A cultura do Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) e aspectos gerais

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
MESTRADO EM MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS
PROF.: MÁRIO LIRA JUNIOR
A cultura do Sorgo (Sorghum bicolor L.
Moench) e aspectos gerais
Mestrando: Guilherme Matos
Recife, PE
Novembro, 2010
Sorgo – Sorghum bicolor L. Moench
Origem: África e Índia
Domesticaçao : 3000 a.c.
 Ruína Assíria – desenhos do sorgo – 700 a.c.
1876 – introdução nos EUA – escravos
 Sorgo granífero (Milo e Kafir) – década de 40 ( combine types)
 Base alimentar: + de 500 milhões de pessoas – 30 países
Foto:Embrapa
SORGO
 Produto da intervenção do homem
 “Extraordinária fabrica de energia”
(Grande eficiência na conversão de água e nutrientes absorvidos em
fotoassimilados e esqueletos de carbono)
Adaptação:
Altas temperaturas
Restrições pluviométricas
Grande eficiência na produção
Fonte: Agrosoft, 2009
Sorgo no Brasil
 América do norte e central
 Entrada – nordeste
"Milho d' Angola" ou "Milho da Guiné
Introduzido no Brasil – Séc. XX (São Paulo, Rio grande do sul)
Foto: Facholi
Introdução ordenada: (anos 60)
Instituo Agronômico de Campinas
Instituo Pernambucano de Pesquisas Agropecuárias
Instituo Agronômico de Pernambuco
Instituto de Pesquisas Agropecuárias, do Rio Grande do Sul
Escolas de Agronomia:
Esalq de Piracicaba,
Escola Superior de Agricultura de Lavras
Escola Superior de Agronomia de Viçosa
Escola de Agronomia de Pernambuco
 Primeiras variedades Santa Eliza, Lavrense, Atlas e Sart
Classificação:
Sorgo granífero
Foto: Agrocefer
Sorgo p/ vassoura
Foto: store
Sorgo forrageiro: silagem/sacarino
Foto: Agrocefer
Corte verde/fenação/cobertura
morta/pastejo
Foto: Facholi
• Salto extraordinário - inicio dos anos 90
Empresas privadas
“Híbridos comerciais”
•Plantio:
Centro-oeste – sorgo granífero
Minas Gerais e Rio Grande do Sul – Sorgo forrageiro
 Nordeste: 2 tipos estação das chuvas
Sistema de produção:
•Sorgo granífero: 3 sistemas
 No Rio Grande do Sul: plantio primavera colhe-se
no outono
 No Brasil Central: sucessão às culturas de verão
 No nordeste:estação das chuvas
• Sorgo
forrageiro
 Tradição entre os agricultores
 Elevada qualidade e produtividade –
(manejo)
 50 toneladas de massa verde por hectare
 80 toneladas em experimentos
conduzidos no estado de Goiás
(AGROSOFT 2010).
Foto: Diego Barros
•Opção:
Rebrota - 20 toneladas – “sem custo”
Foto: Westfalia Surge
MUNDO:
• Último relatório publicado pelo USDA
Safra 2009/10 - 59,5 milhões de toneladas
 consumo - 61,9 milhões de toneladas
Safra 2010/11 - 64,3 milhões de toneladas 
incremento de 8,0%
• Aumento da área plantada: Índia Nigéria e
Sudão
 consumo 63,6 milhões de toneladas, 2,7% a mais que
o atual.
• BRASIL
• Segundo APPS (2009):
 Safra 2008/09 foi de 1.321.925 há
 10 kg de sementes/hectare
 Produção de 1976 a 2009
 t/ha 449,32%
 produção de sorgo 2.092,54% região nordeste
 Pernambuco - Área plantada:37.253, 22.720 e 21.164
hectares, para os anos agrícolas de 2006, 2007 e 2008) (IPA
2008)
Produção 2009 - 10.700%
• Desenvolvimento da cultura do sorgo no Brasil:
Sudeste, sul, centro-oeste – principalmente
 Característica intrínseca de maior tolerância ao déficit hídrico
Região nordeste:
 Potencialidade para o cultivo
 Pequenos produtores ( consórcio)
 Bahia - maior produtor 75,7 t/ha (Conab 2009)
 Pernambuco – 2º produtor 10,7 t/ha (Conab 2009)
Conab - "12º Levantamento de Avaliação da Safra de Grãos
2009/10“
• Área menor – 17,5%, passando para 697,8 mil hectares.
 produtividade: alta de 1,8% ; 2.328 kg/ha
Produção: redução - saindo de 1.934,9 para 1.624,2
milhões de toneladas.
• INMET - Instituto Nacional de Meteorologia - fenômeno La
Niña
Recuo na semeadura de alguns produtos, especialmente
(milho - 2ª safra - concorrente do sorgo)
Recuperação da safra 2010/11
Botânica e Morfologia:
Família: gramineae
Gênero: sorghum
Espécie: Sorghum bicolor L.
