ENGENHARIA DE SEGURANÇA o comportamento do corpo humano "a passagem da corrente eléctrica Novas orientacões em estudo na Comissão Electrotécnica Internacional (C. E. I.) ~ L. M. VILELA PINTO Engenheiro Electrotécnico tu P.) resumo abstract Faz-se uma breve resenha dos conhecimentos recentes e indicam-se as novas orientações em estudo na Comissão Electrotécnica Internacional (C. E. 1.)Comité de Estudos 64, relativas aos efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano. This paper deals with new orientations on study in I. E. C. - TC N.O 64 -·ElectricaJ Installations on Buildings, concerning the eftects 01 current through the hurnan body. 1 Introdução O conhecimento, tão preciso e completo quanto possível, dos efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano é um dos factores principais para a definição da qualidade da segurança oferecida pelas instalacões eléctricas. _, Por esta razão, após a publicação da Recomendação n." 479 da Comissão Electrotécnica Internacional CC.E. I.- Comité de Estudos n.? 64) ocorrida em 1974, prosseguiram os estudos médicos com vista a um melhor conhecimento dos efeitos patofisiol6gicos da corrente eléctrica sobre o corpo humano. Como resultado desses estudos ao mais alto nível científico foi já possível chegar a algumas conclusões, sendo estas recentemente apresentadas pelo citado 454 ELECTRICIDADE. organismo internacional em forma de Projecto de Revisão da Recomendação n.? 479 (1974). Uma vez que há diferenças de análise e aproximação aos problemas, interessa passar em revista esses novos elementos. :É o que se pretende efectuar, de forma sucinta, neste trabalho. 2- Os efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano O Projecto de Revisão referido e em estudo é apresentado em partes, tendo especial interesse, no que respeita a instalações de utilização de energia eléctrica em Baixa Tensão, a parte 1 - «Efeitos da corrente alternada de frequência compreendida entre 15 e 100 Hz» [1], parte 4 - «Efeitos da corrente contí- ENERGIA. ELECTRÓNICA - N," 193 - Novembro 1983 r] li parte b-dlllpldftnC'Ín eléctrica do ~ I po h lim ,lili.) \\ l "i Iti). 1:. da II .spc ilicidnde de 'lc1n tema 1,.. unr-sc-ã , 1 II~ Ju me 1\ h:' cadn parte, UI r \ cntnn lo-se os tópicos c mpurnndo-s o resultado ugoru propo IL)~ COIll S nnterí nnentc vâliclos, 11\1,) _.1 - Et it ~ da corre nte alternada de [rcquên ia compr tendida C17II'l 15 II Z 1(}()II = inter ssc cm [1111,;1'(11' li zona limltada infcriormeute pela curva limite de efeitos pntofisiológlcos não perigosos dcíinida autcrionucnlc (1- 10 f 10/t). resultando para IlOVOS zonas de efeitos [IS propostas na figura 2. A cuda uma das zonas numeradas COI responde um conjunto de efeitos, li saber: - t;; ... I ..,U II Idos nprcsen f ado sobre o tema em q 1I1,;StI tão pro nt 111 'nl incluídos na Rccorn sndução . E. 1. n." 47 I 74) cuja r senha foi apresentada cru trabnlho ja publi ado I b I. partir da lata r ferida c. c nuo foi já dito, foram realiz id s numero ...os .studos com abundante recolha d dados en lo h [c passivei um melhor conhecimento d omp rt mente do orpo humano, cm especial no qu resj ite a impedância l ao fcnóme no da fibrilação \ ntri ular. Emb 1"0 seja de ..alicntar não ter sido registado nenhum acident mortal com parâmetros físicos situados nas zonas consideradas actur Ime nte corno de seguran a, tem todo o interesse o conhecimento de nov os dados, uma vez que estes permitem um melhor ajustamento das curv as de segurança à realidade, com a consequ nte melhoria substancial do binómio «seguran a intríns ca» /il1\ e..t intento das instalações eléct ri- cas. partir de estudos de Biegelmeier Lce [41, em especial realizados na fai ra das frequências industriais (50/60 Hz) foi possível definir dois limiares de fibrilação ventricular, em função do tempo de exposi ão à corrente eléctrica: - - - I: f Iahitualmcnte alguma reacção até ao limiur de }K'J'C\;PÇrio; Zona 2: H abi I 1I<t1 mcn te algum efeito fisiológico perigoso aré ao limiar de contracção muscular (« non-Iâchcn / « le t-go»): Zona 3: Habitualmente algum dano orgânico. No cn ran to. com o aumento U~I intensidade de corrente e do tempo de exposição, podem prod llZ ir-51,; pert li rbaçõe reversíveis na formação e ZOIlU lO • ....