ESTRUTURA DA ORAÇÃO Inicialmente há que distinguir entre frase e oração, termos por vezes usados indistintamente, até em sala de aula. Mattoso Câmara (1964) declara ser a frase um discurso. Quando há um falante dirigindo-se a um ou mais ouvintes, numa situação concreta. Acrescenta poder ser a frase representada por uma palavra ou grupo de palavras. Distingue, esse autor, a palavra em estado de dicionário da palavra frase, pela entonação e pelo propósito definido. Na linguagem escrita a entonação é assinalada, tanto quanto possível pela pontuação; ainda assim, o assunto deve ser mais explicitado, mesmo em prejuízo do falante e do ouvinte (o falante e o ouvinte diminuem de importância na linguagem escrita, em favor do assunto). Assinala ainda o prof. Mattoso, encontrarem-se, já no latim, frases nominais (centradas no nome) e frases verbais (centradas no verbo). Normalmente, desde a Antigüidade, tem-se a noção de que a frase completa apresenta sujeito e predicado, embora ocorram frases sem sujeito (fenômenos naturais) Para Rocha Lima (Gramática Normativa, 1969, p. 225 e seguintes), a frase varia muitíssimo em extensão, desde uma palavra até vários conceitos encadeados. É a situação em que ocorre uma palavra que faz dela uma frase. Assinala, o autor, cinco tipos de frase: 1. Declarativa – pode ser: 1.1. Afirmativa; 1.2. Negativa. O português, em oposição a outras línguas, não exige dois instrumentos de negação, a não ser quando uma das negativas é um indefinido: “Não vi ninguém”. “Ele não fez nada”. É característica de algumas regiões do Brasil a negativa após o verbo: “Sei não”. “Ele veio não”. Euclides da Cunha em Os sertões tece considerações sobre essa construção sintática, vendo nela desprezo, indiferença, altivez, ao menos no contexto em questão. 2. Interrogativa _ Não há em português uma seqüência obrigatória dos elementos na frase interrogativa, como ocorre em outras línguas: “Quando chegou Pedro?” “Pedro chegou quando?” “Pedro, quando chegou?” A escolha de uma ou outra forma é uma questão de expressividade. Nas perguntas sem partícula interrogativa, a frase-resposta repete um elemento da pergunta: “Pedro já chegou?” Resposta: Chegou/ Já. Somente as perguntas mais longas, mais explícitas, admitem a partícula de resposta sim, enquanto a partícula de resposta não, geralmente é reduplicada, ao menos na linguagem oral. “Não, não veio não”. 3. 4. 5. Exclamativa _ “Socorro!” “ Meu Deus!” Imperativa _ “Corra!” “Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste!” Indicativa _ “Peixeiro!!” Sinal a cem metros. Esses três últimos tipos de frase são geralmente elíticos, completam-se no contexto. A frasepadrão seria a frase declarativa, pertencente à função descritiva da linguagem que, pretendem alguns autores, é a função primordial. Os outros tipos de frase prendem-se mais às funções emotiva e apelativa. Uma mesma noção pode ser transmitida por várias modalidades frasais, escolhendo o falante o que mais atende seu desejo de expressividade, conforme o contexto: A sala está suja. Que sujeira nesta sala! Ninguém limpa esta sala? A diferença entre frase e oração está, portanto na forma: “Socorro!” _ é uma frase, pois expressa um sentido, mas não é uma oração, já que não se pode bipartí-la em sujeito e predicado. “Quero que você venha.” _ o segundo membro do período é oração, pois apresenta sujeito e predicado, mas não é frase, já que não funciona isoladamente. A oração apresenta, pois: 1. sujeito _ o ser de quem se fala; 2. predicado _ o que se fala do sujeito. Passamos a consignar os elementos constituintes da oração, conforme a NGB, tendo por base Rocha Lima, 1968. TERMOS ESSENCIAIS 1. Sujeito _ é normalmente expresso por substantivo ou pronome, sendo essa uma definição do substantivo (palavra que pode constituir o núcleo do sujeito). O núcleo do sujeito pode ser ampliado com qualificativos e determinativos _ O sujeito (palavra com a qual concorda o verbo) pode ser: 1.1. simples _ apresenta um núcleo; 1.2. composto _ apresenta mais de um