14.1 Trabalho de uma Força MECÂNICA - DINÂMICA Dinâmica de um Ponto Material: Trabalho e Energia Cap. 14 Prof Dr. Cláudio Curotto Adaptado por: Prof Dr. Ronaldo Medeiros-Junior 14.2 Princípio do Trabalho e Energia 14.2 Princípio do Trabalho e Energia O ponto material tem massa m e está submetido a um sistema de forças externas representado pela resultante: s2 U1− 2 = ∫ F cos θ ds Ft ds = mv dv FR = ∑ F s1 ∑F De acordo com a Figura: t A equação de movimento para o ponto material no referencial inercial tem componente na direção tangencial dado por: Integrando Aplicando a equação da cinemática e multiplicando ambos lados da equação pela massa m: Ft ds = mv dv 3 14.2 Princípio do Trabalho e Energia S1 v1 1− 2 = 1 1 mv2 2 − mv12 2 2 T1 + ∑ U1− 2 = T2 1 1 mv2 2 − mv12 2 2 A energia cinética inicial do ponto material mais o trabalho realizado por todas as forças agindo nele durante o deslocamento é igual à energia cinética final do ponto. O termo no primeiro membro é a soma dos trabalhos de todas as forças agindo no ponto material conforme ele se move do ponto 1 ao ponto 2. Obs.: O princípio do trabalho e energia não pode ser usado para determinar as forças normais à trajetória. Por que? 1 Os dois termos no segundo membro, que tem a forma T = mv 2 definem as 2 energias cinéticas final e inicial, respectivamente. Porque essas forças (normais) não realizam trabalho sobre o ponto material. Nesse caso, a equação Fn = man deve ser aplicada. ∑ Obs.: A energia cinética tem a mesma unidade do trabalho (J = Joules) T1 + ∑ U1− 2 = T2 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 4 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 14.2 Princípio do Trabalho e Energia Essa equação representa o princípio do trabalho e energia para o ponto material. = v2 ∑U TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 1− 2 S2 ∫ ∑ F cosθ ds = ∫ mv dv ds = ( m ) v dv ∑U = ∑ F cos θ ∑ F cos θ ds = mv dv Ft = mat ( m ) at 2 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica an = 5 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica v2 ρ 6 1 14.3 Princípio do Trabalho e Energia para um Sistema de Pontos Materiais 14.3 Princípio do Trabalho e Energia para um Sistema de Pontos Materiais O princípio do trabalho e energia pode ser ampliado para um sistema de n pontos materiais contido numa região do espaço. 1 mi v1i 2 + 2 O i-ésimo ponto material tem massa mi e está submetido a forças externas de resultante Fi e a forças internas que se devem aos outros pontos materiais do sistema, cuja resultante é representada por fi. ∫ ∑ Ft ds = S1 1 mi v1i 2 + 2 (∫ si 2 si1 1 ∑ 2 mv 1 1 mv2 2 − mv12 2 2 Fit ds + ∫ si 2 si1 i 1i ) 2 + 1 mi vi 2 2 2 f it ds = Fit ds + ∫ si 2 si1 (∑ ∫ si 2 si1 ) f it ds = Fit ds + ∑ ∫ ∑ T + ∑U 1 7 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica si 2 si1 1 mi vi 2 2 2 Equações semelhantes são obtidas quando aplicamos o princípio do trabalho e energia aos outros pontos materiais do sistema. Os resultados podem ser somados algebriacamente, de modo que: O princípio do trabalho e energia (direção tangencial) aplicado ao i-esimo ponto material é dado por: S2 (∫ 14.3 Princípio do Trabalho e Energia para um Sistema de Pontos Materiais si 2 si 1 1− 2 ) 1 f it ds = ∑ mi vi 2 2 2 = ∑ T2 8 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 14.3 Princípio do Trabalho e Energia para um Sistema de Pontos Materiais Trabalho do Atrito causado por Escorregamento (caso especial ): ∑ T + ∑U 1 1− 2 = ∑ T2 ∑ T + ∑U 1 Essa equação estabelece que a soma da energia cinética inicial com o trabalho realizado por todas as forças internas e externas agindo em todos os pontos do sistema é igual à energia cinética final do sistema. 1− 2 = ∑ T2 1 1 mv12 + Ps − µc Ns = mv2 2 2 2 Para v1 = v2 = v (constante): P = µc N E o calor gerado? TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 9 14.3 Princípio do Trabalho e Energia para um Sistema de Pontos Materiais 10 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 14.3 Princípio do Trabalho e Energia para um Sistema de Pontos Materiais Na verdade deve ser considerada a superfície de contato como flexível e: Em virtude das muitas deformações localizadas, o deslocamento real s’ de µc N não é o mesmo deslocamento s da força aplicada P. Na verdade, s’ será menor do que s (s’ < s), e, portanto, o trabalho externo realizado pela força de atrito resultante será µc Ns ' , e não µc Ns . Ps − ( µc Ns′ + µc N ( s − s ′) ) = 0 Simplificadamente usa-se: Ps − µc Ns = 0 Calor gerado Em resumo, pode-se usar a simplificação para resolução dos problemas que envolvem escorregamento; contudo, deve ser entendido que o trabalho da força de atrito resultante não é representado por µc Ns ; esse termo representa ambos os trabalhos, o externo, µc Ns ', e o interno, µc N (s − s′) . TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 11 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 12 2 Exemplo 14.2 - Solução Exemplo 14.2 Massa do automóvel: O automóvel de 3500 lb move-se para baixo numa estrada com 100 de inclinação, a uma velocidade de 20 pés/s. Se o 3500 m= = 108.70 slugs 32.2 motorista freia o carro, provocando um travamento das rodas, determine a distância s que o carro percorre durante o escorregamento. O coeficiente de atrito cinético entre as rodas e a pista é µ c =0.5. 