Português Karol Guedes Aplicação: 13/08/2015 01) Leia

Propaganda
Avaliação Contínua Diária – Mosyle (1º EMI)
Português
Karol Guedes
Aplicação: 13/08/2015
01) Leia:
Por que estudar Gramática?
Estou certa de que todos nós, falantes da Língua Portuguesa, em algum momento de nossas
vidas nos deparamos com esta pergunta. Contudo, a resposta não é tão simples quanto sua
recorrência em nossas mentes.
A gramática da língua é aprendida de forma natural, assim como andar, através de
experiências e tentativas; sem que para isso seja necessário um tempo especial dedicado a
essa aprendizagem, simplesmente, acontece.
O estudo da gramática na escola vai ampliar esses conhecimentos que a criança já possui.
Vocês já devem ter percebido que a língua escrita possui prestígio maior do que a língua
falada, isso porque a língua escrita sempre foi associada à gramática normativa (aquela que
dita as normas, as regras). Separar a língua falada da língua escrita contribui para que a fala
seja vista como uma instituição sem gramática, por isso, a língua escrita é considerada
referencial de uso correto da língua; resultando a supervalorização da escrita e desvalorização
da fala.
Nas escolas, a língua é ensinada em caráter escrito da variedade padrão, portanto, não
corresponde ao que ela é exatamente. A impressão que se tem é que a língua ensinada não é a
língua que realmente falamos. O resultado é um choque causado pela diferença ente o
português usado no convívio familiar, na língua cotidiana, espontânea e a língua aprendida na
escola.
Isso acontece, porque a língua ensinada na escola é a língua-padrão ou o português padrão, a
língua trazida pelo aluno faz parte de uma outra variedade (tipo), que normalmente traz
preconceitos porque ela é muito diferente do ideal de português padrão.
É preciso que o aluno saiba que determinadas variedades podem lhe conferir uma boa
imagem, ao passo que a utilização de outras, pode lhe causar uma imagem negativa.
Possenti, professor de Linguística da Unicamp, destaca que a função da escola é ensinar
português padrão ou fornecer condições para esse aprendizado.
A língua que se aprende na escola é a que recebe maior prestígio social. No entanto, é
relativamente pequeno o número de pessoas que dominam a língua-padrão, porque muitas
pessoas sequer chegaram a ter acesso à escola e muitas outras saíram dela sem dominar a
língua-padrão.
Infelizmente, as mudanças ocorridas quase sempre implicam em preconceito por parte dos
falantes, porque tais mudanças não seguem o padrão da língua. Um exemplo clássico pode ser
retirado da observação dos falares nordestinos. A fala do nordestino é sempre encarada como
engraçada, errada, feia etc.
Assim, a função da escola ao ensinar gramática ou português padrão é dar condições para que
o aluno aprenda a linguagem de prestígio da sociedade e reconheça as outras variedades da
língua, sem carregar preconceitos. Não cabe ao professor lhe ensinar uma língua, até porque a
criança já sabe, ele vai apenas criar possibilidades para desenvolver, aprimorar, enriquecer e
praticar a língua em diversas situações de uso.
Fonte: www.allealvesblog.wordpress.com
De acordo com a leitura do texto acima e conhecimentos sobre o ensino-aprendizagem de
língua portuguesa, podemos considerar que estudar gramática
a) nos serve para compreendermos a língua, que é um organismo vivo em constante
transformação, através da situacionalidade.
b) nos permite conhecer mundos distintos da própria língua, nos possibilitando, inclusive,
prestigiar a modalidade escrita, em sua norma-padrão, desconsiderando, dessa forma, as
variações possíveis dessa mesma língua.
c) nos serve para percebermos o quanto a própria gramática nos é estranha e inútil, uma vez
que aprendemos a nos comunicar sem precisarmos dedicar tempo e esforço para isso.
d) amplia nosso horizonte acerca das concepções de língua que temos, nos causando sensação
de não pertencimento à nossa cultura, por percebermos uma não identificação com os
próprios usos de nossa língua.
e) nos garante compreendermos todos os aspectos linguísticos e extralinguísticos da língua
portuguesa, o que nos demonstra uma sensação de pertencimento absoluto da língua pela
gramática. Por analogia, a gramática está para o patrão de uma empresa assim como a língua
está para o funcionário que o serve.
02) Leia:
A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão
de escrita e de fala baseado em diversos critérios, tais como: exemplo de bons escritores,
lógica, tradição, bom senso.
Em se tratando de Gramática, tem-se como matéria-prima um sistema de normas, o qual dá
estrutura à língua. Tais normas definem a língua padrão, também chamada língua culta ou
norma culta. Assim, para falar e escrever corretamente, é preciso estudar a Gramática.
Por ser um organismo vivo, a língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta num
distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não justifica,
porém, o descaso com a Gramática. Imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual deve ser
conhecida e aplicada por todos.
Quem desconhece a norma culta acaba tendo acesso limitado às obras literárias, artigos de
jornal, discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio cultural
acumulado durante séculos pela humanidade.
