UMA VISÃO GEOGRÁFICA: O AGRONEGÓCIO E O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NA BACIA DO PRATA Vera Lucia Fortes Zeni Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e bolsista do CNPq – [email protected] Dr. Luiz Fernando Scheibe Pesquisador do CNPq e Professor Emérito da UFSC nos Programas de Pós-Graduação em Geografia e Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC – [email protected] , Dra. Marcilei Andrea Pezenatto Vignatti Professora da Universidade Comunitária Regional de Chapeco - UNOCHAPECÓ – [email protected] Eixo temático: Geografia política, globalização, integração e dinâmicas territoriais Resumo Desde a chegada dos primeiros europeus, a Bacia do Prata tem sido um sistema natural provedor de matérias primas de interesse do capital global, que necessita de espaços para reproduzir e acumular. Inicialmente foi a transferência para a Europa de milhões de quilos de prata oriundos de Potosí na Bolívia, para manter o poder das cortes europeias através da ampliação de novos territórios no planeta. Potosí já foi uma das cidades mais ricas do mundo e é hoje uma das mais empobrecidas. Os países ribeirinhos Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina compartilham os rios Paraguai, Uruguai e Paraná e as águas subterrâneas do Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral, que compõem essa bacia do Prata que é a segunda maior da América Latina, de cuja área abrange 17%, com seus 3,1 milhões de km2.. Além do extrativismo mineral, que continua em todo o continente, desde meados do século passado foram gestadas outras formas para reconfiguração das escalas de poder para usufruir dos bens naturais, desta vez tendo como aliado o desenvolvimento de tecnologias de ponta, para produção de energia por hidrelétricas, projetos petrolíferos e o agronegócio (agrobusiness), o qual estabeleceu fronteiras agrárias reconfigurando novos territórios através das lavouras de soja, de milho, de trigo, de arroz, criações de suínos e bovinos, juntamente com toda a cadeia produtiva exercida pela agroindústria, indústria e comércio, que fornecem insumos para a produção rural. Por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, transporte, combustível, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. O resultado destas disputas nos territórios pelas corporações internacionais - exportadoras de água, sol e suor através de seus produtos - , é a privatização de bens que são propriedade da coletividade, onde os donos dos meios de produção internalizam seus lucros e externalizam seus custos com a sociedade. Esta extração ocorre sem levar em conta os limites físicos das bacias hidrográficas, com sérias implicações sociais/ambientais e impactos pelo uso da água, ar, solo, clima, crises de saúde pública e danos a outras gerações. Este artigo objetiva analisar as diferentes territorialidades de poder na bacia do Prata, em especial o agronegócio, usando os conceitos de território e territorialidade como ferramenta intelectual metodológica. Essa investigação está em andamento é parte de tese de doutorado em Geografia, fazendo uso de pesquisa bibliográfica e documental através de fontes procedentes de levantamentos em órgãos governamentais dos países abrangidos pela bacia e instituições independentes. Palavras-chave: Bacia do Prata. Território de poder. Agronegócio. 1 INTRODUÇÃO: A Bacia do Prata vivenciou vários ciclos econômicos, nos quais um determinado produto foi fundamental para um conjunto de transformações que influenciaram não só a economia, mas também a geopolítica dos países ribeirinhos , a sociedade, a demografia, a cultura, a ocupação e a definição de territórios. A paisagem desta bacia está sendo reinventada constantemente, e aquela imagem de espaço primitivo e improdutivo, registrada na chegada dos primeiros europeus, deu espaço a uma região produtiva que modifica sua fisionomia a partir da introdução de práticas agrícolas modernas, por grandes empresas. Os impactos ambientais nos ecossistemas da Bacia do Prata advindos das intervenções antrópicas em busca do bem estar econômico são constantes, demonstrando a formação de relações de poder nesta região, com suas mutações, que foram se estruturando através das relações sociais e das inserções pela utilização dos recursos naturais na organização das fronteiras, com ênfase na necessidade de compartilhar as águas superficiais e subterrâneas. O uso compartilhado dos principais rios acaba suscitando a percepção de que este recurso atua como um elemento de vital importância para a manutenção das relações entre os países ribeirinhos, seja para delimitar