade para localizar a
possível vítima de sua picada. Apesar disso, não morrerá. Esses aparelhos apenas espantam o mosquito, que poderá voltar em outro momento, quando estiverem desligados.
Para matar os ovos do mosquito, basta secar os reservatórios
de água parada? – NÃO
Apenas secar os reservatórios de água parada não irá impedir o mosquito da dengue de se reproduzir. É preciso limpar, esfregando com
uma bucha o local contaminado, pois o ovo pode se manter “vivo” por
mais de um ano sem água.
Repelentes são fundamentais no combate à dengue? – NÃO
Repelentes, velas de citronela ou andiroba, ao contrário do que muita
gente pensa, não têm muito efeito permanente no controle do Aedes
aegypti. Medidas mais duradouras, como a eliminação de recipientes
onde o mosquito possa se reproduzir, têm um impacto muito maior
no controle da dengue.
Tomar vitamina B afasta o mosquito? – NÃO
Apesar de ser verdade que o mosquito é atraído pelo gás carbônico
exalado pela respiração da pessoa, a ingestão de Vitamina B, alho ou
cebola, que têm cheiro eliminado pela pele, não é uma medida eficaz
de combate à dengue. Tomar Vitamina B poderá afastar o mosquito,
mas seu efeito não será duradouro, e, dependendo do metabolismo de
cada pessoa, poderá, inclusive, até não fazer efeito algum.
Qualquer picada do mosquito transmite o vírus da doença? –
NÃO
Primeiramente, é necessário que o mosquito esteja contaminado.
Além disso, cerca de metade das pessoas picadas não desenvolvem a
doença. Entre 20% e 50% vão desenvolver formas subclínicas da doença, ou seja, sem apresentar sintomas. Ainda assim, é importante,
em caso de dúvida ou qualquer suspeita, procurar o posto de saúde
mais próximo.
Borra de café na água das plantas mata os ovos do mosquito?
– NÃO
A borra de café somente é eficaz no combate ao mosquito da dengue em quantidades muito elevadas, pois já foi verificado na prática
que a larva do Aedes aegypti desenvolve-se em água suja de borra de
café. Em vez de usar a borra, procure eliminar os pratos dos vasos, ou
coloque areia até as bordas, de maneira a eliminar a água. Lave também os pratos, com bucha e sabão, semanalmente. Isso, sim, é eficaz
contra a dengue.
As larvas do mosquito só se desenvolvem em água limpa? –
NÃO
Embora as fêmeas do Aedes aegypti tenham preferência por depositar os ovos em recipientes com água limpa, elas também podem
colocá-los em criadouros com água suja e parada.
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Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue, de acordo
com o Ministério da Saúde, é uma
doença viral que se espalha rapidamente no mundo. Nos últimos
50 anos, a incidência aumentou 30
vezes, com ampliação da expansão geográfica para novos países
e, na presente década, para pequenas cidades e áreas rurais. É
estimado que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente e que aproximadamente 2,5
bilhões de pessoas morrem em
países onde a dengue é endêmica.
O maior surto no Brasil ocorreu em
2013, com aproximadamente 2
milhões de casos notificados. Atualmente, circulam no país os quatro sorotipos da doença.
Combater a dengue é
dever de todos
Para combater a dengue é preciso evitar que o mosquito Aedes aegypti se reproduza. Desse modo, é necessário eliminar o acúmulo de água parada em latas, pneus, sacos plásticos
e, até mesmo, tampinhas de refrigerantes. Como é muito comum encontrar
esses itens em residências, é de suma importância a ação da população para
o combate da doença.
Denúncias
A população deve estar atenta aos cuidados que são fundamentais no
combate à dengue. Dessa forma, cada um deve fazer a sua parte, mantendo
as residências e os lotes livres dos focos do mosquito; e também denunciando quem não está colaborando com o Município, seja com o acúmulo de
resíduos que possam contribuir para a procriação e proliferação do mosquito, seja com um lote que não esteja nas condições adequadas e outras situações afins.
