ASSOCIAÇÃO ENTRE FUNGOS E INSETOS NO ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE TRIGO (Triticum aestivum). ISABEL HELENA DE ALMEIDA ZEITUNI PLAZAS Campinas Estado de São Paulo Junho – 2002 ASSOCIAÇÃO ENTRE FUNGOS E INSETOS NO ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE TRIGO (Triticum aestivum). ISABEL HELENA DE ALMEIDA ZEITUNI PLAZAS Engenheira Agrônoma Orientadora: Dra. Priscila Fratin Medina Dissertação apresentada ao Instituto Agronômica para obtenção do título de Mestre em agricultura Tropical e Subtropical – Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola. Campinas Estado de São Paulo Junho – 2002 A meu pai Jamil Zeituni Sobrinho (in memorian), Que mesmo ausente sempre esteve ao meu lado AGRADECIMENTOS A FAPESP ( Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), pela bolsa concedida, que proporcionou o desenvolvimento do trabalho. A Dra. Priscila Fratin Medina, pela orientação, confiança e apoio para o desenvolvimento do trabalho. A Dra. Maria Aparecida Tanaka, Dr. José Poleze Soares Novo, Dr. Camilo Lazaro Medina e ao Dr. Eduardo Caruso Machado, pela coorientação e apoio para o desenvolvimento do trabalho. Aos pesquisadores do Centro de Produção de Material Propagativo, Dr. Antonio Augusto do Lago, Dra. Jocelly Andreuccetti Maeda e Dr. Luiz Fernandes Razera, pelo apoio e orientação no desenvolvimento do trabalho Aos técnicos do laboratório de sementes Ivonete Alves dos Santos, Dirceu Borges, Cássio J. C. Miranda e em especial à Denise Sayuri Ysa, pela ajuda e apoio na realização dos testes. Aos funcionários do Centro de Produção de Material Propagativo, Maria Tereza Signori, Maria Oliveira de Barros, Valéria A. Ishio, as engenheiras Cristiane Semprebone, Micheli Penachim e todos aqueles que direta e indiretamente me ajudaram na confecção do trabalho. Ao meu esposo Rodrigo, a minha mãe Zorite e as minhas irmãs Ester e Maria José, pelo apoio carinho e compreensão. Aos meus colegas de pós-graduação Camila, Flávio, Deise, Gilvan, Fábio (in memorian), Giuliana e a amiga Glaucia Miranda Ramirez, pelo companheirismo e colaboração. SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................................i ABSTRACT ..................................................................................................................iii 1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................1 2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................3 2.1 Deterioração das sementes durante o armazenamento.........................................3 2.2 Incidência de pragas nas sementes armazenadas.................................................8 2.3 Controle químico das pragas no armazenamento das sementes.........................10 2.4 Incidência de fungos nas sementes armazenadas..............................................14 2.5 Controle químico de fungos no armazenamento das sementes.........................17 2.6 Associação entre fungos e insetos no armazenamento das sementes................19 3. MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................25 3.1 Sementes ..........................................................................................................25 3.2 Tratamento das sementes..................................................................................25 3.3 Armazenamento das sementes...........................................................................26 3.4 Procedência e criação dos inseto.......................................................................28 3.5 Infestação das sementes.....................................................................................28 3.6 Avaliação da qualidade das sementes................................................................29 3.6.1 Teor de água das sementes...........................................................................30 3.6.2 Sementes Infestadas.....................................................................................30 3.6.3 Sanidade.......................................................................................................30 3.6.4 Respiração das sementes............................................................................31 3.6.5 Crescimento de Plântulas...........................................................................32 3.6.6 Germinação................................................................................................33 3.6.7 Envelhecimento acelerado.........................................................................33 3.6.8 Condutividade Elétrica...............................................................................33 3.7 Delineamento Experimental e Foram de Análise dos Resultados...................33 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................36 4.1 Cultivar IAC-120 ..............................................................................................36 4.1.1 Teor de água das sementes..........................................................................36 4.1.2 Infestação das sementes por S .oryzae........................................................37 4.1.3 Infestação pelos fungos de armazenamento................................................41 4.1.4 Taxa de respiração das sementes................................................................43 4.1.5 Qualidade fisiológica das sementes............................................................44 4.2 Cultivar IAC-350.............................................................................................48 4.2.1 Teor de água das sementes..........................................................................48 4.2.2 Infestação das sementes por S .oryzae........................................................48 4.2.3 Infestação das sementes pelos fungos de armazenamento.........................50 4.2.4 Taxa de respiração das sementes................................................................51 4.2.5 Qualidade fisiológica das sementes............................................................52 4.3 Considerações Gerais......................................................................................54 5. CONCLUSÕES ...................................................................................................62 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................85 ANEXO 1.................................................................................................................. 63 FIGURA 1..................................................................................................................27 FIGURA 2..................................................................................................................31 FIGURA 3.................................................................................................................32 i ASSOCIAÇÃO ENTRE FUNGOS E INSETOS NO ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE TRIGO (Triticum aestivum) RESUMO A conservação da qualidade de sementes de trigo durante o armazenamento tem sido pouco abordada nas pesquisas brasileiras. O esclarecimento de aspectos como a associação entre fungos e insetos em sementes de trigo armazenadas, bem como a qualidade física, fisiológica e sanitária das sementes neste contexto, é essencial para aprimorar a preservação das sementes durante o armazenamento. Os gorgulhos (Sitophilus spp.) apresentam grande importância econômica devido à alta agressividade e, freqüentemente, infestam sementes armazenadas em condições tropicais e subtropicais. Diante disso, o presente trabalho foi realizado com os objetivos de: a) obter informações adicionais sobre a associação existente entre fungos de armazenamento e insetos da espécie Sitophilus oryzae; b) avaliar a eficiência do tratamento fungicida e/ou inseticida e c) comparar a respiração e a qualidade física, fisiológica e sanitária das sementes de trigo tratadas ou não com inseticida e/ou fungicida, durante o armazenamento. Para tanto, sementes de trigo dos cultivares IAC-350 e IAC-120 foram tratadas ou não com o fungicida constituído da mistura de Carboxin e Thiram e/ou com o inseticida Fenitrothion e armazenadas em condições de ambiente de laboratório, em Campinas/SP, durante 18 meses. Em intervalos trimestrais, insetos (Sitophilus oryzae) foram adicionados a amostras de sementes na metade dos tratamentos, avaliou-se a sobrevivência, bem como a progênie resultante. ii Adicionalmente, as sementes foram analisadas quanto ao grau de umidade, taxa de respiração, qualidade fisiológica (germinação, crescimento de plântulas, condutividade elétrica e envelhecimento acelerado), sanidade e infestação por insetos. A análise dos resultados permitiu concluir que: a) o tratamento com o fungicida Carboxin +Thiram é uma boa alternativa para proteger as sementes de trigo contra a infestação por S. oryzae, durante o armazenamento, quando é necessário armazená-las de uma safra para outra; b) o inseticida Fenitrothion, na dose recomendada pelo fabricante, não protege as sementes contra a infestação por este inseto, mesmo durante o armazenamento por períodos mais curtos; c) sementes duras, como as do cultivar IAC-350, podem ser armazenadas de uma safra para a outra em regiões com clima semelhante ao de Campinas, desde que apresentem qualidade inicial elevada e sejam protegidas contra o ataque de insetos; d) os fungos Aspergillus spp. e Penicillium spp.apresentam incidência relevante nas sementes de trigo armazenadas, nas condições climáticas de Campinas, apenas quando são infestadas por insetos; e) quando as sementes de trigo apresentam níveis elevados de infestação, resultando em acréscimos significativos no teor de água das sementes, a incidência de Penicillium spp. prevalece em relação à de Aspergillus spp. iii THE FUNGI AND INSECT ASSOCIATION ON THE STORAGE OF WHEAT SEEDS. ABSTRACT There is not enough information about the storage of wheat seeds in Brazil. Aspergillus spp. and Penicillium spp. growth on wheat seeds, associated to the insect infestation in storage has not been approached. Information about seed quality and seed health in this context is not available either. Sitophilus oryzae is a very important insect, often infesting wheat seeds, stored in tropical and subtropical regions. The present work was carried out with the objectives of: a) studying the association between storage fungus and insects of the species Sitophilus oryzae; b) evaluating the fungicide and insecticide seed treatment efficiency c) measuring the seed respiration and the physical, physiological and sanitary quality of wheat seeds, treated with insecticide and fungicide, and of seeds without treatment, during the storage. In order to attain the objectives, wheat seeds of IAC-350 and IAC-120 cultivars were treated as follows: a) insecticide (Fenitrothion); b) fungicide (Carboxin+Thiram); c) insecticide (Fenitrothion)+fungicide (Carboxin+Thiram) and d) control. The treated seeds were stored in ambient conditions, of Campinas/SP, during 15 months. Insects (Sitophilus oryzae) were trimonthly added to 100g seed samples from all the treatments. The survival of the insects was evaluated as well as the resulting progeny. The insects were eliminated and the seed respiration was measured. The seeds physiological quality (germination, seedling growth, electric conductivity and accelerated aging), fungi incidence and insect seed infestation were also evaluated iv The results led to the following conclusions: a) the fungicide (Carboxin+Thiram) treatment showed to be an excellent option for protecting wheat seeds against S. oryzae infestation in storage for 15 months; b) the insecticide treatment (Fenitrothion) is not efficient in protecting wheat seeds against S. oryzae infestation, even in short-term storage; c) high quality hard seeds, as the seeds from the IAC-350 cultivar, can be stored during 15 months in regions like Campinas/SP, if protected against insect infestations; d) Aspergillus spp. and Penicillium spp. infect wheat seeds, mainly when they are infested by insects; e) as the moisture content of wheat seeds increases, when infested by S. oryzae, the percentage of seeds infected by Penicillium spp. surpasses those infected by Aspergillus spp. 1 1. INTRODUÇÃO A cultura do trigo é uma das melhores opções para o período de outono inverno, em rotação com a cultura da soja nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e na Região Sul do Brasil, pois permite a redução dos custos desta cultura, proporcionando aumento no lucro do produtor e contribuindo para a competitividade da soja no mercado externo. Além disso, o consumo dos produtos derivados do trigo cresce gradativamente, devido ao crescimento populacional, o que exige culturas cada vez mais produtivas, de forma que, apesar de todas as adversidades que a cultura do trigo tem sofrido no Brasil, ainda está entre as mais importantes, não só economicamente, mas também do ponto de vista social. Neste contexto, a utilização de sementes de alta qualidade, apresentando pureza varietal, qualidade física, fisiológica e sanitária, é um fator essencial para o sucesso da cultura, refletindo diretamente na produtividade e aumentando as chances de competição com o trigo importado, e conseqüentemente, refletindo diretamente na produtividade da agricultura do país. O armazenamento é uma etapa crucial no programa de produção e abastecimento de sementes de trigo, pois como para a maioria das culturas propagadas por sementes, a época de colheita não coincide com a época mais adequada à semeadura. E por se tratar de uma cultura de inverno, o período de armazenamento (agosto/setembro a março/abril), no Estado de São Paulo, coincide com umidades relativas e temperaturas elevadas, principalmente no verão. Desde que as sementes tenham sido colhidas no ponto de maturidade fisiológica (quando a qualidade também é máxima), secadas e beneficiadas, eliminando-se todos os fatores desfavoráveis, como injúrias térmicas acarretadas no processo de secagem, a preservação dessa qualidade fica na dependência direta das condições do armazenamento das sementes. Dentre estas, a umidade relativa do ar, seguida pela temperatura são as condições mais importantes, pois quanto mais elevadas, maior é a taxa de respiração das sementes, fator que acelera a deterioração. 2 O teor de água das sementes, associado à umidade relativa elevada do ar, também proporciona o desenvolvimento dos fungos e de um modo geral, intensifica o desenvolvimento e a taxa de aumento da população de algumas espécies de insetos e ácaros, que também aceleram a deterioração das sementes armazenadas. No entanto, a conservação e o armazenamento de sementes de trigo tem sido pouco abordados nas pesquisas brasileiras, razão pela qual, informações de caráter prático e de utilização imediata são escassas ou empíricas e têm se baseado na bibliografia e na experiência de outros países. O esclarecimento de aspectos como a associação entre fungos e insetos em sementes de trigo armazenadas, bem como a qualidade física, fisiológica e sanitária das sementes neste contexto, é essencial para aprimorar a preservação das sementes durante o armazenamento. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos: a) obter informações adicionais sobre a associação existente entre Sitophilus oryzae e fungos no armazenamento de sementes de trigo; b) avaliar a eficiência do tratamento fungicida e ou inseticida quanto à proteção oferecida durante o armazenamento e, c) comparar a intensidade respiratória e a qualidade física, fisiológica e sanitária das sementes de trigo tratadas ou não com inseticida e ou fungicida, durante o armazenamento. 