MARCO CONCEITUAL E OPERACIONAL DA HEMOVILÂNCIA NO BRASIL Dolly Milena Cammarota Gerência de Monitoramento do Risco Outubro 2014 Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Hemovigilância Um conjunto de procedimentos de vigilância que abrange toda a cadeia da transfusão com o objetivo de obter e disponibilizar informações sobre eventos adversos ao uso terapêutico do sangue e seus componentes e prevenir seu aparecimento ou recorrência. IHN, 2007 Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Linha do tempo da hemovigilância no Brasil 2000 2006 2002 2009 2008 2011 2010 2000: Discussões para a implantação 2002: Hospitais da Rede Sentinela 2006: Sistema Web, o Notivisa, em dezembro 2008: Primeira análise do banco de dados 2009: Realização de oficinas macrorregionais para estimular a notificação 2010: Obrigatoriedade para a notificação 2011: Criação da Comissão de Hemovigilância (assessoria) 2014: Proposta do Marco Conceitual e Operacional da Hemovigilância Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos 2014 Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos TAXAS DE SUBNOTIFICAÇÃO Transfusões realizadas, reações transfusionais esperadas, reações notificadas e percentual de subnotificações estimado para as regiões administrativas. Brasil 2007 e 2013. Regiões Administrativas Reações Esperadas** Reações Notificadas Percentual estimado de Subnotificações 2007 2013 2007 2013 2007 2013 Centro-Oeste 1.544 827 9 337 99,5 59,2 Nordeste 2.547 1.664 337 1.324 87,0 20,5 496 440 57 256 88,5 41,8 Sudeste 4.867 4.307 988 4.467 80,0 -3,7 Sul 2.553 2.209 394 1.748 84,5 20,9 Brasil 12.007 9.446 1.785 8.132 85,0 13,9 Norte Fonte: Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. **Utilizou-se 3 RT/1000 transfusões, baseado na ocorrência média em países como a França (3/1.000 transfusões) Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Gráfico 1: Frequência de notificações de reações transfusionais, segundo o ano de notificação e o ano de ocorrência. Brasil, 2002 a 2013. 12.000 10.000 9.834 8.572 8.202 8.000 8.132 6.857 6.534 Ano de notificação 6.000 Ano de ocorrência 4.928 4.000 4.597 3828 3516 2613 2.000 1189 3 0 0 160 2002 665 2003 4 871 2004 441.433 2005 1.791 2.477 231 386 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Gráfico 2: Frequencia de serviços de saúde que notificam reações transfusionais, segundo o ano de notificação. Brasil, 2002 a 2013 800 709 700 600 562 500 400 364 300 230 200 160 100 107 80 36 15 0 2002 2003 44 36 2004 2005 37 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos 2013 Hemovigilância Objetivos Identificar riscos Melhorar a qualidade de processos e produtos. Aumentar paciente. a segurança do doador e Articular os diferentes atores envolvidos. Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos do Escopo da hemovigilância Doação Processamento Retrovigilância Transfusão Sistema Nacional de Hemovigilância Estrutura Federal Gemor/GGMON/Anvisa Estadual/Municipal Interlocutores de Visa Comissão de HV CGSH Vigilância epidemiológica Arcabouço legal: Portaria MS 1660/2009 Serviços de hemoterapia & estabelecimentos de saúde Sistema de Hemovigilância Indústria Comitês transfusionais Portaria MS 2.712/2013 RDC Anvisa 34/2014 Sistema de Notificação via web 5/13 Marco Conceitual e Operacional da Hemovigilância Capítulo I: Hemovigilância do doador Capitulo II: Eventos adversos do ciclo do sangue Capítulo III: Hemovigilância do receptor Capítulo IV: Retrovigilância Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Capítulo I:Hemovigilância do doador • Classificação das reações quanto ao tempo de ocorrência (imediatas e tardias). • Classificação das reações quanto à gravidade (Leve, moderada, grave e óbito) • Classificação das reações quanto à correlação com a doação (confirmada, provável, possível, improvável, descartada e inconclusiva) • Classificação das reações quanto ao tipo de doação (Sangue total, aférese, CPH – SP e CPH-MO) • Definição de casos para a reação à doação Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Capítulo I:Hemovigilância do doador Doação de sangue total 1. Reações Locais Extravasamento sanguíneo Hematoma Punção arterial Sangramento pósdoação Dor Irritação do nervo Lesão do nervo Lesão do tendão Braço doloroso Outros com sintoma local Tromboflebite Alergia 2. Reações sistêmicas Reação vaso-vagal Hipovolemia Fadiga Doação por aférese Doação de CPH* 1. As mesmas da doação 1. CPH-SP de sangue total Relacionadas à mobilização 2. Exclusivas deste celular pelo G-CSF procedimento • Relacionadas ao acesso venoso Toxicidade do citrato • Periférico: as mesmas da (anticoagulante) doação de sangue total Alergia sistêmica Central: Embolia gasosa Reação sistêmica 3. Relacionadas à mobilização (vaso-vagal, celular do doador hipovolemia, fadiga) Sinais e sintomas do G-CSF Infecção Sinas e sintomas do uso do Trombose corticoesteróide Embolia 4. Relacionadas ao Pneumotórax hemossedimentante Hemotórax (hidroxietilamido, para a coleta e Outras hemorragias granulócitos) Outras reações Relacionadas a coleta por aférese (vide doação por aférese) 2. CPH-MO Procedimentos anestésicos Procedimento cirúrgico Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Capítulo