Moench.
foto: Embrapa
•Estrutura radicular:
Possui sílica na endoderme,
Grande quantidade de pêlos absorventes
Altos índices de lignificação de periciclo
• Caule
Resistência
a seca
Foto: Pedro Tenorio Lezama
 Dividido em nós e entrenós
 Folhas ao longo de toda a planta
 Inflorescência – panícula
 Fruto - cariopse ou grão seco.
 Atinge 1 a 4 metros de altura
Foto: Pedro Tenorio Lezama
“TANINO”
Ataque de pássaros – resistência
Presença depende da constituição genética
genótipos B1 e B2
 formação de complexos com proteínas

palatabilidade e digestibilidade
 Presença da testa – fator determinante
• classes de taninos:
 Hidrolisáveis: folhas e súber
 ligações facilmente rompidas por hidrólise
(ácidos ou bases fracos)
 Baixa quantidade no Sorgo
Condensados: maior quantidade -“Semente”
 Não são susceptíveis de serem rompidas por
hidrólise (ligação carbono-carbono)
 Presente em materiais resistentes a pássaros
• Durrina:
Glicosídeo cianogênico
 Altas concentrações - morte em animais e seres
humanos
 Decomposição por hidrólise – liberação de acido
cianídrico
Sorgo sudanense
Sorgo halepense
Foto: Bull insumos
Foto: Wikipédia
Fenologia
 Planta C4
 Altas taxas fotossintéticas
Temperatura: superior a 21ºC – bom crescimento e
desenvolvimento
 Ampla faixa de plantio: déficit e excesso de água
Fases de crescimento
3 Fases:
EC1-Estádio de crescimento 1:
 da germinação até a iniciação da panícula
 Crescimento inicial lento
“plantas daninhas”
Foto: Manuel Quiroz
EC2-Estádio de crescimento 2:
 Iniciação da panícula até o florescimento
 Pode afetar: área foliar, sistema
radicular, acumulação de matéria seca, número
potencial de sementes.
 Número de grãos – mais importante
componente de produção
Foto: Embrapa
EC3 -Estádio de crescimento 3:
 Da floração a maturação fisiológica
 Enchimento de grãos – “fator importante”
 Viabiliza rendimento da cultura
Foto: Jardim Mundani
Foto: David Lemke
Foto: Flickriver
Foto: Reagro
Transição de fases:
 variações na produção ( ATENÇÃO)
Juvenil  insensível ao fotoperíodo
Indução do florescimento sensível aos fatores climáticos
• Fotoperíodos indutivos: meristema floral
Resistência a seca: 3 aspectos: morfologia, fisiologia,
bioquímica
• mecanismos: resistência, tolerância, escape
•sorgo: 2 características – escape; tolerância
Escape:
• Sistema radicular profundo e ramificado
Eficiência na extração de água do solo
Tolerância:
• Nível bioquímico
 Diminuição do metabolismo(hibernação)
 recuperação extraordinária
Seleção de genótipos para tolerância a seca– “dificuldade”
Característica – marcador  tolerante ou susceptível
• medição do grau de tolerância
Sugestão da pesquisa: Porcentagem de trilhamento
relação entre a massa do grão/massa total da panícula
• Época de semeadura: Afeta o ciclo da cultura
atraso - antecipação dos estádios fisiológicos
• Quantidade de luz: Afeta a fotossíntese
Sombreamento  diminuição do rendimento
• temperatura: Afeta rendimento
Temperatura ótima: 33-34ºC
Acima de 38ºC e abaixo de 16ºC  produtividade decresce
Baixas temperaturas : redução na área foliar, perfilhamento,
altura, acumulação de matéria seca e um atraso na floração.
afeta o desenvolvimento da panícula - esterilidade das espiguetas.
sensibilidade maior durante a meiose
Temperaturas mais altas : antecipar a antese, aborto floral.