a arquitetura de suas fronteiras políticas como para usufruir dos benefícios econômicos e sociais propiciados pela água. Por outro lado, pelos interesses muitas vezes contraditórios, sucederam-se distintas fases de conflito, resolvidos através de cooperação pelos tratados e acordos na história da formação territorial da bacia: Todo o território é produzido e produto das relações de determinada coletividade com o meio e, ao mesmo tempo, das relações entre os atores no interior da coletividade, mediadas por organizações. Tanto as organizações como as relações são múltiplas, complexas e contraditórias, sendo todas marcadas pelo poder. Essas relações de poder criadoras do território, e que o sustentam, são temporais e, portanto, históricas. As temporalidades diversas conflituosas existentes no território são resultado do processo de desterritorialização, sendo que o território guarda diversas temporalidades (ESPINDOLA, 2012, p.190). Principais vítimas desses conflitos, os povos originários – os “índios” - foram os primeiros a serem desterritorializados: segundo Haesbaert (2009, p.367): “desterritorialização para uns, é na verdade, reterritorialização para outros (manisfestando seu profundo sentido relacional); mas o que parece desterritorialização em uma escala ou nível espacial pode estar surgindo como reterritorialização em outra”. A partilha do território da América do Sul é realmente complexa e pontilhada por conflitos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização. Entre os povos europeus, inicialmente as “bulas papais” ditavam o direito internacional - os impérios com maiores posses detinham melhor relacionamento com a igreja, além de maior poder em conquistar a posse das terras “descobertas”, portanto, antes mesmo de chegarem na América, suas terras já estavam sendo divididas entre os “imperadores”. As disputas pelas áreas obrigavam a constantes mudanças nas formas de legalização de poder da época. Na condição contemporânea essas formas de poder atuam sob influência de grupos econômicos ligados à atuação do Estado, com seu papel regulamentador (nunca neutro) na organização territorial. Usando como ferramenta intelectual o conceito de território, para reflexão de ordem teórica metodológica, este artigo objetiva analisar o papel do agronegócio no processo de territorialização da Bacia do Prata. 2 O conceito de território e a Bacia do Prata A categoria de análise do conceito de território evoluiu concomitantemente ao processo de renovação da ciência geográfica que superou a dicotomia entre o binômio sociedade/natureza, em que o conceito de território camuflava a análise das relações sociais. Segundo Saquet (2015-a, pág.38), na geografia essa transição se dá a partir dos anos de 1950 até o final da década de 1970, em que foram superadas abordagens positivistas e neopositivistas, pragmáticas, quantitativas e descritivas. Até então, o conceito de território era negligenciado em favor do conceito de região, entendido como recorte espacial com características meramente físicas e humanas, essencialmente técnico e superficial, mascarando análises mais profundas das relações sociais. Conforme o mesmo autor. Esse movimento de reconhecimento do conceito de território como método para analisar as mudanças socioespaciais que estavam ocorrendo no mundo, a complexidade do capitalismo, surge sobretudo nos anos 1950/60, pós segunda-guerra mundial. A partir de seus estudos sobre a evolução do conceito, é possível organizar o Quadro 1: Quadro 01: Contribuições dos debates teóricos metodológicos de abordagens e concepções do conceito de território: Autor (es) Giusseppe Dematteis (1964-2008) Compreensão de Território Compreensão de Territorialidade Produto histórico de relações econômicas, políticas e culturais (sociedade-e-natureza), Conjunto de relações sociais definidas historicamente: econômicas, culturais e evolvendo o poder, as desigualdades, as identidades e as redes (transescalaridade e fluxos) Como movimento, fluxos na rotação de capital politicas. Como fronteiras e frentes de ocupação/povoamento: economia geopolítica. Significa: relações de poder: alteridade e exterioridade. Francesco Indovina e Donatella Calabi (Década de 1970) Produto e condição das relações capitalistas de produção junto com a atuação do Estado. Corresponde às relações capital-trabalho, vinculadas à reprodução e valorização do capital. Alberto Magnaghi (1970-2011) Produto e condição de relações de poder e normas. Corresponde às relações políticas e capital-trabalho na apropriação e no uso de território. Arnaldo Bagnasco (1970-1990) Construído