II: Eventos adversos do ciclo do sangue Incidentes: São os eventos descobertos durante ou após a transfusão ou a doação que levem ou não a reações à doação ou à transfusão. Quase-erro: É desvio de um procedimento padrão ou de uma política, descoberto antes do início da doação ou transfusão. Reação à doação ou à transfusão: São danos, em graus variados, que ocorrem nos sujeitos dessas ações. Podem ou não resultar de um incidente do ciclo do sangue ISBT 2011 Eventos adversos do ciclo do sangue EVENTOS ADVERSOS Reação Adversa Incidente Quase- Erro ISBT 2011 Capítulo III: Hemovigilância do receptor • Classificação das reações quanto ao tempo de aparecimento do quadro clínico (imediatas e tardias). • Classificação das reações quanto à gravidade (Leve, moderada, grave e óbito) • Classificação das reações quanto à correlação com a transfusão (confirmada, provável, possível, improvável, descartada e inconclusiva) • Classificação das reações quanto ao tipo de transfusão (autóloga e alogênica) • Definição de casos para o tipo de reação à transfusão Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Capítulo III: Hemovigilância do Receptor Reação febril não hemolítica – RFNH Reação alérgica – ALG (Retirada da Reação anafilática) Reação por contaminação bacteriana – CB Transmissão de doença infecciosa – DT Reação hemolítica aguda imunológica – RHAI Lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão – TRALI Reação hemolítica aguda não imune – RHANI Reação hipotensiva relacionada à transfusão- HIPOT Sobrecarga circulatória associada à transfusão – SC/TACO Dispneia associada à transfusão – DAT Doença do enxerto-contra-o-hospedeiro pós-transfusional –DECH(GVHD) Reação hemolítica tardia– RHT Aloimunização/Aparecimento de anticorpos irregulares – ALO/PAI Púrpura pós-transfusional – PPT Dor aguda relacionada à transfusão – DA Hemossiderose com comprometimento de órgãos – HEMOS Distúrbios metabólicos- DM Outra reação transfusional imediata Outra reação transfusional tardia Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Hemovigilância do Receptor Reação por contaminação bacteriana – CB Definição de caso: Presença do microrganismo no hemocomponente transfundido ou em outro hemocomponente proveniente da mesma doação (cocomponente) E Presença do mesmo microrganismo no sangue do receptor, ainda que sem sintomatologia clínica. E/OU Presença de febre (temperatura ≥38 oC) com um aumento de pelo menos 2 oC em relação ao valor pré-transfusional durante ou em até 24 horas após a transfusão, sem evidência de infecção prévia. É comum apresentar alguns dos seguintes sinais e sintomas: Tremores, Calafrios, Hipotensão arterial, Taquicardia, Dispneia, Náusea, vômitos, Choque. Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Orientações para o registro, a comunicação e a notificação dos eventos adversos Ações O que Registrar Todos eventos Comunicar os EA Graves: Notificar Incidente com Reação adversa Incidentes, e quaseerros repetitivos, inusitados e para os quais já tenham sido Todos realizadas medidas preventivo-corretivas. A quem Registros internos À autoridade Sistema sanitária competente Nacional e ao serviço produtor VISA Quando Quando detectado Imediatamente Como Incidente sem Reação adversa Quase-erro Repetitivos, Todos Sistema de de VISA No prazo da notificação da RT Definido Fax, telefone, meio No ato da internamente – eletrônico. notificação da modelo Reação proposto Transfusional Inusitados e para os quais já tenham sido realizadas medidas preventivocorretivas. Nacional Sistema Nacional de VISA Até 60 dias Até 60 dias Em ficha específica do sistema informatizado do SNVS Em ficha específica do sistema informatizado do SNVS Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Capítulo IV: Retrovigilância Retrovigilância: Parte da hemovigilância que trata da investigação retrospectiva relacionada à rastreabilidade das bolsas de doações anteriores de um doador que apresentou viragem de um marcador/soroconversão ou relacionada a um receptor de sangue que veio a apresentar marcador positivo para uma doença transmissível. Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos RETROVIGILÂNCIA Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Síntese da articulação entre os serviços de hemoterapia, o serviço de saúde, a VISA e a VE Serviço de hemoterapia Viragem laboratorial de doador de repetição Doador convocado para 2ª amostra, não encontrado. Serviço de saúde que transfundiu Receptor não encontrado Doador encontrado, mas não comparece. Notificar à Vigilância epidemiológica de referência Monitorar as investigações e notificações no sistema do SNVS Vigilância sanitária local PRÓXIMOS PASSOS Guia para a hemovigilância no Brasil Instrução normativa à RDC nº 34 (Artigo 146) Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos • Implantar as mudanças propostas no Marco conceitual e operacional para a ampliação do escopo da hemovigilância. • Manter e aprofundar as parcerias entre os entes envolvidos. Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos Obrigada! Obrigada! [email protected] Telefones: (61) 3462-6769; (61) 3462 -5463 Fax: (61) 3462-6769 Telefones: (61) 3462-6769; (61) 3462 -5463 [email protected]