sujeito; 1.3. oculto _ não explícito, porém identificável _ ocorre, freqüentemente em português, principalmente nas primeiras pessoas, pela riqueza de flexões verbais; 1.4. indeterminado _ não explícito nem identificável; o fato é o mais importante a relatar _ Precisa-se de datilógrafas. Derrubaram a árvore. Ocorrem orações sem sujeito, quando se relata, pura e simplesmente o fato. Acontece em português com os chamados verbos impessoais: verbos que indicam fenômenos da natureza; verbos que indicam marcações de horas, datas, distâncias; verbo haver com o sentido de existir, que ao menos na linguagem falada, cedeu, quase totalmente, lugar ao verbo ter. (hoje não tem aula). 2. Predicado _ a NGB registra as modalidades: 2.1 verbal _ o núcleo é um verbo, com sentido completo (intransitivo), ou um verbo que necessita de outro elemento para completar-lhe o sentido (transitivo); 2.2 nominal _ tem por núcleo um nome, que se prende ao sujeito por uma classe especial de verbos denominados verbos de ligação (ser, estar, parecer, ficar, continuar, permanecer, em alguns casos andar). O verbo é dispensável, sua vantagem é indicar o tempo em que ocorre o fato. 2.3 verbo-nominal _ reúne os dois tipos: apresenta um verbo intransitivo ou transitivo, mais um nome que vai qualificar o sujeito ou o objeto. Ex: O trem chegou atrasado = o trem chegou + o trem está atrasado. Encontraram o soldado ferido = encontraram o soldado + o soldado está ferido. Tanto no predicado nominal, como no verbo-nominal, o nome núcleo é o predicativo, que pode ser do sujeito ou do objeto. TERMOS INTEGRANTES 1. complemento nominal (nem todos os autores aceitam pacificamente essa nomenclatura) – completa o sentido de um nome substantivo, um nome adjetivo e, eventualmente um advérbio. Ex: Devemos respeito a nossos pais. Ele foi considerado apto para o serviço militar. O juiz despachou favoravelmente ao réu. 2. complemento verbal: 2.1 objeto direto _ define-se, comumente, como o elemento que completa o sentido de um verbo, sem preposição; essa definição não é absoluta, pois pode ocorrer a presença de preposição com verbo transitivos diretos (via de regra, com as palavras Deus, ambos, com pronomes oblíquos tônicos) por razões eufônicas, ou de maior expressividade. Ex: Devemos amar a Deus sobre todas as coisas. O aguaceiro molhou a ambos. Nem vi João nem ele a mim. Ele cumpriu (com) o seu dever. 2.2 objeto indireto _ completa o verbo com auxílio de preposição; essa preposição é, por excelência, a preposição a (ad, em latim, que indicava movimento da ação em direção a seu alvo). Modernamente, são muitas as preposições a reger o objeto indireto, acarretando, por vezes, problemas de identificação. Precisamos de outros recursos de reconhecimento: _ o objeto indireto corresponde às formas pronominais lhe, lhes; _ o objeto indireto não admite passagem à voz passiva; _ na mesma oração podem ocorrer os dois objetos; (Obs.) Os pronomes latinos convergiram em português nas formas oblíquas, com distinção de objeto direto e indireto na 3a pessoa, e formas tônicas, precedidas de preposição. 2.3 agente da passiva_ na voz passiva, representa quem praticou a ação, pode ser omitido. TERMOS ACESSÓRIOS 1 adjunto adnominal _ determina, ou qualifica o núcleo dos termos essenciais, integrantes ou dos próprios acessórios; representam-se, comumente, por adjetivos, pronomes adjetivos, locuções adjetivas, numerais e, sem exceção, pelos artigos; pode haver oscilações: “um brasileiro moço/um moço brasileiro”. Só o contexto poderá, talvez, distinguir o determinante do determinado, entrando, aqui, o problema da classe de palavras ( o adjetivo pode funcionar como adjetivo e vice/versa ). 