espaciotemporalmente. Corresponde às relações econômicas, políticas e culturais entre as diferentes classes sociais. Gilles Deleuze e Félix Guattari (1970-1990) Transformações sociais e TDR (territorializaçãodesterritorializaçãoreterritorialização). Homem = sujeito histórico Corresponde ás relações que pensa, trabalha, cria e capital-trabalho, organiza o território. vinculadas à reprodução e valorização do capital Resultado das ações de Vinculada à ação do cada sociedade Estado, ao mercado, aos demarcando e controlando regionalismos à ação de o espaço; jurídica, cultural uma autoridade. e economicamente.. Massimo Quaini (1964-2010) Jean Gottmann (1947-1980) Claude Raffestin (1967-2010) Fonte: Elaborado pelos autores com base em Saquet 2015 e suas pesquisas sobre o conceito de território entre os anos 2006 e 2011. Desde de 1960, na Itália, por exemplo, diferente do que ocorreu no EUA, um dos fatores que influenciou na redescoberta do território, foi a luta de trabalhadores nos anos 1968/69, no chamado triângulo industrial, especialmente em Turim, em virtude da localização da FIAT [...].A redescoberta deste conceito a partir de um processo socioespacial se dá em meio ao conflito social, inerente á organização da fábrica-cidade, do trabalho e dá reprodução do capital (SAQUET, pag.40, 2015-a). “Em vez de modelos descritivos, é proposta uma análise territorial, apreendendo as conexões existentes entre as partes territorialmente diferenciadas” (SAQUET, 2015-a, PAG.61). No Brasil entre os anos 1960 e 1980, segundo Saquet (2015), o eixo central dos debates foi pautado no conceito de espaço geográfico como categoria de aplicação da ciência geográfica. Os primeiros estudos do conceito de território foram de Goldenstein e Seabra (1982) e Bertha Becker (1983): Porém, é com a obra de Santos (1988), no meu entendimento, que se dá um salto mais significativo, neste momento e lugar [...].uma abordagem materialista dialética do espaço geográfico, com seu conceito principal destacando a atuação dos agentes do capital e do estado [...] sua ênfase econômica indica o reconhecimento da política, da cultura, da natureza, no espaço e na configuração territorial (SAQUET, pag.91, 2015-a). É nesse debate que o território assume centralidade e passa a ser observado e pesquisado não somente como elemento físico, mas produto de relações e construções sociais .Porto Gonçalves (2012) enriqueceu esse conceito demonstrando possibilidade de compreender as relações da sociedade com a natureza, cerne da problemática ambiental: O território é igual à natureza mais cultura através das relações de poder, e essa é uma das principais contribuições da América Latina para a ecologia política. A partir dessa perspectiva, o debate ambiental requer a explicitação das relações sociais e de poder que lhes são constitutivas (PORTO-GONÇALVES, 2012, p.34). Outro autor que contribui com as acepções do conceito é o geógrafo Marcelo Lopes de Souza (1995), afirmando que o território é definido e delimitado por e a partir de relações de poder, emergindo questões do tipo “Quem domina, governa ou influencia e como domina, governa ou influencia esse espaço” para o autor essa foi sua primeira aproximação, em sua mais recente obra “Os conceitos Fundamentais da pesquisa sócioespacial” (2013), essa abordagem recebe um refinamento, incluindo a dimensão culturalsimbólica na conceituação. No entanto de forma alguma Souza nega as transformações advindas do exercício das relações de poder e projeção destas relações no espaço, aponta o autor: A defesa de uma identidade por estar associada a uma disputa por recursos e riquezas, no presente e no passado; e a cobiça material não é, de sua parte, descolável do simbolismo e da cultura (capitalismo também é cultura- ainda que uma pobre cultura). [...] Dependendo das circunstâncias e também do ângulo a partir do qual observamos, uma dimensão particular de fato pode aparecer [...], ainda que todas as dimensões das relações sociais sejam importante e devam ser levadas em conta na análise SOUZA, 2013, p.101). A mesma analogia que Marcelo Lopes de Souza concebe sobre conceito relacionado as relações de poder , também é uma constante no debate sobre território elaborado por Rogério Haesbaert (1997), para esse autor o território é concebido a partir de uma tríplice abordagem: jurídico-política, segundo a qual o território é visto como um espaço delimitado e controlado sobre o qual se exerce um determinado poder, especialmente o de caráter estatal; econômico, o autor destaca a desterritorialização em sua perspectiva material, como produto espacial do embate entre classes