909 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA RESOLUÇÃO CIRÚRGICA E PROTÉTICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA SURGICAL AND PROSTHETIC RESOLUTION OF DENTAL IMPLANTS INSTALLED ON UNFAVOURABLE POSITION AT UPPER JAW AESTHETIC REGION Ciro Borges DUAILIBE-DE-DEUS * Jefferson MOURA-VIEIRA * Gabriel JOÃO-PEDRO ** Clóvis MARZOLA *** _____________________________________ * Residente, Concluinte do Curso de Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial no Hospital de Base de Bauru/SP - FAMESP e autor do trabalho. ** Especializando em Implantodontia pela APCD – Bauru/SP. *** Professor do Curso de Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial promovido pelo Hospital de Base de Bauru e Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-MaxiloFacial e Especialização da APCD Regional de Bauru. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Professor Titular de Cirurgia da FOB-USP aposentado. Membro Titular e Presidente da Academia Tiradentes de Odontologia. Diretor e Editor da Revista de Odontologia da ATO. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 910 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA RESUMO A reabilitação oral através da instalação de implantes dentários é hoje um procedimento ordinário e bem fundamentado na literatura vigente, sendo realizado frequentemente na clínica odontológica com sucesso. Porém, falhas no planejamento ou na execução da técnica cirúrgica podem levar a casos desastrosos, que apesar da boa estabilidade e osseointegração, o implante não proporcionará meios viáveis para a restauração protética satisfatória devido ao seu posicionamento inadequado. O presente trabalho relata caso clínico da paciente V. B. C. do gênero feminino, com 43 anos de idade, que compareceu à Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP/Brasil, queixando-se do insucesso de seus implantes. Foram observados implantes na região anterossuperior em posição desfavorável para reabilitação protética. Foi decidido realizar a remoção dos implantes com o removedor Retriever, instalação imediata de novos implantes com o auxílio de guia cirúrgico e, simultaneamente, foi realizado enxerto ósseo com BioOss e membrana Bio-Gide com intuito de preenchimento e ganho de volume. Após quatro meses a paciente retornou para acompanhamento e instalação da prótese. ABSTRACT The oral rehabilitation through installing dental implants is a common procedure nowadays and well-founded in the current literature, and often performed in the dental clinic with success. However, flaws in the planning or execution of the surgical technique can lead to disastrous cases that despite the good stability and osseointegration the implant will not provide viable means for satisfactory prosthetic restoration due to improper positioning. This paper describes the clinical patient case V. B. C. female, 43 years old, who attended the Specialized Clinic in Implantology APCD Bauru/SP/Brazil, complaining of the failure of their implants. Was observed the implants in anterior-upper region with wrong placement for prosthetic rehabilitation. It was decided to perform the removal of the implants with the Retriever remover, immediate installation of new implants with surgical guide in a favorable position, and simultaneously was performed bone grafting with Bio-Oss and Bio-Gide membrane filling order and gain volume. After four months the patient returned for follow-up and prosthesis installation. UNITERMOS: Reabilitação; Implantes dentários; Osseointegração. UNITERMS: Mouth Rehabilitation; Dental Implants; Osseointegration. INTRODUÇÃO Nas reabilitações orais, possivelmente um dos maiores desafios para o Cirurgião-Dentista seja a restituição dos elementos dentários faltantes para restabelecer os quesitos estéticos, funcionais e biológicos, de maneira a mais natural possível (VIDAL; PACTARUK; NACONECY et al., 2005 e MARZOLA, 2008). Estas metas são facilitadas pela possibilidade da utilização de implantes ósseo integrados, que viabilizarão suporte firme e durável servindo como pilar para sustentação e instalação da prótese, na recuperação do sistema estomatognático dos pacientes mutilados, sendo eles edêntulos totais ou parciais (SKALAK, 1983 e MARZOLA, 2008). DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 911 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA A longevidade e sucesso das próteses sobre implantes dependem diretamente da avaliação pré-cirúrgica minuciosa com propósito de promover a inserção