‘Disk Dengue’: (37) 3351-7133 ou (37) 3352-1056
Geraldo Moura, informou que existe um canal para a população fazer
denúncias, chamado ‘Disk Dengue’. “Em relação à dengue, as denúncias
devem ser feitas no Setor de Vigilância Epidemiológica, na rua Augusto
Lara, 383, e também podem ser feitas pelo “Disk Dengue”, pelos telefones
(37) 3351-7133 ou (37) 3352-1056 de 7h30 às 11h30 e de 13h às 17h".
Denúncias na Polícia Ambiental
O sargento ambiental Allan Searhp esclarece que, normalmente, a Polícia Ambiental em Arcos não recebe denúncias da população a respeito de
descuidos com residências e lotes, e situações que contribuam com a proliferação do mosquito da dengue, mas ressalta que todas as pessoas que entram em contato, com essa finalidade, são orientadas. “Não é comum recebermos denúncias específicas sobre focos de mosquitos transmissores de
doenças; até porque, nesse caso teremos que repassar aos órgãos munici-
pais de saúde, porém, não há óbice
(impedimento) a esse tipo de denúncia. Caso o cidadão queira, pode
nos contactar e repassar as informações, mas aconselhamos primeiro procurar os órgãos municipais
responsáveis, para agilizar as providências”, ressalta.
O sargento também informa os
casos em que a Polícia Ambiental
pode intervir, caso haja alguma denúncia. “Se houver algum foco de
dengue e outras doenças, causadas
por questões ambientais, tais como:
depósito irregular de lixo ou entulhos, depósito clandestino de pneus
e outras situações consideradas infrações ambientais, podemos agir
de iniciativa ou através de denúncias”, relata.
Com relação às denúncias, Sargento Allan esclarece que podem
ser feitas mediante identificação ou
anonimato. “As denúncias podem
ser identificadas ou anônimas. Mesmo sendo identificada, a pessoa pode
pedir ao policial atendente para não ser identificada, visto que existe uma
proteção legal às pessoas que não querem ser identificadas, mesmo sendo a
denúncia realizada pessoalmente, ou seja, é direito do cidadão denunciar
sem ser identificado, mesmo quanto este se apresenta ao atendente, basta
solicitar que não seja identificado. As denúncias, quando identificadas, podem gerar conflitos entre denunciado e denunciante, por isso, via de regra,
em todas as denúncias atendidas pela PM Ambiental, não são divulgados os
nomes dos denunciantes para evitar esse tipo de situação, mesmo quanto o
denunciante se dispõe a ser identificado, porque entendemos que o importante é resolver a situação de degradação ambiental, tomando as medidas
cabíveis, independente de quem fez a denúncia”, orienta.
Caso alguém queira fazer alguma denúncia ou solicitar mais informações, pode entrar em contato pelos telefones: (37)3352-1046 (segundas, terças, quintas e sextas-feiras, de 08h30 às 18h e, nas quartas-feiras, de 08h30
às 13h) ou 190 (plantão da PM, a qualquer dia e hora), ou ainda no email [email protected].
Ministério Público
O CCO também entrou em contato com o Ministério Público em Arcos
para verificar se denúncias envolvendo descuidos com residências e lotes, e
situações que contribuam com a proliferação do mosquito da dengue são
registradas nesse órgão. Entretanto, o MP informou que o órgão não tem
uma medida judicial para promover esses casos de denúncias. A limpeza
urbana e fiscalização ficam a cargo da administração pública. Denúncias
dessa natureza devem ser feitas aos órgãos do Município.
Casos de omissão do Município
Em caso de omissão do Município, é possível fazer a denúncia no MP,
mas o denunciante deve comprovar que as metas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Saúde não foram obedecidas pelo Município.
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Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam normalmente no 3º ao 15º dia. Esse período é chamado de
incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis
dias. É só depois do período de incubação que os seguintes sintomas
aparecem:
Dengue Clássica
• Febre alta com início súbito.
• Dor de cabeça.
• Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles.
• Perda do paladar e apetite.
• Náuseas e vômitos.
• Tonturas.
• Extremo cansaço.
• Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
• Moleza e dor no corpo.
• Muitas dores nos ossos e articulações.
Dengue Hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica no início da doença são os
mesmos da dengue comum. A diferença ocorre, com maior freqüência, quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alarme:
• Dores abdominais fortes e contínuas.
• Vômitos persistentes.
• Pele pálida, fria e úmida.
• Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
• Sonolência, agitação e confusão mental.
• Sede excessiva e boca seca.
• Pulso rápido e fraco.
• Dificuldade respiratória.
• Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente,
apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo
levar a pessoa à morte em até 24 horas.
Se você apresenta esses sintomas,
vá imediatamente a uma unidade de saúde!
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De 2009 para 2010, quando houve uma epidemia no Município, o aumento
no número de confirmações foi de 333,9%
Registros de números de casos de dengue confirmados em Arcos, segundo informações repassadas ao CCO pela enfermeira Ângela Margarete,
coordenadora da Vigilância em Saúde de Arcos, e
pelo supervisor da Vigilância Epidemiológica, Geraldo Moura, mostram que nos últimos sete anos
(2008 a 2014) foram registrados no Município
3.462 casos de dengue. (Veja o balanço abaixo).
O maior número, 2.278, foi registrado em 2010,
um aumento de 333,9% em comparação a 2009,
quando foram registrados 525 casos. Curiosamente,
de acordo com os dados repassados ao CCO, em
2011 foram confirmados apenas cinco casos em
Arcos; e em 2012, 13 casos.
Em 2013, a situação se complicou novamente e
houve confirmações de 299 casos. De acordo com
matéria publicada no Portal CCO no dia 31 de janeiro de 2013, o então prefeito, Roberto Alves da
Silva, decretou situação de emergência, devido ao
alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypti. Na época, a Assessoria de Comunicação
da Prefeitura informou que o objetivo era alertar os
moradores da cidade quanto ao risco de um novo
surto da doença, como o ocorrido no final de 2009
e princípio de 2010. O Governo Municipal emitiu
notificação coletiva aos proprietários de lotes va-
gos, ferros-velhos, serviços de reforma de pneus e
atividades semelhantes, solicitando a capina e limpeza desses locais no prazo máximo de 15 dias
após a publicação da notificação. As penalidades
foram amplamente divulgadas. Os proprietários que
não atendessem a essa solicitação estariam sujeitos às penalidades previstas nos artigos 106 e 107
do Código de Postura do Município. De acordo
com o artigo 106, “se no prazo notificado o proprietário não providenciar a execução ou conclusão dos serviços, será expedida guia de multa equivalente e a Administração Municipal poderá efetuar o serviço, diretamente ou por terceiros, cobrando do infrator o preço respectivo, que será lançado na guia do IPTU (Imposto Predial e Territorial
Urbano) subsequente [...] Decorrido o prazo, o
débito será inscrito na Dívida Ativa, na forma da
legislação em vigor”. E de acordo com o Artigo
107, “Caso haja oposição do proprietário, dificultando ou impedindo a ação do Poder Público, será
requisitada força policial para assegurar a execução dos serviços”.
Em 2012, de acordo com matéria publicada no
Portal CCO do dia 31 de janeiro de 2013, não
foram oficializadas notificações referentes a lotes
sujos em Arcos. E em 2013 foram registrados 299
casos de dengue na cidade. Na época, o
CCO entrevistou o então auxiliar de posturas.
Questionado, ele informou que em 2012 não
foram oficializadas notificações e nem houve
aplicações de multas
referentes a lotes sujos
em Arcos. O auxiliar
disse que adotou a prática de diálogo, ou seja,
à medida que eram fei-
tas denúncias ou ele mesmo constatava a necessidade de limpeza de algum lote, ele procurava pelo
dono do imóvel e ordenava a limpeza do
local. Segundo o servidor, ficava acordado um prazo de execução da limpeza; em caso de não ser
feita, o proprietário seria notificado por escrito, em
um prazo menor. Caso o prazo não fosse obedecido, a multa seria lavrada. Porém, o auxiliar afirmou
que em nenhum dos casos foi necessária a aplicação da multa em 2012, pois os proprietários notificados verbalmente cumpriram a determinação.