sociais e da relação capital-trabalho; e cultural, que prioriza dimensões simbólicas e mais subjetivas, na qual o território visto fundamentalmente como produto da apropriação feita através do imaginário e/ou identidade social sobre o espaço. Assim, além do caráter do poder estatal, o autor destaca o aspecto humano da identidade social, bem como os aspectos econômicos da relação capital-trabalho, todos os presentes na constituição do território e o controle sobre o mesmo: Numa visão mais tradicional esse “controle” é feito, sobretudo entre áreas ou zonas, áreas estas que são demarcadas através de um limite ou fronteira, sejam eles mais ou menos definidos. “Desterritorializar” poderia significar, então, diminuir ou enfraquecer o controle dessas fronteiras [...], aumentando assim a dinâmica, a fluidez, em suma, a mobilidade, seja ela de pessoas, bens materiais, capital ou informações, (HAESBAERT, 2009, p. 235). Haesbaert (2009, p.127) amplia o raciocínio “muito mais que uma coisa ou objeto, o território é um ato, uma ação, uma relação, um movimento (de territorialização e desterritorialização), um ritmo, um movimento que se repete sobre o qual existe controle”. Portanto esse conceito de território formulado pela geografia moderna é flexível e dinâmico, ganhando sentido e movimento. Conforme Haesbaert (2011, p.21) “A própria história do pensamento geográfico é esclarecedora a esse respeito: território só vai emergir como categoria analítica muito mais tarde do que o espaço.” Conforme o consagrado geógrafo Milton Santos, o importante é saber que a sociedade exerce permanentemente um diálogo com o território usado, e este diálogo inclui as coisas naturais e artificiais, a herança social e a sociedade em seu movimento atual: Na verdade, eu renunciei à busca desta distinção entre espaço e território. Houve um tempo em que a gente discutia muito isso: “o espaço vem antes”, “não, o que vem antes é o território”. Eu acho que são filigranas que não são indispensáveis ao verdadeiro debate substantivo. Eu uso um ou outro, alternativamente, definindo antes o que eu quero dizer com cada um deles. Agora, a retificação que ando fazendo é que não serve falar de território em si mesmo, mas de território usado, de modo a incluir todos os atores (2009 [2000], p.26). Diante do debate teórico dos principais pesquisadores das concepções de território, considera-se importante observar alguns aspectos relevantes na Bacia do Prata que são pertinentes de aplicação desta abordagem. O grande território da Bacia do Prata abrange quase todo o centro sul brasileiro (1.415.000 km²), seguido pela Argentina com uma extensa região do seu centro norte (920.000 km²), todo o Paraguai (410.000 km²), o sudeste da Bolívia (205.000 km²), grande parte do Uruguai (150.000 km²). É formada pelas bacias dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai e pode ser subdividida em sete sub-bacias: Alto Paraguai, Baixo Paraguai, Alto Paraná e Baixo Paraná, Alto Uruguai e baixo Uruguai e a sub-bacia do Rio da Prata, no estuário (Figura 1). Figura 1: Bacia do Prata Fonte : Base cartográfica: CIC Plata – organizado pelos autores, arte final: Cartografia Braga e Ricardini. Os países platinos não apenas partilham alguns dos mais extensos rios do continente, eles abrigam em suas entranhas o imenso território das águas subterrâneas, um dos maiores e mais importantes sistemas aquíferos do mundo, o Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral, que tem uma área de 1.087.879 Km.2. Conforme dados da Agencia Nacional de Águas - ANA (2016), 70% do PIB desses países é gerado nesta bacia, onde se localiza 50% da respectiva população, totalizando 110 milhões de habitantes. Abrange 57 cidades com mais de 100.000 habitantes, incluindo as capitais: Buenos Aires, Brasília, Assunção, Montevidéu e Sucre - capital administrativa da Bolívia. Na perspectiva dos dados econômicos e populacionais, na contemporaneidade esse território é ambiente propício para a formação de diferentes territorialidades, constituídas a partir dos múltiplos usos da água: navegação, energia, agricultura, pecuária, pesca, turismo, indústria, usos domésticos entre outros. Neste espaço estão localizados os principais centros de gestão econômica e política destas nações, a exemplo das duas grandes metrópoles São Paulo e Buenos Aires que concentram pólos industriais com grandes corporações privadas, sendo a elas vinculadas a circulação e distribuição destas produções de amplo alcance espacial, que necessitam de matéria prima/natureza, infraestrutura e mão de obra. Essa realidade resulta em múltiplos impactos das grandes