dos implantes em locais e posições adequadas, facilitando procedimentos protéticos e, auxiliando na correta distribuição de forças para o conjunto próteseimplante-osso (MARZOLA, 2008 e MISCH, 2009). O correto posicionamento dos implantes é obtido através criterioso exame clínico, com atenção para regiões de tecidos moles e ósseos e, com finalidade de realizar correto diagnóstico da área onde os implantes serão inseridos. Cirurgião-Dentista deverá solicitar exames de imagens específicos, como radiografias panorâmicas, tomografias computadorizadas e, se necessário, modelos de prototipagem para planejamento adequado de cada caso (NASCIMENTO-NETO; RIVERA; LIMA et al., 1997; CHIVAQUER; OLESKOVICZ; VEDOVATO, 2007 e MARZOLA, 2008). Sua relação com o protesista deverá ser bem próxima, para ser possível realizar planejamento reverso minucioso, visando desde a prótese antes da cirurgia, assim como a confecção de guia cirúrgico em acrílico, estável e rígido, com a finalidade de determinar com precisão o posicionamento da instrumentação cirúrgica e, emergência dos implantes na prótese (JARDIM, 2000). Planejamento reverso se torna essencial para que o clínico e paciente vejam o resultado final do trabalho a ser realizado e, como consequência desenvolva plano de tratamento de excelência para obter melhores resultados funcionais, estéticos e fonéticos. Este guia confeccionado com base no planejamento reverso é essencial para instalação dos implantes em posição tridimensional ideal, respeitando os planos espaciais mésio distal, o vestíbulo lingual e o apicocoronal (CARVALHO; GONÇALVES; GUERRA et al. 2006). Com as pesquisas em bioengenharia surgiram novos implantes com superfícies que aceleram a osteo integração e, com seu desenho anatômico, favorecendo a estabilidade primaria (PADOVAN; SARTORI; THOMÉ et al., 2008). Outros estudos realizados com base na avaliação radiográfica prospectiva apresentada conjuntamente com a literatura revisada, concluíram que os implantes de conexão cone Morse conseguem manter ou até aumentar a densidade e a altura da crista óssea alveolar, garantindo estética superior (MANGANO; MANGANO; PIATELLI et al., 2009). Durante a inserção dos implantes deve-se respeitar distância mésio distal mínima de 1,5mm entre dente e implante e, 3mm entre dois implantes, para manutenção da crista óssea e, consequentemente, da papila interdental (SAADOUN; LEGALL; TOUAIT, 1999). O implante deve ser instalado, em média, 3 mm apicalmente à margem cervical da restauração planejada. Tal posicionamento é necessário para haver espaço para transição do perfil cilíndrico do implante para um perfil triangular quadrado ou oval da coroa protética (JANSEN; WEISGOL, 1995). Posicionamento vestíbulo palatino deve manter pelo menos 1,5 mm de osso ao redor de toda a sua circunferência, para que carga oclusal possa ser distribuída no seu longo eixo (RISSOLO; BENNETT, 1998). Caso não seja possível obtenção de tal espessura óssea, técnicas de regeneração óssea devem ser aplicadas antes ou durante instalação do implante. Se esta espessura óssea vestibular não for mantida, parte desta tábua óssea sofrerá reabsorção, podendo gerar recessão vestibular da mucosa (GRUNDER; GRACIS; CAPELLI, 2005). Utilização de membranas, como barreiras e material de enxerto têm sido propostas para tratar defeitos perimplantares. Utilização de processos DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 912 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA regenerativos é para evitar migração celular, a partir do tecido conjuntivo e epitelial, no espaço entre superfície do implante e, ao redor das paredes ósseas, favorecendo células osteogênicas no osso regenerado (PAOLANTONIO; DOLCI; SCARANO et al., 2001). Mini pilar Cone Morse é um intermediário utilizado para reabilitações com próteses múltiplas, em áreas estéticas e, sua altura de cinta deve permanecer de 1 a 2 mm subgengival (SARTORI; BERNARDES; MOLINARI et al., 2013). Condicionamento gengival com provisórios, através da compressão guiada do rebordo permite formação de papilas e, melhor acomodação da prótese definitiva, otimizando estética e fonética (QUESADA; RIZZARDI; FRANCISCATTO et al., 2014). No momento em que existe negligência em alguma das etapas clínicas, ou em função de deficiências anatômicas, particularmente na região anterior das maxilas, devido à traumatismos, doença periodontal ou ainda, perdas dentárias precoces que levam à reabsorção óssea intensa. Assim, ocorre situação em que os implantes não poderão