Na época, de acordo com o resultado do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes
aegypt), em 12% dos casos, os focos do mosquito Aedes aegypti foram encontrados em terrenos
baldios, sendo o restante, 88%, em residências. Os
números mostraram que todos – população e poder público – devem agir preventivamente.
Números de casos de dengue
confirmados em Arcos, nos últimos
7 anos, e em 2015 (até então)
Ano .................................. Confirmações
2008 .......................................... 100
2009 .......................................... 525
2010 .......................................2.278
2011 ............................................05
2012 ............................................ 13
2013 .......................................... 299
2014 .......................................... 242
2015 ....................................... 1.410*
* 2015: Até o dia 06/02, às 13h30, 1.410 notificações e 410 casos confirmados epidemiologicamente e com sorologia realizada
Fonte: Supervisor da Vigilância Epidemiológica em
Arcos, Geraldo Moura, e enfermeira Ângela Costa - coordenadora da Vigilância em Saúde de Arcos.
2015 a
té então: 1410
até
notificações e 410 casos
ir
mados em Ar
cos
conf
confir
irmados
Arcos
Até o dia 06 de abril, às 13h30, o número de notificações referentes à dengue
em Arcos era 1.410, com 410 casos confirmados. A informação foi passada ao
CCO pela enfermeira Ângela Costa, coordenadora da Vigilância em Saúde de
Arcos.
Percebe-se que em menos de quatro meses, o número de casos confirmados
(410) já supera em 37% o número registrado em todo o ano de 2013 (299).
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Sintomas das duas doenças são parecidos e elas são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Não há vacina, a melhor forma de evitá-las é a prevenção
A febre chikungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito
comum em algumas regiões da África. Nos últimos
anos, inúmeros casos da doença foram registrados
em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o
vírus CHIKV foi identificado em ilhas do Caribe e
na Guiana Francesa, país latino-americano que faz
fronteira com o estado do Amapá.
O certo é que o chikungunya está migrando e
chegou às Américas. No Brasil, a preocupação é
que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da dengue e da febre amarela,
têm todas as condições de espalhar esse novo vírus
pelo país. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do
que o da dengue. Em no máximo sete dias, a contar
do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população
que não possui anticorpos contra ele. Por isso, o
objetivo é estar atento para bloquear a transmissão
tão logo apareçam os primeiros casos.
Febre chikungunya x Dengue
A febre chikungunya deve ser diferenciada da
dengue, a qual tem um potencial para resultados piores, incluindo a morte. Entretanto, as duas doenças
podem ocorrer juntas no mesmo paciente.
Observações de surtos prévios na Tailândia e na
Índia têm demonstrado as principais características
que distinguem o CHIKV de dengue. Na febre chikungunya, o choque ou hemorragia grave são rara-
mente observados. O início é mais agudo e a duração da febre é muito mais curta.
Embora as pessoas possam se queixar de dor
corporal difusa na presença na dengue, a dor é muito mais pronunciada e localizada nas articulações e
tendões nos casos de febre chikungunya.
Sintomas
Embora os vírus da febre chikungunya e os da
dengue tenham características distintas, os sintomas
das duas doenças são semelhantes.
Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta,
aparece de repente e vem acompanhada de dor de
cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção
na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que
chega a impedir os movimentos e pode perdurar por
meses depois que a febre vai embora.
Ao contrário do que acontece com a dengue (que
provoca dor no corpo todo), não existe uma forma
hemorrágica da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico depende de uma avaliação clínica
cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. As amostras de sangue para análise devem
ser enviadas para os laboratórios de referência nacional.
Casos suspeitos de infecção pelo CHIKV de-
vem ser notificados em até 24 horas para os órgãos
oficiais dos serviços de saúde.
Tratamento
Na fase aguda, o tratamento contra a febre chikungunya é sintomático. Analgésicos e antitérmicos são indicados para aliviar os sintomas. Manter o
doente bem hidratado é medida essencial para a recuperação.
