Leis de Newton “Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.” Sir Isaac Newton Leis de Newton Força A ideia de empurrar ou puxar um corpo para colocá-lo em movimento está relacionada ao conceito intuitivo de força. F Leis de Newton –F Força Também podemos associar força à ideia de provocar deformação. Força é uma grandeza vetorial, logo possui: Módulo Direção Sentido F Leis de Newton Força Num sistema em que atuam várias forças, chamamos de força resultante a soma vetorial de todas as forças do sistema. F1 F2 F2 F1 F3 F4 F3 FR F4 Aristóteles versus Galileu Para Aristóteles força gera velocidade, ou seja, um corpo só poderia estar em movimento enquanto houvesse uma força atuando sobre ele. Aristóteles versus Galileu Aristóteles versus Galileu Galileu, contestou Aristóteles e chegou a conclusão de que se um corpo estiver em repouso, é necessária a ação de uma força sobre ele para colocá-lo em movimento. Uma vez iniciado o movimento, cessando a ação das forças que atuam sobre o corpo, ele continuará a se mover indefinidamente, em linha reta, com velocidade constante (M.R.U.). É o que chamamos de inércia. Leis de Newton As três leis fundamentais do movimento, hoje conhecidas como leis de Newton, foram publicadas em 1687 na obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. Isaac Newton (1643-1727) Principia Leis de Newton Princípio da inércia (primeira lei de Newton) Leis de Newton Princípio da inércia (primeira lei de Newton) FR = 0 ⇔ v = constante ⇒ v = 0 (repouso) v ≠ 0 (MRU) Equilíbrio estático Equilíbrio dinâmico Resumindo Para alterar o vetor velocidade de um corpo, tanto seu módulo (acelerar ou frear) como sua direção (fazer curva), é necessária a ação de uma força resultante não nula (FR ≠ 0). Se a força resultante sobre uma partícula é nula, ela permanece em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, por inércia. Inércia é a tendência dos corpos em conservar sua velocidade vetorial. Se a força resultante sobre uma partícula é nula, ela permanece em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, por inércia. Leis de Newton Princípio da inércia (primeira lei de Newton) Leis de Newton Um corpo livre de uma força externa resultante é incapaz de variar sua própria velocidade vetorial. Leis de Newton Princípio da inércia (primeira lei de Newton) Princípio da inércia (primeira lei de Newton) Princípio da inércia (primeira lei de Newton) Princípio fundamental da dinâmica (segunda lei de Newton) A aceleração de um corpo é proporcional à força resultante que atua sobre ele. 𝐹𝑅 = 𝑚 ∙ 𝑎 m/s2 (metro por segundo ao quadrado) N (newton) kg (quilograma) Princípio fundamental da dinâmica (segunda lei de Newton) Para um dado corpo, em qualquer instante, a força resultante e a aceleração sempre têm mesma direção e mesmo sentido. F1 F2 F2 F1 F3 FR F4 F3 a F4 Princípio fundamental da dinâmica (segunda lei de Newton) Um newton (1 N) é a intensidade da força que, aplicada em uma partícula de massa igual a 1 quilograma (1 kg), produz na sua direção e no seu sentido uma aceleração de módulo 1 metro por segundo, por segundo. Princípio fundamental da dinâmica (segunda lei de Newton) Constante a a’ FR = m · a FR FR M Constante FR = m · a FR a m a’ FR a Constante FR = m · a FR m m a m FR M Exemplo 1 Um ponto material de massa igual a 2 kg parte do repouso sob a ação de uma força constante de intensidade 6 N, que atua durante 10 s, após os quais deixa de existir. Determine: a) A aceleração nos 10 s iniciais; b) A velocidade ao fim de 10 s. Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) A toda força de ação corresponde uma força de reação de mesma intensidade e mesma direção, mas de sentido oposto. –F F A B As forças de ação e de reação sempre atuam em dois corpos distintos, por isso elas NUNCA SE ANULAM. Forças são produtos de interação entre dois corpos, seja interação de contato ou à distância. Só existe força quando há interação. Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) –F F Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) −𝐹 𝐹 Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) −𝐹 𝐹 Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) 𝐹 −𝐹 Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) −𝐹 𝐹 Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) F –F Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton) –F1 –F2 F1 F2 As principais forças da dinâmica Peso ( P ) A força peso é a atração gravitacional que age entre corpos que possuem massa. Por exemplo, a força com que a Terra atrai os objetos. 𝑃 Direção: vertical Sentido: para baixo (o planeta atrai o corpo.) −𝑃 Módulo: P = m ⋅ g A reação à força peso P é a força –P com que o corpo atrai o planeta. Massa ≠ Peso A massa de um corpo é uma grandeza escalar, definida por 𝑚= 𝐹 , em que F é o módulo da força que atua no corpo e a é o 𝑎 valor da aceleração que F produz nele. A unidade massa no SI é quilograma (kg). a F m a/3 F 3m Observe que se aumentarmos a massa do corpo, diminuímos sua aceleração, ou seja, fica mais difícil de alterar o vetor velocidade do corpo. Então, concluímos, que a massa é a medida da inércia do corpo. Massa ≠ Peso O peso de um corpo 𝑃 é uma grandeza vetorial. Assim, o peso tem direção (vertical do lugar) e sentido (para baixo). Unidade no SI: newton. O peso de um corpo é a força de atração gravitacional exercida sobre ele. A massa de um corpo é uma característica sua, sendo constante em qualquer ponto do Universo. No entanto, o mesmo não ocorre com o peso, que é função do local, já que depende de 𝑔. Na Lua, por exemplo, uma mesma pessoa pesa cerca de 1/6 do que pesa na Terra, pois a intensidade da aceleração da gravidade na superfície lunar é cerva de 1,63 m/s², que corresponde a 1/6 de 9,8. 