3 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Deterioração das sementes durante o armazenamento A qualidade das sementes é máxima no ponto de maturidade fisiológica. A partir deste momento inicia-se a deterioração, um processo degenerativo progressivo, inevitável e irreversível, que se manifesta por meio de alterações físicas, fisiológicas e bioquímicas (CHING e SCHOOLCRAFT, 1968). Este processo ocorre com velocidade e intensidade dependentes de fatores genéticos, de condições de ambiente anteriores à colheita, de injúrias mecânicas durante a colheita e o processamento e das condições de armazenamento (DELOUCHE e BASKIN, 1973). Segundo DELOUCHE e BASKIN (1973), a deterioração segue uma seqüência hipotética que envolve, na seguinte ordem, a degradação das membranas celulares, redução das atividades respiratórias e biossintéticas, menor velocidade de germinação, redução do potencial de conservação, menor taxa de crescimento e desenvolvimento, menor uniformidade de desempenho, maior sensibilidade a adversidades, redução da emergência de plântulas em campo, aumento no número de plântulas anormais e, finalmente, a perda do poder germinativo. Estudos mais recentes, conduzidos com sementes de trigo, sugerem que a deterioração é um conjunto de eventos inter-relacionados, cada um resultante da suscetibilidade das sementes a diferentes condições adversas do ambiente e não necessariamente uma seqüência contínua de danificações e de efeitos deletérios, que resulta primeiro na perda de vigor e por último na perda da viabilidade (NATH e HAMPTON, 1991). AGRAWAL (1978) observou que a redução do potencial de germinação de sementes de trigo deveu-se ao acréscimo no número de plântulas anormais, durante o período inicial de armazenamento e ao acréscimo no número de sementes mortas, após 22 meses de armazenamento em condições ambientais de Nova Delhi, na Índia. NO entanto, após este período, o conteúdo de amido das sementes foi reduzido em 3%, simultaneamente à queda no potencial de germinação de apenas 5 pontos percentuais; porém, após 34 meses, o conteúdo de amido foi reduzido em apenas 7%, 4 embora o potencial de germinação tenha decrescido para 39%. A concentração de açúcares redutores e de sacarose não se alterou neste período. Por outro lado, a deterioração das estruturas não embrionárias, ou seja, endosperma e camada de aleurona, pode levar a falhas no suprimento de nutrientes ao embrião, envolvendo tanto a presença de inibidores quanto de substâncias tóxicas, contribuindo para a perda da viabilidade das sementes (PETRUZZELLI e TARANTO, 1989). LIVESLEY e BRAY (1991) acrescentaram que as lesões originadas na camada de aleurona, associadas as que ocorrem no tecido embrionário, desempenham papel significativo na formação de plântulas anormais e, consequentemente, na perda da viabilidade das sementes de trigo durante o armazenamento. Para PETRUZZELLI e TARANTO (1989), o mau funcionamento dos ácidos nucleicos e da síntese de proteínas é responsável pelas alterações metabólicas que ocorrem no embrião das sementes de trigo, decorrentes do processo de deterioração e, segundo BEWLEY e BLACK (1978), a síntese de proteínas é essencial para completar o processo de germinação e para a protrusão da radícula GRILLI et al. (1995) atribuíram o decréscimo na síntese de proteínas à degradação do RNA mensageiro, associada à reduzida síntese da enzima poli (A)+RNA, durante a germinação de sementes de trigo (T. durum) envelhecidas. A deterioração das proteínas nos sistemas secos, embora lenta, também contribui significativamente para o envelhecimento de sementes de trigo (PINZINO et al., 1999). Porém, PINZINO et al. (1999) salientaram que o ataque de radicais livres é a principal causa da deterioração de sementes de trigo e, de acordo com WILSON e MCDONALD (1986), radicais livres causam a peroxidação dos lipídios constituintes da membrana plasmática, levando à perda da sua integridade. GOLOVINA et al. (1997) acrescentaram que em sementes de trigo, as alterações na permeabilidade da membrana plasmática envolvem apenas o eixo embrionário e a camada de aleurona, pois não se verificaram acréscimos de permeabilidade da membrana plasmática nas células do escutelo. Os principais fatores do ambiente que aceleram a deterioração das sementes são a temperatura e o teor de água em equilíbrio com a umidade relativa do ar, afetando direta e indiretamente a qualidade das sementes (HARRINGTON, 1963, CHANG et al. 1994). 5 Nos países tropicais e subtropicais é comum a deterioração de sementes nos armazéns, causada por umidades relativas elevadas, manifestando-se pela perda de massa, por transformações químicas e pela presença de fungos e excrementos ou fragmentos de insetos (MATIOLI, 1981). Durante a maturação, há um período de rápido decréscimo no teor de água das sementes. Em conseqüência dessa desidratação, ocorre a inativação das macromoléculas e organelas, levando a semente ao estado quiescente. Neste, a semente se caracteriza por um baixíssimo nível de atividade metabólica (POPINIGIS, 1985). As alterações físicas e metabólicas, que ocorrem nas sementes durante o armazenamento, são aceleradas a medida em que o teor de água e a temperatura aumentam; no entanto, a resposta das sementes ao teor de água é mais complexa, pois pode haver diferenças na seqüência de eventos da deterioração entre sementes armazenadas com baixos e altos teores de água (PETRUZELLI e TARANTO 1984 e PETRUZELLI, 1986). KARUNAKARAN et al. (2001) constataram que as taxas de respiração de sementes de trigo foram relativamente baixas (máximo de 30mg de Co2/dia/kg de massa seca de sementes) e as porcentagens de germinação permaneceram elevadas (entre 90 e 98 %) por 94 dias, quando foram armazenadas a 25ºC e com teores de água de 15 e 16%. Entretanto, as taxas de respiração cresceram linearmente com o tempo e as porcentagens de germinação decresceram, quando as sementes foram armazenadas a 25ºC e com teores de água de 17, 18 e 19 %, de forma que em apenas 10 dias, a respiração das sementes, que apresentavam teor de água de 19 %, foi de 822mg de Co2/dia/kg de massa seca de sementes, e a porcentagem de germinação caiu para 32%. De acordo com ROBERTS (1960), há uma relação matemática simples entre temperatura, teor de água e período de viabilidade, semelhante para sementes de trigo, aveia e cevada, de forma que, se o teor de água das sementes e a temperatura forem conhecidos é possível se prever várias combinações de condições de armazenamento necessárias para conseguir o período requerido de viabilidade. Na literatura internacional, há diversos estudos sobre a viabilidade de sementes de trigo durante o armazenamento, empregando-se diversas combinações de temperatura e de umidade relativa. 6 LIKHATCHEV et al. (1984) não aconselharam o emprego de temperaturas superiores a 37ºC em estudos como estes, por causarem desnaturação de proteínas, alterando o curso das reações metabólicas e por catalisarem outros processos que não ocorrem no armazenamento a temperaturas mais baixas. Acrescentaram que a rápida perda de viabilidade de sementes armazenada em condições do ambiente deve-se também aos produtos do metabolismo da microflora em rápido desenvolvimento. Estes mesmos autores observaram que sementes de trigo (T. aestivum L.) com teor de água de 12,6% e 94% de germinação, armazenadas a 37ºC conservaram viabilidade e vigor elevados por apenas 29 dias. Em estudo semelhante, DELL’AQUILA (1994) verificou que sementes de trigo (T. durum), armazenadas a 35ºC durante 28 dias, sofreram queda do potencial de germinação de 96% para 82% quando apresentavam teor de água de 12,5% e de 96% para 5% quando o teor de água era de 14,5%. PETRUZELLI e TARANTO (1984) armazenaram sementes de trigo (Triticum durum) que apresentavam 80% de germinação e teor de água de 10%, durante 6 meses a 20ºC. Simultaneamente, elevaram o teor de água de sementes do mesmo lote para 12,5; 14,5 e 16,5% e as armazenaram por 14 dias a 30ºC. Constataram que o aumento no teor de água das sementes, evidenciou alterações na composição e nos teores dos fosfolipídios, antes de ser observada qualquer redução no potencial de germinação, revelando que o conteúdo de água desempenha um importante papel na deterioração das membranas, em conseqüência da deterioração dos fosfolipídios, principais constituintes das membranas celulares. Concluíram que este realmente é um estágio inicial da perda da viabilidade das sementes, mas que está intimamente relacionado com as condições de armazenamento. RHODEN e CROY (1987) também verificaram que o cultivar, teor de água e o período de armazenamento exerceram efeitos significativos nos níveis de condutividade elétrica e de germinação das sementes de trigo. Sementes com 93,3% de germinação e teor de água de 13,5% não apresentaram sinais de deterioração após 12 semanas de armazenamento a 26ºC, enquanto que, as com teores de água mais elevados, 15,5 e 17,5%, apresentaram decréscimos na porcentagem de germinação e aumento na lixiviação de eletrólitos, detectada pelo teste de condutividade elétrica, revelando perda da integridade das membranas celulares. 7 SRIVASTAVA e RAO (1994) estudaram diferentes temperaturas no armazenamento de sementes de trigo embaladas hermeticamente, que apresentavam germinação de 85% e teor de água de 15%. Observaram que a capacidade de germinação permaneceu inalterada após três meses de armazenamento a 27 e 37 ºC ; após 5 meses, houve queda relativa de germinação; que foi, mais acentuada a 37ºC (58%) do que a 27ºC (70%). As sementes armazenadas a 50ºC perderam totalmente a viabilidade, após três meses. KARUNAKARAN et al. (2001) definiram período seguro de armazenamento como o período em que o potencial de germinação das sementes de trigo decresce apenas até 90%. Desta forma constataram que para um determinado cultivar canadense, o período seguro de armazenamento de sementes com potencial de germinação inicial de 98% e teor de água de 19% variou de 2,5 dias a 30ºC e a 35ºC até 37 dias a 10ºC. Reduzindo-se o teor de água das sementes para 17%, estes períodos passaram a ser de 5, 7 e 15 dias a 35, 30 e 25ºC, respectivamente. No entanto, estes autores também verificaram que este período seguro de armazenamento varia entre genótipos diferentes. Por outro lado, VERTUCCI e ROOS (1990) estabeleceram que há um nível crítico de teor de água para a secagem, visando a máxima longevidade das sementes, de forma que a secagem aquém desse nível pode acelerar a taxa de deterioração das sementes. CHAI et al. (1998), buscando os teores ótimos de água para armazenar sementes a temperaturas ambientes, secaram sementes de trigo (T. durum) com germinação em torno de 94%, a teores de água entre 0,5 e 11% e as armazenaram em embalagens herméticas durante 5 anos em temperatura ambiente, que flutuou entre 0 e 35 ºC, com média de 18ºC. Teores de água entre 7,6 e 9,7% promoveram a menor taxa de deterioração dessas sementes, refletida em maiores porcentagens de germinação, após quatro e cinco anos. HU et al. (1998) também verificaram que a secagem excessiva reduz a longevidade das sementes de trigo (Triticum aestivum). Neste caso, sementes com 99% de germinação, armazenadas durante 42 meses a 45ºC, apresentaram redução progressiva na porcentagem de germinação, porém com intensidade bem menor quando apresentavam teor de água de 5%, em comparação as que foram conservadas 8 com teores, tanto inferiores quanto superiores a este, numa faixa de teores de água entre 2 a10%. Em temperaturas mais baixas de armazenamento (22,5ºC e 0ºC), a longevidade foi prejudicada apenas quando as sementes foram armazenadas com teores de água inferiores a 4%. 2.2 Incidência de pragas nas sementes armazenadas O armazenamento de sementes de trigo deve ser conduzido de maneira extremamente cuidadosa, para possibilitar a preservação da qualidade, minimizando o processo de deterioração das sementes, causada pelo ataque de insetos. No Brasil, as perdas de grãos podem variar entre 0,2 e 30 % da produção total , em função das condições precárias de armazenamento no meio rural e de condições climáticas favoráveis ao crescimento da população de pragas (GALLO, 1988 e ALMEIDA (1989); citado por PINTE et al., 1997). As principais pragas de armazenamento de sementes e da farinha de trigo, de acordo com PUZZI (1986), são: Plodia interpunctella (traça da farinha), Rhyzopertha dominica (besouro), Sitophilus granarius (gorgulho do trigo), Sitophilus oryzae (gorgulho do trigo), Sitophilus spp. (gorgulho), Sitotroga cerealella (traça dos cereais) e Tribolium castaneum (besouro castanho). Estes insetos são vistos como parte de um ecossistema único (SINHA, 1973), pois as diferentes espécies estão associadas a nichos ecológicos, nos quais, tanto as sementes sadias quanto o material quebrado e infectado por fungos podem ser o substrato para desenvolvimento e multiplicação dos insetos (PHILIPS et al. 1993). A capacidade de atacar grãos inteiros e sadios caracteriza os insetos primários; são considerados secundários aqueles que são capazes de infestar apenas sementes quebradas e farinha (PUZZI, 1986). Dentre os insetos primários, destacam-se aqueles da ordem Coleoptera e Lepidoptera, sendo a temperatura e a umidade do ar condicionantes da severidade dos danos (CARVALHO e NAKAGAWA, 1988). Os Sitophilus spp., da Ordem Coleóptera, apresentam grande importância econômica devido à alta agressividade; porém, SINHA et al. (1988) observaram que estes insetos apresentam aparatos bucais especializados em se alimentar de sementes inteiras e sadias e não conseguem se multiplicar em sementes trituradas ou em 9 farinha. Estes gorgulhos ovipositam dentro das sementes, onde suas larvas ápodes completam o desenvolvimento. A oviposição não ocorre em sementes trituradas e mesmo quando os ovos são postos, o desenvolvimento da larva é prejudicado. PHILLIPS et al. (1993) constataram que S. oryzae é atraído por substâncias voláteis, características de grãos frescos de trigo (valeraldeído, maltol e vanilina). Este comportamento reflete seu nicho ecológico de atuação. Raramente, insetos como gorgulhos ou traças são ativos em sementes com teores de água inferiores a 8% e temperaturas entre 18 e 20 ºC BEWLEY e BLACK (1994). Segundo SEDLACKE et al. (1991), o desenvolvimento e crescimento desses insetos são favorecidos em sementes com teores de água entre 12 a 15% e temperaturas entre 23 e 35ºC. No entanto, tais pragas estão adaptadas a uma dieta a base de material vegetal seco (FARONI, 1992) e muitas delas possuem características especiais que lhes permitem a sobrevivência em condições de baixa disponibilidade de água (MODUE, et al., 1980). No entanto, temperaturas baixas provocam desenvolvimento lento após a oviposição e grande redução das taxas de desenvolvimento e crescimento dos insetos (GILBERT e RAWORTH, 1996). FRANK et al. (1992) armazenaram sementes de trigo com teores de água de 11,2 a 13,7% a temperaturas de 15 a 35ºC, durante 10 meses. Observaram, que o Sitophilus oryzae não sobreviveu nas sementes armazenadas a 15°C, sendo que a 20°C, sobreviveu apenas nas sementes com teor de água de 13,7%. Nas sementes com teor de água de 11,2%, a progênie foi considerável apenas na temperatura de 35ºC e no décimo mês. A progênie desenvolvida nas sementes que apresentavam teor de água de 13,7% foi no mínimo 4 vezes maior do que nas sementes com teor de água de 12,1%. Nas sementes com teor de água de 13,7%, armazenadas a 25, 30 e 35ºC a progênie atingiu os valores máximos após o sexto mês, variando entre 430 e 633 insetos nesses tratamentos, até o décimo mês. MICHEL et al. (2000) estudando o desenvolvimento da progênie de Rhizopertha dominica em sementes, com teor de água de 13%, também observaram que os fatores ambientais influenciaram o desenvolvimento da progênie. Demorou 17 dias a mais para a emergência de 50% da progênie a 27ºC em comparação com 34ºC. Estes autores conduziram três experimentos idênticos, em condições de laboratório, às temperaturas de 27 e 34ºC, num período de oito meses; verificaram, no entanto, 10 que a progênie foi bem maior no primeiro experimento, conduzido no outono do que no segundo e no terceiro, conduzidos no inverno e na primavera, respectivamente. Embora os insetos empregados tivessem sido criados em laboratório e os ensaios tenham sido conduzidos em câmaras de crescimento, provavelmente a população ainda exibia um fenômeno fisiológico, refletindo um comportamento natural herdado, característico das populações selvagens, de variação da população em função da estação do ano. RAMZAN e CHAHAL (1985), na Índia, investigaram o efeito de diferentes níveis de infestação inicial de Sitophilus oryzae sobre danos em grãos de trigo armazenados e constataram que os danos causados nos grãos e a perda de viabilidade das sementes aumentaram significativamente com o aumento do nível de infestação e período de armazenamento. MCGAUGHEY et al. (1990) também observaram que a dureza do grão pode influenciar fortemente a habilidade de Sitophilus oryzae em se reproduzir no trigo armazenado. Por isso, sementes de cultivares diferentes apresentam diferentes níveis de resistência a insetos de armazenamento (SINGER e MATHEU, 1973; MCGAUGHEY et al. 1990, CORTEZ – ROCHA et al. 1993). De acordo com SING e AGRAWAL (1977) os cultivares mais suscetíveis ao ataque de Sitophilus oryzae são os que apresentam menores valores para características que indicam dureza da semente. Estes autores também observaram uma correlação direta entre infestação por Sitophilus oryzae e a presença de ácido úrico e ácidos graxos livres nas sementes. Por outro lado, SINHA et al. (1988) relataram que a dureza da semente não influenciou significativamente a taxa de multiplicação de gorgulhos, principalmente a do S. granarius. SING et al. (1975) também relataram diferenças entre cultivares de trigo, quanto à resistência aos danos causados por Sitophilus oryzae às sementes, traduzidas em maiores porcentagens de germinação após as danificações. 2.3 Controle químico das pragas no armazenamento das sementes O expurgo é uma prática bastante difundida no Brasil para eliminar focos de infestação de pragas já existentes em grãos e sementes armazenadas de diversas 11 espécies de cereais, leguminosas e gramíneas forrageiras. Atualmente, a fosfina (ALPH3), com o nome comercial de Gastoxin, é o fumigante mais empregado (ANDRADE e NASCIMENTO, 1984), devido à sua eficiência, facilidade de aplicação e disponibilidade no mercado (BITRAN et al. 1984). Também já é amplamente conhecido que a fosfina não prejudica a germinação das sementes. ANDRADE e NASCIMENTO (1984) constataram que três expurgos com fosfina, em intervalos mensais, na dosagem de 10 comprimidos de gastoxin por m3 (o dobro da dosagem recomendada), não prejudicaram o poder germinativo de sementes de três cultivares de sorgo e duas de milho. O vigor, avaliado pelos testes de envelhecimento artificial e índice de velocidade de emergência, também não foi prejudicado. A ação da fosfina pode ser mais efetiva pela elevação da dosagem e do período de exposição; porém, a variação na eficiência do tratamento está associada ao local de origem do foco de infestação, refletindo uma característica de resistência da praga (BITRAN e KASTRUP, 1981). BITRAN et al. (1984) acrescentaram que foi necessário aumentar as dosagens de fosfina de 1g para 2g/ 20 sacos e o período de exposição de 72 horas para 96 horas para controlar o gorgulho (Sitophilus ssp.) em sementes de milho, em face da eficiência limitada da fosfina no controle das formas imaturas do gorgulho. Devido ao expurgo com fosfina não ser capaz de proteger as sementes contra novas infestações, o método mais utilizado para o controle de pragas em sementes e grãos armazenados é o controle preventivo com inseticidas, por não ser caro, possuir ação rápida e apresentar persistência aceitável. Diversos inseticidas de contato são empregados na proteção de sementes e de grãos armazenados (HAREIN, 1982 e SNELSON, 1987). Os inseticidas, que devem atender a critérios de eficiência e segurança (SINHA e WATTERS, 1985), são efetivos durante meses ou anos. Entretanto, problemas como de população de pragas resistente aos inseticidas e a degradação dos mesmos, também devem preocupar a pesquisa sobre proteção de sementes armazenadas, pois as comunidades de artrópodes podem se estabelecer gradativamente nos grãos armazenados, à medida que os resíduos decrescem (WHITE, 1995) e as pragas invadem os grãos (HAGSTRUM, 1989). 