2 adjunto adverbial _ constituído por advérbios ou locuções adverbiais; definido como elemento que modifica o verbo, ou, melhor definição, acrescenta ao verbo circunstância de tempo, lugar, modo etc. O advérbio situa a ação, circunscreve- a . A própria definição de advérbio, tradicional, já nos traz problema, pois é tautológica: advérbio é a palavra que modifica adjetivo, verbo ou outro advérbio. O advérbio, ou locução adverbial, pode, com efeito, prender-se ao verbo, como ao adjetivo, como à oração inteira. Ex: Ele come muito; Ele é muito elegante; Infelizmente, ele ainda não veio. Com toda a certeza, ele virá. 3 aposto _ explica, amplia o sentido da palavra que o antecede. Os demais termos da oração aceitam o aposto que na linguagem oral tem uma entonação própria, podendo ser representada, na escrita, por vírgulas, parênteses, travessões ou dois pontos. O aposto precedido por dois pontos fica no fim da frase e é chamado aposto enumerativo. Ex: Fui à feira e comprei frutas: laranjas, peras, uvas. O aposto entre travessões pertence a um estilo mais enfático, pertence à linguagem poética. VOCATIVO _ na verdade, não se inclui nem no sujeito, nem no predicado; constitui elemento de chamamento, de interpelação; prende-se à linguagem afetiva. Os termos constituintes da oração mantém, obviamente, relação de interdependência, determinando-se uns aos outros. Pode ocorrer, também, coincidência entre frase e oração, isto é, um a frase ser constituída por uma oração e vice-versa. Para Rolim (1981, p. 58), a frase é o ponto de partida para o elemento último da significação, o monema. {[A aluna] [recebeu um bom livro]}. = sintagma predicativo [determinado] [determinante] sujeito predicado O sintagma predicativo (frase, oração, sentença) pode ser dividido em outros microssintagmas, assim como pode ser ampliado. Podemos concluir que a oração traz implícita a função que os termos opositivos desempenham na comunicação. A relação entre esses termos possibilita seu funcionamento. Martinet define sintagma como “qualquer combinação de monemas, desde que não se esqueça de que a existência de um monema depende da junção significante/significado”. (In Rolim, 1981, p. 59). Na estrutura da oração devemos levar em conta a relação termo regente + termo regido; ou, no dizer do prof. Walmírio Macedo, a existência de temos nucleares e termos periféricos (1976, p. 78 e seguintes). Os termos nucleares relacionam-se entre si, assim como se relacionam com os termos periféricos, pelos mecanismos de concordância, regência e colocação. Tem-se por estabelecido, concordar o adjetivo, predicativo ou adjunto com o substantivo, excetuando-se os casos de concordância ideológica ou latente, que também ocorre na concordância do verbo com seu sujeito. A concordância ideológica já foi mais comum no português arcaico, tende a normatizar-se, salvo em expressões já muito usadas: “A grandiosa S. Paulo”. “Lusíadas é um poema de Camões”. O mecanismo de colocação é menos rígido em português o que proporciona grande variedade de recursos de expressividade. Ex: Ele é alto/ Alto ele é. Há casos em que a anteposição do adjetivo ao substantivo muda-lhe o significado. Ex: pobre menino/ menino pobre. O mecanismo de regência é o mais frouxo. Há verbos, inclusive, que tem complementos diferentes para acepções diferentes, cada vez menos observadas na linguagem coloquial (aspirar, assistir etc) Há também variantes estilísticas ou livres: Ex: A mãe abraçou-se no filho/ com o filho. Maria casou aos/ com vinte anos. Enfim, podemos mencionar, com Maria Helena Marques (1976) que o significado de uma oração não é a soma dos significados de seus elementos constituintes. Isto é, ao lado de uma semântica lexical (conteúdo significativo dos lexemas) há uma semântica gramatical, relevante para a comunicação, e que provém dos próprios mecanismos gramaticais: mórficos e sintáticos. Podemos ainda mencionar variedades na estrutura da oração, observadas no português do Brasil em relação ao português de Portugal. Brasil _ verbo estar + gerúndio; _ pronome possessivo sem artigo; _ pronome átono sempre proclítico na linguagem oral; _ interrogação quase sempre com a expletiva é que, ou que na linguagem oral. Portugal _ verbo estar + preposição a + infinitivo; _ Pronome possessivo preferencialmente sem artigo ; _ pronome átono proclítico ou enclítico; _ dispensa