Quando a febre desaparece, mas a dor nas articulações persiste, podem ser introduzidos medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia.
Prevenção
Não existe vacina contra febre chikungunya.
Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e nos arredores, que
ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Casos no Brasil
No Brasil, os primeiros casos registrados da febre chikungunya indicavam que os pacientes tinham
sido infectados no exterior, num dos 40 países por
onde o vírus circula faz tempo. Naquele momento,
os episódios foram controlados, mas o risco de transmissão do vírus CHIKV em território nacional não
foi afastado.
Fontes: www.minhavida.com.br e www.drauziovarella.com.br
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Após 20 anos de estudo, os testes têm apresentado sucesso
A vacinação contra a dengue é um ideal que gerou
20 anos de estudo e fez com que muitos especialistas
enfrentassem uma corrida contra o tempo, para fazer
e testar essa descoberta. Os testes atuais estão sendo
separados por fases, contendo testes realizados pelo
Instituto Butantan. A última fase de ensaios clínicos
para a vacina, na qual encerraria os testes e concluiria
a imunidade da vacina, estava prevista para daqui a
dois anos, porém, os pesquisadores estão solicitando
à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
autorização para antecipar essa fase para que a vacina
já entre em vigor em 2016.
“Estamos tendo excelentes resultados com os ensaios clínicos de fase 2 e queremos apressar o processo para disponibilizar mais rapidamente a vacina
para a população. A epidemia está tão grande que a
eficácia do imunizante seria rápida e claramente demonstrada”, disse Jorge Elias Kalil Filho, diretor do
Instituto Butantan, à Agência Fapesp (Fundação de
Amparo a Pesquisas no Estado de São Paulo).
Os testes já foram feitos em 150 voluntários e não
apresentaram sintomas colaterais graves. Por mais que
os resultados de imunidade ainda não estejam totalmente concretos, há dados que comprovam que a
vacina é segura e está suprindo as expectativas dos
pesquisadores, dando a possibilidade de um avanço
para a terceira parte dos testes prevista para o fim de
2015.
“Esse estudo pioneiro do Instituto Butantan, financiado pela Fapesp, para a vacina contra a dengue, é
um marco da pesquisa e desenvolvimento de São Paulo.
A disponibilização da vacina para as pessoas será responsável por um combate efetivo a essa doença e irá
salvar muitas vidas em breve”, disse o governador
Geraldo Alckmin à Agência Fapesp.
Os últimos testes para a concretização da vacina
dependem da aprovação do Ministério da Saúde e da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A
Anvisa informou por meio de nota que “a viabilidade
do uso excepcional da vacina da dengue terá de ser
avaliada após o recebimento da solicitação, de acordo
com os dados apresentados para subsidiar o pedido”.
Segundo a Agência Fapesp, a vacina tetravalente
contra a dengue – capaz de proteger contra os quatro
sorotipos do vírus (DENV1, DENV2, DENV3,
DENV4) – vem sendo desenvolvida no instituto paulista desde 2010, em parceria com o “National Institutes of Health” (NIH), dos Estados Unidos, contando com o apoio da própria agência Fapesp, coordenado pelo pesquisador Isaias Raw.
A vacina está em sua segunda fase, avaliando a
segurança do imunizante e qual a capacidade duradora
nos voluntários. Os resultados imunológicos iniciais
são “muito promissores”, bem como os resultados dos
primeiros testes na primeira e segunda fase, realizados nos Estados Unidos pela equipe do NIH.
Na etapa A da fase 2, a vacina foi aplicada em 50
voluntários de 18 a 59 anos sem contato prévio com o
vírus. Agora, na etapa B, prevista para terminar em 30
dias, estão sendo vacinados outros 150 indivíduos na
mesma faixa etária, sendo que parte já havia contraído
dengue anteriormente, explicou Alexander Roberto
Precioso, pesquisador do Butantan.