12 Fatores que afetam a degradação do inseticida, após a aplicação em sementes de cereais, incluem temperatura, conteúdo de água da semente, tipo de inseticida e formulação (HAREIN, 1982), além de propriedades físicas e fisiológicas das sementes (ROWLANDS, 1975) e da atividade de fungos (MOSTAFA et al. 1972). WHITE (1988) observou que os inseticidas organofosforados clorpirifós metil, pirimifós metil e malathion não sofreram degradação durante oito meses, tanto em sementes de trigo recém-colhidas quanto em envelhecidas (com 2 anos) e armazenadas nas condições do Canadá, em temperaturas que flutuaram entre –15ºC e 27ºC. Apenas após 10 a 12 meses, quando as temperaturas do ambiente foram mais elevadas, o decréscimo de resíduos dos inseticidas foi refletido pelo decréscimo na mortalidade dos insetos Tribolium castaneum. À medida que os inseticidas foram perdendo o efeito, a quantidade de insetos desorientados passou a ser superior à mortalidade. Por outro lado, FRANK et al. (1992) observaram que o inseticida clorpirifós metil perdeu o poder residual em sementes de trigo armazenadas por 10 meses, desde os primeiros meses, formando uma curva assintótica. A degradação dos resíduos também foi maior à medida que se aumentou a temperatura do ar de 15 para 35ºC e o teor de água das sementes de 11,2 para 13,7%. A progênie de S. oryzae e a porcentagem de sementes danificadas pelos insetos se correlacionaram positivamente com a sobrevivência dos insetos e negativamente com os níveis de resíduo. Em outro experimento, sementes de trigo, com teores de água entre 12,2 e 15,1%, foram tratadas com clorpirifós metil e armazenadas por 18 meses em temperaturas que flutuaram entre –20ºC e 30ºC, no Canadá. O inseticida se degradou com o tempo, mas ofereceu controle efetivo de Tribolium castaneum (>90%) por 10 meses, na dosagem de 4,6ppm. A germinação das sementes não foi afetada pelo inseticida (WHITE et al., 1997). Outras pesquisas consideraram a qualidade fisiológica das sementes de trigo tratadas com diversos inseticidas. SING et al. (1998) estudando a eficácia residual de cinco inseticidas, Deltametrina (3ppm), Fluvinate (10ppm), Clorpirifós metil (30ppm), Etrimfós (10ppm) e Malathion (40ppm), como protetores na semente de trigo contra S. oryzae 13 e S. granarium, também constatarm que nenhum deles afetou a germinação das sementes durante o armazenamento. Porém, KASHY e DUHAN (1994) avaliaram os efeitos do período de armazenamento e do tratamento de sementes de diferentes cultivares de trigo com diferentes inseticidas (Aldrin 30EC, Endosulfan 35EC, Formothion 20EC e Clorpirifós 20EC) e constataram que dependendo do cultivar e do inseticida, a viabilidade e o vigor das sementes foram afetados. Formothion 20CE afetou todos os parâmetros de viabilidade e vigor para a maioria dos cultivares e Endosulfan forneceu resultados semelhantes à testemunha. WHITE (1983) relatou que o tratamento com Malathion (8ppm) proporcionou o controle efetivo de raças resistentes de T. Castaneum em sementes de trigo; porém, favoreceu o crescimento do fungo Aspergillus glaucus, que pode ter metabolizado o inseticida e o utilizado como fonte de fósforo e carbono. Nas sementes não tratadas, a presença de insetos pode ter inibido o crescimento dos fungos. O inseticida fenitrothion (Fenitrothion 500CE) é especialmente formulado para o tratamento de sementes. KAMEL e FAM (1973) observaram que após dois dias do tratamento de sementes de trigo com fenitrothion, na concentração de 2ppm, a mortalidade Sitophilus oryzae foi completa. Este produto, na concentração de 8ppm, permaneceu tóxico aos insetos durante 6 meses e não afetou os valores de germinação das sementes. Na dosagem de 15ml/t, o fenitrothion (Fenitrothion 500CE) também se mostrou eficiente no controle S. oryzae, até 60 dias após a aplicação, em arroz acondicionado em sacos de ráfia e armazenado à temperatura de 25ºC (Pinto et al., 1997). PAWAR e YADAV (1985) também constataram a eficiência do tratamento de sementes de trigo, que apresentavam teores de água de 10, 12 ou 14%, com fenitrothion, no controle de Sitophilus oryzae durante quatro meses. Verificaram também que o recipiente (de madeira,de cimento, latas ou sacos de juta), em que foram acondicionadas as sementes, interferiu na velocidade de degradação do inseticida. A degradação foi mais rápida nas sementes com teores de água de 12 e 14%, acondicionadas em sacos de juta ou em caixas de cimento. 14 2.4 Incidência de fungos nas sementes armazenadas Vários patógenos podem estar associados às sementes de trigo, sendo a maioria deles de origem fúngica (RICHARDSON, 1979; FORCELINI, 1995; NASSER, 1987; PATRÍCIO et al., 1995 e REIS e CASA, 1998). Segundo CATELLANI et al. (1996), a presença de fungos pode reduzir a capacidade germinativa de um lote de sementes, além de causar problemas na interpretação dos resultados dos testes de germinação, conduzidos em condições de laboratório. Dentre os fungos mais importantes, merecem destaque os gêneros Alternaria, Bipolaris, Drechslera, Fusarium, Pyricularia, Septoria, Tilletia e Ustilago (NASSER, 1987; GOULART et al., 1995 e REIS e CASA, 1998), que invadem as sementes ainda no campo, e necessitam para o seu crescimento de umidade relativa em torno de 90 a 95% que, de acordo com DHINGRA (1985), representa um teor de água de 25% nas sementes amilácias, como as de trigo. Quando há redução neste teor de água, ocorre paralisação no desenvolvimento desses fungos e não ocorrem novas invasões (MILLS e WALLACE, 1992 e DHINGRA, 1985). A sobrevivência dos fungos de campo nas sementes depende da habilidade em se manterem viáveis nas condições de temperatura e umidade relativa do armazém (LAL e KAPOOR, 1979; BERJAK, 1987a; MERONUCK, 1987), do grau de infecção e do teor de água das sementes (DHINGRA, 1985). Por outro lado, os fungos do gênero Aspergillus e Penicillium estão presentes nas sementes recém-colhidas, em porcentagens muito baixas e são capazes de sobreviver em ambientes com baixa umidade, proliferando-se em sucessão aos fungos de campo e causando a deterioração das sementes, culminando com a perda da viabilidade e do valor comercial das sementes. (CHRISTENSEN, 1973; WALLACE et al., 1976; BERJAK, 1987a; WETZEL, 1987; CARVALHO e NAKAGAWA, 1988). Neste sentido, (WALLACE et al., 1976) constataram que os fungos de campo predominaram inicialmente em 13,5 t de sementes de trigo que foram armazenadas por cinco anos a granel, com teor de água inicial de 13,5%. A temperatura do ambiente variou entre –15ºC e 30ºC, neste período. Depois de dois anos, surgiu uma zona quente de 49ºC, resultando na redução imediata de Alternaria alternata e no 15 zona quente de 49ºC, resultando na redução imediata de Alternaria alternata e no aumento dos fungos de armazenamento, primeiro Penicillium, seguido por uma sucessão de Aspergillus. A incidência desses fungos também declinou, de forma que depois de 5 anos o fungo predominante foi o saprófito Chaetomim dolichotrichum. Esses autores também verificaram uma correlação positiva entre a infecção de A alternata e viabilidade das sementes; porém, durante 4 anos a incidência deste fungo decresceu de 91 para 1% e a germinação continuou elevada na superfície da massa de grãos. O decréscimo na germinação ocorreu após cinco anos, coincidente com aumento no teor de água para 14,5% e acréscimos na incidência de fungos de armazenamento. Embora os fungos de armazenamento se caracterizem por crescerem sem água livre (CHRISTENSEN, 1973), costumam apresentar maior incidência em sementes colhidas em anos mais úmidos (MILLS e WALLACE, 1992). Além disso, estes fungos não crescem em sementes com teores de água em equilíbrio com umidades relativas do ar inferiores a 68%; portanto, não podem ser responsabilizados pela deterioração que ocorre em sementes com teor de água inferior a 13%, em sementes amilácias (BEWLEY e BLACK, 1994). Penicillium spp. não são tão comuns como as espécies de Aspergillus; mas são encontrados às vezes em sementes de cereais, particularmente em lotes com teor de água superior a 16% e armazenados a temperaturas relativamente baixas (CHRISTENSEN e KAUFMANN, 1965, citados por BASRA, 1994). KARUNAKARAN et al. (2001) verificaram que o crescimento de fungos foi visível em sementes armazenadas com teor de água de 19 % a temperaturas entre 20 e 35ºC, apenas após a germinação das sementes ter caído abaixo de 90%. Por outro lado, não houve crescimento de fungos em sementes armazenadas a 10 ou 15ºC, mesmo após a porcentagem de germinação ter decrescido para 70 %. GOSH e NANDI (1986) e ABRAMSON et al. (1990) acrescentaram que sob condições favoráveis ao crescimento, estes fungos diferem quanto à habilidade de invadir e deteriorar sementes. Por exemplo, durante os primeiros dias do armazenamento de sementes de trigo com teor de água de 19 %, os níveis de infecção de Aspergillus glaucus e A. flavus foram elevados a 35 ºC, de A. candidus a 30 e 25ºC e de A. candidus e de Penicillium spp a 20ºC. Em períodos posteriores do 16 armazenamento, o nível de infecção de A. glaucus permaneceu elevado a 35ºC, de .A. candidus a 30 e 20ºC e de A. candidus e de A. glaucus a 25ºC. (KARUNAKARAN et al., 2001). Na literatura há diversos trabalhos que explicam o envolvimento destes fungos no processo de deterioração das sementes de trigo. Segundo CHRISTENSEN (1973), Aspergillus spp. e Penicillium spp. ocorrem de forma generalizada em todas as partes do mundo, contaminando grãos e sementes, invadindo preferencialmente o embrião e, conseqüentemente, reduzindo o potencial de germinação da semente. Sementes de trigo, ervilha, abóbora e tomate foram inoculadas com diferentes isolados de Aspergillus (A. ruber, A. chevaliere e A. restrictus). As sementes mais suscetíveis a estes fungos foram as de trigo, embora tivessem apresentado inicialmente 97% de germinação. A porcentagem de germinação foi reduzida em 25% por todos os isolados e 50% dos embriões foram invadidos, se tornaram escurecidos e adquiriram consistência gelatinosa, quando embebidos (HARMAN e PFLEGER, 1974). GHOSH e NANDI (1986) verificaram que além da redução da germinação de sementes de trigo inoculadas com Aspergillus spp.e Penicillium spp., estes fungos também causaram a redução no crescimento das plântulas, provavelmente devido à produção de substâncias tóxicas. Os fungos testados também foram capazes de produzir amilase extracelular, de forma que as sementes perderam quantidades consideráveis de carboidratos, que foram degradados pela atividade metabólica dos fungos e utilizados para crescimento e desenvolvimento destes. O aumento de quitina, verificado após 15 dias da incubação, revelou invasão e crescimento dos fungos no interior das sementes. O fungo que mais cresceu, A flavus, também foi o que produziu maior teor de quitina. Aspergillus glaucus é capaz de deteriorar o sistema de membranas de sementes de trigo, alterando sua permeabilidade (ANDERSON et al., 1970). Os fosfolipídios são os principais constituintes da membrana plasmática e à medida que aumenta o nível de infecção pelos fungos de armazenamento, aumenta o teor de ácidos graxos livres, resultante da degradação de lipídios por estes fungos (SINHA et al. 1989; ABRAMSON et al., 1990 e KARUNAKARAN et al., 2001). 17 A alteração na composição das proteínas do embrião devido ao aumento da infecção por estes fungos foi verificada por SINHA et al.(1989). Este autor também observou que a respiração dos fungos contribuiu para o aumento do teor de água das sementes e da temperatura e do nível de CO2, em silos não ventilados. 2.5 Controle químico de fungos no armazenamento das sementes. O tratamento fungicida foi desenvolvido originalmente para proteger as sementes durante a germinação e o estabelecimento de plântulas, contra o ataque de fungos de solo e para controlar alguns fungos transmitidos pelas sementes, como Ustilago e Tiletia, patógenos do trigo. Diversos fungicidas necessitam de água livre para serem efetivos, o que dificulta o controle dos fungos que crescem nas sementes armazenadas em ambientes com umidade relativa entre 70 e 90% (MORENO-MARTINEZ et al., 1998). A aplicação de fungicidas em sementes, também pode produzir efeitos tóxicos, que causam a formação de plântulas com deformações morfológicas, morte das plântulas ou das sementes. Estes efeitos também podem ser ampliados de acordo com as condições fisiológicas das sementes (BELL e HAMPTON, 1984). BALARDIN e LOCH (1987) verificaram que o tratamento de sementes de aveia e de centeio com o fungicida Thiram, na dosagem de 150g/100kg de sementes, reduziu o poder germinativo das sementes e o comprimento do coleóptilo das plântulas de ambas as espécies e o comprimento da radícula das plântulas de aveia. KHALEEQ e KHATT (1986) estudaram o tratamento de sementes de trigo de três cultivares com os inseticidas Aldrin, Heptacloro e Carbofuran, com os fungicidas Carboxin 75% e Benlate 50%, ou mistura de inseticidas e fungicidas. Para cada produto químico foram testadas 0,5; 1; 2 e 3 vezes as dosagens recomendadas pelos fabricantes para o tratamento de sementes. Os autores verificaram respostas diferentes aos tratamentos em função do genótipo. Constataram também que o inseticida Carbofuran retarda a emergência de plântulas de trigo. Os dois fungicidas prejudicaram a emergência das plântulas; porém o benlate foi mais prejudicial. A combinação de dois ou três pesticidas, especialmente quando o Carbofuran era 18 incluído, foram ainda mais fitotóxicas, provavelmente devido à interação química entre os produtos, à concentração elevada ou a ambas. No México, observou-se efeito tóxico do Carboxin no tratamento de sementes de trigo. Para verificar este efeito MORENO-MARTINEZ et al. (1998) trataram sementes de trigo, que apresentavam 93% de germinação e teor de água de 10,6%, com Captan (650ppm), Pentacloronitrobenzeno Carboxin (1500ppm), (880ppm), Thiram Chlorotalonil (795ppm) e uma (750ppm), mistura de Carboxin+Captan (160+360ppm); armazenaram as sementes por 120 dias a 25ºC e umidade relativa de 60% ou de 80%. Constataram que na condição de umidade relativa mais baixa a deterioração das sementes foi minimizada e os fungos não cresceram. Após 30 dias, as sementes não tratadas e armazenadas a umidade relativa de 80% atingiram teores de água de 18,2 e18,7% e tiveram o potencial de germinação severamente prejudicado, devido à intensificação do processo de deterioração; o crescimento de Aspergillus spp. ocorreu em 100% das sementes, até o final do período de armazenamento. Nestas condições de armazenamento, os fungicidas Captan e Chlorotalonil, seguidos pela mistura de carboxin+captan protegeram as sementes contra o desenvolvimento de fungos de armazenamento e preservaram o potencial de germinação das sementes (82 a 86%) por 60 a 75 dias. Carboxin, Pentaclorobenzeno e Thiram não foram eficientes. Os autores verificaram efeito negativo de Carboxin sobre as sementes tratadas, apenas na época inicial de avaliação, desaparecendo nas épocas seguintes. Por outro lado, LINHARES et al. (1979) relataram que aplicação da mistura dos fungicidas Thiram+Benlate (0,5+0,5g de i.a./kg de sementes) às sementes reduziu a ocorrência de fungos de campo e de Aspergillus spp. e Penicillium spp. no armazenamento, equiparando lotes de sementes com vigor diferentes, quanto à emergência de plântulas no campo e formação do estande; porém, não proporcionou aumento de rendimento da cultura do trigo. Também há na literatura, indicações de vantagens proporcionadas pelo tratamento de sementes de milho com fungicidas antes de serem armazenadas. Alguns trabalhos demonstraram a eficiência da mistura dos fungicidas Carboxin + Thiram no controle de Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium moniliforme, 19 resultando em aumento significativo da emergência de plântulas no campo (MORAES et al., 1987; DENUCCI et al., 1990; PATRÍCIO et al., 1995 e GOULART, 1993). GOULART e FIALHO (1994) verificaram que Thiabendazole + Thiram, Thiabendazole + Captan e Thiabendazole, seguidos por Captan e por Carboxin + Thiram, foram os tratamentos mais eficientes para controlar esses fungos em sementes de milho e também proporcionaram melhores resultados de germinação, emergência de plântulas no teste de frio e em areia e massa fresca de plantas, quando comparados com sementes não tratadas. Efeitos positivos do tratamento das sementes com fungicidas misturados a inseticidas também foram observados. TAKAHASHI e CÍCERO (1986) concluíram que os inseticidas Deltametrina e Avermectin e a mistura com os fungicidas Terracoat ou Captan, foram eficientes na proteção de sementes de milho por 12 meses; porém, os tratamentos em que o fungicida Captan esteve presente ofereceram proteção por maior período contra microrganismos existentes nas sementes e no solo. 2 6 Associação entre fungos e insetos no armazenamento das sementes É fato bem conhecido, que a deterioração de grãos de trigo armazenados resulta da interação do metabolismo da semente, microrganismos e artrópodes, manifestando-se em alterações na qualidade do grão, aumento no teor de ácidos graxos livres e presença de micotoxinas (HULTIN e MILNER, 1978; ABRAMSON et al., 1990). No entanto, as inter-relações entre variáveis bióticas e abióticas nos ecossistemas de grãos ou sementes armazenadas são geralmente complexas (POMERANZ, 1992). Diversas espécies de insetos