corporações sobre a organização espacial, segundo Corrêa (2005, pag.229): A manutenção, o desfazer e a recriação das diferenças espaciais constituem o principal impacto. Resultam elas da ação das corporações multifuncionais, segmentadas, multilocalizadas e dotadas de grande escala de operações e poder econômico e político, sobre uma organização espacial prévia, já desigual. Para o geógrafo Milton Santos (2013 [1994], pag.17): “A história do homem sobre a Terra é a história de uma ruptura progressiva entre o homem e seu entorno” Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se descobre como indivíduo e inicia a mecanização do Planeta, armando-se de novos instrumentos para tentar dominá-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na história humana da natureza. Hoje com a tecnociência, alcançamos o estágio supremo desta evolução, (SANTOS, 2013 [1994], pag.17). Algumas territorialidades presentes nestas transformações espaciais se referem a formas tradicionais de uso da terra e de reprodução social, mas também se encontram usos pertinentes a demandas da reprodução capitalista hegemônica nos dois maiores biomas presentes no ecossistema da Bacia do Prata: o Bioma do Chaco no Paraguai e o Pantanal no Brasil. Conforme Riveros (2005) o grande Chaco, está localizado entre 17º e 33º de latitude sul e 60º e 65º de longitude oeste, é uma vasta planície que se encontra no norte de Argentina (520 000 km2), no sudeste da Bolívia (90 000 km2), noroeste do Paraguai (230 000 km2)com una pequena área no sudoeste do Brasil (9 000 km2). No Paraguai a população do Chaco representa 2,5% da população do país, com presença de cerca de quinze diferentes povos indígenas que estão em perigo de desaparecer devido à presença de companhias petrolíferas e agroindustriais que vão silenciosamente invadindo seus territórios ancestrais (ORTEGA, 2013, pág.07). Esse autor sugere que a venda das terras chaquenhas iniciou na década de 1920 com a vinda dos migrantes menonitas1; confirma esse fato a autora Torraca (2006), ressaltando que esses imigrantes tiveram privilégios fundamentais para o desenvolvimento e fortalecimento de suas colônias, e que conseguiram o direito de usufruir das terras, dos recursos naturais e da mão-de-obra indígena do Chaco com total apoio do governo, fato que “provocou a expulsão de vários paraguaios de suas terras; o imigrante foi visto como fornecedor de capital, como mão-de-obra de qualidade livre e barata e também se esperava que ele proporcionasse o desenvolvimento a baixo custo” (TORRACA, 2006, pag.32). Esses migrantes oriundos da Europa ocuparam inicialmente as terras da América do Norte: Esta nova fase de transição pode ser sintetizada em duas etapas: primeiramente foram ocupadas as terras da América do Norte expandindo-se pelas regiões do Canadá, México e Estados Unidos. Na segunda fase, ocorreu a ocupação da América do Sul, direcionando-se para as terras do Paraguai, da Bolívia e Brasil. (TORRACA, 2006, pag.32, tradução nossa). Atualmente os menonitas aparecem entre os proprietários de um dos maiores grupos de empresas frigoríficas que controlam o mercado exportador de carne do Paraguai: A presença dos menonitas no Chaco provocou um dos acontecimentos mais desastrosos para os povos indígenas; é uma forma peculiar de apropriação do território de um “povo” por “meios pacíficos” porém com impacto maior, com consequências a longo prazo. Puderam “domesticar” os indígenas a través da 1 Os menonitas formam um segmento religioso que surgiu durante o período da Reforma Protestante. manipulação da religião, da utilização de mecanismos de obediência e relações de respeito aos mais velhos, hierarquizada a través da cultura (ORTEGA, 2013, pág.62, tradução nossa). Para Saquet (2015a, pag.111), “o território envolve, ao mesmo tempo, as relações efetuadas pelo homem na natureza/ambiente, estudando os grupos, as comunidades e suas percepções/sentimentos do território”. A expansão do soja, e do gado sobre os territórios indígenas e campesinos, é a mesma lógica de apropriação dos meios de produção, separando de seus meios de subsistências e cultura das populações. Desta maneira existem novas populações carentes de bases materiais de sobrevivência, que estão obrigadas a depender do mercado, e buscam formas de obter ingressos nas cidades ou zonas rurais urbanizadas. O novo território ocupado pelo mercado, se exige que tenha nova mão de obra “livre” submissa a qualquer tipo de trabalho, competindo com o outros, expulsos anteriormente. Desta maneira se mantem a competência entre a nova e velha força de trabalho que continua forçando-os a