13 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Exemplo 14.2 - Solução 14 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Exemplo 14.2 – Solução cinemática v Diagrama de corpo livre e dinâmico ∑ Fs = mas v a a 3500sen100 −1723.4 = 108.70a a = −10.264 pés/s2 Usando a equação da aceleração constante: 108.70 slugs ( ) 0 = ( 20) + 2 (−10.264) ( s − 0) v 2 = v02 + 2ac s − s0 2 s = 19.5 pés TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 15 Problema 13.11 - Solução por Energia 16 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Exemplo 14.2 - Solução Princípio do Trabalho e Energia: T1 + ∑U1−2 = T2 ∑U RESOLUÇÃO POR TRABALHO E ENERGIA 1−2 = U N +UW +U F A A Força normal N A não realiza trabalho pois é perpendicular ao movimento: U N = 0 A v a Equação de equilíbrio: ∑F n () = man = m 0 ; N A − 3500cos100 = 0 N A = 3446.8 lb Assim: FA = 0.5N A ∴ FA = 1723.4 lb TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 17 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 108.70 slugs 18 3 Exemplo 14.2 - Solução Exemplo 14.2 - Solução Trabalho do Peso: ( U1−2 = −W y2 − y1 ) ( UW = −3500 −ssen10 ∑U = U +U +U ∑U = 0 + 607.77s -1723.4s ∑U = −1115.63s T + ∑U = T v 1−2 a 0 ) FA v a 1−2 108.70 slugs 1 Trabalho da força de atrito: ( W 1−2 UW = 607.77s U1−2 = −FA s2 − s1 NA 1−2 2 108.70 slugs 2 1 108.70 20 −1115.63s = 0 2 s = 19.5 pés ( ) U F = −1723.4s A 19 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Problema 13.11 )( ) 20 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Problema 13.11 - Solução O bote de 800lb parte do repouso e escorrega pela calha inclinada Na piscina: entrando na piscina. Se a força de atrito na calha é FR = 30lb e na ∑ F = ma piscina, FRP = 80lb, determine a velocidade do bote quando s = 5 pés. 800 − FRP = a 32, 2 80 a=− 24, 845 FRP a = -3, 22 ∴ a = − 3, 22 pés/s 2 21 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Problema 13.11 - Solução 22 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Problema 13.11 - Solução Diagrama de corpo livre e cinemático 100 = 45 ° 100 α = tg − 1 Velocidade na piscina: Aceleração na calha: v22 = v12 + 2 as v2 = ∑ F = ma v12 + 2 ( − 3, 22 ) 5 P cos 45° − FR = ma FRP 800 800 cos 45° − 30 = a 32, 2 v a = 21, 561 pés/s 2 S a 45o α TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 23 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica N 800lb 24 4 Problema 13.11 - Solução Problema 13.11 - Solução a = 21, 561 pés/s 2 v = 78, 092 pés/s Velocidade no final da calha: Velocidade na piscina: v12 = v02 + 2 a ∆ x v22 = v12 + 2 as v12 = 0 2 + 2 ( 21, 561) 100 2 + 100 2 v2 = v1 = 6098, 4 v1 = 78, 092 v12 + 2 ( − 3, 22 ) 5 v2 = 78, 092 2 + 2 ( − 3, 2200 ) 5 v2 = 6066, 2 FRP S v2 = 77, 9 pés/s TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 25 Problema 13.11 - Solução por Energia 26 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica Problema 13.11 - Solução por Energia Diagrama de corpo livre e cinemático RESOLUÇÃO POR TRABALHO E ENERGIA v a 24.845 slugs α TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 27 Problema 13.11 – Solução por Energia N 800 lb TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 28 Problema 13.11 – Solução por Energia Princípio do Trabalho e Energia: Energia Cinética ao entrar na piscina (E C 1 ) : T1 + ∑ U1−2 = T2 ∑U 1− 2 T1 + ∑ U 1− 2 = T2 = U N + U P + U FR Força normal N não realiza trabalho pois é perpendicular ao movimento: U N = 0 0 + 80000 − 4242.6 = E C 1 E C 1 = 75757 Btu Trabalho do Peso: U1−2 = − P ( y2 − y1 ) U P = −800 ( −100 ) ∴U P = 80000 Btu Trabalho da força de atrito: U1−2 = − FA ( s2 − s1 ) U FR = −30 1002 + 1002 ∴U FR = −4242.6 Btu TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 29 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 30 5 Problema 13.11 – Solução por Energia Problema 13.11 – Solução por Energia Na piscina: T1 + ∑U 1−2 = T2 Energia cinética após percorrer 5 pés na piscina (EC 2 ) : 75757 + ∑U 1−2 = T2 75757.4 + ∑U 1−2 = T2 Trabalho do Peso: nulo pois é perpendicular ao movimento EC 2 = 75757 − 400 Trabalho da força de atrito: ( ) = −80 ( 5) ∴U EC 2 = 75357 Btu U 1−2 = −FA s2 − s1 UF R FR = −400 Btu TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 31 TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 32 Problema 13.11 – Solução por Energia Velocidade Final (v2 ) : EC 2 = v2 = v2 = 1 mv 2 2 2EC 2 m ( ) 2 75357 24.845 v2 = 77.9 pés/s TC027 - Mecânica Geral III - Dinâmica 33 6