podem invadir a massa de grãos, simultaneamente ou sucessivamente. (LEFROVITCH, 1968, citado por WHITE e SINHA, 1980). A interação entre estes insetos e o ambiente, sob condições favoráveis de temperatura e umidade relativa do ar, maximiza a atividade biológica, levando a uma rápida sucessão da flora e da fauna e à deterioração das sementes de trigo (SINHA e WALLACE, 1966). As infestações de insetos aumentam o teor de água da massa de grãos e concorrem para o desenvolvimento dos fungos de armazém, pois como todos os 20 organismos vivos, os insetos decompõem parte dos alimentos em gás carbônico e água, aumentando, assim, o teor de água dos grãos infestados (PUZZI, 1986). WETZEL (1987) acrescentou que os insetos também propiciam a disseminação destes fungos, carregando seus esporos entre as sementes. Neste sentido, AGRAWAL et al. (1957) verificaram que, após três meses de armazenamento, amostras de grãos de trigo infestadas por Sitophilus granarius apresentaram teores de água entre 17,6 e 23% e aumento nos níveis de infecção por Aspergillus glaucus, em comparação a amostras não infestadas que estavam com teores de água entre 14,6 e 14,8%. KASHYAP e DUHAN (1994) também observaram no teste de germinação, um intenso crescimento de fungos de armazenamento (Rhizopus spp., Aspergillus spp. e Penicillium spp.) sobre o substrato de papel toalha, quando havia sementes com endosperma danificado por insetos. LUSTIG et al. (1977) não observaram diferenças significativas de teor de água das sementes de trigo (16%), entre os tratamentos onde houve a infestação por Tribolium castaneum e a testemunha sem infestação, mas atribuíram este fato à pequena massa de grãos (130g) das amostras, mantidas à temperatura de 30ºC e umidade relativa de 70-80%. Neste mesmo trabalho, os autores constataram que as sementes infestadas por Tribolium castaneum apresentaram maior teor de ácidos graxos livres e decréscimos no potencial de germinação e na incidência do fungo Alternaria alternata. Atribuíram o acréscimo de ácidos graxos livres nas sementes a uma ação indireta dos insetos, por induzirem o crescimento de Aspergillus spp. e Penicillium, que se caracterizam por uma elevada atividade lipolítica. A infecção das sementes por A. alternata decresceu rapidamente, devido à inibição causada por Aspergillus spp, ingestão pelos insetos ou ao baixo teor de água das sementes. WHITE e COLIN (1996) também relataram a redução da incidência de A alternata após 5 semanas, em sementes de trigo com teor de água de 14,5%, armazenadas a 30ºC e umidade relativa de 70%. Na literatura também há indícios de benefícios causados pelos fungos de armazenamento aos insetos. VAN WYK et al. (1959), CHRISTENSEN e HODSON (1960) e MISRA et al. (1961), pesquisando o comportamento de insetos em farinha ou 21 sementes de trigo armazenadas, demonstraram haver uma associação entre insetos e os fungos de armazenamento; Tribolium confusum, Sitophilus granarius e Sitotroga cerealellla eram mais atraídos pelo trigo infectado, principalmente por Aspergillus spp, do que pelo trigo não infectado por esses fungos. O desenvolvimento dos insetos também era melhor em sementes infectadas pelos fungos, de forma que maior número de larvas da traça S. cerealella se desenvolvia nessas sementes em comparação a sementes sadias, infestadas com igual número de adultos, nas mesmas condições. Várias espécies de fungos de armazenamento dos gêneros Aspergillus e Penicillium foram consideradas como suplementos alimentares de valor para insetos de armazenamento, inclusive S. granarius (SINHA,1971;WRIGHT et al.1980 e WRIGHT e BURROUGS 1983). LUSTIG et al. (1977) constataram que após a oitava semana de armazenamento de amostras de 130g de sementes de trigo, que apresentavam teor de água de 16%, em equilíbrio com umidade relativa de 70-80% e temperatura de 30ºC, o material infestado com Tribolium castaneum apresentou menores níveis de infecção por Aspergillus spp. e Penicillium ssp., provavelmente por terem sido ingeridos pelos insetos ou por terem tido crescimento inibido por quinonas, produzidas pelos insetos. A germinação das sementes decresceu acentuadamente na décima oitava semana de armazenamento, devido à destruição do embrião, causada pela ingestão pelos insetos, aliada à infecção pelos fungos e bactérias. WHITE e COLIN (1996) e WHITE e DEMIANYK (1996) também relataram menor número de sementes infectadas por Aspergillus glaucus e Penicillium spp., nos tratamentos com T. audax e T. confusum do que na testemunha sem insetos, provavelmente por terem sido consumidos pelos insetos ou devido à liberação de quinonas. Por outro lado, WHITE e SINHA (1980b) comentaram que o consumo de fungos e de seus subprodutos tóxicos pode explicar parcialmente o declínio na população de insetos das espécies Rhyzopertha dominica (F.) (Bostrichidae), Sitophilus oruzae (L.) (Corculionidae) e Tribolium castaneum (Herbst) (Tenebrionidae) em um ecossistema de grãos em deterioração crescente, durante o armazenamento prolongado. 22 MILLS e WALLACE al. (1992) estudaram o comportamento do inseto Liposcelis bostrychophilus Badonnel em sementes de trigo armazenadas a 30ºC e umidade relativa de 70% e verificaram que este inseto ingeriu com maior voracidade o fungo de campo Bipolaris spicifera (Bainer) Subramanian, do que o de armazenamento Aspergillus niger Van Tiegen. De modo geral, Rhyzopus stolonifer (Ehrenb.) Lend, Nigrospora sphaerica (Saccardo) Mason, Alternaria alternata (Fr.) Keissler e Fusarium poae (Peck) Wollenweber também foram preferidos aos fungos de armazenamento. De acordo com WHITE e SINHA (1980a), um ecossistema de grãos armazenados é um sistema fechado, sem regeneração do suprimento de alimentos para os insetos ou processos de desintoxicação dos detritos acumulados. A competição por alimento afeta as populações de insetos, de modo que a produtividade inicial elevada de formas imaturas de insetos declina à medida que as espécies invasoras atingem densidades, que vão saturando o ambiente até a capacidade máxima que o sistema pode suportar, seguida pela morte eventual ou inativação da maioria dos agentes bióticos. Diversas pesquisas foram realizadas na década de 80 em Manitoba, no Canadá, direcionadas ao estudo das relações ecológicas de múltiplas espécies de insetos e fungos, envolvidos na deterioração de sementes de trigo. Estudou-se o ecossistema formado por silos de 200 litros, preenchidos com sementes de trigo, com teor de água de 15,5%, em equilíbrio com umidade relativa de 45% e temperatura de 30ºC, durante 60 semanas. Os tratamentos consistiram na infestação das sementes com 500 insetos de cada uma das seguintes espécies: Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae e Tribolium Castaneum (WHITE e SINHA, 1980a; WHITE e SINHA, 1980b e WHITE e SINHA, 1980c). Estes experimentos esclareceram diversos aspectos da seqüência de eventos, que caracterizam a deterioração de grãos ou sementes de trigo a granel, quando infestados por insetos de armazenamento, comuns em regiões tropicais e subtropicais. Neste contexto, todas as espécies de insetos se multiplicaram em taxas exponenciais no início do experimento, seguidas por acentuada oscilação no número de insetos. S. oryzae deixou de se reproduzir gradativamente até se tornar extinto na 23 21a semana. O mesmo ocorreu com R. dominica e T. castaneum; porém, tornando-se extintos apenas na 45a semana. O fungo A. alternata desapareceu na 18a semana, devido à competição com Aspergillus spp. e Penicillium spp.. A. glaucus foi o fungo dominante na testemunha e nos tratamentos infestados com insetos. No entanto, a incidência deste fungo declinou rapidamente após a 30a semana, provavelmente por ter sido ingerido pelos insetos, além de ter sido inibido pelo crescimento gradativo das bactérias que infectaram 80% das sementes até o final do experimento. As três populações de insetos correlacionaram-se positivamente com os danos no embrião e no endosperma e com a perda de massa dos grãos, além de gerarem temperaturas e teores de água elevados, condições favoráveis à intensa atividade microbiana, em função da respiração acelerada e da atividade reprodutiva. Esta invasão coletiva de organismos resultou no aumento da concentração de CO2 até 18% e redução na concentração de O2 até 7%, elevação na temperatura da massa de grãos e nos níveis de ácidos graxos livres. O teor de água das sementes no final do experimento chegou a 20,5%. O teor de ácidos graxos livres aumentou até a deterioração das sementes se tornar intensa e depois declinou, provavelmente devido à decomposição dos lipídios pelas bactérias e ao consumo completo dos embriões pelos insetos. O potencial de germinação das sementes decresceu rapidamente após 4 semanas, tornando-se nulo na 15a semana. Neste ecossistema não ventilado, os autores atribuíram o declínio na população de insetos, parcialmente, ao consumo de fungos e de seus subprodutos tóxicos. Salientaram ainda que a elevação dos níveis de CO2 até 18%, na 12a semana, devem ter limitado a incidência dos insetos. De acordo com PETERSON et al. (1956), citados por WHITE e SINHAa (1980), níveis de CO2 acima de 5% inibem o desenvolvimento das larvas de Sitophilus spp.e entre 13,8 e 18,6% inibem o crescimento de fungos e de insetos. Outros experimentos na mesma linha de pesquisa foram conduzidos, por SINHA (1983), que infestou amostras de 134g de sementes de trigo (com 50% de germinação e teor de água de 15%) com insetos adultos de Cryptolestes ferrugineus ou Oryzaephilus surinamensis (L.) e as armazenou a 30ºC e umidade relativa de 70%, durante 20 semanas. Em experimento semelhante, as sementes foram infestadas 24 com insetos adultos de S. granarius ou S. oryzae (SINHA, 1984). Mesmo com amostras menores e com o envolvimento de apenas uma espécie de inseto em cada tratamento, os resultados obtidos indicaram uma seqüência semelhante de eventos que caracterizam a deterioração dos grãos ou sementes infestados por insetos. SINHA (1984) também constatou que as populações S. granarius ou S. oryzae causaram danos severos ao embrião e ao endosperma das sementes; porém, S. oryzae preferiu o endosperma. Na 11a semana o potencial de germinação das sementes foi reduzido a zero e na 14a semana, 90% dos embriões já tinham sido digeridos pelas duas espécies. O grau de umidade das sementes infestadas por S.oryzae aumentou constantemente, atingindo 35% na vigésima semana, enquanto que nas infestadas por S. granarius o grau de umidade atingiu 18%, refletindo o tamanho da população e nível de injúrias causadas às sementes por estes insetos. A análise da literatura revela que há um grande volume de trabalhos, conduzidos com grãos ou sementes de trigo, direcionados ao estudo de fungos de armazenamento e seu controle com fungicidas, e de insetos de armazenamento e seu controle com inseticidas. Apesar do menor número de trabalhos direcionados ao estudo da inter-relação entre sementes, insetos e fungos, este aspecto do armazenamento tem sido abordado desde o final da década de 50, e com maior persistência, a partir da década de 80 por entomologistas associados a fitopatologistas, no Canadá. Estes estudos foram conduzidos, visando, principalmente, à preservação de grãos para consumo. Pouca ou nenhuma atenção tem sido dispensada à avaliação mais detalhada da qualidade fisiológica das sementes envolvidas neste processo. Além disso, não há informações sobre este assunto, envolvendo sementes de genótipos brasileiros de trigo, armazenadas nas nossas condições. 25 3. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi conduzido no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) durante os anos de 1999 a 2001. 3.1 Sementes Foram empregadas sementes de trigo (Triticum aestivum) do cultivar IAC350 (representando cultivares de sementes mais duras) e do cultivar IAC-120 ( representando cultivares com sementes mais moles), procedentes dos campos de Produção de Sementes Básicas do IAC e colhidas no mês de setembro de 1999. Logo após o beneficiamento, realizado na Unidade de Beneficiamento do IAC no mês de novembro, 80kg de sementes de cada cultivar foram expurgados com fosfina (fosfeto de alumínio ), na dose de 2 pastilhas de 3g por m3 durante 5 dias, para eliminar todas as formas de insetos presentes. 3.2 Tratamento das sementes As sementes expurgadas foram homogeneizadas e divididas pelo método manual, descrito nas Regras Brasileiras para Análise de Sementes – RAS ( BRASIL, 1992 ). Desta maneira foram obtidas 32 amostras de 2,4 Kg ( 8 tratamentos x 4 repetições ) para cada cultivar. Cada amostra constituiu uma repetição, que foi tratada individualmente. Os tratamentos consistiram na adição de inseticida, fungicida ou da mistura destes às sementes de trigo e da testemunha sem fungicida e inseticida. O inseticida . empregado foi o fenitrothion, na dose de 20ml/ton de sementes e o fungicida utilizado foi o Carboxin + Thiram - Thiram PM (Carboxin + Thiram), na dose de 250g/100kg de sementes. . 26 Em cada época de testes, conduzidos com intervalos trimestrais, insetos da espécie Sitophilus oryzae foram adicionados às sementes, de forma que os tratamentos foram assim dispostos: T1) Sementes sem tratamento e sem insetos (Testemunha). T2) Sementes sem tratamento e com insetos. T3) Sementes com fungicida. T4) Sementes com fungicida e insetos. T5) Sementes com inseticida. T6) Sementes com inseticida e insetos. T7) Sementes com fungicida e inseticida. T8) Sementes com fungicida, inseticida e insetos. 3.3 Armazenamento das sementes As sementes dos dois cultivares ( IAC–350 e IAC–120 ) tratadas com inseticida e/ou fungicida e das testemunhas sem tratamento foram acondicionadas em recipientes de plástico de 17x17x23 cm, tampados com tecido de voal, para permitir o equilíbrio do teor de água das sementes com a umidade relativa do ar e a temperatura do ambiente de armazenamento, localizado no Laboratório de Análise de Sementes do IAC. Periodicamente, estas sementes foram expurgadas, da maneira já descrita, para evitar infestações por insetos, indesejadas. Os dados de umidade relativa do ar e de temperaturas máxima, média e mínima, registrados por termohigrógrafo no Centro Experimental de Campinas durante o armazenamento das sementes, encontram-se na Figura 1. Temperatura (ºC) nov dez 1999 jan fev 2000 mar abr jun jul T. mín. ago set out T. méd. Meses de armazenamento mai T. máx. nov UR dez jan 2001 fev mar abr 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 sementes de trigo dos cultivares IAC-120 e IAC-350, em Campinas – SP. Figura 1. Dados de temperatura mínima, média e máxima e de umidade relativa do ar, observados durante o armazenamento das 5 15 25 35 45 55 65 27 Umidade Relativa (%) 28 28 3.4 Procedência e criação dos insetos Os insetos da espécie Sitophylus oryzae foram coletados em sementes de arroz, recebidas para beneficiamento no Instituto Agronômico. Esta espécie foi escolhida por ter preferência marcante por trigo, apesar de também ser uma das pragas de arroz, milho e sorgo, segundo PACHECO e PAULA (1995). A espécie de insetos coletados foi confirmada no Setor de Entomologia do Centro de Fitossanidade do IAC, pelo exame das estruturas genitais, descrito por PACHECO e PAULA (1995). Para o exame, 10 insetos foram colocados em um vidro com tampa, contendo uma solução de KOH a 10%. Após o aquecimento deste vidro em banho-maria por cerca de 10 minutos, os insetos foram transferidos para uma lâmina contendo água e as estruturas genitais foram separadas e limpas sob estereomicroscópico; estas estruturas foram desidratadas em uma solução de álcool de 70%, para montagem da lâmina permanente, que foi examinada em microscópio composto. Para a criação dos insetos, foram empregadas sementes de trigo previamente armazenadas à temperatura de –20ºC, com objetivo de evitar infestação por outros insetos e eliminar os ovos e larvas no interior das sementes. Aproximadamente 200 insetos adultos (Sitophilus oryzae ) foram mantidas em um recipiente de vidro com 200g destas sementes. Após 3 dias as sementes foram peneiradas para que os insetos adultos fossem descartados e depois de 40 dias obteve-se a progênie desses insetos, utilizada para a infestação das sementes nos tratamentos pertinentes. A cada intervalo entre as épocas de armazenamento, a criação de insetos foi renovada, seguindo-se os mesmos procedimentos descritos anteriormente, com o objetivo de sempre se trabalhar com insetos de geração mais nova. 3.5 Infestação das sementes Logo após o tratamento das sementes, amostras de 200g de cada repetição foram acondicionadas em copos plásticos de 400ml, com tampas. Foram adicionados 20 insetos, procedentes da criação, às repetições pertinentes. Após 7 dias, essas 29 amostras foram peneiradas para avaliação da sobrevivência destes insetos. Foi registrado o número de insetos adultos vivos e de mortos. Em seguida, estes insetos foram eliminados. Posteriormente, aos 51 dias, as sementes foram submetidas a uma segunda peneiragem, para a contagem da progênie, que também foi eliminada. Em seguida, foram retiradas as subamostras para a condução do teste de sanidade e o restante das sementes de cada repetição foi expurgado, para impedir a continuidade do desenvolvimento dos ovos, larvas e pupas, que ainda estivessem no interior das sementes. Estes procedimentos foram repetidos trimestralmente, durante 19 meses. Foram conduzidas seis épocas de teste: E1,E2, E3, E4, E5 e E6. As datas das infestações, realizadas em intervalos trimestrais, e as datas em que os insetos foram retirados das sementes, marcando o início das épocas de avaliação da qualidade das sementes, encontram-se no Quadro1. Quadro 1. Data da infestação das sementes dos tratamentos com insetos e do início de cada época de teste,coincidindo com aretirada dos insetos. Épocas Data da infestação Início da época de teste E1 não houve infestação 13/12/99 E2 20/02/00 25/04/00 E3 14/06/00 18/08/00 E4 25/09/00 28/11/00 E5 21/12/01 25/02/01 E6 26/03/01 28/05/01 3.6 Avaliação da qualidade das sementes Paralelamente à infestação das amostras com os insetos, outras amostras de 200g de cada repetição foram retiradas e colocadas em copos plásticos de 400ml, para realização das avaliações iniciais da qualidade das sementes (E1). 