PIBIC-UFU, CNPq & FAPEMIG Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA AS RELAÇÕES CONCLUSIVAS EM ARTIGOS DE OPINIÃO Walter Guarnier de Lima Junior1 Universidade Federal de Uberlândia, Av. João Naves de Ávila, 2121 – Campus Sta. Mônica. [email protected] Elisete Maria de Carvalho Mesquita2 [email protected] Resumo: Iniciamos nossa pesquisa buscando responder a seguinte pergunta: como as relações conclusivas são estabelecidas nos artigos de opinião? Considerando tal questão, esta pesquisa objetivou analisar os recursos empregados pelos produtores desse gênero textual, quando o interesse era instituir relações conclusivas. Objetivamos, ainda, analisar quantitativa e, principalmente, qualitativamente os elementos conclusivos que apareceram com maior ou menor frequência no corpus. Para essa análise, selecionamos cinquenta e quatro artigos de opinião publicados nos principais jornais on-line do Brasil, entre os meses de agosto e dezembro de 2008. Ao investigar o gênero artigo de opinião um aspecto relevante chamou-nos a atenção, notamos que um número significativo de representantes desse gênero não apresenta em sua estrutura conclusiva os elementos que, segundo as gramáticas normativo-pedagógicas, são considerados marcadores de conclusão. O levantamento dos aspectos linguístico-textuais dos artigos de opinião analisados constituiu fator relevante, na medida em que contribuiu para o estabelecimento das características do gênero artigo de opinião. Para a realização da análise proposta, a pesquisa apoiou-se em autores que se dedicam ao tratamento de questões ligadas ao universo dos gêneros textuais e dos artigos de opinião, dentre os quais mencionamos Bakhtin (1997), Beaugrande & Dressler (1997), Marcuschi (2007) e Melo (1994). Palavras-chave: artigo de opinião, relações conclusivas, aspectos textuais-discursivos. 1. INTRODUÇÃO Há alguns anos, os gêneros textuais vêm merecendo atenção especial por parte dos estudiosos, o que resultou, de modo prático, na publicação de diversos trabalhos de pesquisa, cujo tratamento privilegia os gêneros textuais sob um ou outro ângulo. No caso deste estudo, em específico, embora se reconheça o valor dessas pesquisas, nos interessam mais de perto os aspectos relacionados à caracterização de um gênero textual em particular: o artigo de opinião. O fato por termos optado por esse gênero e não por outro qualquer se justifica por acreditarmos que é nele que as relações conclusivas podem se realizar de forma mais intensa, além de apresenta características formais e funcionais que nos chamam a atenção. A grande maioria das gramáticas3, cuja orientação é a Tradição Gramatical, aborda a conclusão na parte destinada ao tratamento do período composto por coordenação. Esses manuais afirmam que o grupo dos marcadores conclusivos é composto pelos seguintes elementos: logo, portanto, por isso, por conseguinte, consequentemente, então, assim e pois (depois do verbo). Mesmo assumindo uma atitude de respeito ao trabalho apresentado pela nossa Tradição Gramatical, não podemos deixar de dizer que o tratamento oferecido ao fenômeno da conclusiva é restritivo e raso. Para um tratamento mais real das relações conclusivas, é preciso levar em conta que os 1 Aluno bolsista. Projeto nº. H-014/2009 – PIBIC/CNPq/UFU. Acadêmico do curso de Licenciatura em Letras Português. 2 Professora orientadora. Doutora em Linguística e Língua Portuguesa e professora da Universidade Federal de Uberlândia (ILEEL - UFU). 3 Conferir o ítem 5. usuários da língua não se prendem a fórmulas para se expressarem verbalmente, aliás, donos de sua língua que são, é natural que num momento ou noutro, recorram a expedientes, talvez, menos esperados para a constituição do processo conclusivo. Partindo da hipótese de que num artigo de opinião, gênero essencialmente expositivoargumentativo, conforme classificação de Dolz e Schneuwly (2004), diferentes estratégias conclusivas são usadas com a intenção de arrematar a discussão estabelecida pelo autor, buscamos responder a seguinte questão: como são estabelecidas as relações conclusivas nos artigos de opinião? Para o estudo deste fenômeno linguístico, o das relações conclusivas, nossa pesquisa se apoiou na análise quantitativa, somada, quando necessário, à análise qualitativa das ocorrências. Com o cruzamento desses dois tipos de análises, chegamos a alguns comentários relevantes a respeito das relações já referidas. Nosso corpus constou de 54 artigos de opinião, sendo estes retirados dos principais jornais on-line do Brasil, o que significa que lidamos com textos produzidos por diferentes articulistas, que representam regiões com características linguísticas também diferentes. Acreditamos que o levantamento dos aspectos linguísticos-formais dos gêneros constitui tarefa relevante, na medida em que esses aspectos contribuem para o estabelecimento de características responsáveis pela aproximação e/ou distanciamento dos inúmeros gêneros textuais existentes em uma sociedade. Nesse sentido, podemos dizer que o estudo das relações conclusivas em artigos de opinião pode contribuir significativamente para as discussões sobre os gêneros textuais como um todo e, de modo particular, sobre o artigo de opinião. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. A Linguística Textual Para entendermos o que hoje é a Linguística Textual convém apresentarmos breves informações sobre seu processo evolutivo. É consenso entre muitos pesquisadores, dentre os quais citamos Koch e Fávero (2005) que o desenvolvimento dessa corrente tenha iniciado na Europa, aproximadamente em 1960, quando ganhou projeção. Neste período, ainda era bastante comum encontrar estudiosos presos tanto à gramática estrutural quanto à gramática gerativa. Somente após a conscientização da insuficiência das gramáticas de frase é que surgiram correntes teóricas do texto. Antes de chegarmos às teorias do texto, na década de 80, passamos por dois estágios, o da análise transfrástica e o das gramáticas textuais. Para as autoras (KOCH & FÁVERO, 2005, p. 13), a análise transfrástica consiste na “análise das regularidades que transcendem os limites do enunciado”. A gramática textual, por sua vez, não é um tipo específico de gramática, como a estrutural, a gerativo-transformacional ou a funcional (embora fragmentos de gramáticas textuais possam, em princípio, ser formulados em termos de qualquer um desses modelos). A gramática textual define-se em termos do tipo de objeto que se propõe descrever de maneira explícita – o “texto” ou “discurso” (KOCH & FÁVERO, 2005, p. 17-18). Nesse contexto, um fato merece ser destacado, que é a divergência de opinião em relação à terminologia Teoria do Texto, que assumiu inúmeras significações, entre elas, a de Linguística Textual, termo preferido atualmente, e que foi aplicado pela primeira vez por Weinrich, estudioso preocupado com a construção de uma macrossintaxe do discurso. A pequena discussão feita acima nos remete à seguinte questão: do que se ocupa a Linguística Textual? À luz de Koch (2005, p. 11), temos: “A Lingüística Textual toma, pois, como objeto particular de investigação não mais a palavra ou a frase isolada, mas o texto, considerando a unidade básica de manifestação da linguagem...”. Assim, podemos dizer que a Linguística Textual se esforça para descobrir o que faz do texto, um texto. 2 Na tentativa de responder a essa pergunta, Beaugrande e Dressler (1997) apresentam alguns elementos, que, segundo eles, seriam responsáveis pela textualidade: a coesão, a coerência, a informatividade, a situacionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade, e por fim, a aceitabilidade. Entre os elementos apresentados por Beaugrande e Dessler, o primeiro, a coesão textual, terá uma grande contribuição para o nosso estudo, principalmente a coesão sequencial. Tal tipo de coesão se estabelece através da utilização de conectores interfrásticos, ou seja, conjunções, advérbios e por outras palavras e/ou expressões que também exerçam a respectiva função ligadora. Em, Coesão e coerência textuais, Fávero (2006, p.35) abre a discussão da coesão por conexão com as seguintes palavras: “Num texto, tudo está relacionado; um enunciado está subordinado a outros na medida em que não só se compreende por si mesmo, mas ajuda na compreensão dos demais”. Como vemos, o texto, nada mais é que um emaranhado de enunciados que subordinados entre si tecem um sentido. 2.2. Os Gêneros Textuais e o Artigo de Opinião Da vasta bibliografia sobre os gêneros textuais, não há como desconsiderar o posicionamento de Bakhtin (1997) no que respeita à definição de gênero. Para esse autor, todas as esferas da atividade humana estão sempre relacionadas com a utilização da língua, a riqueza e a variedade dos gêneros. Por outro lado, a noção de gênero que temos hoje, segundo Marcuschi (2007), resulta de um longo processo de evolução: “[...] com Aristóteles os gêneros textuais se distribuíam em três categorias [...] depois passaram a dizer respeito a categorias literárias bastante sólidas [...] hoje a noção de gênero ampliou-se para toda a produção textual” (MARCUSCHI, 2007, p. 34) [grifo