Fonte: www.soportugues.com.br
Sabemos da existência dos níveis de descrição gramatical, que nos possibilita, em cada um
deles, compreendermos a língua por uma ótica específica: pelas lentes da fonética, da
morfologia, da sintaxe e, sem dúvida, as lentes tão usadas da semântica. Esse estudo
gramatical
a) demonstra que entender o nível de descrição gramatical semântico é secundário, uma vez
que a sintaxe e a morfologia dão conta do estudo gramatical por completo, já que os
significados e sentidos gerenciados pelos componentes de uma língua são possibilitados de
modo espontâneo ou quase inexistentes em uma língua.
b) nos possibilita compreendermos que, além da gramática normativa (que se ocupa da
descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é
certo ou errado, ao enfatiza o uso oral da língua e suas variações), existe a possibilidade de
fazermos uso, também, da gramática descritiva (que busca a padronização da língua,
estabelecendo as normas do falar e escrever corretamente, e que costuma ser utilizada em
sala de aula e em livros didáticos).
c) nos permite compreender que não existe apenas uma gramática (a gramática tradicional, ou
normativa), mas gramáticas várias, como a interna, que nos garante entender bem o
funcionamento linguístico e comunicativo, a partir de um dispositivo linguístico possuído por
todos, independentemente do nível de escolaridade do usuário da língua.
d) prestigia uns e marginaliza outros usuários da língua, por mostrar-se cada vez mais distante
do real da língua, que é constantemente atravessada por novas significações e transformações.
e) considera que o nível de descrição gramatical fonético nos possibilita compreender a língua
como uma trilha sonora de um filme de suspense: imprevisível, assustador e cada vez mais
complicado de ser compreendido, uma vez que as representações fonéticas da língua se
distanciam de nossa fala, não considerando, portanto, as intervenções do meio social, regional
ou estilístico dos falantes.
03) Leia:
ALICE NO PAÍS DO PLEBISCITO
Há uma passagem muito conhecida de Alice no País das Maravilhas, na qual a pequena heroína
de Lewis Carroll dialoga com um gato. Ela não quer mais continuar onde está e pergunta ao
animal: "Como posso sair daqui?" O gato responde: "Depende". A menina indaga: "Depende
de quê?" E o gato esclarece: "Depende de para onde você quer ir." O diálogo prossegue. A
garota diz que quer sair de onde está, mas não tem nenhuma preferência quanto ao lugar para
onde vai. Então o bicho lhe retruca: "Se você não sabe para onde quer ir, então é indiferente o
caminho que venha a seguir." O episódio tem fascinado os leitores de Lewis Carroll desde o
século passado. Como toda criação importante da fantasia literária, ele comporta diversas
interpretações e não se deixa esgotar por nenhuma delas. Todos nos identificamos com Alice,
na medida em que já vivemos situações nas quais estávamos em lugares de que desejávamos
sair, fosse para onde fosse. E todos reconhecemos a sabedoria do gato, que nos lembra que o
sentido do nosso movimento é aquele que nós mesmos lhe imprimimos. Sem garantias
antecipadas de sucesso. A advertência do gato vale para a experiência de cada um e vale,
também, para a história política, que somos chamados a fazer coletivamente. Na vida privada,
cada um faz suas escolhas, tenta decidir seu futuro: opta por um trabalho, por um casamento,
por uma determinada estruturação da família, por uma determinada organização da existência
quotidiana (com seus prazeres e suas responsabilidades). Na história política, procuramos nos
articular com o nosso grupo, assumimos nossos compromissos, discutimos, fazemos
propostas, optamos por um programa de transformações que consideramos exeqüíveis e
convenientes à nossa sociedade. Em ambos os casos, implícita ou explicitamente, estamos
decidindo para onde pretendemos ir. Quando têm consciência, efetivamente, das escolhas que
estão fazendo quanto à direção que decidem seguir (e sabem dos riscos que tais escolhas
sempre comportam), é normal que as pessoas fiquem tensas, é compreensível que elas
tenham momentos de hesitação e angústia. Convém recordarmos, entretanto, que a
hesitação, tanto na vida particular como na história política, tem sua legitimidade. E às vezes
as pessoas ou correntes que não vacilam nunca são apenas aquelas que jamais param para
pensar na gravidade da advertência do gato de Lewis Carroll: simplesmente fecham os olhos
diante dos perigos. Algumas embarcam no ônibus da utopia, sem examinar o itinerário que ele
vai percorrer; outras enveredam por qualquer caminho (só para sair de onde estão); e há as
que acabam se resignando a ficar onde já se encontram, aguardando passivamente uma
salvação mágica.
(Leandro Konder in “O Globo”, 20/03/1993)
“A sabedoria do gato consiste em”
a) mostrar a importância do homem diante da vida.
b) saber que nós é que decidimos nosso destino sem garantias de sucesso.
c) advertir o homem para a necessidade de suas escolhas, fechando os olhos para o perigo.
d) apontar a necessidade da resignação do homem diante de suas ameaças.
e) mostrar as semelhanças entre todas as criaturas do Universo.
Download