30 A qualidade física, sanitária e fisiológica das sementes foi avaliada inicialmente (E1) e após a retirada dos insetos, em cada uma das cinco épocas seguintes, por meio dos testes descritos a seguir. 3.6.1 Teor de água das sementes Esta determinação foi conduzida com uma amostra de 5 g de cada repetição, pelo método da estufa a 105oC, durante 24 horas ( BRASIL, 1992 ). 3.6.2 Sementes infestadas Esta avaliação foi realizada com uma amostra de 50 sementes por repetição. As sementes permaneceram imersas em água por 24 horas. Em seguida, foram cortadas ao meio e examinadas, considerando-se atacadas aquelas em que foi constatada a presença de ovo, lagarta, pupa, adulto ou ainda o orifício de saída do inseto (Sitophilus oryzae L.). Os resultados foram expressos em porcentagem. 3.6.3 Sanidade Este teste foi realizado com uma amostra de 50 sementes por repetição, utilizando-se o método do papel de filtro com congelamento, segundo a metodologia recomendada para sementes de trigo (LUZ, 1987; SAPASEM, 1988). Primeiramente, foram distribuídas, eqüidistantes entre si, sobre três folhas de papel de filtro umedecidas com água destilada esterilizada, contidas em placas de Petri de plástico transparente, de 9 cm de diâmetro. Em cada placa foram colocadas 25 sementes. A seguir, foram incubadas em sala com temperatura de 20 ± 2oC, em regime intermitente de 12 horas de luz fluorescente branca de 40w, e 12 horas de escuro, durante 24 horas. A luz foi fornecida por tubos de 120 cm de comprimento, paralelamente distantes 20 cm um do outro e 40 cm acima das placas. Em seguida, as sementes foram submetidas ao congelamento, a -20oC, durante 24 horas, retornando, após esse período, à sala de incubação, onde permaneceram durante mais cinco dias. 31 As avaliações foram realizadas pelo exame individual de cada semente em estereomicroscópio e, quando necessária, a identificação dos fungos foi confirmada pela observação de lâminas em microscópio composto e consulta à literatura pertinente (BARNETT e HUNTER, 1972; WIESE, 1977; LUZ, 1987; REIS e CASA, 1998). 3.6.4 Respiração das sementes A respiração das sementes foi avaliada pela eliminação de CO2, empregandose um analisador de gás por radiação infra-vermelha, de circuito fechado (Li-6200LICOR). Amostras de 100 g de sementes de cada repetição foram colocadas na câmara de 0,5 litro do aparelho. As medidas de liberação de CO2 foram tomadas por 5 minutos e a transpiração expressa em µmol de CO2. g-1. s-1. Os dados obtidos foram transformados em µmol de CO2. kg-1. h-1 (Figuras 2 e 3). Figura 2. Aparelho (IRGA) utilizado para medir a respiração das sementes de trigo 32 Figura 3. Câmara do IRGA, onde as sementes são acondicionadas para medir a respiração. 3.6.5 Crescimento de Plântulas Este teste foi conduzido com uma amostra de 50 sementes por repetição, em rolos de papel toalha Germitest, à temperatura constante de 20ºC. O volume de água para a embebição foi equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato. Os rolos foram agrupados com atílhos de borracha e fechados em sacos plásticos. Após a permanência por 7 dias no germinador, as plântulas normais tiveram os restos das cariopses removidas e a massa da matéria seca foi determinada após secagem durante 24 horas a 80ºC (AOSA, 1983). 33 3.6.6 Germinação Este teste foi efetuado em conjunto com o teste de crescimento de plântulas. A avaliação das plântulas normais foi realizada aos 7 dias, de acordo com as prescrições das Regras para Análise de Sementes ( BRASIL, 1992 ). 3.6.7 Envelhecimento artificial Este teste foi realizado com uma amostra de 50 sementes por repetição, em caixas gerbox como compartimento individual (mini-câmaras), possuindo no seu interior uma bandeja de tela de aço inoxidável, onde foram distribuídas as sementes. No interior dessas mini-câmaras foram adicionados 40ml de água; os gerbox adaptados foram mantidos a 42°C, durante 60 horas (McDonald Jr. e Phannendranath, 1978 e TAO, 1979). 3.6.8 Condutividade elétrica Este teste foi conduzido com uma amostra de 50 sementes por repetição, de acordo com o método proposto por LOEFFLER et al. ( 1988 ). Apenas sementes aparentemente não danificadas por insetos foram empregadas e colocadas no interior de copos plásticos ( diâmetro da base de 6 cm ), após pesagem ( precisão de 0,01g ); a cada copo foram adicionados 75 ml de água destilada; as sementes imersas permaneceram em germinador a 25o C, durante 24 horas. A condutividade da solução foi avaliada em condutivímetro e expressa em µmhos/cm/g. 3.7 Delineamento Experimental e Forma de Análise dos Resultados O delineamento experimental empregado foi o inteiramente casualizado em esquema de parcelas subdivididas no tempo; as parcelas foram constituídas por 6 34 épocas bimestrais de avaliação e as sub-parcelas consistiram de oito tratamentos (inseticida, fungicida e insetos), com quatro repetições. Os dados obtidos no presente trabalho foram submetidos à análise de variância , separadamente para cada cultivar, empregando-se o Programa de Análise Estatística - SANEST (Zonta et al. 1987). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%. Os esquemas das análises de variância encontram-se nos Quadros 1, 2 e 3. Quadro 1: Análise de variância para cada genótipo, dos dados de teor de água, sementes infestadas por insetos, incidência de Aspergillus spp. e de Penicillium spp., germinação, massa seca das plântulas, envelhecimento artificial e condutividade elétrica. Causas da variação Graus de liberdade Épocas (E) 5 Resíduo (A) 18 (Parcelas) 23 Tratamentos ( T ) Interação E x T 7 35 Resíduo ( B ) 124 Subparcelas 191 35 Quadro 2. Análise de variância para cada genótipo, dos dados de insetos adultosvivos e da progênie. Causas da variação Graus de liberdade Épocas (E) 4 Resíduo (A) 15 (Parcelas) 19 Tratamentos ( T ) 3 Interação E x T 12 Resíduo ( B ) 45 Subparcelas 79 Quadro 3. Análise de variância para cada genótipo, dos dados de respiração e do teor de água das sementes, quando foi avaliada a respiração. Causas da variação Graus de liberdade Épocas (E) 4 Resíduo (A) 15 (Parcelas) 19 Tratamentos ( T ) 3 Interação E x T 12 Resíduo ( B ) 45 Subparcelas 79 36 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1, encontram-se os dados de umidade relativa do ar e de temperaturas média, mínima e máxima, registrados no Centro Experimental de Campinas, onde as sementes foram armazenadas durante o período experimental. Analisando-se o gráfico, nota-se que de novembro de 1999 a março de 2000 (verão), época que coincidiu com o início do período experimental, a umidade relativa do ar oscilou entre 55 e 90% e as temperaturas foram relativamente elevadas, situando-se entre 15 (temperatura mínima) e 33ºC (temperatura máxima). De abril a agosto de 2000 (outono/inverno), a umidade relativa do ar decresceu, situando-se entre 45 e 70% e a temperatura tornou-se mais amena, situando-se entre 0 e 28ºC, de forma que este período foi o mais favorável à conservação das sementes de trigo no armazém. A partir de agosto de 2000 (final do inverno/primavera/verão), a umidade relativa do ar aumentou gradativamente, atingindo o valor máximo de 95% em fevereiro de 2001 e se manteve elevada em março. Neste período, a temperatura mínima se manteve em torno de 20ºC e a máxima em torno de 34ºC. Este período, que coincidiu com a fase final do armazenamento, apresentou as condições menos favoráveis à conservação das sementes, de acordo com a literatura (HARRINGTON, 1963; CHANG et al. 1994). 4.1 Cultivar IAC-120 4.1.1 Teor de água das sementes No Quadro 5, encontram-se as médias do teor de água das sementes de trigo do cultivar IAC–120, obtidos após o período que as sementes foram mantidas à temperatura de 25ºC e umidade relativa do ar de 60%, referente à condução de cada 37 infestação por insetos, com exceção das médias obtidas na época inicial, onde as sementes de nenhum tratamento foram submetidas à infestação. Analisando-se este quadro e considerando-se os tratamentos sem adição de insetos (T1, T3, T5 e T7), nota-se que no décimo quinto mês (E5) as sementes apresentaram teor de água ligeiramente superior, coincidindo com o mês de fevereiro, quando a umidade relativa do ar externo à câmara foi mais elevada (Figura 1). Dentro de cada época de testes, verifica-se que de uma forma geral, o teor de água das sementes não diferiu significativamente; mas, as sementes do tratamento T2 (Testemunha + insetos) apresentaram valores superiores aos verificados nos demais tratamentos em todas as épocas. Entretanto, no oitavo mês (E3), as sementes de todos os tratamentos onde foram adicionados insetos apresentaram teores de água significativamente superiores ao dos tratamentos sem insetos, sendo as sementes do tratamento T2, as que apresentaram os maiores valores. 4.1.2 Infestação das sementes por S. oryzae Por meio do Quadro 6, nota-se que nas primeiras épocas de testes (E2 e E3), a porcentagem de sobrevivência dos insetos adultos nas sementes tratadas com inseticida (T4) não diferiu significativamente da sobrevivência nas sementes da testemunha (T2) embora os valores numéricos da sobrevivência dos insetos adultos nas sementes tratadas com o inseticida tenham sido geralmente menores. Por outro lado, nenhum inseto sobreviveu aos tratamentos com fungicida (T6 e T8), em E2. Na terceira, quarta e quinta épocas, a sobrevivência dos insetos também foi menor no tratamento com fungicida (T6). Apenas na última época, o fungicida não interferiu na sobrevivência de insetos adultos, que foi de 99%. Nesse mesmo quadro, pode-se observar que embora o inseticida não tenha promovido mortalidade dos insetos adultos considerável, as progênies resultantes 38 foram inferiores às obtidas no T2, em todas as épocas; porém, as diferenças foram significativas apenas em E2, E3 e E6. Nota-se também que a progênie, nos tratamentos T2 (Testemunha + insetos) T4 (Fenitrothion + Insetos) e T8 (Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos), foi significativamente maior na terceira época de armazenamento, coincidindo com os maiores teores de água das sementes, observados no Quadro 5. De fato, as larvas produzem muito calor metabólico e umidade durante o desenvolvimento, podendo então modificar o microclima local (Pacheco & Paula, 1995). A fecundidade é maior em grãos com teores de água entre 14 e 16% e superiores a estes (Evans, 1981). Por isso, em E3, as progênies observadas nas sementes dos tratamentos com insetos (T2, T4, T6 e T8) resultaram em sementes com teores de água tão elevados, em comparação aos tratamentos sem insetos. As menores progênies foram encontradas nos tratamentos com fungicida, com ou sem inseticida (T8 e T6, nesta ordem). É interessante ressaltar que as maiores progênies obtidas não coincidiram necessariamente com a maior sobrevivência dos insetos adultos, como por exemplo em E3, onde a sobrevivência dos insetos adultos apresentou maior valor numérico no tratamento T8 do que no T4 e a progênie foi cinco vezes maior no tratamento T4 do que no T8. A ausência de sementes danificadas em E1, demonstra que as sementes empregadas não estavam sido infestadas por insetos anteriormente ao início da condução do experimento (Quadro 7). Considerando-se o período de aproximadamente 60 dias, em que as sementes foram expostas à infestação por S. oryzae, a porcentagem de sementes infestadas resultante foi inferior a 50%, mesmo para as sementes com a maior progênie, as da testemunha (T2) em E3. De um modo geral, as maiores porcentagens de sementes infestadas coincidiram com as maiores progênies, observadas nas sementes da testemunha com insetos (T2), em quase todas as épocas e no tratamento com o inseticida (T4), em E3. Por outro lado, nos tratamentos com fungicida (T6 e T8), o tamanho da progênie (Quadro 6) não se refletiu na porcentagem de sementes infestadas (Quadro7), que foi baixa durante todo o experimento, com pequena elevação apenas na última época (E6). 39 Em relação a este fato, vale comentar que, nas primeiras épocas de testes, a partir de E2, o fungicida não havia se degradado, de forma que em E3, a progênie obtida nas sementes tratadas com fungicida (T6 e T8) constituiu-se de insetos aparentemente desorientados e maiores. Insetos (Tribolium castaneum) desorientados também foram encontrados por WHITE (1988) em sementes de trigo tratadas; porém, à medida que os inseticidas organofosforados clorpirifós metil, pirimifós metil e malathion foram perdendo o efeito, a quantidade de insetos desorientados passou a ser superior à mortalidade. Em E4, a porcentagem de sementes infestadas foi muito baixa,igual a 4% em todos os tratamentos, refletindo as menores progênies obtidas nesta época nos tratamentos T2 e T4. Isto ocorreu, provavelmente, porque a ocasião da infestação (meados de setembro de 2001) coincidiu com o final do período mais seco e de temperaturas mais amenas do ano (Figura 1), época em que normalmente na natureza, não há insetos em número suficiente para infestar significativamente sementes de trigo armazenadas. Embora todas as infestações tenham sido efetuadas em câmara a 25ºC e umidade relativa do ar de 60%, de acordo com MICHEL et al. (2000) as populações de insetos podem exibir um fenômeno fisiológico, refletindo um comportamento adquirido, característico das populações selvagens, de variação da população em função da estação do ano. Por outro lado, como a maior progênie foi obtida em E3 , quando as sementes foram infestadas no final do outono (início de junho), coincidindo com o período mais seco de 2001, a hipótese acima não pode ser confirmada na presente pesquisa. Observa-se também, que até a quinta época, houve uma pequena porcentagem de sementes infestadas (0 a 4%) nos tratamentos sem insetos, apesar dos expurgos freqüentes e do acondicionamento em recipientes cobertos com tecido de voal. Em E6, esta infestação indesejada aumentou substancialmente nos tratamentos T1 e T3. Este fato demonstra que a vedação dos recipientes não foi totalmente eficiente e confirma à resistência de S. oryzae a fosfina, verificada por. BITRAN e KASTRUP (1981) e BITRAN et al. (1984), uma vez que as sementes de todos os tratamentos, que estavam armazenadas em condições ambientes, foram expurgadas pelo menos uma vez em cada intervalo entre as épocas de infestação. 40 A umidade relativa do ar na fase final do armazenamento das sementes (E5 e E6), de dezembro de 2001 a março de 2002 (Figura 1) foi a mais elevada de todo o período experimental, oscilando entre 75 e 85 % e a temperatura média ficou em torno de 34 a 35ºC. Estas condições, segundo SEDLACKE et al. (1991), ótimas para o desenvolvimento e reprodução dos insetos de armazenamento, também devem ter contribuído para a ocorrência da infestação espontânea, verificada em E6, durante o armazenamento das sementes no laboratório e anteriormente à última infestação. HANGSTRUM e THRONE (1989),também comentaram que temperaturas e umidades relativas elevadas são os principais fatores que influenciam as tendências populacionais quanto aos efeitos sobre o período de desenvolvimento e produção de ovos dos insetos de grãos armazenados (HANGSTRUM e THRONE, 1989). Quanto à eficácia dos tratamentos, constata-se que o fungicida (T6) promoveu maior proteção às sementes, refletida em pequeno índice de sementes danificadas pelos insetos, durante todo o experimento. O fungicida também promoveu maior mortalidade dos insetos adultos, de uma forma geral, até E5. No 15º mês (E4), começou a perder a eficiência, refletida pela menor mortalidade dos insetos adultos e aumento da progênie; porém, apenas no 18ºmês, a porcentagem de sementes danificadas passou a ser significativa, a ponto de condenar o lote de sementes (8%). O padrão de sementes infestadas por insetos, homologado pela CESM/SP para a safra 2000/2001, é de 5% para milho, milho pipoca e sorgo,. Embora não haja referência ao padrão de infestação de sementes de trigo, as pragas que atacam as sementes dessas espécies são as mesmas. Quanto aos tratamentos com inseticida, em E2 este índice quase foi alcançado e em E3 as sementes teriam sido recusadas, com base nesta questão. A temperatura e o conteúdo de água da semente também estão entre os fatores que afetam a degradação do inseticida, após a aplicação em sementes de cereais. (HAREIN, 1982). WHITE (1988), WHITE et al. (1997) e FRANK et al. (1992) observaram que apenas após 10 meses de armazenamento, quando as temperaturas do ambiente foram mais elevadas (35ºC) e o teor de água das sementes aumentou para 13,7%, o decréscimo de resíduos dos inseticidas organofosforados clorpirifós metil, pirimifós metil e malathion foi refletido pelo decréscimo na mortalidade dos insetos Tribolium castaneum e de S. oryzae. 41 Desta forma, a temperatura e a umidade relativa do ar elevadas, registradas em Campinas nas duas épocas finais de armazenamento, também podem ter contribuído com a degradação do fungicida aplicado às sementes. Na presente pesquisa, o inseticida fenitrothion não protegeu as sementes, que estavam armazenadas há quatro meses (E2), do ataque de insetos. A sobrevivência dos insetos adultos foi superior a 80% e a progênie se desenvolveu (Quadro 6), resultando em uma porcentagem de sementes infestadas, que quase atingiu o padrão de 5%, que as faria ser recusadas e em E3 as sementes teriam sido recusadas (Quadro 7), contrariando as informações obtidas por PANAR e YADAN (1985), que constataram a eficiência do tratamento de sementes de trigo, que apresentavam teores de água de 10, 12 ou 14%, com o inseticida fenitrothion, no controle de Sitophilus oryzae durante quatro meses. Os resultados obtidos na presente pesquisa também foram conflitantes com as observações de KAMEL e FAM (1973). Estes autores constataram que, após dois dias do tratamento de sementes de trigo com fenitrothion na concentração de 2 ppm, a mortalidade Sitophilus oryzae foi completa e que este produto, na concentração de 8ppm, permaneceu tóxico aos insetos durante 6 meses. 