---. ..-~• II) 1 10 1 1 Duraç50 do choque eléctr~co 5 I ig. I - Relação entre li intensidade de corrente mínima de Iibrila fio e a duração do choque eléctrico para tempos compr endidos entre 3 s e 60 s l4 J a intensidade de corrente necessária à fibrilação é elevada para um tempo de passagem curto, isto é, inferior a um terço do ciclo cardíaco; a intensidade de corrente neces ária à fibrilação é bastante menor para um tempo de passagem longo, isto é, superior a vários ciclos cardíacos. A situação referida pode ser apreciada no gráfico apresentado na figura 1. Testes termos, o limiar de fibrilação ventricular. para durações de choques inferiores a 0.1 S é de alguns amperes e apenas ocorre durante o período vulneráv el do electrocardiograma (E. C. C.) eL correspondendo este a cerca de 10 00 a 20 °ó do ciclo cardíaco. Os limiares para durações de choques entre 10 e 100 ms situam-se sobre uma recta entre 400 e 500 mA. Para durações superiores aIs, os limiares baixam sensivelmente para valores da ordem dos 40 a 50 mA. Assim, atendendo aos dados agora conhecidos, há ELECTRICIDADE. ENERGIA. ELECTRÓNICA - N.O 193 - I rmA) fig. 2 - Zonas de efeitos fisiológicos. Recomendação Projecto de Revisão da CEI 479 (1974) A~ partes restantes referem s C a: Parte 2-«Efeitos da corrente alternada de frequência superior a 100 Hz», a Parte 3 - « E feitos da corrente alternada com componente contínua, compreendendo as correntes alternadas com controlo de ângulo de fase c comando sincrono por trens de alternância» e a Parte 5 - «Efeitos da corrente de impulsos». (2) Período vulnerável é o que corresponde a uma situação tal do coração cm que as fibras deste estão num estado não homogéneo de excitação (1. parte da onda T do E. C. G .). (I) Novembro 1983 455 propagação de impulsos no coração (fibrilação ventricular e paragens cardíacas temporárias incluídas) e ainda contracções musculares e dificuldades respiratórias (acima dos limiares de «non-lâcher») C); - Zona 4: Fibrilação ventricular possível. Além dos efeitos característicos da zona anterior poderão ainda ocorrer efeitos patofisiológicos, tais como, paragem cardíaca, respiratória, queimaduras graves (estas mais vulgares com o aumento da intensidade de corrente e o tempo de exposição) (4). Em relação às anteriores zonas de efeitos verifica-se que as zonas 1 e 2 são mantidas no essencial, limitando-se a última ao ponto 500mA/20 ms. A zona 3 é substancialmente alterada (zona actual de operação das curvas de segurança Uc(t)) com a introdução dos novos limiares de fibrilação em função dos tempos de exposição (curva c da figura 2). As zonas designadas por 4 e 5 passem agora a ser englobadas nurna só zona - a zona 4 -limitada inferiormente pela curva anterior. a trajecto da corrente eléctrica tem importância fundamental nos efeitos de um acidente por acção desta [6, 7]. Tal situação, não tratada especialmente na anterior Recomendação, pode ser facilmente averiguada pela análise da equaçao de risco eléctrico onde: W1 - energia em joule, U - tensão em volt, I - intensidade em ampere, R - resistência (impedância) do corpo humano em ohm e t - tempo de exposição em segundos. Esta equação pode escrever ..se localmente nos tecidos afectados com a forma w == f: R I' dt , ! Os diversos valores propostos para o factor de corrente de coração F no projecto de revisão são apresentados no Quadro I. QUADRO I Factores de corrente de coração F em função dos trajectos TRAJECTOS Mão esquerda - FACTOR . .. mão direita Mão direita - pé esquerdo ou dois pés . ... ... 0,4 ou pé direito ... 0,8 ... ... ... 1,3 . .. 