ser instalados de forma adequada para confecção e adaptação da prótese, proporcionando situação antiestética de insucesso para o paciente (ZIELAK; ARAÚJO; ORNAGHI et al., 2009). Em situações de próteses instaladas sobre implantes com um posicionamento desapropriado, paciente, além de grande insatisfação, apresentará outros problemas relacionados à higienização, dicção e função (VIDAL; PACTARUK; NACONECY et al., 2005). Alguns casos de mau posicionamento poderão ter como possibilidade resolutiva a utilização de alguns componentes protéticos para atingir bom resultado estético final. Estes componentes podem ser solução para situações em que posicionamento dos implantes instalados se encontra de forma desastrosa, impossibilitando reabilitação da paciente (PEREIRA; DEL PINO; SERRA E SILVA et al., 2011). Porém, em casos mais severos de posicionamento inapropriado, restituição da saúde oral do paciente será atingida com remoção e reinstalação do implante em localização adequada (ZANI; BERTON; RIVALDO et al., 2009). Justifica-se assim elaboração deste trabalho para descrever caso de insucesso de implantes instalados em região estética das maxilas, além da demonstração da resolução clínica com planejamento adequado. RELATO DE CASO CLÍNICO Paciente V. B. C. gênero feminino, 43 anos de idade, compareceu à Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP/Brasil, queixando-se do insucesso de implantes. Foram observados implantes na região anterossuperior em posição desfavorável para reabilitação protética (Figs. 1, 2 e 3). Seguindo plano de tratamento, foi confeccionado guia cirúrgico sendo provado na boca (Figs. 4, 5 e 6). Partiu-se para procedimento cirúrgico, iniciando com incisão e descolamento muco periosteal (Fig. 7). Removedor Retriever foi colocado em posição nos implantes mal posicionados e, removidos (Figs. 8, 9 e 10), notando-se aspecto das maxilas, com redução do osso vestibular (Fig. 11). Guia cirúrgico foi colocado em posição para auxiliar na correta emergência dos implantes alvin cone morse de 3,5x13 mm instalados na posição satisfatória juntamente com os covers (Figs. 12 e 13). Devido ao defeito ósseo causado pela remoção do implante e, pelo deficiente volume ósseo realizou-se DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 913 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Regeneração Óssea Guiada, com enxerto ósseo utilizado, osso inorgânico xenógeno smal (partículas de 0.5 a 1mm) Geistlich Bio-Oss e, membrana de colágeno reabsorvível Geistlich Bio-Gide Biooss. Ferida cirúrgica foi fechada com fio reabsorvível Vycril 4-0 (Fig. 14). Após período de 4 meses de osteointegração realizou-se segunda fase através de mínima manipulação tecidual com instalação de mini pilar Cone Morse na região do elemento 11 e, micro pilar Cone Morse em implante da região do elemento 22, confecção da prótese provisória para condicionamento gengival, podendo-se visualizar correta emergência dos implantes e, estética satisfatória (Figs. 15, 16 e 17). Radiografia periapical foi realizada para verificar correto assentamento dos pilares (Fig. 18). Prótese definitiva de porcelana demonstrou sucesso no tratamento e a paciente se mostrou extremamente satisfeita com o resultado (Figs. 19 e 20). Por último, realizou-se tomografia cone bean com reconstrução em três dimensões, observando-se excelente posição dos implantes e, ósseo integração satisfatória (Figs. 21 e 22). Fig. 1 – Foto inicial com implantes mal posicionados. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 2 – Foto inicial com implantes mal posicionados. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 914 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 3 – Foto inicial com implantes mal posicionados. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Figs. 4 e 5 – Confecção de guia cirúrgico. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 6 – Prova do guia cirúrgico na boca. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 915 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 7 – Remoção dos implantes com removedor Retriever, incisão e descolamento mucoperiosteal. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 8 – Removedor Retriever em posição. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 9 – Removedor Retriever em posição. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 916 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 10 – Removedor Retriever adaptado ao implante após a remoção. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 11 – Aspecto das maxilas após remoção dos implantes. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 12 – Guia cirúrgico auxiliando na correta emergência dos implantes. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 917 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 13 – Covers em posição. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 14 – Aspecto a sutura final com fio reabsorvível Vycril 4-0 Vista oclusal. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 15 – Correta emergência dos implantes na prótese provisória. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 918 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 16 – Aspecto provisório. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 17 – Aspecto provisório. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 18 – Radiografia periapical demonstrando correto assentamento dos pilares. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 919 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 19 – Aspecto da prótese definitiva. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 20 – Aspecto da prótese definitiva. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 920 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA Fig. 21 – Tomografia final. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. Fig. 22 – Tomografia final. Fonte – Acervo da Clínica de Especialização em Implantodontia da APCD Regional Bauru/SP. DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 921 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA DISCUSSÃO Caso clínico exposto mostra que pode existir grandes dificuldades na resolução protética de pacientes que tiveram implantes osteo integrados instalados sem correto planejamento, inviabilizando reabilitação protética estética e funcional. Desta forma, planejamento reverso se torna essencial para que clínico e paciente enxerguem resultado final do trabalho a ser realizado. Como consequência, desenvolva plano de tratamento de excelência para obter melhores resultados funcionais, estéticos e fonéticos. Guia cirúrgico confeccionado com base no planejamento reverso é essencial para instalação de implantes em posição tridimensional ideal, respeitando planos espaciais mesiodistal, vestíbulo lingual e apicocoronal (CARVALHO; GONÇALVES; GUERRA et al. 2006 e MARZOLA, 2008). Neste trabalho foi optado pela remoção dos implantes osteo integrados com brocas Retriever e, inserção de novos implantes cônicos Cone Morse em posição tridimensional adequada. Devido ao defeito ósseo causado pela remoção do implante e, pelo deficiente volume ósseo foi efetuada Regeneração Óssea Guiada, com enxerto ósseo utilizando osso inorgânico xenógeno small (partículas de 0.5 a 1mm) Geistlich Bio-Oss e, membrana de colágeno reabsorvível Geistlich BioGide. Biooss. Com as pesquisas em bioengenharia surgiram novos implantes com superfícies que aceleram a osteo integração, assim como seu desenho anatômico favorecendo a estabilidade primaria (PADOVAN; SARTORI; THOMÉ et al., 2008). Estudos atuais indicam grande vantagem mecânica na estabilidade de conexões de implantes do tipo Cone Morse comparado a conexões de hexágono externo, apresentando ainda comportamento clínico satisfatório (VERRI; PONTON; ZIMMER et al., 2012). Outros estudos realizados com base na avaliação radiográfica prospectiva apresentada conjuntamente com literatura revisada, concluíram que implantes de conexão Cone Morse conseguem manter ou até aumentar densidade e altura da crista óssea alveolar, ajudando garantir estética superior (MANGANO; MANGANO; PIATELLI et al., 2009), confirmando melhor opção do implante Cone Morse que foi utilizado. Durante inserção dos implantes deve-se respeitar distância mésio distal mínima de 1,5mm entre dente e implante e, de 3mm entre dois implantes, para manutenção da crista óssea e, consequentemente, da papila interdental (SAADOUN; LEGALL; TOUAIT, 1999). Implante deve ser instalado, em média, 3 mm apicalmente à margem cervical da restauração planejada e, tal posicionamento é necessário para que haja espaço para transição do perfil cilíndrico do implante para um perfil triangular, quadrado ou oval da coroa protética (JANSEN; WEISGOL, 1995). Posicionamento vestíbulo palatino deve manter pelo menos 1,5 mm de osso ao redor de toda sua circunferência, para que carga oclusal possa ser distribuída no seu longo eixo (RISSOLO; BENNETT, 1998). Caso não seja possível obtenção de tal espessura óssea, técnicas de regeneração óssea devem