4.1.3 Incidência dos fungos de armazenamento nas sementes Nos Quadros 8 e 9, encontram-se os dados das sementes infectadas por Aspergillus spp. e Penicillium spp.. Analisando-se estes quadros, pode-se observar que esses fungos apareceram apenas a partir do quarto mês de armazenamento (E2), mas as porcentagens de sementes infectadas foram muito pequenas. Nestas duas épocas, o teor de água das sementes foi, de modo geral, inferior a 13% e segundo BEWLEY e BLACK (1994), estes fungos não crescem em sementes com teores de água em equilíbrio com umidades relativas do ar inferiores a 68%; portanto, não podem ser responsabilizados pela deterioração que ocorre em sementes amilácias, com teor de água inferior a 13%. As maiores incidências de fungos de armazenamento foram observadas nas sementes das testemunhas, com ou sem insetos (T1 e T2), a partir de E3, refletindo a ação prejudicial dos defensivos empregados sobre estes fungos. 42 E3 foi a época que apresentou maior índice de sementes infectadas, analisando-se os dois fungos em conjunto. Nesta época, as sementes da testemunha com insetos (T2), seguida pelas da testemunha sem insetos (T1) apresentaram incidência destes fungos significativamente superior às verificadas nas sementes tratadas com inseticida, fungicida ou mistura destes. A maior incidência de fungos, verificada no T2, coincidiu com a maior incidência de insetos (Quadro 6), observada em todo o experimento, e conseqüentemente, com sementes que apresentaram o maior teor de água (Quadro 5). Houve uma predominância de Penicillium spp. sobre o Aspergillus spp. nesta situação, em que o teor de água das sementes foi mais elevado. Nesta mesma época, no tratamento com inseticida (T4), onde a progênie de S. oryzae também foi elevada, o valor numérico da incidência de Penicillium spp. foi superior aos valores de incidência deste fungo,verificados nos demais tratamentos com defensivos (T5, T6, T7 e T8). Penicillium spp. não são tão comuns como as espécies de Aspergillus; mas são encontrados às vezes em sementes de cereais, particularmente em lotes com teor de água superior a 16% e armazenados a temperaturas relativamente baixas (CHRISTENSEN e KAUFMANN, 1965, citados por BASRA, 1995). Porém, na presente pesquisa, esta predominância desse fungo não foi necessariamente relacionada ao aumento do teor de água das sementes, como se pode constatar pelos resultados apresentados no Quadro 5 comparados aos do Quadro 8. Penicillium spp também prevaleceu, na última época (E6) nas sementes da testemunha e nas dos tratamentos com fungicida (T5 eT6), sem que tivesse sido detectada diferença significativa entre os teores de água das sementes entre tratamentos. Aspergillus spp. predominou na quarta e quinta épocas. Os tratamentos com inseticida associado ao fungicida foram os que apresentaram melhor controle dos fungos de armazenamento (T7 e T8), a partir de E3, época em que a incidência de fungos nas sementes passou a ser significativa. Em E4 e E5, estes tratamentos e aqueles apenas com inseticida (T3 e T4) controlaram totalmente os fungos. Em E6, pode-se observar que, quanto à incidência de Penicillium spp, os tratamentos com fungicida, com ou sem insetos, não diferiram significativamente da 43 testemunha sem insetos. Os menores valores foram apresentados nos tratamentos que continham inseticida (T3, T4, T7 e T8). 4.1.4 Taxa de respiração das sementes Os valores de respiração das sementes do tratamento testemunha com adição de insetos (Quadro 10) foram significativamente superiores aos das sementes dos demais tratamentos, em E2 e E3, coincidindo, de modo geral, com os maiores teores de água das sementes (Quadro 11), observados nessas épocas. KARUNAKARAN et al. (2001) também encontraram taxas de respiração de sementes de trigo, que cresceram linearmente com o tempo, quando as sementes foram armazenadas a 25ºC e com teores de água de 17, 18 e 19 %, de forma que em apenas 10 dias, a respiração das sementes, que apresentavam teor de água de 19 %, foi de (822mg de Co2/dia)/kg de massa seca de sementes. A taxa de respiração, observada nas sementes com teores de água de 15 e 16%, foi de (30mg de CO2/dia)/kg de sementes. O valor elevado de respiração, encontrado no Tratamento 2 em E2, também coincide com a maior sobrevivência e incidência de insetos da progênie (Quadro 6) e maior porcentagem de sementes infestadas (quadro 7). Em E3, o maior valor de respiração das sementes do T2 coincidem com os maiores valores obtidos para as mesmas variáveis, acrescidas da maior incidência de fungos (Quadros 8 e 9). Ainda nesta época, alguns tratamentos (T1, T4 e T8) que apresentaram progênie de S. oryzae ou incidência de fungos significativa também apresentaram valores numéricos relativamente altos de respiração. Em E4, os valores de respiração foram todos baixos, embora os teores de água das sementes tivessem apresentado valores numéricos maiores do que os verificados na época anterior (E3), nos tratamentos sem insetos. No entanto, estes valores menores de respiração coincidiram com as menores progênies observadas (Quadro 6), bem como menores índices de sementes infestadas (Quadro 7). Apenas no tratamento T2, onde foi obtida a maior progênie, dentro desta época, resultando em uma porcentagem significativa de sementes infestadas, o valor da taxa de 44 respiração foi bem mais elevado em relação aos demais tratamentos, embora pela análise estatística a diferença não tenha sido significativa. 4.1.5 Qualidade fisiológica das sementes No Quadro 12, encontram-se os dados de germinação. Neste quadro pode-se observar que de um modo geral a germinação inicial das sementes de trigo do cultivar IAC-120 estava acima de 95% e se manteve elevada durante 11 meses (E4), com exceção apenas dos tratamentos que apresentaram os maiores números de sementes infestadas pelas progênies dos insetos (T2 e T4), em E3 (Quadro 6) e, que, portanto, foram danificadas, em um nível suficiente para prejudicar a germinação. A partir de E5, a queda na germinação das sementes dos tratamentos não infestados por insetos (T1, T3, T5 e T7) também foi acentuada, coincidindo com o período de maior umidade relativa do ar e de temperaturas também mais elevadas, verificadas durante o armazenamento (Figura 1). Para as sementes sem tratamento, mas com insetos (T2), a germinação sofreu uma queda abrupta no oitavo mês de armazenamento (E3), coincidindo com o período em que o número de insetos (Quadro 6) e a incidência de fungos de armazenamento encontrados foram mais elevados (Quadro 8 e 9) e conseqüentemente o teor de água das sementes também foi mais alto (Quadro 5), levando a uma taxa de respiração bastante elevada (Quadro 10). Em E1 e E2, a porcentagem de germinação foi de modo geral superior a 95%. Não houve incidência de fungos de armazenamento na primeira época e na segunda a incidência de fungos foi ínfima, variando entre 0 e 3%. Estes dados estão de acordo com o relato de KARUNAKARAN et al. (2001), que visualizaram o crescimento de fungos em sementes de trigo armazenadas com teor de água de 19 % a temperaturas entre 20 e 35ºC, apenas após a germinação das sementes ter caído abaixo de 90%. No entanto, os resultados obtidos em E3 não confirmam esta constatação, pois as sementes da testemunha sem insetos apresentaram germinação de 99% e teor de água inferior a 12% e uma relativa incidência de fungos de armazenamento, principalmente de Penicillium spp. 45 Por outro lado, embora a germinação das sementes deste tratamento (T1) tenha sido tão elevada em E3, a partir de E2, a qualidade fisiológica mostrou-se decrescente até o final do armazenamento; este fato foi evidenciado pelos testes de vigor (Quadros 13 e 14), embora a análise estatística tenha revelado diferença significativa para condutividade elétrica (Quadro 14) apenas na última época (E6). O teste de envelhecimento acelerado evidenciou a deterioração progressiva das sementes com o passar do tempo. As sementes da testemunha com insetos também apresentaram qualidade fisiológica menor em E2, não detectada pelo teste de germinação e evidenciada principalmente pelo teste de envelhecimento acelerado (Quadro 13), em função da incidência de insetos (Quadro 6), que resultou em porcentagem elevada de sementes infestadas (Quadro 7). A qualidade fisiológica destas sementes foi ainda mais prejudicada a partir de E3, coincidindo com a maior multiplicação e sobrevivência dos insetos (Quadro 6) e o aparecimento dos fungos Aspergillus spp. e Penicillium sp. (Quadros 8 e 9). Na terceira época, as sementes tratadas com o fungicida e adição de insetos (T6) também começaram a apresentar queda na qualidade fisiológica, devido ao aumento da da progênie (Quadro 6) e da infecção pelos fungos de armazenamento (Quadros 8 e 9). Na quarta época, os valores de germinação se mantiveram elevados (Quadro 12); porém, o teste de envelhecimento acelerado (Quadro 13) revelou queda na qualidade fisiológica das sementes de trigo, em comparação às épocas anteriores, para todos os tratamentos, com exceção daqueles, onde as incidências de insetos haviam sido muitas elevadas em E3 (T2 e T4). No entanto, mesmo no tratamento T8, em que a incidência de insetos nas sementes foi menor do que na terceira época, o valor envelhecimento acelerado decresceu. Por outro lado, o teste de condutividade elétrica (Quadro 14) indicou que a integridade das membranas celulares se manteve de E3 para E4, pois os valores de condutividade elétrica foram muito semelhantes para todos os tratamentos, com exceção do T2 e T4, que apresentaram sementes com integridade das membranas superior em E4. Esta diferença de resposta das sementes, verificada entre os dois testes, pode ser explicada, de acordo com os comentários de NATH e HAMPTON (1991), sugerindo 46 que a deterioração é um conjunto de eventos inter-relacionados, cada um resultante da suscetibilidade das sementes a diferentes condições adversas do ambiente e não necessariamente uma seqüência contínua de danificações e de efeitos deletérios, que resulta primeiro na perda de vigor e por último na perda da viabilidade. Neste caso, a redução na resistência às condições de temperatura e umidade relativa elevada, a que as sementes foram submetidas no teste de envelhecimento celerado, provavelmente, ocorreu anteriormente à perda da integridade das membranas celulares. Analisando-se os resultados de condutividade elétrica (Quadro 14), constatase também que os insetos interferiram significativamente na qualidade fisiológica das sementes não danificadas, pois foram escolhidas apenas as sementes íntegras para a condução desse teste. Este fato foi evidenciado nos tratamentos T2 (Testemunha + inseto) e T4 (Fenitrothion + insetos), que apresentaram condutividade elétrica significativamente maior no oitavo mês de armazenamento, confirmando os resultados dos outros testes realizados. Analisando-se o Quadro 15, verifica-se que o teste de crescimento de plântulas foi menos sensível até mesmo que o de germinação (Quadro 12), evidenciando apenas as situações onde a redução da qualidade fisiológica foi mais acentuada. Desta forma, T2 também foi o tratamento que apresentou menores valores de massa seca de plântulas de um modo geral. Neste quadro, evidencia-se a perda da qualidade fisiológica das sementes, por meio das menores massas das plântulas obtidas no teste de germinação, refletindo a menor quantidade de reservas.no endosperma, resultante da alimentação dos insetos. De um modo geral, o oitavo mês de armazenamento foi o período que melhor evidenciou os efeitos da infestação das sementes de trigo do cultivar IAC-120 no teor de água e conseqüentemente na respiração das sementes e na qualidade fisiológica. A relação entre os fungos e os insetos de armazenamento também foi mais evidente nesta época. Comparando-se os tratamentos de uma forma geral, nota-se que os produtos aplicados às sementes não produziram nenhum efeito fitotóxico, como se pode constatar pelos resultados elevados de germinação e semelhantes ao das 47 testemunhas,observados em E1 (Quadro 12) bem como os de vigor (Quadros 13 e 14), que mostraram diferenças esporádicas nesta época. Até a segunda época, todos os tratamentos com inseticida, fungicida ou mistura destes apresentaram poder residual suficiente para preservar a qualidade fisiológica das sementes, como se pode constatar pelos valores de germinação elevados, nesta época (Quadro 12), complementados pelos valores de vigor (Quadros 13 e 14); em E2, as sementes da testemunha com insetos (T2) apresentaram vigor inferior às tratadas, conforme revelou o envelhecimento acelerado (Quadro 13). Este também foi o tratamento com maior valor numérico de condutividade elétrica, nessa época (Quadro 14). A partir da terceira época, o inseticida (T4) não ofereceu proteção suficiente às sementes, contra a infestação por S. oryzae (Quadros 6 e 7), de forma que os valores de germinação (Quadro 12), envelhecimento acelerado (Quadro 13), condutividade elétrica (Quadro 14) e massa seca das plântulas (Quadro 15) oscilaram em função dos níveis de danos causados pelos insetos às sementes em cada época de testes. O fungicida (T6) ofereceu proteção suficiente às sementes contra danos causados pelos insetos, enquanto o potencial de germinação (Quadro 12) e a integridade das membranas (Quadro 14) se mantiveram, até a quarta época, como se pode constatar comparando-se a germinação das sementes tratadas com o fungicida (T6) com a da testemunha sem insetos (T1). É interessante observar que em E2, época em que o fungicida ainda não havia apresentado nenhum sinal de degradação, pois controlou completamente os insetos (Quadro 6), o valor numérico da massa seca das plântulas tratadas com o fungicida foi maior do que os verificados nos demais tratamentos. A mistura de defensivos (T7 e T8) e o tratamento fungicida (T5) forneceram níveis de controle do inseto semelhantes e os tratamentos (T7 e T8) apresentaram melhor controle de fungos de armazenamento do que o fungicida; porém, isso não se refletiu em melhor manutenção da qualidade fisiológica das sementes (Quadros 12, 13, 14 e 15), provavelmente porque a incidência de fungos, na presente pesquisa, não foi suficiente para prejudicar a qualidade fisiológica das sementes, com exceção 48 apenas das situações, onde a incidência de insetos foi muito elevada, resultando em maior incidência de fungos, como as da testemunha T2, em E3. 4.2 Cultivar IAC-350 4.2.1 Teor de água das sementes No Quadro 16, encontram-se as médias do teor de água das sementes de trigo do cultivar IAC–350, obtidas após o término de cada período de infestação por insetos. Analisando-se este quadro, nota-se que, de um modo geral, não houve diferenças significativas de teores de água das sementes entre os tratamentos e entre épocas, pois a infestação com S. oryzae foi conduzida a 25ºC e à umidade relativa de 60% em todas as épocas. Entretanto, observa-se uma tendência de acompanhamento da umidade relativa do ar externo à câmara (Figura 1), mais evidente nos tratamentos T1, T5 e T8. Desta forma os teores de água apresentaram uma tendência de queda até a terceira época, que coincidiu com o período mais seco, seguida de uma tendência de aumento até a época mais úmida (E5) e um suave decréscimo em E6. As sementes do tratamento testemunha e insetos (T2) apresentaram teores de água superiores aos verificados nos demais tratamentos em todas as épocas, com exceção da primeira, em que não foi efetuada a infestação das sementes em nenhum dos tratamentos. Porém, apenas na terceira época a diferença foi significativa. Na última época as sementes tratadas com o inseticida + fungicida (T7) também apresentaram teor de água mais elevado; mas, a maior variação dos valores numéricos dos teores de água foi observada na terceira época. 4.2.2 Infestação das sementes por S. oryzae Pela análise do Quadro 17, pode-se constatar que na testemunha (T2), a sobrevivência dos insetos adultos foi de 95% a 100%, em todas as épocas. A progênie foi significativamente maior em E3 e menor em E4. 49 No tratamento T4, o inseticida apresentou um controle de apenas 33% dos insetos adultos em E2 e a sobrevivência dos insetos aumentou progressivamente, no decorrer das épocas seguintes. A progênie também foi maior em E3 e menor em E4, mas sempre inferior à progênie obtida na testemunha (T2). Os tratamentos com fungicida, com ou sem inseticida (T6 e T8) foram os que melhor controlaram os insetos adultos até E5. Em E6, a sobrevivência dos insetos foi superior a 90%, significando perda de poder residual do fungicida. Porém, a progênie foi significativamente menor do que a do tratamento T4, apenas em E2 e E3. Após quatro meses de armazenamento (E2), os melhores tratamentos foram os com fungicida (T6 e T8), pois eliminaram os insetos adultos e, portanto, praticamente não houve progênie. Na terceira época foram verificadas as maiores progênies, de forma não esperada, pois foi a época de menor umidade relativa no ambiente externo à câmara e, conseqüentemente, a época em que as sementes dos tratamentos sem adição de insetos apresentaram os menores teores de água. Nesta época, a maior proteção às sementes foi oferecida pelo tratamento com apenas fungicida (T6). Na quarta e na quinta épocas, o fungicida continuou controlando melhor, os insetos adultos; porém a progênie não diferiu entre os tratamentos com fungicida (T6 e T8) e o tratamento apenas com o inseticida (T4). Todos os tratamentos com defensivos proporcionaram menor progênie do que a testemunha. Aos 18 meses de armazenamento (E6), o fungicida perdeu totalmente o poder residual, permitindo a sobrevivência dos insetos adultos e o desenvolvimento da progênie. O inseticida (T4 e T8) também não controlou os insetos adultos, mas proporcionou as menores progênies, nesta época. Analisando-se o Quadro 18, verifica-se que não havia sementes infestadas em E1, confirmando a integridade das sementes no início do armazenamento. As sementes infestadas, em níveis prejudiciais à qualidade fisiológica das sementes, foram constatadas principalmente na testemunha sem tratamento e com adição de insetos (T2), acompanhando os níveis de infestação observados no Quadro 18, embora o índice de sementes infestadas, em E3, não tenha sido proporcional à progênie observada nesta época. 