1,5 Peito - mão direita .. . Peito - mão ... .. . esquerda ... ... ... F A utilização do coeficiente referido permite com toda a facilidade «reduzir» todos os trajectos ao trajecto-base através do cálculo de uma «corrente equivalente» a uma dada probabilidade de fibrilação obtida para o trajecto-base. Como exemplo, verifica-se que uma corrente real de 200 mA é equivalente, em termos de risco de fibri- Este limiar depende de diversos factores entre os quais a superfície de contacto, forma e dimensões dos eléctrodos e características momentâneas do acidentado. São aceites \ alores de 10 e 16 mA, respectivamente para mulheres e homens [5]. (4) Os limiares de queimaduras são muito difíceis de determinar. Para exposições de alguns segundos, uma densidade de corrente de 10 mA/mm2 pode provocar queimaduras ligeiras. Para valores da ordem dos 70 mA/mm2 podem ocorrer verdadeiras carbonizações (segundo Biegelmeier). (5) Em baixa tensão existe ainda um parâmetro determinante: é a quantidade de electricidade Q = I X t a nível do coração. Esta grandeza condiciona os fenómenos de fibrilação ventricular. (6) De acordo com as nox as orientações são definidos dois tipos de acidentes: a electrização e a electrocussão. O primeiro corresponde a uma situação de qualquer origem e consequências; o segundo corresponde a uma situação com morte por contacto eléctrico acidental. (3) a risco eléctrico é, assim, condicionado, por um lado, pela energia W (impossível de medir e responsável pelas lesões localizadas) e, por outro, pela energia WI (mensurável e responsável pela acção global da fonte de energia (W1 = fUI dt) (5). Uma análise mais completa do assunto [7] poderia fazer-nos concluir que, dos trajectos possíveis da corrente eléctrica através do corpo humano em caso de acidente (6), os que incluem a zona do coração são os que provocam efeitos mais agravados, em virtude da energia dissipada ao nível desse órgão. A consideracão desta situacão não foi feita cIara~ ~ mente no documento de 1974. A revisão em estudo propõe a consideração dos efeitos para trajectos dife- 456 rentes de um trajecto-base (mão esquerda-pés) através da utilização de um coeficiente de correcção, o factor de corrente de coração, designado por F. Este coeficiente permite estimar os valores reais das intensidades de corrente (Ir) para trajectos diferentes do trajecto-base que representam o mesmo risco de fibrilação ventricular (Is), pela utilização da expressao ELECTRICIDADE. ENERGIA. ELECTRÓNICA _ N:" 193 - Novembro 1983 1.\\ (Ira] cro real muo iiI .itu-pé ), ri umn corrente I' 1{'O 111 \ p irn \. trnjc 'to mao e querela-pés. 11..\ ).., icidentes em l irrcn: ' l. inííuun ~HO muito menos Ire jucnt is, mb 1"1 num 'I' de apli .. IÇOU) seja consid '1.1\ el. ] uma mau 'ir ..l geral, O~ ocidcnrcs mortnis pclu a .10 de te (i 1'0 LI' orrentc só i prod uzcm cm c )0li muit dr CU\ 01' a v 'i . A razão de tal facto deve-se a ~llll. ll1 con nre conunua l mcno difícil «largnr» fi 1118....,.. 111}lInh 1\ eis (limiar de ontracção muscular D1Ui td \ ad c. J LH' i , o limiar til: Iibrilnçâo vcnu i ular torna- e muis elevado do que t'111 corrente alternada. me m para t mp ti ' exposição supe ri o res a i lo cardí ..l . \ principais ii rcrenças ent rc o cfci tos devem-se 80 Ia to d qu as e cita s introduzidas nas células do tecid ..itrave sad s pela orrente léctri a em a de acident s~ÍL Icrtern 11 k de pendeu tes das vu riao d inren idade, A análise tXP rimental dos dados actualmente disp nn i [_] permite d Iinir Ulll factor de equivalênia ntre ef itos da orrente contínua (C. C.) c alternada ( . . - f atol' k - calculado a partir da e pre ão s guinte: Nu que rcspeirn ti fibrilação ventricular, experiências feitas cm animais c dados recolhidos LI partir de uc idcnrcs não são ,lindu suliclcntcs 11(11'{1 a definição de valores concretos. No entanto, o projecto de revisuo em estudo aponta que, para durações de clectrizução superiores ao ciclo cardíaco, os limiares são scnsivclmcn Ic ma iores do q ue os registados para corrente ulrernada. Pura durações inferiores. os limiarcs são iguais ou até inferiores <lOS registados para correu Ic [II remada. Por analogia situação apresentada para corrente ti lte rnudn e (I presentada cm scgu ida a proposta da '. E. I. relativa ao assunto (fig. 3) com inclusão das ZOJWS de elei tos para corren tes longitudi nais ascendentes c descendentes. Assim temos: ,I - õ - t k J c. \. flhrlla -III 1 \ Ü ti r - Zona 1: Habitualmente alguma reacção; Zona 2: Habitualmente algum efeito patofisiológico pe rigoso: Zona 3: Habitualmente algum dano orgânico. Podem aparecer perturbações reversíveis na formação e propagação de impulsos no coração aumentando com a intensidade de corrente e o tempo de expo ição: Zona 4: Fibrilação ventricular possível. Outros efeitos patofi iol6gicos podem ocorrer tais como queimaduras grax e , aumentando com a intensidude de corrente e o tempo de exposição, além dos efeitos típicos da zona anterior (zona 3). "hClll) .