Uma das razões para a antecipação da vacina é que
na segunda fase foram dispostos 13 mil doses da vacina com validade de 1 ano. Para aproveitar a validade, elas podem ser usadas na terceira fase. Aproveitando também a epidemia deste ano – na qual, segundo o Ministério da Saúde, até agora foram registrados
340 municípios brasileiros em situação de risco para a
ocorrência de epidemias e 877 em alerta – tendo mais
possibilidades de uma pessoa vacinada ser picada pelo
mosquito e comprovar a imunidade da vacina, isso
poderia levar mais tempo em um período de baixa
ocorrência da doença.
Na próxima etapa as faixas etárias para a aplicação
da vacina serão em crianças de 2 a 6 anos, crianças e
adolescentes de 7 a 17 anos e adultos de 18 a 59 anos,
com finalidade de testar a segurança e a eficácia do
imunizante. Somente se o resultado for positivo que a
vacina será liberada em 2016, com prioridade de imunização ainda a ser debatida pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a pesquisadora responsável pelo
Butantan, Gallina, a capacidade atual é de 500 mil doses por ano, mas a partir da data em que a vacina
entrar em vigor, terá um aumento inicial de 12 milhões de doses, quantia necessária para atender a população brasileira.
Com informações dos sites Agência Butantan e
Ministério da Saúde, publicadas no mês de março.
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A
melhor forma de se
evitar a dengue é com
bater os focos de
acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito
transmissor da doença. Para isso,
é importante não acumular água
em latas, embalagens, copos
plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de
plantas, jarros de flores, garrafas,
caixas d´água, tambores, latões,
cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
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DENGUE EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
A atual epidemia de dengue que acontece em
várias regiões do Brasil deve ser enfrentada com o
máximo de informação possível para a população.
Muitas vezes alguns pacientes evoluem com sérias
complicações por falta de orientação adequada.
Alguns grupos de pacientes necessitam de uma
maior atenção para se evitar uma evolução fatal ou
complicações passíveis de prevenção.
DENGUE EM GESTANTES
Durante a gestação ocorre naturalmente uma
redução da imunidade da mulher. Isso é necessário
para que o corpo da gestante não reaja contra o
bebê, confundindo-o como um organismo estranho.
Essa redução da imunidade da gestante a torna mais
vulnerável a complicações pela dengue. Os sintomas
da dengue na gestante são os mesmos na população
geral, porém existe maior risco de complicações
para mãe e bebê, como aborto, sangramentos,
descolamento de placenta, parto prematuro, baixopeso do bebê ao nascer, alterações de pressão na
gestante, dentre outras. Ao menor sintoma ou sinal
suspeito de dengue, a gestante precisa entrar em
contato urgente com o obstetra ou médico clínico
para uma avaliação cuidadosa. O tratamento de
início é o mesmo que para os outros pacientes, mas
em caso de suspeita de complicações, torna-se
necessária a internação.
DENGUE EM CRIANÇAS
Crianças pequenas, principalmente menores de
2 anos de idade, estão em maior risco de
complicações graves pela dengue. Isso porque os
sintomas clássicos da dengue (febre, dores
musculares, dor na região dos olhos, prurido)
podem não estar presentes pela imaturidade do
sistema imunológico da criança. Outra complicação
nessa faixa de idade é a dificuldade da criança para
se expressar, dizendo com exatidão o que está
sentindo; pode acontecer da criança estar sentindo
todos os sintomas da dengue clássica mas não
conseguir explicar o que sente. Em crianças
pequenas os sintomas podem ser apenas choro,
irritabilidade e apatia. Por isso é muito comum
crianças, frequentemente abaixo de 6 meses de
idade, terem uma suspeita de dengue apenas
quando a situação já está mais grave, com alto risco
de vida. A orientação para os pais é não perder
tempo em situações de epidemia de dengue; na
dúvida, o pediatra ou médico mais próximo (PSF,
unidades de urgência) deve ser consultado.