50 As sementes tratadas com inseticida teriam sido recusadas para semeadura, por elevados níveis de sementes infestadas tanto em E2 quanto em E3. Em E6, os níveis de sementes infestadas foram relativamente mais elevados, confirmando a perda do poder residual tanto do inseticida quanto do fungicida. Porém, o fungicida, apesar de ter permitido um relativo desenvolvimento da progênie, protegeu as sementes dos danos causados pelos insetos durante 15 meses. A infestação espontânea das sementes dos tratamentos sem insetos (T1, T3, T5 e T7) também ocorreu neste cultivar, mas apenas em E6. 4.2.3 Infecção das sementes pelos fungos de armazenamento Nos Quadros 19 e 20 encontram-se os valores das sementes infectadas por Aspergillus spp. e Penicillium spp.. Analisando-se estes quadros, pode-se observar que as sementes não estavam infectadas por fungos de armazenamento no início do experimento. A terceira época apresentou os maiores índices de infecção, coincidindo com as maiores progênies de S. oryzae e variações nos teores de água das sementes. Penicillium spp., que predomina em ambientes mais úmidos, apareceu em E3, com maiores valores numéricos do que Aspergillus spp., mesmo na testemunha sem insetos, que apresentou teor de água baixo, em função de esta época ter sido conduzida no final do outono e inverno. Os fungos de armazenamento, de modo geral, infectaram maiores porcentagens de sementes no tratamento T2, seguido pelo T1. A partir de E2. Penicillium spp também apareceu em níveis significativos nas sementes dos tratamentos com fungicida (T6 e T8) na terceira e na sexta épocas. Isto significa que os produtos empregados exerceram controle, pelo menos parcial dos fungos. Os tratamentos constituídos pela mistura de inseticida e fungicida (T7 e T8) protegeram as sementes da infecção pelos dois fungos durante 15 meses, confirmando que o poder residual dos produtos pode ter diminuído na última época (E6), refletido, tanto pelo índice de sementes infestadas (Quadro 18), quanto pela presença de fungos de armazenamento, principalmente de Penicillium spp.(Quadros 19 e 20). 51 É interessante notar que os tratamentos com insetos não apresentaram maiores valores de Penicillium spp. do que os sem insetos, mesmo em E3, que foi a época que mais apresentou Penicillium spp. Em E6, os tratamentos com inseticida, T3 e T4, mostraram a tendência de serem melhores que os com fungicida T5 e T6, ou com a mistura deles (T7 e T8). 4.2.4 Taxa de respiração das sementes No Quadro 21, encontram-se os dados de respiração das sementes e pode-se observar que os maiores valores de liberação de CO2 coincidiram com os maiores teores de água das sementes, observados no Quadro 22. De um modo geral, não houve diferenças significativas de respiração das sementes entre os tratamentos, devido aos coeficientes de variação terem sido extremamente elevados, com exceção apenas da segunda época, onde ocorreu o maior valor de respiração no T2 (Quadro 21), coincidindo com um dos maiores teores de água, observados no Quadro 22 e com uma das maiores porcentagens de sementes infestadas (Quadro 18). As sementes do T4 também apresentaram uma taxa de respiração relativamente elevada nesta época, coincidindo com valores relativamente elevados de sementes infestadas (Quadro 18), embora este valor de respiração não tenha diferido significativamente dos demais. Em E3, obtiveram-se os maiores valores numéricos de respiração (Quadro 21), embora os teores de água tenham sido os mais baixos de todo o experimento, com exceção apenas dos dois tratamentos, onde a progênie de S. Oryzae foi maior (T2 e T4) e conseqüentemente os teores de água das sementes foram mais elevados. Nesta época, o T2 também apresentou um dos valores numéricos mais altos de respiração, porém, semelhante aos valores observados para o T5 (Fungicida) e o T8 (Inseticida +Fungicida). O tratamento T8 foi um dos que permitiu o desenvolvimento da progênie de S. oryzae; porém, a progênie referente ao T2 foi mais de dez vezes maior (Quadro 17) e, conseqüentemente, o teor de água também foi mais elevado. Portanto, esperava-se que as sementes da testemunha com adição de insetos (T2) apresentassem uma taxa de respiração mais elevada. 52 Por outro lado, as danificações sofridas por estas sementes foram tão intensas (Quadro 18), devido ao acentuado desenvolvimento de insetos (Quadros 17) e de fungos (Quadros 19 e 20), que resultaram em um nível acentuado de deterioração, refletido na baixíssima germinação das sementes (Quadro 23) e no vigor (Quadros 24, 25 e 26). Este avançado estado de deterioração das sementes do tratamento T2, deve ter sido responsável pela redução da taxa de respiração, tornando-a semelhante à das sementes do T8, apesar das diferenças de teores de água e de níveis de infestação das sementes. Na quarta época, não houve diferença entre os teores de água das sementes (Quadro 22) e o maior valor numérico de taxa de respiração foi obtido pelas sementes do tratamento T2 , que apresentou o maior número de insetos. Na quinta época, os teores de água das sementes também foram todos semelhantes aos da quarta época e os resultados de respiração também foram baixos, com exceção da testemunha sem insetos (T1), que apresentou o maior valor numérico. Na última época, o maior valor numérico de respiração (Quadro 21) foi obtido para o tratamento com o inseticida e adição de insetos (T4), coincidindo com o maior teor de água, verificado nas sementes (Quadro 22). Vale salientar que as diferenças entre tratamentos com e sem insetos, quanto aos teores de água das sementes e de respiração, poderiam ter sido maiores, se estas variáveis tivessem sido avaliadas imediatamente após a retirada dos insetos das sementes. No entanto, a respiração só foi avaliada 15 dias após, com o intuito de diferenciar o nível de deterioração das sementes, causado por insetos e fungos, por meio das diferenças nos níveis de respiração, sem a interferência das diferenças que graus de umidade diferentes causam na respiração. De fato, este período foi suficiente, na maioria das situações para que o teor de água das sementes entrasse em equilíbrio com a umidade relativa do ar, e ficassem semelhantes, com exceção das sementes de alguns tratamentos com insetos, nas épocas E1, E2 e E6. 4.2.5 Qualidade fisiológica das sementes No Quadro 23, são apresentados os dados de germinação das sementes. Analisando-se este quadro, pode-se verificar que as sementes empregadas 53 apresentaram qualidade fisiológica excelente. Os valores de germinação das sementes da testemunha sem insetos (T1) e das sementes tratadas com o fungicida, com ou sem a adição de insetos (T5 e T6), mantiveram valores de germinação elevados durante 15 meses de armazenamento (E5) em condições de ambiente. Na primeira época de testes, os dados de germinação não apresentaram diferenças significativas entre si, porém somente as sementes tratadas apenas com fungicida (T5 e T6) apresentaram 100% de germinação. Em E2 o fato se repetiu para as sementes com o fungicida, onde não foram adicionados insetos (T5). Nesta época, devido à progênie de S. oryzae, maior na testemunha com insetos (T2), as sementes desse tratamento apresentaram porcentagem de germinação significativamente menor que as sementes dos demais tratamentos, porém sem diferir significativamente das sementes da testemunha (T1). Em E3, devido à maior progênie de S. oryzae de todo o experimento ter sido encontrada no T2, nesta época, a germinação das sementes foi quase que totalmente prejudicada. O tratamento com inseticida + insetos também permitiu o desenvolvimento dos insetos, resultando em porcentagem de germinação significativamente inferior às porcentagens verificadas nos demais tratamentos. A progênie desenvolvida no T8, não resultou em nível de sementes infestadas (Quadro 18) prejudicial à viabilidade das sementes. De um modo geral a porcentagem de germinação começou a cair a partir de E5; porém, as sementes da testemunha sem insetos (T1) e as tratadas com fungicida (T5 e T6) sofreram queda de viabilidade, apenas em E6. A porcentagem de germinação das sementes tratadas com fungicida foi, nesta época, significativamente maior do que a das sementes dos demais tratamentos. A viabilidade das sementes da testemunha sem tratamento (T1) foi reduzida nesta época, provavelmente devido ao elevado nível de sementes infestadas espontaneamente (Quadro 18). Este fato evidencia a natural preferência dos insetos em infestar sementes sem tratamento fungicida ou inseticida. A perda da qualidade fisiológica pode ser bem evidenciada por meio dos testes de vigor apresentados nos Quadros 24, 25 e 26. Analisando-se estes quadros, observa-se que, de modo geral, os três testes foram mais sensíveis do que o de 54 germinação e mostraram a qualidade fisiológica inferior das sementes da testemunha, quando infectada com insetos, em relação aos demais tratamentos. Principalmente o teste de crescimento de plântulas (Quadro 24) e o de condutividade elétrica (Quadro 26) demonstraram este fato em todas as épocas em que foram realizadas as infestações das sementes, embora nem sempre com diferenças significativas. O teste de condutividade elétrica foi mais sensível ainda, revelando maiores valores para as sementes tratadas com inseticida e com a adição de insetos (T2), em comparação aos demais tratamentos. Na última época, este teste também revelou, de maneira significativa, o maior nível de deterioração das sementes da testemunha com ou sem insetos (T1 e T2); estes tratamentos foram os que apresentaram os maiores níveis de sementes infestadas. O teste de condutividade elétrica também mostrou, nesta época, a maior integridade das membranas celulares das sementes em todos os demais tratamentos sem infestação por insetos (T3, T5 e T7), em comparação aos infestados (T4, T6 e T8). Este teste foi o mais sensível, pois indica a perda da integridade das membranas celulares, considerada por DELOUCHE e BASKIN (1973) como o primeiro evento da deterioração das sementes. O teste de envelhecimento acelerado revelou que as sementes tratadas com inseticida, sem ou com adição de insetos, apresentaram queda do vigor após terem sido armazenadas por 8 meses (E3). As sementes tratadas apenas com fungicida (T5 e T6), mantiveram níveis de vigor elevado até esta época. Os valores de condutividade elétrica, embora sem diferenças significativas, foram de modo geral, crescentes com o decorrer do período de armazenamento, com exceção dos tratamentos T2 e T4, onde a qualidade fisiológica das sementes sofreu maior influência dos níveis de infestação por insetos, do que da idade das sementes. 4.3. Considerações Gerais Comparando-se os dois genótipos estudados, observa-se que de modo geral, o comportamento das sementes durante o armazenamento e a ação do inseticida, 55 fungicida ou mistura destes, foi semelhante, bem como os resultados de infestação por insetos e de infecção pelos fungos de armazenamento. Foram empregadas sementes de excelente qualidade fisiológica, conforme revelou o teste de germinação (Quadros 12 e 23) e confirmado pelos testes de vigor (Quadros 13, 14, 15, 24, 25 e 26). Analisando-se o tratamento testemunha sem adição de insetos, nota-se que a porcentagem de germinação se manteve elevada durante a maior parte do período de armazenamento das sementes dos dois cultivares (Quadros 12 e 23); porém, as sementes do IAC-120 apresentaram queda de porcentagem de germinação a partir de E5, enquanto que as sementes da testemunha do IAC-350 apresentaram queda de germinação, apenas na última época de avaliação, E6 A queda na porcentagem de germinação ocorreu na fase final do período de armazenamento, resultante da idade da semente, associada às condições climáticas, verificadas em Campinas, nessa época (Figura 1). Foi o período mais quente e úmido de todo o armazenamento. A infestação espontânea de insetos em E6 (Quadros 7 e 18) e a incidência relativa de fungos (Quadros 8, 9, 19 e 20) neste período do armazenamento também contribuíram para acentuar a redução da germinação (Quadros 12 e 23). Quando as sementes de trigo são armazenadas de uma safra para outra, nas condições de Campinas, estão sujeitas a dois períodos de temperaturas e umidades relativas prejudiciais à conservação da qualidade fisiológica, o primeiro no início do período de armazenamento (novembro a março) e o segundo, na etapa final do armazenamento (de novembro a março do ano seguinte), diferindo das sementes das culturas de verão, que ao serem armazenadas de uma safra para a outra passam por uma situação oposta, ou seja dois períodos secos e de temperaturas amenas e apenas por um período intermediário de condições desfavoráveis à conservação. Desta forma nesta pesquisa, apenas as sementes mais duras, do cultivar IAC-350 teriam chegado à época de semeadura da safra seguinte com germinação elevada (E5), se protegidas contra a infestação por insetos. Os teores de água das sementes, inferiores a 13%, até E4, favoreceram a conservação das sementes; porém,a partir de E5, ao atingirem ou superarem 13% e associados a temperaturas mais elevadas, levaram à rápida deterioração das sementes, que já se encontravam 56 armazenadas há 15 meses. Estes resultados confirmam os encontrados na literatura sobre conservação de sementes de trigo (LIKHATCHEV et al., 1984; DELL’AQUILA, 1994; RHODEN e CROY, 1987; PETRUZELLI e TARANTO, 1984; SRIVASTAVA e RAO, 1994; KARUNAKARAN et al. 2001). O teste de envelhecimento acelerado (Quadros 13 e 25) mostrou que o vigor das sementes do tratamento T1, decresceu progressivamente durante o armazenamento, mas de forma mais drástica, a partir de E4, época em que as sementes ainda apresentavam elevado potencial de germinação. O teste de condutividade elétrica (Quadros 14 e 26) revelou-se bastante sensível. Embora nem sempre as diferenças tenham sido significativas, este teste demonstrou uma tendência clara de aumento de condutividade elétrica, relacionada ao aumento do período de armazenamento. Para os dois cultivares, este aumento nos valores de condutividade foi mais acentuado nas duas últimas épocas, quando os teores de água das sementes foram maiores do que 13%, confirmando a perda de vigor, em função do clima desfavorável à conservação das sementes (Figura 1). PETRUZZELLI e TARANTO (1984) também constataram que o conteúdo de água desempenha um importante papel na deterioração das membranas, em conseqüência da deterioração dos fosfolipídios, principais constituintes das membranas celulares. De acordo com esses autores, o aumento do teor de água das sementes evidencia alterações na composição e nos teores dos fosfolipídios, antes de ser observada qualquer redução no potencial de germinação. Por esse motivo, o teste de condutividade elétrica deve ter sido o mais sensível às condições de armazenamento, na presente pesquisa. Ainda, comparando-se os Quadros 14 e 26, nota-se que a condutividade elétrica foi sensível à diferença de grau de dureza das sementes entre os dois cultivares. O cultivar IAC-120 caracteriza-se por apresentar sementes moles e o IAC350 por apresentar sementes duras. A lixiviação de eletrólitos das sementes do IAC120 apresentou valores visivelmente superiores aos verificados nas sementes do IAC-350, principalmente nas duas últimas épocas (E5 e E6). Desta forma, a integridade das membranas celulares das sementes do cultivar IAC-350 foi aparentemente maior. Esta característica do tegumento das sementes, inerente ao genótipo, pode ter conferido às sementes uma maior resistência à deterioração no 57 armazenamento, justificando a manutenção do potencial de germinação das sementes do cultivar IAC-350, por período mais longo (Quadros 12 e 23). A massa seca das plântulas obtidas no teste de germinação (Quadros 15 e 24) foi menos sensível do que os outros testes, revelando de maneira consistente, apenas as diferenças maiores de vigor, geralmente observadas nos tratamentos onde as sementes foram mais prejudicadas pelos insetos, como as do T2, em E3 (Quadros 6, 7, 17 e 18). O tratamento testemunha com adição de insetos (T2) foi o que demonstrou, de forma clara, a associação existente entre fungos e insetos de armazenamento, de forma semelhante à encontrada na literatura sobre o assunto (PUZZI, 1986; WETZEL, 1987; WHITE e SINHA, 1980a; WHITE e SINHA, 1980b e WHITE e SINHA, 1980c; SINHA, 1984). No início do período experimental (E1), as sementes eram novas, apresentavam excelente qualidade fisiológica e por terem sido colhidas no inverno, onde as temperaturas são amenas e a umidade relativa baixa, apresentavam-se livres de fungos de armazenamento (Quadros 8, 9, 19 e 20). Aos quatro meses de armazenamento (E2), observou-se uma pequena incidência dos fungos de armazenamento, com uma pequena predominância de Penicillium spp. em comparação às espécies de Aspergillus. Mesmo com valores pequenos, a incidência de fungos nas sementes das testemunhas superou a dos demais tratamentos e no caso do IAC-120, as sementes do T2 foram as