aceitar as regras do mercado (ORTEGA, 2013, pág. 39/40, tradução nossa). À semelhança dos imigrantes menonitas, outros empresários estrangeiros, na década de 1990, foram atraídos para a região do Chaco, devido aos baixos valores das terras, carência de matérias primas, facilidades promovidas pelo governo paraguaio a exemplo da inexistência de legislação tributária ou trabalhista e oferta de mão de obra barata. Resultado desta lógica é que as maiores exportações do Paraguai são efetuadas por empresas estrangeiras brasileiras, uruguaias e de outros grupos internacionais. O governo central não faz absolutamente nada para defender os indígenas em vez disso, apoiou as empresas estrangeiras, principalmente petrolíferas com a liberação de vastos territórios para a exploração de petróleo e gás. Posteriormente, no final do século XX, com a expansão do modelo de monocultura, com uso intensivo de insumos químicos, máquinas e sementes transgênicas, se realiza uma ofensiva de grande envergadura para o Chaco. Os campos de gado da região oriental, vão deixando suas terras para o plantio de soja, arroz (ORTEGA, 2013, pág.8, tradução nossa). Diante dessa realidade ficam evidentes os aspectos da territorialidade no ecossistema do Chaco, coexistentes no tempo e espaço, envolvendo situação de conflito e transformações na economia (capital), na cultura e na política (estado), significando a leitura das relações sociais de territorialização, reterritorialização e desterritorialização nessas áreas da Bacia do Prata. As melhores terras passaram a pertencer a proprietários individuais ou empresas instaladas no Chaco. O modo violento da apropriação das terras indígenas provocou resistências no território, derivando em desaparecimentos, mortes e expulsão dos habitantes (ORTEGA, 2013, pág.57). A condição da reprodução das relações de produção capitalistas é a permanente separação dos povos e etnias das condições materiais de existência - natureza incluída, além do caráter comunitário do modo de vida e de produção (PORTO-GONÇALVES, 2012, p.35). Desta forma sempre existe relações conflituosas no território, seja no Chaco, no Pantanal e em outros espaços da Bacia do Prata, territorialidades de poder exercida pelo capital geram outras territorialidades que se opõe as estas, são como movimentos sociais de reforma agrária, sindicais entre outras. Cria-se um espaço relacional envolvendo a natureza e a sociedade intercedida pelo trabalho, segundo Milton Santos (2013 [1994], pag.33): “o embate ancestral entre a necessidade e a liberdade dá-se pela luta entre uma organização coercitiva e o exercício da espontaneidade. O resultado é a fragmentação”, ou seja, a tribo unindo os homens pela “cooperação na diferença”. Ou ainda: Agora, especulamos que o conceito “território” como habitat dos indivíduos poderia fechar esta evolução através da plena submissão do indivíduo cultural, controlando não apenas suas terras, mas “protegendo” e “conservando” suas tradições também. Aplica-se, destarte, todo um arcabouço de dominação e apropriação que divide o espaço geográfico em áreas de “poder” e de “identidades” SAHR ; SAHR 2008,pag 154). Outro aspecto da territorialidade da Bacia do Prata corresponde ao ecossistema Pantanal. Declarado Patrimônio Nacional pela Constituição Brasileira de 1988, faz parte do chamado Sistema Paraguai-Paraná de Zonas Úmidas, um complexo que abrange, além do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Situado no interior da Bacia do Alto Paraguai (BAP), ocupa uma área aproximada de 200 mil km2, dos quais 70% no Brasil, 20% na Bolívia e 10% no Paraguai (SCHLESINGER, 2014, pág.7). Como mais um exemplo de que em muitos espaços da bacia a legislação não protege o povo e seus recursos naturais, o autor Schlesinger (2014) denuncia que as maiores ameaças ao Pantanal hoje estão nas áreas de planalto e são oriundas das monoculturas, pecuária, mineração, hidrelétricas e siderurgia e todo o aparato estrutural promovido pelo Estado de para promover a expansão capitalista. Para esse autor, O desmatamento de áreas de nascentes, o assoreamento dos rios, a contaminação e a alteração do pulso natural das águas e a forte redução da quantidade de peixes são as principais consequências. Deste conjunto de ameaças, destaca-se o crescimento da área plantada com soja em áreas não inundáveis da Bacia do Alto Paraguai. Atualmente (2014), cerca de 10% do total da área plantada com soja em todo o Brasil encontram-se nesta região. [...] na Bacia do Alto Paraguai, não há qualquer dispositivo legal capaz de conter a expansão da soja. Associada à expansão da soja não só na