REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE Boletim informativo Económico n.º 1 Iº Semestre 2008 APRESENTAÇÃO DO CIAD FUNDAÇÃO: O CIAD, criado através do Decreto N.º 51/2006, de 24 de Novembro de 2006, iniciou as suas actividades em Junho de 2007. ORGANIZAÇÃO: O CIAD é um órgão autónomo de consulta visando a apoiar o Governo na gestão e análise de políticas económicas e financeiras, tutelado pelo Ministério responsável pela área do Planeamento. O seu Conselho de Administração é constituído pelos Ministros responsáveis pelas áreas do Planeamento, Investigação Científica ou Ensino Superior, pelo Governador do Banco Central e pelo Director Geral do Instituto Nacional de Estatística. O seu Conselho Científico inclui um máximo de sete individualidades representantes dos sectores atrás referenciados e de instituições de formação superior no País, desde que possuam como mínimo o grau académico do nível de Mestrado na área económica ou financeira ou equivalente. OBJECTIVOS: A acção do CIAD visa capacitar os quadros nacionais na gestão e análise de políticas económicas com vista a apoiar os decisores na tomada de decisão em matéria de política económica e, deste modo, permitir que o País, no quadro do processo de boa governação, possa preparar os quadros e a população em geral para os desafios do desenvolvimento. ESTRATÉGIAS: As actividades do CIAD incluem, entre outros, a promoção, a realização e a publicação de estudos e de trabalhos de investigação produzidos; o apoio à formação contínua dos investigadores; a promoção e o apoio na realização de formações e acções de capacitação tradicionais e níveis avançados; o aconselhamento em matéria de gestão económica; a cooperação com outras instituições e a participação em rede científicas estrangeiras do género; colaborar com segmentos da sociedade que têm projectos convergentes com os objectivos do CIAD. COOPERAÇÃO: O CIAD tem contado com o financiamento da Fundação para o Reforço das Capacidades em África (ACBF) para o seu arranque, apoiando o Governo, através do Ministério do Plano e Finanças, e a Assembleia Nacional. Nº1 O CIAD vem estabelecendo também contactos com outras instituições, nacionais e estrangeiras, com vista a alcançar, a médio e longo prazos, os seus objectivos, visto que os objectivos do financiamento do ACBF são do mero projecto, isto é, tem um prazo limite, enquanto o que o Governo pretende que o CIAD seja muito mais do que mera projecto. Neste número: Apresentação do CIAD Pag1 1.Conjuntura Económica Internacional Pag3 2. Conjuntura Económica Nacional Pag3 Desempenho Económico 2007 Pag3 Desempenho Económico 2008 Pag4 2.1 A evolução dos preços Pag4 2.2 Sector Externo Pag5 Balança comercial Pag5 Dívida Externa Pag5 2.3 Finanças Públicas Pag6 2.4 Situação Monetária e Cambial Pag7 Taxas de Juro Pag7 Mercado de Câmbios Pag8 3. Perspectivas para o segundo Semestre Pag8 2 africanas, como as pressões inflacionistas causadas pela escalada internacional do preço dos alimentos e do petróleo, que citamos 1. Conjuntura Económica Internacional O primeiro semestre do ano de 2008, ficou marcado por um panorama geral de estagnação, recessão e inflação que provocaram grandes problemas para as principais potências económicas do mundo. A subida dos preços do petróleo e o pré anúncio de uma crise alimentar são de entre outros factores os que mais contribuíram para o fraco desempenho da economia mundial. "A inflação acelerou de forma pronunciada nos primeiros meses de 2008 em um conjunto significativo de países da região, reflectindo o aumento significativo do preço dos alimentos e os custos acrescidos dos transportes e da electricidade. As pressões inflacionárias estão subindo em espiral", diz o relatório. A mesma fonte adiantou ainda que uma maior desaceleração da economia mundial do que a esperada, teria impacto negativo nas exportações e no investimento no continente, pois que reduziria o preço das mercadorias e causaria uma maior volatilidade no sistema financeiro internacional, constitui outro risco potencial para a economia africana. De acordo com os dados do FMI, nos EUA, o indicador de confiança desceu 0,2% em Março, depois de ter recuado 0,5% em Fevereiro. Os economistas estimam que o produto interno bruto dos Estados Unidos cresça 2,1% no segundo semestre, depois de ter aumentado 1,6% nos primeiros três meses de 2008. De