do autor]. Marcuschi também desvincula dos gêneros textuais o caráter de entidade natural, identificando-os como artefatos culturais construídos historicamente pelo ser humano. Muitos teóricos observam as particularidades dos gêneros textuais, apresentando, consequentemente, uma definição e uma classificação para eles. Devido ao ângulo de análise, o pesquisador acaba, na maioria das vezes, destacando em sua definição certo ponto, enquanto outros sequer são mencionados, o que, na verdade, evidencia a complexidade do assunto. Pelo pouco que foi dito até o momento, podemos afirmar que os gêneros já não necessitam de grande oratória para a defesa de seu status, por serem eles atividades sócio-interacionais, intrinsecamente associadas às necessidades humanas, já se encarregam de fazer justiça ao seu alto valor. Se considerarmos que qualquer manifestação linguística dá-se, necessariamente, por meio de um determinado gênero textual, entenderemos que todo e qualquer gênero tem o mesmo valor, não havendo, portanto, razões convincentes para a argumentação mais/menos favorável a esse ou àquele gênero. Essa pequena mostra teórica a respeito dos gêneros textuais é de extrema importância para se chegar ao artigo de opinião, material do nosso estudo. No que respeita ao artigo de opinião, os autores costumam inseri-lo no domínio jornalístico, sendo que tem por objetivo maior o convencimento do interlocutor, com base numa argumentação sustentada por dados consistentes. Rojo (2000) utiliza-se desse objetivo na estrutura de sua definição de artigo de opinião: O artigo de opinião é um gênero de discurso em que busca convencer o outro de uma determinada idéia, influenciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma determinada posição assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que prevê uma operação constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados consistentes, que possam convencer o interlocutor (ROJO, 2000, p. 226). Assim como Rojo, outros autores definem o gênero artigo de opinião. Melo (1994) é um deles, em sua concepção: “o artigo é o gênero que democratiza a opinião no jornalismo, tornando-o não um privilégio da instituição jornalística e dos profissionais, mas possibilitando o seu acesso às lideranças emergentes na sociedade” (MELO, 1994, p.127). 3 Com base no exposto, podemos dizer que a escolha dos artigos de opinião como material de estudo, justificase, principalmente, pelo seu aspecto tipológico, ou seja, o argumentar, que, como já mencionado, pode propiciar o uso mais acentuado das relações conclusivas. 2.3. Os Marcadores Conclusivos e as Gramáticas de Língua Portuguesa Antes de tratarmos do emprego das conclusivas em artigos de opinião, especificamente, levantaremos os marcadores que, tradicionalmente, são considerados os estabelecedores desse tipo de relação. Para isso, buscaremos, neste primeiro momento, identificar os marcadores conclusivos segundo a ótica das gramáticas selecionadas para este estudo. Tabela 1: Marcadores considerados conclusivos pelas gramáticas analisadas. Gramáticas analisadas BECHARA, E. (2006, p. 322) Marcadores conclusivos Pois [posposto ao verbo], logo, portanto, então, assim, por conseguinte, etc. CUNHA, C. F. da; CINTRA, Logo, pois, portanto, por conseguinte, por L. F. L. (2001, p. 581) isso, assim, etc. NEVES, M. H. M. (2000, p. Portanto, por conseguinte, então, logo. 241) ROCHA LIMA, C. H. da. Logo, pois, portanto,conseqüentemente, (1982, p. 161) por conseguinte. Terminologia adotada Advérbio Conjunção Advérbio Conjunção Como mostra a Tabela 01, há diferença de opinião entre os gramáticos quanto a que classe de palavras pertence os marcadores: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim e pois (depois do verbo). Cunha e Cintra (2001), assim como Rocha Lima (1982), tratam de tais marcadores na parte destinada às conjunções coordenativas, defendendo-as como sendo aquelas estruturas que servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, consequência. Por outro lado, tanto Neves (2000) quanto Bechara (2006) apresentam posicionamento diferente de Cunha, Cintra e Rocha Lima. Para os primeiros autores, os referidos marcadores são tidos como advérbios. Vejamos: “... tais advérbios marcam relações textuais e não desempenham o papel conector das conjunções coordenativas, apesar de alguns manterem com elas certas aproximações ou mesmo identidades semânticas”. (BECHARA. 