a expletiva na interrogação. Observações: 1. Na frase com predicativo do sujeito, o verbo de ligação pode ser dispensado; somente o português e o espanhol fazem distinção entre ser e estar; 2. Os pronomes oblíquos em português provêm dos casos acusativos e dativo latinos; esses pronomes ganharam valor de possessivos, mais usado em Portugal. Ex: O vento levou-lhe o chapéu da cabeça. Constroem-se ainda com valor estilístico do chamado dativo de interesse. Ex: Não me faça mais isso. 3. Na concordância ideológica, considera-se o chamado plural de modéstia ou, inversamente, o plural de majestade, em que se usa a primeira pessoa do plural pela primeira do singular; 4. Nas fórmulas de cortesia, encontram-se orações interrogativas indiretas. Ex: Gostaria de saber seu nome. Ou, ainda, com interrogações, por assim dizer, oblíquas. Ex: O senhor pode me dizer as horas? 5. As construções morfo-sintáticas são a parte mais carente dos já carentes estudos lingüísticos no Brasil. Assinale-se, porém em S. Paulo, a construção: _ Conhece meu noivo? _ É aquele um que estava com você ontem? 6. Preposições, conjunções por serem meros instrumentos gramaticais não desempenham função sintática; é facultativo incluí-las ou não como fazendo parte dos termos discriminados. Quanto às interjeições, discute-se se seriam classe de palavras, por não serem racionais. ESTRUTURA DO PERÍODO Basicamente, são dois os processos de estruturação do período: coordenação e subordinação. Não levantando, aqui, o problema das subclassificações, traçaremos algumas observações: 1. _ a coordenação liga orações e termos das orações: “Trabalha, e teima, e lima, e sofre e sua” (O Bilac ); “Bonitinha, mas ordinária”. (N. Rodrigues) 2. coordenam-se, também, orações subordinadas: Ex: Só quero sossego e que não me amolem mais. Vejo você amanhã, ou, quando der. 3. Coordenam-se funções diferentes: “Enchi com ela a vida onde outrora algumas ocuparam tão pouco espaço e por tão pouco tempo”. 4. por vezes, não é possível apagar um dos elementos da coordenação, isto é, a coordenação é imprescindível. Ex: Sentou-se entre Maria e João. João e Maria. 5. a coordenação pode gerar ambigüidades, que devem ser solucionadas de outra forma. Ex: João e Maria casaram-se (um com o outro, ou com outras pessoas) . Uso blusas de lã e algodão (melhor blusas de lã e de algodão.) 6. rompe-se, às vezes, a coerência semântica da seqüência, propositalmente. “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis” (M. de Assis). 7. a escolha entre coordenação e subordinação é, por vezes, questão de estilo: Ex: Você dirá a verdade e eu acreditarei em você. Eu acreditarei, se você me disser a verdade. 8. a classificação em causais, comparativas etc é feita por critérios semânticos; 9. a integrante que é afirmativa, se é interrogativa Ex: Diga que me ama. Diga se me ama. 10. com as chamadas formas reduzidas, ocorre um problema: são substantivos, adjetivos ou advérbios, em relação à oração principal, e são verbos como núcleo de outra oração. Ex: O diretor não permitia conversarmos com os colegas. Ele se diverte tocando violão. Terminado o almoço, todos saíram. 11. ocorrem casos que Othon Garcia chama de falsa coordenação. Ex: O dia estava muito quente, e eu fiquei exausto (causa e efeito). Maria arrumava a casa e João lavava a louça (simultaneidade). 12. pôr um segmento sob foco equivale a considerá-lo parcela de informação nova para o interlocutor. Ex: Meu pai vai é a S. Paulo de avião. Meu pai vai a S. Paulo é de avião. É meu pai que vai a S. Paulo de avião. 13. o verbo intransitivo pode ser transitivo metaforica ou pleonásticamente. Ex: Choveram convites para festas. Ela chorou lágrimas amargas. 14. a distinção entre objeto indireto e adjunto adverbial, às vezes não é clara. Ex: Afaste de mim este cálice. Concordar com Pedro. Sair com Pedro. 15. Para Rocha Lima (1976, p. 221), o verbo gostar pede complemento relativo (cf. espanhol e francês). 16. há diferenças estilísticas no uso do objeto direto e do indireto: sacar o/do revólver. 