2ª lei de Newton e a queda dos corpos Corpos abandonados num mesmo local e na mesma altura em relação ao solo demoram o mesmo intervalo de tempo para chegar ao solo, não importando as suas massas. Será que devemos puxar os dois blocos com forças de mesma intensidade para que venham a adquirir a mesma aceleração de 10 m/s²? O corpo B por te maior massa (inércia maior), requer uma força mais intensa para ter a aceleração de A. 𝐹𝐴 = 𝑚𝐴𝑎 = 1 ∙ 10 ∴ 𝐹𝐴 = 10𝑁 𝐹𝐵 = 𝑚𝐵𝑎 = 5 ∙ 10 ∴ 𝐹𝐵 = 50𝑁 Suponhamos, agora, que os blocos A e B sejam abandonados nas proximidades da Terra e que suas quedas sejam livres. Admitindo g = 10 m/s², os pesos de A e de B valem, respectivamente, 10 N e 50 N (P = mg), sendo esses pesos as forças resultantes durante a queda. Suponhamos, agora, que os blocos A e B sejam abandonados nas proximidades da Terra e que suas quedas sejam livres. Admitindo g = 10 m/s², os pesos de A e de B valem, respectivamente, 10 N e 50 N (P = mg), sendo esses pesos as forças resultantes durante a queda. As principais forças da dinâmica Força de reação normal de apoio (N ) A força de reação normal do apoio é a força de contato entre um corpo e a superfície de apoio. Direção: perpendicular às superfícies em contato. Sentido: orientada para o interior do corpo onde atua. Módulo: depende da situação e das outras forças que atuam no corpo. As principais forças da dinâmica As principais forças da dinâmica Força de reação normal de apoio (N ) Outras situações: As principais forças da dinâmica Força de tração do fio ( T ). A força de tração do fio é a força de interação entre um corpo preso a um fio esticado. Direção: sempre na direção do fio. Sentido: sempre no sentido de puxar o corpo ao qual está preso. T Módulo: depende da situação e das outras forças que atuam no corpo. –T –T Par ação-reação Par ação-reação T As principais forças da dinâmica Força elástica A força elástica é a força exercida por um corpo deformado, ou seja, por um corpo comprimido ou Mola livre esticado. x Fel Direção: coincidente com a direção da deformação. Sentido: tem sentido oposto x Mola comprimida ao da deformação. Módulo: Fel = k · x (lei de Hooke) Constante elástica da mola (N/m) Mola esticada Fel Exemplo 2 Na figura abaixo, temos uma maçã sobre uma mesa. a) Represente todas as forças que agem sobre a maçã. b) Onde estão aplicadas as correspondentes reações? Exemplo 3 Determine a força que o homem deve exercer no fio para manter em equilíbrio estático o corpo suspenso de 120 N. Os fios são considerados inextensíveis e de massas desprezíveis; entre os fios e as polias não há atrito. As polias são ideais. Exemplo 4 Um homem de 70 kg está no interior de um elevador que desce acelerado à razão de 2 m/s². Adote g = 10 m/s² e considere o homem apoiado sobre uma balança calibrada em newtons. Determine a intensidade a indicação da balança. Exemplo 5 No arranjo experimental da figura, os corpos A e B têm massas iguais a 10 kg. O plano inclinado é perfeitamente liso. O fio é inextensível e passa sem atrito pela polia ideal. Determine: a) A aceleração do sistema de corpos; b) A tração no fio (dado: sen 30º = 0,5). Força de atrito A força de atrito é a força que surge quando uma superfície movimenta-se, ou tenta de movimentar, em relação a outra. Ela surge em virtude das irregularidades existentes entre as superfícies em contato. Tentaremos deslocar o bloco para a direita aplicando-lhe uma força F horizontal. Força de atrito Enquanto o bloco permanece em repouso: FR = 0 N Portanto: N = P (na vertical) e Fat = F (na horizontal). Se aumentarmos a força F e o bloco permanecer em repouso, então a força de atrito Fat também aumentará. F Fat P Força de atrito A força de atrito atingirá seu valor máximo Fat(máx) quando o bloco estiver na iminência de se movimentar. A força de atrito que surge enquanto as superfícies não se movimentam, uma em relação à outra, recebe o nome de força de atrito estático. Força de atrito Note que a força de atrito estático tem valor variável, que depende do valor da força F, chamada força solicitadora. 0 ≤ Fat(e) ≤ e · N e é o coeficiente de atrito estático Fat(máx) = e · N Força de atrito A partir do instante em que o bloco começa a se movimentar, a força de atrito diminui ligeiramente e torna-se constante, independentemente do valor da força solicitadora. A força de atrito é agora denominada força de atrito cinético ou força de atrito dinâmico. Fat(c) = c·N C é o coeficiente de atrito cinético. Força de atrito Fat Fat(máx) Fat(C) Exemplo 6 Os corpos A e B da figura têm massas respectivamente iguais a mA = 1 kg e mB = 2 kg. O plano de apoio é perfeitamente liso e o fio é inextensível e de peso desprezível. Não há atrito entre o fio e a polia, considerada ideal. Adote g = 10 m/s². Entre A e o apoio existe atrito de coeficiente μ = 0,5. Determine a aceleração do conjunto e a tração do fio.