2006, p. 322). Em concordância com Bechara, Neves (2000) afirma: A gramática tradicional coloca esses advérbios como conjunções coordenativas (adversativas e conclusivas, respectivamente), admitindo, assim, orações coordenadas sindéticas conclusivas. Na verdade, são elementos em processo de gramaticalização. Nesse processo, está em estágio mais avançado o elemento conclusivo logo, que tem o comportamento próximo ao de uma conjunção coordenativa (NEVES, 2000, p. 241) [grifos da autora]. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com as análises feitas, verificamos que uma relação conclusiva pode ser estabelecida, de modo geral, de duas maneiras: introduzida por algum marcador conclusivo ou, simplesmente, introduzida sem o auxílio de tal marcador. No primeiro caso, chamamos de marcador conclusivo todo e qualquer elemento que, de maneira clara, alerta o leitor do texto para o desenrolar da conclusão. Dentre os marcadores conclusivos, temos os sugeridos pelas gramáticas normativo-pedagógicas (conjunções e/ou advérbios) e outros que sequer são mencionados por elas. 4 Quanto aos marcadores conclusivos mencionados pelas gramáticas, temos: logo, portanto, por isso, por conseguinte, consequentemente, então, assim e pois (depois do verbo). Desses, verificamos que os mais utilizados pelos articulistas são: então, com 20 ocorrências, e assim, com 28. Os marcadores menos frequentes nas conclusões dos artigos verificados são: portanto, com 7 ocorrências; por isso, com 5; logo, com 3; e pois (depois do verbo), com 2. Surpreendentemente, os marcadores por conseguinte e consequentemente não foram encontrados em nenhuma das conclusões observadas, o que nos incita a dizer que esses dois marcadores estão em um processo de desuso na língua, no que se refere ao estabelecimento de conclusões. A tabela a seguir pode melhorar a visualização dos dados, observe: Tabela 2: Ocorrências, no corpus, dos marcadores conclusivos tratados pelas gramáticas. Dentro da introdução ou da Marcadores argumentação conclusivos do artigo 2 Logo 5 Portanto 4 Por isso 0 Por conseguinte 0 consequentemente 17 Então 24 Assim 1 Pois (depois do verbo) Total de ocorrências no corpus Introduzindo a conclusão final do artigo 0 1 1 0 0 2 0 0 Dentro da conclusão final do artigo 1 1 0 0 0 1 4 1 Total de ocorrências 3 7 5 0 0 20 28 2 65 Verificamos, em nosso corpus, a existência de outros recursos, tão eficientes quanto os da tradição, responsáveis pela introdução da conclusão do articulista. Os verbos introdutores de conclusão, como mostram os dois exemplos a seguir, são alguns deles: a) [...] Finalizando. Ao invés de escapar pelo atalho dos alucinógenos, é preciso enfrentar a situação e ter força de vontade e dar ouvidos aos que podem ajudar. A insegurança, os questionamentos e as dúvidas, nada mais são que, um convite à busca e a expansão de limites provisórios. b) [...] Concluímos que FÉ E CIÊNCIA devem andar paralelamente e assim pretensiosamente substituiria a palavra religião por fé no pensamento de Albert Einstein: A ciência sem FÉ é aleijada e a FÉ sem ciência é cega. Verificamos, ainda, outro recurso, também não abordado pelas gramáticas normativopedagógicas, mas que consiste num grande aliado dos articulistas no momento de estabelecer a(s) sua(s) conclusão(ões). Trata-se da utilização da partícula enfim. Vejamos: c) [...] Enfim, a situação do homem torna-se cada vez mais dramática perante as condições adversas, que se têm avolumado em toda a parte. Não entendemos as razões, portanto, de autoridades e lideranças deixarem de reconhecer, de público, que nós seres humanos mortais, somos limitados e totalmente dependentes de Deus – em tudo, mas principalmente nos momentos de angústia e impotência, diante dos fatos que se situam acima das nossas forças. Passemos agora, a discussão da(s) relação(ões) conclusiva(s) preferida(s) pelos articulistas, ou seja, aquela(s) introduzida(s) sem o auxílio dos marcadores referidos acima. De acordo com 5 nossas observações, constatamos que dos 54 artigos de opinião analisados, 45 não apresentaram marcador conclusivo na estrutura final do texto. Percebemos nesses 45 artigos, que os enunciados encontram-se interligados, principalmente por relações semânticas em que um enunciado contribui para a identidade de sentido do outro e vice-versa. Um exemplo que pode ser destacado aqui, para ilustrar o que falamos anteriormente, é a conclusão final estabelecida no artigo “Filósofos da vida”, de Francisco Assis dos Santos, retirado do Gazeta on-line em 3 de novembro de 2008, em que a conclusão final é estabelecida através de um período exclamativo e com um verbo no imperativo, vejamos: d) [...] Que o mundo continue a homenagear os seus