BAP, mas também em seu entorno, encontra-se outra grande ameaça: o projeto de extensão da hidrovia Paraguai-Paraná até o município de Cáceres, em Mato Grosso, onde a soja seria o principal produto a ser embarcado. Ao mesmo tempo, com a presença da hidrovia, pode-se esperar um novo impulso à expansão da soja em todo seu entorno (SCHLESINGER 2014, pág.5, grifo nosso). Para o autor os diversos dispositivos do novo Código Florestal, como a redução das áreas de preservação permanente (APPs) às margens dos rios, expõem ainda mais a região ao crescimento desordenado de atividades predatórias. Por que tanta soja? A soja é a cultura agrícola que, globalmente, vem crescendo em ritmo mais acelerado nas últimas décadas, estimulada pelo forte aumento do consumo de carnes, principalmente nos chamados países emergentes. Estima-se que 90% da soja produzida no mundo tenha como destino a fabricação de farelo utilizado em rações animais, como fonte de proteínas (SCHLESINGER 2014, pág.19, grifo nosso). Neste processo, o antigo território foi dividido, sendo relevantes as áreas que passaram a produzir produtos agropecuários industrializados ou semi-industrializados, voltados para a exportação em grande escala, gerando uma situação de privilégio econômico e uma nova classe de empresários agrícolas e agroindustriais, com grande concentração de terras e de renda, conforme Gatti; Sobrinho (2006): A expansão da cultura da soja foi um dos principais responsáveis pela introdução do conceito de agronegócio no país, não só pelo volume físico e financeiro envolvido, mas também pela necessidade da visão empresarial de administração da atividade em si, por parte dos produtores, fornecedores de insumos, processadores da matéria-prima e negociantes, de forma a manter e ampliar as vantagens competitivas da produção( GATTI; SOBRINHO 2006, s/p, grifo nosso). Nesta nova geografia do poder, causada em grande parte pelas atividades econômicas e produtivas, além dos efeitos nas relações sociais avultam os impactos ambientais, especialmente nas águas: É na região das nascentes do rio Paraguai que estão situadas as três maiores propriedades produtoras de soja e milho do município (Alto Paraguai). As fazendas Sete Lagoas e Paraguaizinho, operadas pelo grupo argentino El Tejar, ocupam, juntas, 3,9 mil hectares naquela área. A fazenda Sete Lagoas deve seu nome à existência, originalmente, de sete lagoas formadas pelas águas das nascentes do rio Paraguai. Hoje, restam apenas quatro delas. As outras três, cercadas até às margens por pastagens e lavouras de soja e milho, secaram em consequência do desmatamento. O Grupo Vanguarda, cujo maior acionista é Otaviano Pivetta, um dos maiores produtores de soja do Brasil, cultiva soja e milho na Fazenda Terra Mãe, que se estende por 3,2 mil hectares, nessa mesma região (SCHLESINGER, 2014, pág.28). Outro efeito histórico foi nos cultivos locais, necessários à demanda interna para alimentação básica da população através das pequenas propriedades; essas sofreram os impactos causados pelos grandes cultivos da agricultura comercial agroexportadora, o que muitas vezes gera desemprego e demanda de boa parte desses pequenos agricultores migram para as cidades aumentando o desemprego. Historicamente há necessidade de proteção social governamental. Citando como exemplo o Chaco TORRACA, 2006, pag.34, conclui. “Desse modo entende-se que o Chaco nunca pode desenvolver seu potencial devido à ausência de políticas públicas que possibilitassem a exploração da região pelos campesinos, porque, na maioria das vezes, o Estado fortaleceu a formação de latifúndios em detrimento da população local”. A convivência, embora cada vez menor, dos dois modelos de produção nas áreas desses dois biomas, faz com que os mesmos comportem na realidade dois tipos de territórios, o do agronegócio e os dos camponeses e indígenas, cada vez mais descontínuos, com suas características particulares. Como pode ser observado na figura 2. Figura 2: Diferentes tipos de paisagem resultantes dos usos diferenciados no Pantanal; Fonte: Elaborado pelos autores com base nas imagens do Google Earth - imagem esquerda: Município de Diamantino-MT (14º11’13.96¨S e 56º32’47.28¨O).Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@14.3992385,-56.4540793,11888m/data=!3m1!1e3 <url>. Acesso em:08.02.2017. Imagem direita Município de Porto Espiridião-MT. (15º58’47.30¨S e 58º53’56.07¨O). Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-15.5807303,-58.3926691,189160m/data=!3m1!1e3. Acesso em:08.02.2017 Nos elementos da paisagem observam-se os espaços produzidos pelas relações sociais, porém, existe um certa distinção entre as diferentes realidades que mantem sua individualidade, para Souza (2013, p.35) “como projeção espacial de relação de poder, o território é no fundo em si mesmo, uma relação social, mas especificamente, uma relação social diretamente espacializada”, na imagem 2 observa-se essa relação de materialidade do espaço e sua relação social, o seja o espaço social está intrínseco no espaço geográfico. Há diferença entre o modelo do agronegócio e a agricultura campesina e indígena. Os territórios do campesinato e os territórios do agronegócio são organizados de diferentes formas, a partir de diferentes relações sociais. O território do agronegócio é para a produção de mercadorias, enquanto as comunidades campesinas e indígenas organizam seus territórios para a subsistência, precisando desenvolver as dimensões da vida. Esta diferencia se expressa na paisagem, onde podem ser observadas as distintas formas de organização dos territórios. A paisagem do território do agronegócio é homogênea, enquanto o território campesino é heterogéneo (ORTEGA, 2013, pág.50, tradução nossa). 3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES O ponto de partida deste artigo foi uma visão geográfica: o agronegócio e o processo de territorialização na Bacia do Prata, sendo demonstradas algumas nuances da realidade social e sua relação com o conceito teórico de “território” e a formação de territorialidades, ligada às relações de poder. A separação entre as ciências humanas e as ciências naturais, além das especializações no interior de cada um desses campos, corresponde à separação (expulsão) dos camponeses e dos povos originários da natureza, além da destruição das suas comunidades, dos seus territórios e suas territorialidades (PORTO-GONÇALVES, 2012, p.19). Importante refletir que essa trajetória de evolução histórica do conceito é paralela às diferentes espacializações na sua historicidade, não somente na bacia mas na escala planetária. Não é possível pensar no conceito de território sem levar em conta questões de cunho temporal: na partilha do mundo existiu e ainda existe a submissão dos povos conquistados, sendo que todos os países da América Latina foram colônias das nações europeias2. E assim como escreveu Galeano (1980, p.34): “Entre 1503 e 1660, chegaram ao Porto de San Lúcar de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata. A prata transportada para a Espanha em pouco mais de um século e meio, excedia três vezes o total das reservas europeias.” Hoje as grandes organizações que comandam o capital continuam enviando em outros formatos os recursos naturais - muito “ouro azul” chamado água está embutido nos produtos ou usado para gerar energia para as grandes indústrias . Para Milton Santos (2013 [1994], pag. 43), “hoje os lugares se diferenciam e hierarquizam-se exatamente porque são todos mundiais. Os tempos também, as temporalidades hierárquicas e temporalidades subalternas”. Hoje, os territórios transformam-se de acordo com o ritmo das novas técnicas e isso ocorre tanto na cidade como no campo. A agricultura tornou-se uma atividade como outras, sujeita a modificações velozes, cujo efeito na paisagem é considerável. As paisagens agrárias e urbanas sofrem logo a influência do terceiro estado da natureza, aquele sintético ou cibernético que começou com a química moderna na metade do século XIX e é caracterizado, hoje, pelo desenvolvimento da biotecnologia através da manipulação genética (RAFFESTIN, 2008, pág.24) 2 Ver, por exemplo “A ecologia política na América Latina: reapropriação social da natureza e reinvenção dos territórios” (PORTO-GONÇALVES, 2012). Essa realidade leva à reflexão de Milton Santos (2013 [1994], pag. 35) “a vida não é produto da Técnica, mas da Política, a ação que dá sentido a materialidade”; para esse Geógrafo “uma geografia refundada, inspirada nas realidades do presente, pode ser um instrumento eficaz, teórico e prático, para a refundação do Planeta”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA, s/d. Disponível em: www.ana.gov.br. Acesso em: 18.05.2016. CORRÊA, Roberto Lobato. Trajetórias Geográficas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. 304p. ESPINDOLA, Haruf Salmen. Sociedade, natureza e território: contribuição para a história ambiental in: História ambiental e migrações. NODARI, Eunice Sueli e KLUG, João (orgs.). São Leopoldo. Oikos, 2012, 202p. GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. 8ª edição. Rio de Janeiro. Editora: Paz Terra. 1980. 307p. GATTI, Flavio . SOBRINHO, Rosangela Alves R. 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