-- , T para uma dada probabilidade de aparecimento de fibrila ão ventricular e). Para os valores normalmente aceites para as intensidades de corrente que provocam Fibrilação e Ic. ~. Hhrilaçliu = 80 mA, valor eficaz) resulta que k === 3,75. Este resultado reafirma, com aproximação, anteriores dados apresentados sobre o assunto (Ic. c. = = I c. \. X log t pa ra 1O 000 > t > 1O ms). Em corrente contínua os trajectos da corrente e seu sentido tem importância fundamental. Assim, consoante o trajecto, são definidas intensidades de corrente longitudinais (no sentido mão-pés, por exemplo), transversais (no sentido mão-mão): as correntes longitudinais podem ser ascendentes (representando os pés o polo positivo) e descendentes (representando os pés o polo negativo). A definição de limiares em corrente contínua não é possível de forma tão concreta como em corrente alternada. Pode, no entanto, aceitar-se corno limiar de percepção o valor médio de 2 mA (sensação contínua) e como limiar de contracção muscular o valor médio de 300 mA (8). (I . . 1ibrila\ão = 300 ELECTRICIDADE. (m , I 1 l- ELECTRÓNICA - N:" 193 - , I' I -- • . I·i I I - : I I (lJ __l , I I 01 ENERGIA. -+~ I mi I - f--.,- 1 ~\' \_~\. • I I ~ " II ' , 1--1 • i I % a Ir ~ !--I· i I \ -r-I ~, I I 1 i \ '\ \., -r~- r, : I~,I~~\\~, -t- I- I -I mI ' __J_--- I i t· ' : , I ' i - I ti ,! s. ' r,, ' ~, . ~" " I[ C1A) Zonas de efeitos para corrente contínua. Projecto de rcx i ão da Recomendação CEI 4 79 ~1974). (Traço cheio: correntes longitudinai a cendentes: traço-traço: correntes longitudinais descendentes Fig. 3 - (1) A probabilidade de aparecirnentc de fibrilação ventricular varia cm função do tempo de exposição Este esta relacionado com a intensidade de corrente por uma expressão do tipo (2, t = K2 (Estudos de Dalzicl e Lee citados em [7], com K variável com a espécie e o peso. (8) Abaixo deste valor não é possível estabelecer um limiar com precisão. apenas se verificando efeitos de contracção muscular e calor nos instantes de ligação ou interrupção de corrente (valo máximo de di/dO. Novembro 1983 457 As curvas apresentadas são válidas para pessoas adultas. As correntes transversais de intensidade inferior a 300 mA com tempos de exposição de vários minutos podem provocar outros efeitos não referidos ainda, tais como, arritmias cardíacas reversíveis, marcas eléctricas, queimaduras, vertigens e, por vezes, inconsciência. Acima de 300 mA a contracção muscular toma-se intensa e a inconsciência produz-se com fre" . quencia. 2.3 - A impedância eléctrica do corpo humano A electrização exige desde logo a presença de três factores circunstanciais fundamentais: a existência de contactos com materiais condutores de electricidade, a existência de uma malha de defeito (que possibilite o estabelecimento de uma corrente) e a existência de uma diferença de potencial. Para uma dada diferença de potencial, a determinação da intensidade de corrente que percorrerá a malha de defeito será função, entre outros factores, das características do electrizado, isto é, do seu comportamento em termos de impedância. Como se sabe [8], a impedância do corpo humano não é linear, dependendo de inúmeros factores, nomeadamente, do trajecto da corrente, da tensão de contacto, do tempo de exposição, da frequência da corrente, do estado de humidade da pele, da superfície de contacto e pressão exercida pelos eléctrodos e da temperatura. A análise do problema toma-se, pois, muito complexa. De acordo com o projecto de revisão em estudo, ciaI das tensões de contacto e do estado de humidade da pele. Nestes termos, não faz