ENCAPSULAÇÃO DA VACINA-DNA PCDNA3.1/metaciclina III EM LIPOSSOMOS NEUTROS E SUA UTILIZAÇÃO COMO VACINA CONTRA A INFECÇÃO POR Trypanosoma cruzi. Mariana Serpeloni; Frederico Henning; Mateus Lucas Falco; Sérgio de Paula Moura; Maria Helena Bueno da Costa; Sueli Fumie Yamada-Ogatta; Lucy Megumi Yamauchi. O protozoário Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de Chagas, que foi descoberta há quase um século. Muitos esforços têm sido empregados no estudo dessa enfermidade e apesar do avanço das pesquisas, o único fármaco disponível para o seu tratamento continua sendo o benzonidazol, que foi desenvolvido há décadas. Essa substância tem se mostrado eficaz somente na fase aguda da doença e, além disso, apresenta sérios efeitos colaterais. Nesse sentido, a busca de muitos pesquisadores tem sido focada para o desenvolvimento de uma vacina ou novos fármacos eficazes e menos tóxicos contra essa enfermidade. A vacina DNA tem sido amplamente utilizada em muitos estudos de diferentes patógenos. Diferente das vacinas tradicionais, onde o antígeno é inoculado diretamente nos animais experimentais, a vacina de DNA baseia-se na introdução de um plasmídeo (vetor), contendo o gene, capaz de expressar o antígeno no hospedeiro. A inoculação da vacina DNA no hospedeiro pode ocorrer como DNA nu ou encapsulado em lipossomos. Estudos recentes têm demonstrado que a encapsulação em microesferas e lipossomos é um importante passo para a diminuição da quantidade de DNA a ser inoculado. Os resultados mostraram que há possibilidade de diminuição de até dez vezes da quantidade de DNA necessária para alcançar a mesma resposta imunológica, quando comparados. Neste trabalho estudamos o encapsulamento da vacina de DNA contendo o gene que codifica para metaciclina III, um gene diferencialmente expresso por formas tripomastigotas metacíclicas de Trypanosoma cruzi (pcDNA3.1-metIII), em lipossomos neutros. Essa composição será utilizada na imunização de camundongos BALB/c que serão posteriormente desafiados com T. cruzi. Visto que muitos estudos de encapsulamento de vacinas-DNA utilizam lipídios catiônicos tóxicos na formulação dos lipossomos, optamos então por formulá-los apenas utilizando uma solução contendo fosfatidilcolina e colesterol na concentração final de 1 mM seguindo a proporção 85:15 m/m, para obtenção de lipossomos neutros. Como controle positivo de encapsulamento utilizamos o lipídio catiônico DODAB (dimethyldioctadecyl-ammonium bromide) onde foi preparada uma solução lipídica de fosfatidilcolina, colesterol e DODAB, na concentração final de 1mM na proporção de 80:10:5 m/m respectivamente. O encapsulamento foi observado em eletroforese em gel de agarose 1% onde adicionou-se lipossomo/vacina-DNA à solução contendo: sacarose (40%), EDTA (0,1M) e azul de bromofenol (0,05%). Quando da adição de SDS (0,05%), possibilitou a visualização de um rastro de DNA que, devido à ação do detergente, culminou na liberação do conteúdo encapsulado. A eficácia em lipossomos neutros foi baixa (20%) quando comparados à encapsulação em lipossomos catiônicos (60%), porém a concentração é suficiente para o teste de imunização que está sendo realizado. Os camundongos BALB/c foram divididos em dois grupos de 10 animais, que receberam duas imunizações, via intramuscular, com intervalo de 10 dias: grupo A, 1 µg de vacina-DNA encapsulada em lipossomos neutros, grupo B, 100 µg de vacina-DNA nua. O soro de 5 animais de cada grupo serão coletados para ensaios de ELISA com a finalidade de observar a resposta humoral. Desses mesmos animais serão retirados os órgãos linfóides para observação de resposta celular através de proliferação de linfócitos. Os outros cinco animais de cada grupo serão infectados após 10 dias da segunda imunização com 5x104 formas tripomastigotas metacíclicas de T. cruzi Dm28c e será então realizada a contagem de parasitas circulantes por mililitro de sangue dos animais durante 30 dias. Apoio: PROPPG-UEL. Palavras-chave: Vacina DNA; Trypanosoma cruzi; Metaciclina