Mudanças Climáticas

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Disciplina - Ciências -
Mudanças Climáticas
Ciências
Enviado por: [email protected]
Postado em:11/06/2014
Peixes amenizam mudanças climáticas Por Elizabeth Harball e ClimateWire (Scientific American
Brasil) Predador marinho permite economia de bilhões de dólares ao reter gases de efeito estufa no
oceano. Da próxima vez que você for jantar peixe, considere que sua refeição provavelmente te
mais valor financeiro como dispositivo de captura e armazenagem de carbono. Ao atribuir valores
em dinheiro ao carbono armazenado em ecossistemas oceânicos, dois relatórios científicos recentes
estão tentando fazer países reconsiderar o verdadeiro valor de suas atividades de pesca. O
primeiro deles, uma nova avaliação apoiada pela Comissão Oceânica Global, estima de maneira
aproximada que peixes e outras formas de vida aquática em alto mar absorvem dióxido de carbono
suficiente para poupar entre US$74 e US$222 bilhões em danos climáticos anuais. Um segundo
estudo publicado recentemente descobriu que, todos os anos, peixes das profundezas do mar no
litoral do Reino Unido e da Irlanda capturam e armazenam uma quantidade de emissões de gás
carbõnico com valor estimado entre €8 e €14 milhões no mercado europeu de carbono, ou cerca de
US$20 milhões. Cientistas responsáveis pelos dois relatórios alertaram que atividades de pesca e
mineração põem em risco a capacidade oceânica de fornecer um recurso massivo e totalmente
natural para armazenar carbono. “Peixes são muitoimportantes para o ciclo global de carbono, mas
eles são muito negligenciados”, declara Clive Trueman, da University of Southampton, principal
autor do estudo sobre peixes das profundezas. “Eu realmente acho que para usar nossos oceanos
de maneira razoável, precisamos observar todos os serviços que eles fornecem e então identificar
os que mais contribuem para o bem-estar humano, e tentar encorajá-los”, adiciona Rashid Sumaila,
professor e diretor da unidade de pesquisa econômica de pescarias da University of British
Columbia, coautor do relatório da Comissão Oceânica Global. Sequestro nas salgadas
profundezas O primeiro estudo, conduzido pela University of Southampton no Reino Unido e no
Instituto Marinho da Irlanda, traz pistas sobre como – e em que profundidade – peixes das
profundezas contribuem para a capacidade oceânica de sequestro de carbono. O fitoplâncton,
constituído de minúsculos organismos que compõem a base da cadeia alimentar do ecosistema
oceânico, absorve bilhões de toneladas de dióxido de carbono todos os anos. Mas Trueman explica
que, como o fitoplâncton vive perto da superfície oceânica, grande parte dos gases de efeito estufa
retorna para a atmosfera se eles não forem consumidos por outros organismos marinhos. Todas as
noites,populações imensas de peixes vão até a superfície para se alimentar de fitoplâncton,
retornando para as profundezas mais frias do oceano durante o dia. Mas essas espécies não se
aventuram fundo o bastante para manter o carbono nas profundezas oceânicas por longos períodos.
É aí que entram espécies de peixes assustadores e difíceis de estudar que vivem milhares de
metros abaixo do nível do mar. Ao analisar amostras musculares de peixes das profundezas
coletadas na encosta continental Reino Unido-Irlanda, Trueman e seus coautores descobriram
evidências de que eles nadam até a superfície e consomem as espécies devoradoras de
fitoplâncton que estão em migração com mais frequência do que se pensava. “Esses peixes
predadores estão basicamente capturando animais em migração e armazenando esse carbono ao
matá-los e mantê-los nas profundezas”, explica Trueman. “É só após o carbono fixado pelo
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fitoplâncton chegar a 100 ou 200 metros de profundidade que ele fica retido e impedido de retornar
à atmosfera”. Com base em pesquisas anteriores de populações de peixes das profundezas, os
pesquisadores estimaram que esses peixes capturam e armazenam um milhão de toneladas
métricas de dióxido de carbono das águas superficiais da Irlanda e do Reino Unido todos os anos.
“Nós realmente não sabemos muito sobre eles, e mesmo assim eles fazem algo muito útil para nós”,
apontou Trueman. Serviços valem mais que peixes? O relatório da Comissão Oceânica Global
calcula que organismos oceânicos que vivem em alto mar – águas fora das zonas econômicas de
nações específicas –absorvem 1,5 bilhão de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera
todos os anos. Sumaila e seus coautores usaram as estimativas para o custo social do carbono
realizadas pelo Grupo de Trabalho Interagências do Governo Federal dos Estados Unidos para
chegar ao valor médio de US$148 bilhões. Com esse número, o relatório alega que pode fazer
sentido proibir completamente a pesca em águas internacionais. O valor total de peixes capturados
em alto mar todos os anos chega a US$16 bilhões. O alto mar compõe cerca de 60% dos oceanos
do planeta. Mesmo assim, o relatório afirma que essas vastas águas são adminsitradas por uma
complexa e ineficaz rede de órgãos internacionais. Cardumes de peixes em águas internacionais
são superexplorados e provavelmente prejudicam pescarias litorâneas, adiciona o documento.
Como resultado, nações que participaram da Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável
Rio+20, em 2012,encarregaram as Nações Unidas de desenvolver um melhor plano de
administração para o alto mar. O relatório da Comissão Oceânica Global, que será formalmente
lançado no fim do mês, deve influenciar esse processo. Sumaila aponta que o valor de US$148
bilhões é apenas uma aproximação, e que a estimativa vai de US$74 a US$222 bilhões, uma
diferença bastante vasta. “Nossas estimativas de captura e armazenamento de carbono em alto
mar são preliminares e estão necessariamente sujeitas a um grande nível de incerteza”, informa o
relatório, principalmente porque os mecanismos por trás da transferência de carbono no oceano
ainda não são completamente compreendidos. Mas Sumaila adiciona: “a incerteza é grande, mas
as consequências também podem ser muito grandes”. Republicado de Climatewire com permissão
de Environment & Energy Publishing, LLC. www.eenews.net, 202-628-6500 Esta notícia foi
acessada em 11/06/2014 no site www2.uol.com.br. Todas as informações nela contida são de
responsabilidade do autor.
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