• Água: Pouca necessidade
• Requerimento nutricional:
Relação positiva entre produtividade e exigências nutricionais
Maiores exigências: nitrogênio e potássio, cálcio, magnésio e fósforo
• Pragas e doenças: Desde o plantio até a colheita
Pragas de solo: lagartas-elasmo, lagarta rosca e as formigas
Parte aérea: Lagarta do cartucho, pulgão do milho e o pulgão verde ou
o pulgão do trigo
Grãos: Moscas do sorgo
Lagarta-elasmo
Mosca do sorgo
Foto: ProveNat
Foto: Embrapa
Lagarta-do-cartucho
Lagarta rosca
Foto: Dow AgroSciences
Pulgões: do milho e verde
Foto: Pioneer
Foto: Embrapa
Foto: Embrapa
Doenças iniciais: Podridão das sementes e Doenças das plântulas
Doenças foliares: Antracnose, Ferrugem, Vírus do mosaico da cana
de açúcar, míldio do Sorgo
doenças do colmo como a podridão de Macrophomina e a podridão
vermelha do colmo
Ferrugem
Antracnose
podridão vermelha do colmo
Foto: Embrapa
míldio do Sorgo
Foto: Embrapa
Foto: Embrapa
Foto: Embrapa
• Plantas daninhas: “competição”
luz água e nutrientes
(Período Crítico de Competição)
Prejuízos na ordem de 35 a 70% na produtividade
Pequenos produtores: capinas manuais
Seletividade herbicidas – Fitotoxidez pode chegar a 72,5%
Ciclo reduzido  controle tardio perdas na produção
Fotos: Solos stocks
• México, Nigéria, Índia, EUA e Sudão - 66% da produção mundial de sorgo
•Primeiras pesquisas: 1914
EUA, seleção de mutações e cruzamentos naturais
Crescimento da cultura
Viabilização de programas
• Brasil: Garantia do abastecimento de grãos
 Condições desfavoráveis – SORGO
 Trabalhos de pesquisa – introdução, adaptação, desenvolvimento de
cultivares
 Embrapa, IPA, empresas privadas
 Banco Ativo de Germoplasmas – Embrapa
• 7.200 acessos de sorgo
• lançadas 55 cultivares de sorgo
• Escolha da cultivar: potencial produtivo, resistência a pragas e doenças e
adaptação a altas densidades populacionais
•Tanino: 4% no Brasil
• Sorgo forrageiro:
fácil manuseio e de alta produtividade
Avanço no melhoramento
Oferta de volumosos na época de escassez - região semi-árida
Materiais genéticos cada vez mais eficientes, quanto à tolerância
• estresse hídrico e salino, ataque de pragas e doenças
• Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA
• Materiais utilizados: híbridos simples – estabilidade e
adaptabilidade
• Atualmente: 26 híbridos – publico e privado
•Opções para o produtor:
Embrapa:
Forragem e silagem
 híbridos BRS 610, BRS 701, BRS 700, BRS 601
 variedades BRS 506 e BRS Ponta Negra
Sorgo sacarino:1980
 variedade BRS 506
 híbridos BRS 601 - permanece no mercado
 cultivar BR 506 – maior rendimento de álcool ( insensível ao
fotoperíodo)
Região nordeste do Brasil:
10 cultivares de sorgo granífero
 direcionamento de seleção:
• cultivares graníferas de porte baixo (visando colheita
mecanizada do grão);
• cultivares taninosas (visando reduzir o ataque de
pássaros);
•cultivares de porte alto (visando o aproveitamento do
restolho);
•cultivares de baixo tanino no grão (visando o
aproveitamento para confecção de produtos destinados à
alimentação humana e também para uso na avicultura)
 Destaques: cultivar IPA-7301011 ( elevado potencial de
produção, sem tanino no grão)
 Anos 80 - 10-15 mil hectares
 Ainda é utilizada – potencial produtivo - 80% do sorgo granífero
cultivado
 Utilizado em: Mato Grosso, Maranhão e Piauí - sucessão à cultura da
soja
 15 cultivares sorgo forrageiro
 Materiais introduzidos no inicio da pesquisa(IPA-7301218 e IPA7301158) ; açúcar no colmo e resistência ao acamamento.
 Variedade IPA 467-4-2 elevado potencial de produção,
• Mais comercializada na região Nordeste
• Promissora no Vale do Itajaí-SC
 Cultivar IPA - SF-25; sacarino; menor acamamento
 Híbrido IPA-02-03-01; resultante do cruzamento entre duas linhas
graníferas segregou para forragem; porte elevado e grande produção de biomassa
 Coleção EH: 1,4, 8 e 12 – sementes básicas; tolerância/resistência ao
estresse hídrico; elevada eficiência de uso de água
Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura 2010:
 IPA :
IPA 02-03-01(2000)
IPA 467-4-2 (1998)
IPA 7301011 (1998)
IPA 8602502 (2000)
IPA SF-25 (2000)
(Sorghum spp)
IPA Sudan 4202 (2007)
 (Sorghum sudanense (Piper) Stapf)
• EMBRAPA melhoramento da cultura do sorgo
• Contribuições do setor público para a cultura do sorgo
• IPA - região nordeste do Brasil desponta como grande
potencial para a produção de sorgo em escalas cada vez
maiores, pois, a viabilidade de condições de solo e clima
necessários para cultura é atingida com êxito pela região.
“Aumento da oferta de grãos, na competitividade e na
geração de renda”
Boa tarde!
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Mestrando do Programa de Pós-Graduação
em Agronomia – Melhoramento Genético de
Plantas PPGMGP
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