ser aplicadas antes ou durante instalação do implante. Se esta espessura óssea vestibular não for mantida, parte desta tábua óssea sofrerá reabsorção, podendo gerar recessão vestibular do tecido mucoso (GRUNDER; GRACIS; CAPELLI, 2005). Utilização de membranas, como barreiras e materiais de enxerto têm sido propostas para tratar defeitos perimplantares. Razão da utilização dos processos regenerativos é para evitar migração de células, a partir de tecidos conjuntivos e epiteliais, no espaço entre superfície do implante e, ao redor das DUAILIBE DE DEUS, C. B.; MOURA-VIEIRA, J.; JOÃO-PEDRO, G.; MARZOLA, C. Resolução cirúrgica de implantes dentários instalados em posição desfavorável em região estética da maxila. Rev. Odont. (ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 922 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA paredes ósseas, favorecendo células osteogênicas no osso regenerado (PAOLANTONIO; DOLCI; SCARANO et al.,2001), como realizou-se neste caso. Após período de 4 meses de osteointegração realizou-se segunda fase através de mínima manipulação tecidual com instalação de mini pilar Cone Morse na região do elemento 11 e, micro pilar Cone Morse em implante da região do elemento 22. Foram instalados provisórios dentários para condicionamento gengival e posteriormente fixa dental de porcelana. Mini Pilar Cone Morse é intermediário utilizado para reabilitações com próteses múltiplas, em áreas estéticas sua altura de cinta deve permanecer de 1 a 2 mm subgengival (SARTORI; BERNARDES; MOLINARI et al., 2013). Condicionamento gengival com provisórios, através da compressão guiada do rebordo permite formação de papilas e, melhor acomodação da prótese definitiva, otimizando estética e fonética (QUESADA; RIZZARDI; FRANCISCATTO et al., 2014). CONCLUSÕES De acordo com literatura consultada e, com caso clínico apresentado foi possível verificar que a posição de fixação do implante deve ser determinada pelo planejamento da futura prótese (planejamento reverso). Planejamento reabilitador envolve ciência e pratica clínica, tendo como objetivo promover saúde ao indivíduo, longevidade das restaurações e, próteses em condições adequadas para preservação e manutenção das estruturas funcionais do sistema estomatognático. A comunicação CD – TPD – Paciente é fundamental para sucesso final da reabilitação. Após planejamento deve se confeccionar guia cirúrgico em resina acrílica para guiar instalação dos implantes na posição ideal. Quando implantes osteo integrados são instalados em posição desfavorável impedem reabilitação protética satisfatória, sendo necessário utilização de componentes protéticos específicos para corrigir sua inclinação. Em casos mais extremos realizam-se procedimentos cirúrgicos para seu reposicionamento ou para sua remoção. Regeneração Óssea Guiada é realizada com membranas absorvíveis ou não absorvíveis associadas a enxertos xenógenos ou aloplásticos, se apresentando como método bem fundamentado e indicado para algumas situações clínicas de reconstruções ósseas. REFERÊNCIAS * CARVALHO, N. B.; GONÇALVES, S. L. M. B.; GUERRA, C. M. F. et al., Planejamento em Implantodontia – Uma visão contemporânea. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe, PE. v. 6, n. 4, p. 17-22, 2006. CHIVAQUER, I.; OLESKOVICZ, C.; VEDOVATO, E. Cirurgia virtual guiada! Realidade ou ficção? Rev. Ciênc. Tecnol. v. 15, n. 29/30, p. 4-6, 2007. GRUNDER, U.; GRACIS, S.; CAPELLI, M. 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(ATO), Bauru, SP., v. 16, n. 9, p. 909-923, set., 2016. 923 RESOLUÇÃO CIRÚRGICA DE IMPLANTES DENTÁRIOS INSTALADOS EM POSIÇÃO DESFAVORÁVEL EM REGIÃO ESTÉTICA DA MAXILA MANGANO, C.; MANGANO, F.; PIATELLI, A.; et al., Prospective clinical evaluation of 1920 Morse taper connection implants: Results after 4 years of functional loading. Clin. oral Impl. Res., v. 20, p. 254-61, 2009. MARZOLA, C. Fundamentos de Cirurgia Buco Maxilo Facial. São Paulo: Ed. Big Forms, 2008, 6 vs. MISCH, C. E. Implantes dentais contemporâneos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2009. NASCIMENTO NETO, J. B. S.; RIVERA, C. V. P.; LIMA, D. L. et al., Uso de guias cirúrgicos radiográficos em tomografias convencionais multidirecionais controladas por computador aplicadas a implantodontia. Rev. Fac. Odontol. Pernambuco. v. 15, n. 1/2, p. 44-7, 1997. PADOVAN, L. E. M.; SARTORI, I. A. M.; THOMÉ, G. et al., Carga imediata e implante osteointegrados. São Paulo: Ed. SANTOS, 2008. 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