acordo com informações mais recentes sobre os EUA, o consumo privado apresentou no semestre um ritmo de crescimento igual ao observado no ano anterior (2,7%, em termos homólogos). Segundo ainda o mesmo relatório do Banco Mundial, em termos da África lusófona, a previsão de crescimento de Angola para 2008 é de 25,4%, valor que deverá cair para 6,7% em 2009 e voltar a crescer para 10,2% em 2010, resultado basicamente do desempenho da produção petrolífera. No Japão, o produto interno bruto estagnou no primeiro semestre deste ano, falhando as estimativas dos analistas e interrompendo uma série de três semestres consecutivos de crescimento económico. Enquanto que as economias moçambicana e cabo-verdiana deverão ter tendências semelhantes de desaceleração no triénio 2008, 2009 e 2010, de respectivamente 7,2%, 6,7% e 6,6% para Moçambique e 7,1% 6,9% e 6,4% para Cabo-Verde. Com uma previsão de 1,1 por cento para 2008, na Zona Euro o produto interno bruto também estagnou nos primeiros três meses de 2008 e a Comissão Europeia prevê uma contracção no segundo semestre, o que coloca a economia da zona à beira de uma recessão. O relatório revela porém que a Guiné-Bissau será o único país da África Lusófona cuja economia crescerá nos próximos anos, embora bastante timidamente: 2,9% em 2008, 3,3% em 2009 e 3,4% em 2010. De acordo com o relatório sobre o desenvolvimento global do Banco Mundial, divulgado em Junho, numa conferência na África do Sul, prevê-se que a economia africana deve crescer 6,3% em 2008, reduzir seu ritmo para 5,6% em 2009 e se recuperar parcialmente da queda em 2010, ficando em 5,9%, sofrendo assim menos a crise do mercado financeiro do que a economia dos países desenvolvidos. 2. Conjuntura Económica Nacional Desempenho Económico 2007 O mesmo relatório alerta no entanto para alguns riscos que ameaçam as economias Apesar de um razoável desempenho reflectido na estabilidade global da economia, Os dados 3 estatísticos disponíveis revelam, uma evolução macroeconómica apreensiva, com realce para a deterioração dos níveis de preços internos. Ainda assim ano de 2007 apresentou um desempenho económico bastante razoável, tendo o crescimento do produto atingido 4 á 6%, sustentado fundamentalmente pela construção civil 2.1 A evolução dos preços O panorama inflacionário do semestre em análise não foi o mais desejável se tivermos em conta o objectivo anual de redução da inflação para valores próximos de 1 dígito. A inflação acumulada até Junho foi de 14,2%, o que representou quase o dobro do valor registado no mesmo período do ano passado. No que toca a Inflação, o ano de 2007 ficou marcado pela subida geral dos preços na ordem dos 27%. No entanto a subida de índices de preços verificada em 2007 não deve ser imputada exclusivamente ao aumento de liquidez na economia. A ruptura dos stocks dos bens da primeira necessidade e com consequente aumento da procura interna, contribuíram significativamente para as tensões inflacionistas. Este facto revela, mais uma vez, a importância relativa de preços externos bem como das deficiências estruturais no sistema de abastecimento ao mercado, na evolução desse indicador. Gráfico I - Inflação Ac. Homóloga janeiro-junho 15 10 2008 2007 A taxa de câmbio da moeda nacional revelou alguma estabilidade em relação ao dólar americano. No entanto, ela apresentou uma importante depreciação frente ao Euro, resultante, na igual medida, da apreciação da moeda europeia face ao dólar e com o consequente impacto negativo sobre a importação que é predominantemente de origem europeia. jun mai abr mar fev 0 jan 5 O aumento dos preços registados no semestre em análise, para além da inflação importada, deveu-se sobretudo à ruptura do stock de bens de primeira necessidade no mercado nacional, em particular de produtos locais bem como alguma instabilidade governativa. Após ter-se registado a taxa mais elevada inflação de 3,8% em Fevereiro, vem observando uma diminuição gradual variação dos níveis gerais dos preços consumidor atingindo os 0.9%. Desempenho Económico 2008 O primeiro semestre de 2008 ficou marcado por um caso inédito na história contemporânea do País. Pela primeira vez na história de São Tomé e Príncipe, num espaço de tempo de 6 meses, o país conheceu três Governos diferentes. Este facto pesou significativamente no desempenho económico do país durante o