DENGUE EM PORTADORES DE
DOENÇAS CRÔNICAS
Pacientes hipertensos, diabéticos, cardiopatas,
renais crônicos, grandes obesos e portadores de
qualquer outra patologia crônica, estão em maior
risco de complicações graves pela dengue. Qualquer
doença que o paciente apresente pode ser agravada
pela dengue. Por outro lado, alguns medicamentos
usados para controle das doenças crônicas podem
agravar os sintomas da dengue e predispor a
hemorragia e choque, que são as formas graves da
dengue com alto índice de mortalidade. Esses
pacientes, em caso de suspeita de dengue, devem
informar aos médicos que os atendem nas unidades
de urgência sobre todos os medicamentos em uso;
alguns desses medicamentos podem precisar ser
suspensos por certo período. O tratamento de início
é apenas de suporte (hidratação, analgésicos e
repouso), mas caso o médico da urgência detecte
descontrole da doença prévia do paciente, pode
haver necessidade de internação.
Dr. Tarcísio Narcísio Silva – CRM 36.468
Especialista em Endocrinologia e Clínica
Médica
FOTO: Dengue
LEGENDA: Mosqui
gypti.
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Uma das ffor
or
mas de
ormas
evitar a tr
ansmissão da
transmissão
dengue é eliminar o
mosquito
OLHO VIVO: coloque areia no pratinho do vaso das plantas; tampe sua
caixa d’água e tonéis que armazenam água; vire as garrafas para baixo; não
deixe água parada nas calhas, lonas, lixos pelas ruas. E não se esqueça: tenha
sempre os produtos SBP em casa.
Na luta contra a dengue, todos juntos somos mais fortes, pois o mosquito
pode atacar qualquer um, em casa ou nas ruas.
Não espere que façam por você, não deixe água parada.
Faça sua parte dentro e fora de casa.
Se fizermos nossa parte, inspiramos os outros a fazerem a deles também.
Fale com vizinhos, parentes e amigos sobre a situação.
Não esqueça, a dengue se combate todos os dias!
As ações de prevenção requerem atuação conjunta, contando com a participação
do poder público e da sociedade civil, segundo ‘Claudinho’
O presidente do Legislativo de Arcos, Geraldo Cláudio Rodrigues/PR,
encaminhou uma Nota ao jornal com algumas considerações sobre a situação
da dengue em Arcos. Geraldo Cláudio menciona o trabalho desenvolvido pelos
agentes de saúde e destaca a importância da participação da população no
combate à doença, por meio de ações preventivas. Veja, abaixo, a Nota que foi
encaminhada ao CCO no dia 30 de março.
“Amigos de Arcos,
A Dengue é doença grave, transmitida por
mosquitos do gênero Aedes, infectados por vírus de
um dos quatro sorotipos distintos: DENV-1, 2, 3 e
4. Como todos sabem, em nossa cidade encontramos
vários casos de dengue. Os agentes de saúde estão
trabalhando arduamente e contamos com a presença
da Força Tarefa do Governo de Minas para
intensificar a luta conta o Aedes aegypti.
Outra forma de prevenção é a limpeza dos lotes,
e os proprietários foram notificados a realizar a
limpeza sob pena de multa.
A prevenção é uma arma contra essa doença e
combatê-la é um dever de todos nós, que unindo
forças podemos eliminar os focos de acúmulo de água, que são locais propícios
para a criação do mosquito transmissor da doença.
As ações de prevenção à dengue requerem atuação conjunta, contando com
a participação do poder público e da sociedade civil, por meio das ações de
Vigilância Epidemiológica, Sanitária, controle do mosquito (vetor), assistência
médica e comunicação social, com a participação ativa de instituições públicas,
privadas e de toda a população. Para que colaboremos no combate à dengue em
Arcos, devemos observar os quintais, as plantas, latas, embalagens, os copos
plásticos, as tampinhas de refrigerantes, os pneus velhos, vasinhos de plantas,
jarros de flores, as garrafas, caixas d´água, os tambores, latões, as cisternas, os
sacos plásticos e as lixeiras, para que não acumulem água.
Todos juntos, na luta contra a dengue!”
