III CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA FORENSE II JORNADA LATIONOAMERICANA DE GENÉTICA FORENSE 10 a 13 de maio de 2011 • PUCRS • Porto Alegre • RS • Brasil Análise molecular com Y-STRs em amostras biológicas sem espermatozoides coletadas de vítimas de estupro De Paula, KAA1,2 e Pereira, RW2. Polícia Civil do Distrito Federal, Instituto de Pesquisa de DNA Forense, Brasília, DF, 70610-200. 2Universidade Católica de Brasília, Departamento de Ciências Genômicas e Biotecnologia, Brasília, DF, 71.966-700. 1 *E-mail: [email protected] Palavras-chave: Y-STR, DNA Forense, estupro, espermatozoide, mistura de DNA A identificação de espermatozoides em amostras coletadas de vítimas de estupro confirma a ocorrência do ato sexual, enquanto a sua ausência normalmente encerra a investigação biológica, deixando uma lacuna quanto à determinação da autoria do delito e até mesmo quanto à tipificação do crime. Em crimes sexuais, no entanto, existe a possibilidade de que o material vaginal coletado não contenha espermatozoides do agressor, mas apresente células de origem masculina, presentes no líquido seminal. Nesses casos, não há a possibilidade de separar o material genético de origem masculina através da técnica de extração diferencial e a identificação da autoria pela análise do DNA fica prejudicada, pois na amplificação para STRs autossômicos em amostras com mistura de DNA com proporções iguais ou superiores a 50:1, o perfil genético do doador minoritário normalmente não é visualizado. Técnicas moleculares usando Y-STRs representam uma poderosa ferramenta para a identificação de perfis masculinos nesses casos. Buscando avaliar a amplificação efetiva de Y-STRs em amostras com mistura de DNA masculino e feminino, visando relacionar os resultados obtidos com o histórico de cada caso e definir uma estratégia de ação em casos semelhantes no futuro, seiscentas ocorrências de estupro com resultado negativo para a pesquisa de espermatozoides foram analisadas. Foram selecionados 150 casos em que o histórico apontava para a ocorrência de estupro com possível penetração e/ou ejaculação, cuja amostra vaginal tivesse sido coletada até 4 dias após o fato delituoso. Em 43% dos casos selecionados foi detectada a presença de DNA de origem masculina, sendo que em 83% das amostras a proporção de DNA feminino em relação à quantidade de DNA masculino foi superior a 100:1. As amostras com presença de DNA de origem masculina foram amplificadas para 16 Y-STRs, sendo obtidos quatro tipos de perfis, definidos de acordo com o número de locos Y-STRs com produto de amplificação, variando de haplótipo insuficiente (até 5 locos Y-STRs) ao haplótipo completo. A detecção do antígeno prostático específico (PSA) foi realizada nas amostras selecionadas e os resultados obtidos são conflitantes com os resultados da quantificação de DNA masculino em 28,6% das amostras. Os resultados obtidos corroboram exercícios realizados anteriormente e mudaram a rotina do Instituto de Pesquisa de DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal, quanto à definição pela análise genética de amostras coletadas de vítimas de estupro, na ausência de espermatozoides. Orgão financiador: Polícia Civil do Distrito Federal, PCDF 49