semestre, sobretudo pela dificuldade de continuidade de politicas macroeconómicas e projectos de desenvolvimento. da se da ao Gráfico II - Inflação Mensal 2008 4 3 % 2 Inflação Mensal Fonte: INE 4 jun mai abr mar fev 0 jan 1 A variação homóloga do índice de preço atingiu 35,3%. Gráfico I V- Importações Milhões de USD 10,0 Gráfico III - Inflação acumulada jun-2007/jun-2008 40 6,0 2007 4,0 2008 2,0 0,0 30 jan % 20 fev mar abr mai jun Infl ac. No primeiro semestre de 2008, o valor das importações foi de USD 6,5 milhões, enquanto que no mesmo período de 2007, este indicador foi de USD 6,4 milhões. jun Para além do efeito sazonal a que está sujeito os bens alimentares produzidos localmente, o aumento da inflação no período também reflecte o aumento de preço de combustível registado e a inflação importada da Zona Euro, o maior parceiro de importação. Gráfico V - Exportações 0,4 0,3 2007 0,2 2008 jun mai abr 0,0 mar 0,1 fev Milhões de USD 0,5 jan abr fev dez out ago jun 10 0 8,0 2.2 Sector Externo Fonte INE, dados provisórios Balança comercial No que concerne às exportações no período em análise, o seu valor foi de USD 0,2 milhões em 2007, de USD 0,1 milhões em 2008. Neste contexto, o défice da balança comercial foi de, respectivamente, USD -6,4 e -6,2 milhões, reduzindo deste modo a taxa de cobertura em 49,2%. Os dados estatísticos disponíveis indicam um aumento das importações no primeiro semestre de 2008 em cerca de 1,78% em relação ao mesmo período de ano anterior. Enquanto que as exportações caíram em cerca de 57,18%. A queda das exportações reflecte a fraca produção local que se tem verificado nestes últimos meses, motivada pela pouca confiança dos agentes económicos no futuro o que também tem provocado a subida dos preços. Dívida Externa O perdão da divida conseguido no ano de 2007 significou um marco importante na historia de São Tomé e príncipe. O fraco aumento das importações registado, resultou da baixa procura de bens e serviços, que foi, por sua vez, o resultado da baixa produção local. No final do primeiro semestre de 2008, o saldo da dívida externa de S. Tomé e Príncipe ronda os 150 milhões de dólares, dos quais aproximadamente 76.07% correspondem aos credores multilaterais e cerca de 23.93% dos bilaterais. Deste modo, registou-se o aumento do défice comercial de 4.05%. Os gráficos V e VI que se seguem confirmam esta evolução negativa do comércio externo no período em análise. No período em referência foram registados desembolsos no valor de 1,387 milhões de dólares, provenientes de empréstimos financiados pelos credores multilaterais sendo 22.36% para a de reabilitação da conduta de água potável, 25.22% para o apoio ao sector 5 social, 39.48% para o reforço das capacidades de governação e 12.94% para o sector agrícola. No que concerne as receitas correntes, registou-se uma arrecadação de cerca de 43% em relação às programadas para o ano de 2008. Esse valor corresponde a uma arrecadação de mais de 28,6% em relação ao período homólogo do ano precedente. Neste período o serviço da dívida externa pago rondou USD 1.025.760,57, dos quais 31.66% foram depositados na conta HIPC e cerca de 68.34% foram efectivamente transferidos a favor dos credores multilaterais. É de realçar que, para as receitas correntes cobradas durante o período em análise, as receitas fiscais contribuíram com 165,6 mil milhões de Dobras e as não fiscais 11,05 mil milhões de Dobras. Estas cifras representam respectivamente um crescimento de 35% e uma quebra de 19% em relação ao semestre homólogo de 2007. 2.3 Finanças Públicas Os dados disponíveis sobre a execução das operações financeiras do Estado indicam que, durante o primeiro semestre de 2008, as contas fiscais registaram um défice primário na ordem dos 64,3 mil milhões de Dobras, incluindo 6,3 mil milhões de Dobras provenientes da ajuda do fundo do HIPC. Ainda assim, este resultado representa uma melhoria quando comparado o défice do mesmo indicador registado no semestre do período homólogo de 2007 (90,6 mil milhões de Dobras, dos quais 13,8 mil milhões do fundo HIPC. Relativamente às despesas primárias, o seu comportamento no primeiro semestre de 2008 em relação ao semestre homólogo de 2007 já foi inverso ao comportamento observado nas receitas correntes referidas no parágrafo anterior. Assim, durante o semestre em análise registou-se uma realização de