mortos, mas que saibamos, por outro lado, valorizar a vida! Como podemos observar, a conclusão estabelecida por Santos é sutil, no sentido de não constar de marcador conclusivo que a destaque, mas ao mesmo tempo eficaz, no sentido de conseguir reproduzir a opinião do articulista. De acordo com os dados, uma grande quantidade de articulistas segue a mesma linha de Santos, o que constata que a antiga estrutura conclusiva, “quadrada”, cheia dos modelos sugeridos pelas gramáticas tradicionais, perde lugar para a liberdade do articulista. Como sabemos, a imposição de normas e regras aos usuários de uma língua foi, ainda é, e sempre será alvo de uma infinidade de críticas devido as suas incoerências e falhas. Nosso trabalho, (In)felizmente aponta mais uma crítica. Acreditamos, porém, que ao apontar mais uma incoerência desses manuais, estamos contribuindo para a reflexão sobre o uso “cego” de tal material como único recurso de consulta sobre a língua. Não estamos dizendo que a consulta a essas gramáticas deva ser completamente extinta, estamos dizendo, simplesmente, que em se tratando do complexo universo de produção/recepção de textos, poucas são as contribuições que elas têm a nos oferecer. Por isso, o empenho dos linguístas textuais no investimento do tratamento do texto. 4. AGRADECIMENTOS Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq/UFU, pelo apoio financeiro. Ao ILEEL – Instituto de Letras e Linguística, pela colaboração. E À profª Drª. Elisete Maria de Carvalho Mesquita pela dedicada orientação. 5. REFERÊNCIAS Bakhtin, M.,1997, “Estética da Criação Verbal”, Martins Fontes, São Paulo. Beaugrande, R.; Dressler, W. V., 1997, “Introducción a la Linguística del Texto”, Ariel, Barcelona. Bechara, E., 2006, “Moderna Gramática Portuguesa”, Lucerna, Rio de Janeiro. Cunha, C. F. da; Cintra, L. F. L., 2001, “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, Nova Fronteira, Rio de Janeiro. Dolz, J.; Schneuwly, B., 2004, “Gêneros Orais e Escritos na Escola”, Mercado de Letras, São Paulo. Fávero, L. L., 2006, “Coesão e Coerência Textuais”, Ática, São paulo. Fávero, L. L.; Koch, I. G. V., 2005, “Lingüística Textual: Introdução”, Cortez, São Paulo. Koch, I. G. V., 2005, “A Coesão Textual”, Contexto, São Paulo. Marcuschi, L. A., 2007, “Gêneros Textuais e Ensino”, Lucerna, Rio de Janeiro. Melo, J. M. de., 1994, “A Opinião no Jornalismo Brasileiro”, Vozes, Petrópolis. Neves, M. H. M., 2000, “Gramática de Usos do Português”, Unesp, São Paulo. Rocha Lima, C. H. da., 1982, “Gramática Normativa da Língua Portuguesa”, José Olympio, Rio de Janeiro. Rojo, R. H., 2000, “A Prática de Linguagem em Sala de Aula: Praticando os PCNs”, Mercado de Letras, Campinas. 6 CONCLUSIVE RELATIONS IN OPINION ARTICLES Walter Guarnier de Lima Junior4 Universidade Federal de Uberlândia, Av. João Naves de Ávila, 2121 – Campus Sta. Mônica. [email protected] Elisete Maria de Carvalho Mesquita5 [email protected] Abstract: The research began seeking to answer the question: how conclusive relations are established in opinion articles? Considering this issue, this research aimed to analyze the resources used by the producers of this textual genre, where the interest was establishing conclusive relations. In addition, aim to analyze the conclusive evidence that appeared more or less frequency in the corpus by their quantitative and qualitatively aspects. For this analysis, we selected fifty-four opinion articles published in major newspapers on line in Brazil, between the months of August and December 2008. To investigate the genre opinion article, an issue called us to attention. We note that a significant number of representants this genre have not elements in its structure that, according to the normative grammar-teaching, are considered conclusive fillers. The search and observation of the linguistic-textual aspects of the opinion articles constituted a relevant factor in that it helped to establish the characteristics of the genre opinion articles. For the analysis proposed, the research was based on authors involved in the treatment of issues related to the universe of textual genres and articles of opinion, among which Bakhtin (1997), Beaugrande & Dressler (1997), Marcuschi (2007) e Melo (1994). Keywords: opinion article, conclusive relations, textual-discursive aspects. 4 Scholarship student. Project nº. H-014/2009 – PIBIC/CNPq/UFU. Academic of the licenciature course in Portuguese Language. 5 Professor advisor. PhD in Linguistics and Portuguese and Teacher at Universidade Federal de Uberlândia (ILEEL UFU). 7