17. freqüentemente omite-se o segundo termo da comparação: Não penso como você (pensa). Ou a ligação da comparação é omitida: A cidade está vazia como um cemitério. 18. os pronomes relativos têm dupla função: inter e intraoracional; miniaturizam uma oração; retomam um termo citado (anáfora ) Eu vi um filme + O filme é muito bom = Eu vi um filme que é muito bom. 19. os correlativos podem ser suprimidos: Ela está triste, (se) por isso, (ou se) por aquilo, não sabemos Em resumo, coordenam-se: - núcleos do sujeito; - núcleos de predicados; - determinantes; - orações independentes; - orações subordinadas. O sujeito é um nome substantivo que servirá de tema para a construção da frase. O predicado, essência da comunicação é um verbo ou um nome (subst. ou adjet.) Esses definem a natureza da frase: se o predicado é um verbo, a frase é verbal; se for um nome, é uma frase nominal. O nome predicado pode vir acompanhado dos verbos ser ou estar, quando não seguidos de um complemento locativo. As frases verbais são de vários tipos, como vimos anteriormente: (verbo transitivo, intransitivo etc). A língua coloquial, sempre mais econômica, usa pronomes retos para os objetos diretos e indiretos, mantendo a preposição: _ Arrumou o filho e levou ele ao médico._ O professor disse a ele uma verdades. O predicado pode ser formado com verbo pronominal, que pode ser expletivo: _ Vou me queixar ao Bispo. _ Maria casou (-se) com vinte anos. As frases interrogativas tem linha melódica própria, ascendente, ou ascendente e depois descendente, realçando determinado constituinte, expresso por um pronome ou advérbio interrogativo que ocupa geralmente a posição inicial e recebe a entonação máxima. A resposta a esse tipo de frase preenche o vazio semântico ocupado pelo pronome/ advérbio e pode ser elítica. Na língua coloquial, a interrogação costuma vir realçada por é que/foi que. As frases comparativas formam-se com as partículas que, do que, mais que, tanto como, tão quanto etc, estabelecendo, conforme o caso, superioridade, inferioridade, igualdade de um ser em relação a outro. Não só nomes, mas também verbos e adjetivos podem ser comparados Ex: _Ele come mais que trabalha. _ Ela é mais inteligente que bonita. As frases com subordinação cria uma unidade estrutural entre duas ou mais frases nominais ou verbais, com a presença básica da partícula que, quer como conjunção subordinativa, quer como pronome relativo, em orações desenvolvidas. É possível, entretanto, haver outras partículas, como se condicional, que liga uma prótase (condição) a uma apódose (conseqüência). Além do conectivo subordinativo, o verbo no subjuntivo caracteriza: 1) orações subordinadas substantivas: a) oração principal nominal com adjetivo + oração sub. subjetiva _ É preciso que ele se explique. b) oração principal verbal + oração subjetiva _ Cumpre que se explique. c) oração principal verbal + oração objetiva _ Espero que venhas. 2) orações subordinadas adjetivas: Se o verbo da oração principal for de caráter subjetivo representando sentimento, volição ou suposição do sujeito, o verbo da subordinada ficará no subjuntivo _ Desejo um livro que me ensine. _ Esperarei um ônibus que me leve. _ Se puder farei. Nas sentenças descritivas, o verbo fica no indicativo _ O animal que mama chama-se mamífero. 3) orações subordinadas adverbiais: Expressas nas partículas se, caso, quando, embora, por mais que, para que etc levam o verbo ao subjuntivo. Com as partículas porque, tão... como, tão...que, conforme, à medida que, o verbo, geralmente, fica no indicativo. Contudo, há na língua falada, uma tendência à redução do âmbito do subjuntivo, dando-se preferência ao indicativo. _ Ele pensou que o dinheiro dava. _Se você não vem, as crianças vão chorar. Há relação entre as formas verbais da oração principal e da oração subordinada. Leia mais: CÂMARA JR, J. MATTOSO. _ História e estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes CARONE, Flávia B. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1988)