despesas primárias na ordem dos 234,8 mil milhões de Dobras contra 222,5 mil milhões de Dobras observado no semestre homólogo do ano anterior. Estes aumentos representaram mais de 6%. Contribuiu para a evolução positiva o facto de durante quase todo o semestre de 2008 a execução do OGE de 2008 ter sido realizada na base dos duodécimos derivado da provação tardia do Orçamento de Estado para o ano de 2008 (15 de Maio de 2008). Quadro II: Relacionando as receitas correntes com as despesas correntes obtém-se uma taxa de cobertura de 71% para o 1º semestre de 2008 e 61,29% para o homologo de 2007. Pela leitura destes números, registou-se uma ligeira melhoria deste indicador. Entretanto, essa melhoria não foi muito significativa se tivermos em atenção que a execução das despesas no 1º semestre de 2008 se assentou na base duodecimal. Principais indicadores fiscais Em PROG Jun Jun Exec. Cresc. Bilhões(STD) 2008 2007 2008 % % 1 2 3 3/1 Rec.Tot.+don 1,28 0,16 0,22 17,4 Rec. Cor. 0,41 0,14 0,18 43,0 Rec. Fisc. 0,37 0,12 0,17 45,3 Desp.Tot. 1,28 0,29 0,26 20,5 Desp. Prim. 0,54 0,22 0,23 43,9 Desp. c/pes. 0,21 0,07 0,10 50,2 Saldo prim. -0,12 -0,09 -,06 50,0 3/2 O sinal que o défice primário registado no período em análise nos indica, como consequência da realização de despesas muito mais acelerada do que a das receitas, constitui uma alerta às Autoridades no sentido implementarem medidas visando corrigir a situação actual para que o programa macroeconómico projectado para 2008 não fique comprometido. 37,5 28,6 41,7 -10,3 4,5 42,9 Neste quadro, o Governo, para atenuar o défice até finais de 2008, pode considerar algumas medidas de curto prazo, como por exemplo: -29.1 6 i) reforçar o cumprimento rigoroso de normas que obrigam as instituições e os serviços que retêm os valores dos impostos e das taxas cobrados dos contribuintes, no sentido de os canalizarem para os cofres do Estado no prazo estabelecido legalmente. Caso elas não existam, o Governo deve criá-las. queda do Crédito Liquido ao Governo de 30,7%, o que provocou uma baixa da Base monetária de 9,4%. Por outro lado, se verificou um ligeiro crescimento da massa monetária alargada M3 de 0,7%, do Crédito à Economia de 3,3% e dos Activos Externos de 16,6%. Tal como se pode observar no quadro I a seguir: ii) obrigar que as receitas arrecadadas sejam depositadas no banco no mesmo dia do seu recebimento, e até às dezasseis horas. Para o efeito, o Governo deve negociar com o banco no sentido de manter as suas portas abertas para a recepção do respectivo depósito. Quadro I: Principais indicadores monetários Mil milhões (Dobras) Activos Externos Crédit Interno Liquido Crédit Liquido Governo Crédito a economia M3 Base monetária iii) insistir na obrigatoriedade das instituições e dos serviços emitirem recibos, sempre que haja a recepção de valores pelos serviços prestados, e efectuarem o registo desses mesmos valores em livros próprios para o efeito; 31.12.07 30.06.08 Var. % 1.215,8 1.417,7 16,6 407,8 374,9 -8,0 -162,5 -212,5 30,7 615,6 636,0 3,3 865,9 872,3 0,7 377,8 -9,4 417,1 Ainda no semestre em análise, as Reservas Internacionais Líquidas registaram também um crescimento de 6,08%, melhorando assim a posição das reservas externas. iv) efectuar o seguimento e controlo mensal dos serviços que cobram as receitas; Relativamente ao crédito ao sector privado, os dados até Junho de 2008 revelam que houve o total arrefecimento desse indicador, espelhando por um negativo crescimento de 4,4%. Essa evolução aponta para um potencial desinvestimento na economia de cerca mil milhões de dobras. vii) fazer com que haja mais coordenação entre os serviços do Tesouro e do Orçamento, no sentido de não haver engajamento/liquidação de despesas, ainda que estejam orçamentadas, sem que os Serviços de Tesouro garantam previamente o seu financiamento. Taxas de Juro A taxa de juro de referência em vigor é de 28%, se mantém inalterado desde 19 de Setembro de 2006. viii) priorizar as despesas, considerando o Governo como um todo e não sectorialmente, em função das necessidades e da capacidade de poder financiá-las; O excesso de liquidez na economia tem proporcionado o não recurso de créditos da banca comercial ao Banco Central, pelo que esta instituição não se vê na necessidade de ajustar frequentemente as suas taxas de referência em função dos indicadores económicos. v) As instituições e os serviços que não procederem de conformidade com as normas inerentes aos procedimentos de cobrança de receitas acima referidos, os seus responsáveis deverão ser sancionados. No entanto, por um lado, o elevado nível de taxas de juro das operações activas (empréstimos) praticadas pela banca comercial, não tem incentivado investimentos conducentes a criação de empregos duradouros, e por outro, a pratica de taxas de juros passivas muito negativas não tem também estimulado a poupança. 