muito sentido a indicação de valores fixos de impedância. A revisão da publicação citada aponta para valores em termos probabilísticos, ou seja em termos de probabilidade acumulada, isto é, com uma dada probabilidade de não serem ultrapassados (9). Os valores propostos são apresentados no Quadro II. QUADRO II Impedância total do corpo humano (adultos vivos, trajecto mão ou mãos - pés, superfícies de contacto entre 50 e 100 cm2 e para tensões no máximo iguais a 1000 V) Tensões de contacto Valores probabilísticos da impedância do corpo humano En] [V] 5% 50% 95 % 25 1750 3250 6100 50 1450 2800 5100 220 1000 1800 3000 1000 700 1050 1500 650 750 850 Valor assimptótico ... . .. Os valores agora apresentados diferem substancialmente dos considerados anteriormente, não só na metodologia de estudo e recolha de dados, mas também em valor absoluto. 3 Conclusões -+ a impedância global do corpo humano (Zg) em regime permanente é decomposta em duas componentes: a -+ impedância interna do corpo (Zt) e a impedância da -+ pele (Zp). A impedância global será a soma vectorial das duas componentes indicadas, ou seja: -+ -+ Zg == Zt + -+ Zp . A impedância interna pode ser considerada principalmente resistiva, dependendo essencialmente do trajecto da corrente. A impedância da pele pode ser considerada equivalente a um conjunto de resistência/capacidade em paralelo, dependendo da tensão de contacto, da frequência, do tempo de exposição, da superfície de contacto, do estado de humidade da pele e da temperatura ambiente. As experiências realizadas (em seres vivos e mortos) permitiram avaliar a dispersão estatística dos resultados em função das variáveis indicadas, em espe- 458 ELECTRICIDADE. A análise dos dados recentes permite inferir da evolução dos conhecimentos relativos ao comportamento do corpo humano à passagem da corrente eléctrica e consequentemente aquilatar quais as alterações previsíveis a proceder nas metodologias actualmente usadas para garantia da protecção de pessoas em instalações eléctricas. O nível atingido, resultando da Recomendação CEI 479 (1974), mostrou-se perfeitamente satisfatório tendo em atenção os dados experimentais recolhidos até ao presente. No sentido de uma melhoria, encontra-se presentemente em estudo nos Comités respectivos da C. E. I. um guia para a protecção contra choques eléctricos. Define-se a função F como função de distribuição acumulada de uma variável aleatória X por F(x) = P (X x). Para uma variável aleatória discreta, F(x) = L P(xj) com (9) < somatório para todo o j que verifique xJ ENERGIA. ELECTRÓNICA < x. - N," 193 - J Novembro 1983 I II II) Rc, I 1 11 ,I ,1" (}II~h ti" 11tH IIr \1111 , [) Rcvision tln otlgll rn, 11 (II',' P vision tln I Pul til u 1\\1\ 7/ cun lilf cts I po\ \illC "I bodv, l' II t I - lii]« 1\ 1'1 (dICllllf;lI~ .. mg« (lI 15 10 100 1/ .. I. I', ,Dlldl """,,111 111 til n': 151 • 7': 'Effu/' n( curicnt p q;nc bi dv, Part 4 - PI ft CI\ "I dlrcct I (II f 1 ublic iuon III II"m tu 1. I. ,Dr,lft \Ii Publication ~cbru.lI 47l): File 82, Agrad T' f o/ Fie C1( II l/h hum 'II bodv, P. n ( 6 fiz huuum 1'0 f\'," I. 1-, . Dr \ft) II 171 II urrcut passing h al ;111 Pi dane c Augu IX I 81. t \\7. R, 1..1-17: Thrcsliold 01 tCJ1IIlC,,/ar I', lO/HI, Ouruhro l!JHI. 1. ABJ\NI.:.S: IlIft;H t>IJ,'si%giqtlcS I'h"IIIJ11c: 11 ciéctrique; R, C 'r ti" couranr o, ro L, 1\1, VJL1'LA PINTe, M. A, S, COELHO: A ScguI auç II d" Pc \ soas t III I II H tlaçiic \ Eléctricas; Porto Editum, Lei·) 1980. A ele Dezern bro. Envie cheque ou vale postal de Rlla D. Estefânia, 48, ENERGIA. [l ct.s I' h vsiologiqu sur s ao corrente 3110 liquidadas até final 111e ELECTRICIDADE. l de l'ctcctrícité I'ell t • EDEL d cs R, G. 1', 10/81, Outubro 1!J8L J, '\1, VILl"LA j'JN M. A, S, e ,OELTIO: o CUJtlport tmento do ((II tro humano a passagem da corrente c / u r: (r; ca .. <<I .) cc IJÍ idn de» n. ti 15 J, /\1 a i() ]98 O. D, ]--(>1 I IOT: 1 cs accidcuts ti' origine élccu ique, Leur {li ,''(cuti, '11; M .IS~(I[') 19RZ, e qlle as C - tt tt t (' [ibrillation; ELECTRÓNICA - N," 193 - Novembro I 750. 00 !)ara ') o . Esq. - 1000 Lisboa ~) 1983 459