Geraldo Cláudio Rodrigues (Claudinho Despachante)
Presidente do Legislativo de Arcos
TO: Dengue
GENDA: Mosquito Aedes ae-
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COMO PROCEDER NA HORA
DA APLICAÇÃO DO ‘FUMACÊ’?
A Vigilância Epidemiológica já fez a aplicação do UVB (fumacê) em todas as
localidades de Arcos e está avaliando uma nova programação nos bairros
A operação de Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecido por “fumacê”, refere-se à
aplicação – no ar, direcionada aos imóveis – de inseticida para a eliminação do mosquito transmissor
da dengue. Perante a epidemia em Arcos, está sendo usado em todos os bairros da cidade. A medida é
necessária, mas é preciso adotar alguns procedimentos cautelosos, para que o produto não faça mal à
sua saúde e para a garantia da funcionalidade do
mesmo (veja abaixo).
É importante ressaltar que a utilização do fumacê, por si só, não resolve o problema. De acordo
com o CIAVE (Centro Antiveneno da Bahia), a fumaça só elimina insetos alados (*) [(*)com um ou
dois pares de asas, de acordo com o site
www.infopedia.pt], ou seja, os ovos e as larvas não
são atingidos e renovam sempre a população dos
adultos, não acabando com os criadouros. Por isso é
preciso uma conscientização maior da população,
para estar sempre fazendo a prevenção dentro das
casas.
Ainda de acordo com o site, o uso sem critério
do fumacê impacta o meio ambiente, causando mortes dos insetos polinizadores, tais como abelhas, vespas e borboletas, além dos predadores naturais que
exercem a função de controladores das populações
de vetores, que pode causar um desequilíbrio ecológico.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica em
Arcos, para evitar esses riscos e não afetar a saúde
pública, quando a aplicação do UVB (Fumacê) é
feita em uma etapa de quatro ou seis ciclos em uma
determinada área, é preciso aguardar por 15 ou 20
dias, para que nova aplicação seja realizada, e esta
será somente após avaliação técnica.
Os técnicos da Vigilância Epidemiológica já fizeram a aplicação do UVB em todas as localidades da
cidade, e estão avaliando uma nova programação.
Medidas cautelosas, segundo a Vigilância
Epidemiológica e o CIAVE, para quando o
carro do fumacê passar em sua rua:
· É necessário que, quando o carro passar em
sua rua, as pessoas deixem portas e janelas bem
abertas, inclusive portas dos quartos, para maior facilidade da fumaça entrar na residência.
· Gaiolas de pássaros devem ser guardadas nos
fundos das casas, para evitar uma intoxicação.
· Crianças, idosos e pessoas alérgicas devem permanecer em um cômodo afastado da rua.
· Para os pedestres que encontrarem o carro, a
orientação é para que atravessem a rua e se protejam.
· Movimente objetos que possam servir de esconderijo do mosquito, para facilitar a exposição
deles ao inseticida.
· Com relação aos alimentos, devem ser protegidos para evitar que sejam atingidos por partículas do inseticida.
· Além disso, os pais não devem deixar as crianças correrem atrás do veículo, para evitar acidentes e intoxicações.
O farmacêutico-bioquímico do CIAVE, Jucelino Nery da Conceição Filho, explica que o conhecido “fumacê” consiste em um inseticida à
base de cipermetrina, um piretróide de toxicidade
moderada, dispersado no ar em ultra baixo volume (UBV) e que, por isso, o risco de intoxicação
é muito pequeno em condições normais de exposição. Mas ressalta que a pessoa exposta pode se
intoxicar em exposição direta e demasiada, como
ocorre quando crianças correm atrás ou se penduram nos veículos do “fumacê”. Nessas situações, há uma exposição mais longa e alcança-se
uma maior concentração do inseticida no organismo, podendo atingir níveis tóxicos. Ele ainda
explica que, na exposição normal, alguns indivíduos expostos diretamente ao produto podem apresentar náuseas; e aqueles sensíveis podem desenvolver alergia, cursando com dermatite, cefaleia, rinite, asma e pneumonite.
Com informações dos sites: ciaveba.blogspot.com.br e www.unicamp.br.
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