PRODUÇÃO DE TEXTO: ESQUETE

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PORTUGUÊS - 2o ANO
MÓDULO 26
PRODUÇÃO DE TEXTO:
ESQUETE
Como pode cair no enem
(ENEM)
Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa à
desmecanização física e intelectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum
(oprimido), ele propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer
teatral e, assim, amplie suas possibilidades de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer teatro. Trata-se de um teatro em que
o espectador é convidado a substituir o protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da
história, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor.
(Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br.
Acesso em: 1 jul. 2009 [adaptado].)
Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que
a) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a
linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum.
b) a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na
qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.
c) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido
de proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive.
d) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que
a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores.
e) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico,
que visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.
Fixação
Os textos, quando encenados, passam a fazer parte do
imaginário do diretor, que constrói as cenas, e, por sua vez, dos
atores, que compõem seus personagens conforme sua “leitura”.
- A seguir, há uma resenha acerca de uma peça teatral feita por
Bárbara Heliodora, respeitada crítica e leitora de teatro no Brasil.
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O bem amado
texto e direção fazem espetáculo perder a vivacidade
original da obra do dramaturgo
Sinopse
Peça deforma obra de
Dias Gomes
MARCO NANINI, no centro, com parte do elenco do
espetáculo: texto não desafia sua qualidade de ator.
A adaptação que Dias Gomes fez de sua peça O bem-amado
para a televisão, nos anos 70, consagrou a figura de Odorico
Paraguaçu e teve o mérito de retratar toda uma cidadezinha
de interior, além da sorte de contar com um elenco primoroso.
A adaptação de Cláudio Paiva e Guel Arraes transformou tudo
em uma espécie de one-man show de um protagonista estelar,
cercado por um modesto conjunto de “escadas”, cuja única
função é fornecer, deixar e ficar humildemente calado enquanto
o monólogo continua, deformando e diminuindo o que foi um
dos grandes sucessos da carreira de Dias Gomes.
DJ Dolores e fanfarra fazem a boa trilha sonora
A montagem no Teatro das Artes é viva do ponto de vista
visual, embora a cenografia de Gringo Cárdia, a não ser pelo
primeiro e pelo último cenários, não tenha muita coisa a ver
com o texto. A cena é bem iluminada por Maneco Quinderé, e
os figurinos de Antonio Guedes são satisfatórios. Muito bons
os adereços e muita adequada a trilha original de DJ Dolores,
assim como a fanfarra da Orquestra Popular da Bomba di
Hemetério.
A direção de Enrique Dias/Guel Arraes é responsável pela
ambiguidade do todo: nem copiam a novela e nem criam uma
interpretação independente, deixando tudo como uma espécie
de imitação inadequada da garra que tinha o rendimento dos
atores na telinha: Odorico entra, Odorico sai, o resto do elenco
aparece quando tem de dizer suas falas e depois se afasta
respeitosamente da figura central; até mesmo as entradas e
saídas do protagonista ficam desajeitadas, já que a cenografia
não o apoia ou situa. A presença de três ou quatro elementos
representando “o povo” é pobre e canhestra, e não consegue
sugerir nada de Sucupira.
Todos os problemas que afetam a adaptação e a direção
são refletidos na interpretação: os papéis secundários são tão
reduzidos que não há condições de serem criados verdadeiros
personagens, e o rendimento fica de modo geral bastante
modesto. Quem melhor consegue compor uma figura é Gustavo
Gasparini, no Zeca Diabo. Bel Garcia, Raquel Rocha e Susana
Ribeiro não marcam bem o trio das irmãs Cajazeira, e Marcelo
Olinto fica indefinido como Dirceu Borboleta. Patrick Sampaio
e Rafael Rocha apenas comparecem.
Seria no mínimo ridículo pôr em dúvida o imenso talento de
Marco Nanini, e ele procura compor um Odorico que seja seu.
Na verdade, ele não tem apoio no texto, e em vários momentos
tem de tirar água de pedra para sustentar o tom e manter o
interesse do personagem. “O bem-amado” deverá ser, sem
dúvida um enorme sucesso de bilheteria, que Nanini merece,
mesmo que seja uma pena ele não estar sendo desafiado por
algo mais adequado à sua qualidade de ator.
(Bárbara Heliodora. O Globo, Segundo Caderno,
domingo, 16 de setembro de 2007)
1) Lida a crítica, responda:
Em que se baseia a autora para sua avaliação da peça teatral?
Quais critérios são avaliados?
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