2.4 Situação Monetária e Cambial Segundo os dados disponíveis, a situação monetária e cambial até Junho de 2008 caracterizou-se pelo declínio evidenciado do crédito interno líquido na ordem dos 8% em relação a Dezembro de 2007, motivado pela 7 É importante que a banca comercial dê sinais aplicando taxas mais incentivadoras de poupança e investimentos. Gráfico V I I I - Taxa de Câmbio EUR fim do mês 24.000 23.000 Jun Mai 20.000 Abri Bancos Comerciais Fev Banco Central 21.000 Mar 22.000 Jan Perante a única alteração de taxas atrás referenciada nos últimos dois anos, o gráfico VII que se segue demonstra a evolução da taxa de juros de referência do Banco Central desde 1999 em relação a inflação. Fonte: BCSTP Gráfico V I - Evolução da Taxa de Juro de Refêrencia e Inflação O Euro no mercado internacional cotava no último dia do semestre em análise a 1,5748 dólar, contra 1,4692 dólar verificada em 31 de Dezembro de 2007, depreciando cerca de 7,19% durante o Semestre. 40 35 30 % 25 Taxa de Juro Inflação homóloga 20 15 10 5 Mai-08 Mar-08 Jan-08 Set 06 Set 05 Fev 01 Mai 99 Dez 98 0 3. Perspectivas para o segundo Semestre No panorama internacional já existem sinais claros da diminuição dos preços de petróleo. Alguns analistas inclusive Presidente da OPEP, defende que a breve trecho o preço de crude no mercado internacional situar-se-á abaixo dos 90 dólares barril. Mercado de Câmbios A Dobra teve um comportamento relativamente estável no primeiro semestre de 2008, registando, durante o período, uma desvalorização face ao dólar de apenas 1,85%. No entanto de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional, a economia mundial deverá continuar à melhorar ao longo do ano de 2008 e 2009, embora a um ritmo relativamente lento, fortalecendo-se somente em 2010. Depois dos 3 por cento de 2007 o FMI prevê um crescimento para 2008 de 3,2 por cento e de 4,1 por cento em 2009. A cotação média da Dobra face ao dólar Norteamericano no mercado oficial, no último dia do mês de Junho de 2008, foi de STD 14.628,00 contra uma cotação de STD 14.362,34 em 31 de Dezembro de 2007. Gráfico V I I - Taxa de Câmbio USD fim do mês B. Central Jun Mai Abri Mar Fev B. Comerciais Jan 15.000 14.900 14.800 14.700 14.600 14.500 14.400 No que tange a economia nacional, uma vez ultrapassada a intensa instabilidade Politica a durante o primeiro semestre do ano corrente, o regresso a normalidade trará com certeza um melhor desempenho para o segundo semestre desse ano. No segundo semestre de 2008 economia Sãotomense também poderá ser afectada negativamente pelo contexto de deterioração do enquadramento económico e financeiro internacional. A interacção entre a desaceleração económica a nível global e a situação de turbulência nos mercados financeiros internacionais, bem como o aumento dos preços das matérias -primas, com destaque para o petróleo, não deixará de ter um impacto muito significativo numa pequena Fonte: BCSTP Em relação ao Euro, a moeda oficial atingiu, no mercado oficial, o valor médio de Dobras 23.036,80 em finais do semestre em análise, contra Dobras 21.101,2 em finais do ano 2007, depreciando deste modo em 9,17% equivalente em valores absolutos a STD 1.934,00. 8 Boletim Económico do Centro de Investigação e Análise de Politicas para o Desenvolvimento – 1ª Edição. economia como a São-tomense, fortemente dependente do mercado Europeu. Director: Adelino Castelo David De uma maneira geral, perspectiva-se que até finais de 2008, a inflação reduza de dois pontos percentuais em relação ao registado em 2007. Colaboradores: Célia Pereira Emílio Lima Dilson Tiny Jandira Aguiar Valdemiro Afonso No que concerne ao crescimento do produto para o ano de 2008, este devera situar-se no patamar do valor registado em 2007, contando com a maior contribuição dos sectores financeiros e de construção. Secretariado: Zeceleide Nazaré 9