Educação executiva: tecnologias digitais impactam

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Porto Alegre. RS I Caderno Especial do Jornal do Comércio
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Educação executiva: tecnologias
digitais impactam a aprendizagem
o filósofo espanhol Ortega y
Gasset (1883-1955) escreveu no
ensaio "Misión de la Universidad",
de 1929, que as finalidades da
Universidade eram a transmissão
de cultura, ensino dedicado às
profissões liberais, investigação
científica e formação de novos
homens de ciência. Durante todo
o século 20, nada mudou.
Hoje, no entanto, as tecnologias digitais provocam cada
vez mais impacto nas formas
de aprendizagem e no mercado
do trabalho, que passa por sua
maior transformação desde a
Revolução Industrial. A academia trabalha em um ambiente
de elevada incerteza. O aluno
sai da Universidade e depois de
quatro, cinco anos poderá estar
trabalhando em algo que ainda
não existia no momento de sua
formatura. Mas, como disse o
filósofo francês Edgar Morin: "a
educação é a 'força do futuro',
porque constitui um dos instrumentos mais poderosos para
realizar a mudança".
O Reitor da Pontifícia Universidade Católica (PUC RS), Ir. Evilázio
Teixeira, acredita que o grande
desafio para a Universidade, nesse
mundo em constante e acelerada
transformação, é oferecer uma
formação integral conectada ao
que esse cenário exige e necessita
e ser motor de desenvolvimento
da sociedade como um todo.
Segundo ele, a educação precisa manter o papel que sempre teve.
"O início do século 21 trouxe consigo
a reiteração de uma velha aspiração:
a de que os complexos problemas
econômicos, políticos, culturais e
sociais podem ser resolvidos por
meio da educação e, de modo especial. pelas instituições de educação
superior. Operíodo de transição
que estamos vivendo é uma época
de perturbação, incertezas, no qual
continuará a luta por uma sociedade
mais justa. Eé nesse desafio que a
Universidade se insere. "
A academia precisa estimular
o empreendedorismo, para que o
aluno busque soluções, dentro e
fora da empresa. "No futuro teremos trabalho, não emprego. Por
isso, o aluno terá que que ter a
clareza de um empreendedor. Deverá, ainda, articular e movimentar
uma rede que produza resultados.
Não é simples, mas extremamente necessário. O contexto
é de parceiros espalhados pelo
mundo inteiro e os concorrentes
também", observa o doutor em
Administração de Empresas pela
Fundação Getúlio Vargas de São
Paulo (EAESP/FGV), professor
Richard Lucht, que deixou no
início de março a direção-geral
da ESPM-Sul depois de sete anos.
"Por isso, esse aluno tem que ter a
habilidade de continuamente estar
aprendendo e desaprendendo",
acrescenta.
O modelo de aula tradicional
com o professor dominando o
conteúdo, dono da informação, e o
aluno só recebendo está em decadência. Hoje, o conhecimento está
espalhado nas mais diversas mídias
e as salas de aulas têm metodologias ativas. O professor deixa de ser
o centro e o aluno assume o protagonismo. "Os professores abrem
as portas, mas os alunos devem
adquirir o conhecimento por si só",
complementa o diretor Acadêmico
da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
Gerson Lachtermacher.
Para Lucht, o professor
propõe desafios e vai mediar toda
a discussão. "É como um processo de prototipagem, testando e
corrigindo para a etapa seguinte.
O aluno precisa assumir uma
responsabilidade maior, precisa
vir preparado para aula, para que
possa participar das atividades
desenvolvidas ou ficará deslocado", afirma. O processo educativo
precisa dar novas respostas a
esses desafios que se interpõem
às situações já existentes e pertencentes ao modelo tradicional
de relacionar-se, trabalhar e viver,
salienta a reitora da Universidade
Feevale, Inajara Ramos.
O Vice-reitor e Pró-reitor de
Inovação e Desenvolvimento
Tecnológico da Universidade
de Caxias do Sul (UCS) Odacir
Deonisio Graciolli entende que os
processos pedagógicos contemporâneos precisam desenvolver uma
formação de profissionais que
tenham habilidades, competências, experiências sem descuidar
dos conceitos técnicos básicos e
da formação humana. "Os projetos
de cursos devem contemplar o
ClAUDIA VELHO/ DIVULGAÇÃO/JC
'L0dacir Graciolli (UCS)
empreendedorismo e a inovação
associados a uma formação sólida
de forma a se adaptar mais rapidamente as constantes mudanças
do ambiente."
A Fundação Getúlio Vargas,
que é referência em educação a
distância (EaD) no Brasil, trabalha
com um Sistema Gerenciador do
Processo de Aprendizagem LMS
(Learning Management System) de
padrão internacional. utilizado nas
melhores universidades do mundo.
O LMS é uma plataforma que facilita a criação deum ambiente educacional baseado na web. Automatiza
a administração de eventos de um
curso, e tem por objetivo possibilitar
a criação de ambientes para que
haja um aprendizado real.
Para Lachtermacher, a cultura
do povo brasileiro está mudando
e, cada vez mais, as barreiras existentes para o ensino à distância
estão desaparecendo. "Porém
vislumbramos que um curso é uma
solução educacional e que o aluno
é que decidirá a partir de agora
como receberá este conhecimento,
se à distância, na forma presencial
ou na forma mista (Blended)."
DIVULGAÇÃO PUCRS/JC
Inajara Vargas Ramos (Feevale)
Ir. Evilázio Teixeira (Pucrs)
Professor Richard Lucht
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