que apresentaram maior incidência de Penicillium spp. (Quadro 9), em conseqüência da maior incidência de sementes infestadas pela progênie de S. oryzae (Quadro 7), resultando em sementes com teor de água superior a 13%. De acordo com BEWLEY e BLACK (1994) estes fungos não podem ser responsabilizados pela deterioração que ocorre em sementes amilácias como as de trigo, com teor de água inferior a 13%,. A partir de E3, a incidência de fungos oscilou nas sementes (Quadros 8, 9, 19 e 20). Embora também tenha ocorrido uma relativa incidência de fungos nas sementes da testemunha sem insetos; foi no tratamento T2, que ocorreram as maiores incidências desses fungos, de forma que, a maior incidência ocorreu em E3, em função da grande infestação pela progênie de S. oryzae (Quadros 6, 7, 17 e 18), verificada nesta época. A predominância de Penicillium spp. (Quadros 9 e 20) 58 também foi mais acentuada nesta época, em conseqüência dos elevados teores de água das sementes (Quadros 5 e 16), superiores a 19%, verificados nesta situação de maior atividade dos insetos. Esta predominância de Penicillium spp., nesta situação, confirma os comentários de CHRISTENSEN e KAUFMANN (1965), citados por BASRA (1995), de que Penicillium spp. são encontrados em sementes de cereais, particularmente em lotes com teor de água superior a 16%. Por outro lado, em E3, na testemunha sem insetos, ocorreram porcentagens significativas de sementes infectadas por Aspergillus spp e maiores ainda de sementes infectadas por Penicillium spp. e o teor de água das sementes era relativamente baixo, inferior a 12%, contrariando as informações contidas na literatura. A porcentagem de sementes infestadas foi muito elevada nesta época e, conseqüentemente, a qualidade fisiológica das sementes dos dois cultivares foi igualmente muito prejudicada (Quadros 12, 13, 14 e 15; IAC-120; Quadros 23, 24, 25 e 26; IAC-350). Quanto à resistência das sementes à infestação por insetos, nota-se que a progênie de S. oryzae foi bem maior nas sementes do IAC-120 (Quadro 6) do que nas sementes do IAC-350 (Quadro 17), resultando em teor de água (Quadro 5) e, conseqüentemente, na incidência de Penicillium spp. também maiores naquelas sementes (Quadro 9). Nota-se também, que a respiração das sementes do cultivar IAC-120 (Quadro 10), neste tratamento (T2) e nesta época (E3) foi mais do que seis vezes maior do que a das sementes do IAC-350 (Quadro 21). A condutividade elétrica (Quadros 14 e 26) e a massa seca das plântulas (Quadros 15 e 24) também revelaram a maior resistência das sementes deste cultivar em comparação àquele. Estes resultados confirmam a influência da dureza do grão na resistência à infestação por S. oryzae, verificada por MCGAUGHEY et al. (1990) e contrariam os resultados obtidos por SINHA et al. (1988). SING et al. (1975) observaram diferenças entre cultivares de trigo, quanto à resistência aos danos causados por Sitophilus oryzae às sementes, traduzidas em maiores porcentagens de germinação após as danificações. Na presente pesquisa, as sementes dos dois cultivares do T2, em E3, apresentaram porcentagem de germinação muito baixas nesta situação. Embora a progênie tenha sido menor nas sementes do 59 cultivar IAC-350, foi suficiente para infestar 46% das sementes e reduzir o potencial de germinação a 9%. SINHA (1984) também verificou que as populações S. granarius ou S.oryzae causaram danos severos ao embrião e ao endosperma das sementes; porém, S.oryzae preferiu o endosperma. Neste caso, na 11a semana o potencial de germinação das sementes foi reduzido a zero e na 14a semana, 90% dos embriões já tinham sido digeridos pelas duas espécies. O tratamento com o inseticida Fenitrothion (T3 e T4) não se mostrou tóxico; no entanto, as sementes desse tratamento foram as que apresentaram os menores valores de germinação na última época de testes (Quadros 12 e 23). O inseticida não se mostrou eficiente, apesar de ter proporcionado resultados melhores de controle de insetos (Quadros 6, 7 ,18 e 19) e de qualidade fisiológica das sementes do que a testemunha T2 (Quadros 12, 13, 14, 15, 23, 24, 25 e 26). Este tratamento não foi capaz de proteger as sementes contra a infestação de S. oryzae (Quadros 6, 7, 17 e 18). A sobrevivência dos insetos adultos no tratamento T4 e nas sementes do IAC-120 não diferiu da testemunha (T2) desde o início do experimento, e nas sementes do IAC-350 a partir de E3. A progênie se desenvolveu em todas as épocas nas sementes dos dois cultivares. No T4, porém, foi sempre menor que a progênie verificada na testemunha T2, de forma que apenas na terceira e na sexta épocas, o número de sementes infestadas teria ultrapassado o padrão estabelecido pela CESM/SP. Assim como para a testemunha (T2), na terceira época, a porcentagem de sementes com inseticida que foram infestadas foi maior, resultando em perda acentuada da qualidade fisiológica das sementes. Estes resultados não confirmam a eficiência do Fenitrothion no controle de S. oryzae, verificada por KAMEL e FAM (1973), PINTO et al., 1997 e PANAR e YADAN (1985). De modo geral, a incidência de fungos de armazenamento neste tratamento (Quadros 8 e 9, 19 e 20) foi menor do que a verificada nas testemunhas e nos tratamentos com o fungicida Carboxin+Thiram. Quando se misturou o inseticida e o fungicida, a incidência de fungos foi muito pequena, por quase todo o período de armazenamento. 60 O tratamento com Carboxin + Thiram não se mostrou tóxico às sementes. Pelo contrário, foi o tratamento que proporcionou os maiores valores numéricos de germinação obtidos neste trabalho, contrariando as informações fornecidas em relação o fungicida Thiram, por BALARDIN e LOCH (1987) e em relação ao Carboxin por KHALEEQ e KHATT (1986) e MORENO-MARTINEZ et al.(1998). O tratamento com fungicida (T5 e T6) apresentou menor controle dos fungos (Quadros 8, 9, 19 e 20) do que o inseticida, superando apenas a testemunha (T1 e T2). Por outro lado, foi o tratamento que proporcionou o melhor controle da infestação por S. oryzae (Quadros 6, 7, 17 e 18) durante 15 meses, antes de perder seu poder residual. Este fato não foi necessariamente relacionado ao tamanho da progênie (Quadros 6 e 18), que nem sempre foi inferior à verificada no tratamento com inseticida, mas sim à menor sobrevivência de insetos adultos e à menor porcentagem de sementes infestadas, com reflexos positivos na qualidade fisiológica (Quadros 12, 13, 14, 15, 23, 24, 25 e 26). Foi o único tratamento que manteve o potencial de germinação das sementes do cultivar IAC-350, elevado até E5. Na literatura também há relatos da ineficiência dos fungicidas Thiram e Carboxin, quanto à proteção de sementes de trigo contra a incidência de fungos de armazenamento (MORENO-MARTINEZ et al.,1998), mas não há nenhuma referência ao controle de insetos. Por outro lado, MEHTA e IGARSHI (1985) relataram que plantas de trigo originadas de sementes com o fungicida Thiram apresentaram menor taxa de infecção de doença no sistema radicular em comparação a plantas originadas de sementes não tratadas. A mistura do inseticida ao fungicida (T7 e T8) resultou nas menores incidências de fungos verificadas até E5 (Quadros 8, 9, 19 e 20), mas não acrescentou nenhum efeito positivo aos tratamentos apenas com o fungicida (T5 e T6), em relação ao controle dos insetos (Quadros 6, 7, 17 e 18). Da mesma forma que para o tratamento apenas com inseticida (T3 e T4), nas duas últimas épocas de testes, há indícios de que a mistura dos produtos tenha sido um pouco prejudicial à germinação das sementes do cultivar IAC-350, em comparação ao tratamento apenas com fungicidas (Quadro 23). 61 KHALEEQ e KHATT (1986) também relataram que a combinação de dois ou três pesticidas, foi ainda mais fitotóxica, provavelmente devido à interação química entre os produtos, à concentração elevada ou a ambas. 62 5. CONCLUSÕES Pela análise dos dados e discussão dos resultados, concluiu-se que: • O tratamento das sementes com o fungicida constituído pela mistura de Carboxin + Thiram é uma boa alternativa para proteger sementes de trigo contra a infestação de Sitophilus oryzae, quando é necessário armazená-las por mais de um ano (ou: por 18 meses) • O inseticida Fenitrothion, na dose recomendada pelo fabricante, não protege sementes de trigo contra a infestação de S. oryzae, mesmo durante o armazenamento a curto prazo. • Sementes de trigo mais duras, como as do cultivar IAC-350 podem ser armazenadas por mais de um ano (ou: por 18 meses), nas condições de Campinas/SP, desde que apresentem elevada qualidade fisiológica inicial e sejam protegidas contra a infestação por insetos • Aspergillus Nas condições de Campinas/SP, os fungos de armazenamento, spp. e Penicillium spp. apresentam incidência significativa principalmente nas sementes de trigo infestadas por insetos • Quando as sementes apresentam níveis elevados de infestação pelo inseto S.oryzae, resultando em aumento significativo do teor de água das sementes, a incidência de Penicillium spp. prevalece sobre a de Aspegillus spp. 12,0Aa 11,9Aa Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 11,9Aa 12,1Aa 11,3Ab 12,0Aa 12,3Aab 12,5Aa 13,5Ab 12,3Aa 4 (E2) 12,8Aa 12,6Aa 12,9Bb 12,5Aa 12,8Aab 12,6Aa 13,6Ab 12,5Aa 11 (E4) 12,7Aa 13,4Aa 13,4Aa 13,6Aa 13,0Aa 13,3Aa 14,1Ab 13,6Aa 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 6,7 14,2CDa 13,8CDa 19,4BCa 13,1CDa 15,5BCa 11,7Da 21,0Aa 11,7Da 8 (E3) Meses de Armazenamento % Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 2,7 % 12,2Ab 11,8Aa 11,9Ab 12,1Ab 12,8Ab 11,9Aa 0 (E1) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento tratamentos e de meses de armazenamento. 12,6Aa 12,6Aa 12,7Ab 12,5Aa 12,9Aab 12,4Aa 13,3Ab 12,9Aa 18 (E6) Quadro 5. Cultivar IAC-120: valores médios (%) do teor de água das sementes trigo, após a retirada dos insetos, em função de Anexo 1 63 81Aa 78Bb 0Cd Adultos Vivos Progênie (nº) Adultos Vivos 147ABab Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV VIVOS (MESES DE ARMAZENAMENTO)= 6,2% 54Bab 93Aa 139ABa 99Aa 48Bb 84Aa 224Abc 100Aa 18 (E6) CV VIVOS ( TRATAMENTOS)= 13,5 % 55Aab 60Bb 120ABa 53Bb 81ABb 96Aa 235Abc 96Aa 15 (E5) CV PROGÊNIE (MESES DE ARMAZENAMENTO)= 18,2% 205Ca 0Bb 44Bb 82Aa 17Cc 37Ab 95Aa 98Ac 100Aa 11 (E4) CV PROGÊNIE ( TRATAMENTOS)= 30,7% 87Ba 74Ca 19Cc 1057Ba 79Aa 2453Aa 99Aa 8 (E3) Meses de Armazenamento 0Bc 0Ba 291Ab Progênie (nº) Progênie (nº) 99Aa 4 (E2) Adultos Vivos Fenitrothion + Carboxin + Thiram + Adultos Vivos Progênie (nº) insetos (T8) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Fenitrothion + insetos (T4) Testemunha + insetos (T2) Tratamento armazenamento. da infestação e a progênie (número de insetos ) resultante em 51 dias, em função de tratamentos e de meses de Quadro 6. Cultivar IAC-120: valores médios ( % ) de sobrevivência dos adultos de Sitophilus oryzae em sementes de trigo, após 7 dias 64 % 0Aa 0Aa 0Ab 0Aa 0Ac 0Ab 0Ac 0Ab 0 (E1) 3Ba 0Ba 1Bab 0Ba 26Aa 4Bb 48Aa 0Bb 8 (E3) 3Aa 1Aa 1Aab 1Aa 0Ac 4Ab 0Ac 0Ab 11 (E4) 29 1Ba 2Ba 3Bab 2Ba 0Bc 0Bb 28Aab 1Bb 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 0Ba 0Ba 0Bb 0Ba 4Bbc 0Bb 28Aab 1Bb 4 (E2) Meses de Armazenamento % Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 72 Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento de armazenamento. 4CDa 4CDa 8BCDa 1Da 12BCab 33Aa 20ABb 12BCa 18 (E6) QUADRO 7. Cultivar IAC-120: valores médios (%) de sementes de trigo infestadas por insetos, em função de tratamentos e de meses 65 57 % 0Ac 0Ac 0Ac 0Ab 0Ac 0Ac 0Ab 0Ac 0Aa 1Ab 0Ac 0Ab 1Abc 1Abc 1Ab 1Ac 4 (E2) 1Ca 1Cb 1Cbc 3Cab 3Cab 2Cab 13Aa 6ABb 8 (E3) 0Cc 0Cc 5Ba 6ABa 0Cc 0Cc 8ABa 15Aa % 11 (E4) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 15 0 (E1) Meses de Armazenamento 0Ca 0Cb 2Bab 2Bab 0Cc 0Cc 13Aa 10Aab 15 (E5) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento 0Ba 5Aa 3ABab 3ABa 7Aa 7Aa 6Aa 5Ab 18 (E6) Quadro 8. Cultivar IAC-120: valores médios (%) de sementes de trigo infectadas por Aspergillus spp., em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 66 20 % 0Ab 0Ab 0Ac 0Ac 0Ab 0Ab 0Ad 0Ac 0 (E1) 0Bb 4CDa 0Dab 2CDb 4CDb 8BCa 5Ca 35Aa 17Ba 8 (E3) 0Bb 0Bb 2ABb 3ABb 0Bb 0Bb 2ABcd 5Ab 11 (E4) 0Cb 0Cb 1BCbc 1BCbc 0Cb 1BCb 12Ab 6ABb 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 50 1ABab 1ABbc 0Bc 0Bb 1ABab 3Ac 2ABbc 4 (E2) Meses de Armazenamento 18 (E6) % 1Cab 3BCa 16Aa 16Aa 2BCab 5BCa 7ABbc 16Aa Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento QUADRO 9. Cultivar IAC-120: valores médios (%) de sementes de trigo infectadas por Penicillium spp., em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 67 6,519Aa 6,686Aa 6,685Aa 4,536Aa 5,161Aa 2,206Aa 3,504Ab 5,484Aa 11 (E4) 11,983Aa 20,484Aa 12,504Aa 4,859Aa 4,389Aa 25,767Aa 45,658Ab 21,129Aa 15 (E5) 18 (E6) % 35,436Aa 59,786Aa 9,883Aa 22,565Aa 15,924Aa 21,184Aa 9,569Ab 26,285Aa CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 184,288 75,458Ba 20,227Ba 25,434Ba 15,656Ba 61,515Ba 38,079Ba 726,992Aa 52,064Ba 8 (E3) Meses de Armazenamento Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. % 1,120Ba Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 72,198 0,897Ba Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) CV (TRATAMENTOS) = 0,679Ba 0,656Ba 2,989Ba 211,071Ba 831,658Aa 188,560Ba 4 (E2) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento QUADRO 10. Cultivar IAC-120: valores médios (µmoles de CO2.kg de semente-1.h-1), obtidos no teste de respiração, em função de tratamentos e meses de armazenamento. 68 11,450Ba 10,750Ba Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 12,125Aa 12,575Aa 12,325Aa 12,325Aa 12,450Aa 12,425Aa 12,650Ab 12,275Aa 11 (E4) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 13,800Aa 11,525Aa 11,500Aa 11,450Aa 12,000Aa 11,825Aa 15,850Ab 11,350Aa 8 (E3) Meses de Armazenamento 7,2 % 12,375Aa 12,700Aa 12,850Aa 13,155Aa 12,650Aa 12,800Aa 12,925Ab 12,675Aa 15 (E5) 18 (E6) 12,425Aa 12,350Aa 12,575Aa 12,425Aa 18,950Aa 12,300Aa 13,075Ab 14,625Aa Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 5,9 % 11,400Ba 11,125Ba 11,975Ba 18,875Ba 35,800Aa 11,350Ba 4 (E2) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento de respiração, em função de tratamentos e de meses de armazenamento. QUADRO 11. Cultivar IAC-120: valores médios (%) do teor de água das sementes trigo, após a retirada dos insetos e anterior ao teste 69 97Aa 98Aa 97Aa 99Aa 99Aa 96Aab 95Aa 96Aab 0 (E1) 90ABab 95Aab 97ABa 98Aa 56Dcd 77BCbcd 1Cd 99Aa 8 (E3) 90Aab 89Aab 96Aa 96Aa 88Aab 92Aabc 92Aa 95Aab 11 (E4) 64Abc 74Ab 72Ac 71Ab 80Abc 71Acd 65Ab 79Abc 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 95Aa 97Aa 94Aab 98Aa 98Aa 98Aa 97Aa 95Aab 4 (E2) Meses de Armazenamento 55ABc 63Ab 75Abc 67Ab 27Bd 47ABd 63Ab 70Ac 18 (E6) 4 % Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 13 % Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento função de tratamentos e de meses de armazenamento. QUADRO 12. Cultivar IAC-120: valores médios (%) de plântulas normais obtidos no teste de germinação de sementes de trigo, em 70 14,0Aa 14,0Aa Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 11,0Aabc 11,0Aabc 12,3Aab 12,5Aab 11,5Aabc 10,5Ab 10,5Ab 10,8Aab 4 (E2) 9,3Ac 10,5Abc 9,5Ab 10,0Ab 10,0Ab 10,0Ab 9,5Ab 10,8Aab 11 (E4) 13,3Aab 13,5Aab 14,0Aa 13,8Aa 12,5Aba 12,5Aab 11,0Ab 13,3Aa 15 (E5) 12,0Aabc 10,3Ac 11,5Aab 10,0Ab 5,8Bd 11,8Aab 10,3Ab 11,3ABa 18 (E6) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 2,6 % 10,3Abc 11,3Aabc 11,5Aab 12,3Aab 8,8Acd 10,8Acd 3,0Bc 9,8Ab 8 (E3) Meses de Armazenamento Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 14,4 % 13,5Aa 14,5Aa 13,5Aa 14,3Aa 14,3Aa 12,5Aab 0 (E1) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento em função de tratamentos e de meses de armazenamento. QUADRO 13. Cultivar IAC-120: valores médios (mg) de massa seca de plântulas, obtidos no teste de germinação de sementes de trigo, 71 93Aa 89Aa 85Aa 90Aa 92Aa 88Ab 49Bb 80Aab 4 (E2) 54Ab 60Ab 64Ab 70Ab 19Bcd 63Ac 1Cd 75Ab 8 (E3) 37Ab 33Ac 38Ac 36Ac 28Abc 39Ad 34Ab 32Ac 11 (E4) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 5 % 98Aa 95ABa 83Bab 83Bab 96ABa 99Aa 85Ba 93ABa 0 (E1) Meses de Armazenamento 36ABCb 44ACb 15DEd 16CDEd 47Ab 27ABd 3Ccde 18ABd 15 (E5) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 14 % Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 4ABc 6ABd 13ABd 14Ad 7ABd 8ABd 11ABc 2Bd 18 (E6) QUADRO 14. Cultivar IAC-120: Valores médios (%), obtidos no teste de envelhecimento acelerado, conduzido com sementes de trigo, 72 21,45Aa 21,88Abc 19,39Ac 16,80Ac 20,41Ab 21,11Ab 18,73Ac 17,91Ab 0 (E1) 19,73Aa 16,16Ac 20,16Ac 20,65Abc 25,74Ab 35,72Aab 31,95Ac 21,08Ab 4 (E2) 35,03Aa 27,93Abc 27,08Abc 23,15Abc 31,65Ab 25,88Aab 34,15Ac 27,05Ab 11 (E4) 38,33ABa 44,07ABab 56,10ABa 45,90ABab 34,18Bb 36,95ABab 63,33Ab 37,25ABab 15 (E5) 42,80Aa 58,33Aa 47,95Ab 48,95Aa 41,68Aab 49,28Aa 62,10Ab 56,65Aa 18 (E6) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 9,97 % 37,75BCa 29,30Cbc 26,23Cbc 25,43Cbc 60,17Ba 26,60Cab 140,32Aa 24,24Cb 8 (E3) Meses de Armazenamento condutividade elétrica, em função de Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey CV (TRATAMENTOS) = 35,56 % Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento tratamentos e meses de armazenamento. QUADRO 15. Cultivar IAC-120: valores médios (µmhos.cm-1.g-1), obtidos no teste de 73 11,9Ba 11,8Bb 13,5Ba 11,7Ba 13,0Ba 14,5Ba 19,7Aa 11,7Ba 8 (E3) 12,6Aa 12,6Ab 12,7Aa 12,6Aa 12,8Aa 12,6Aa 13,6Ab 12,6Aa 11 (E4) Meses de Armazenamento 12,1Aa 12,3Ab 12,9Aa 13,1Aa 13,0Aa 13,5Aa 14,5Ab 13,9Aa 15 (E5) 18 (E6) 12,7BCa 16,5Aa 12,7BCa 12,4Ca 12,3Ca 12,4Ca 16,1ABab 13,6ABCa Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 3,2 % 11,8Aa Fenitrothion + Carboxin + Thiram + 12,4Aa insetos (T8) CV (TRATAMENTOS) = 6,2 % 12,0Ab Fenitrothion + Carboxin + Thiram 12,0Ab (T7) 12,3Aa 12,7Aa 12,7Aa 13,8Ab 12,7Aa 4 (E2) 12,3Aa 12,5Aa 12,4Aa 11,9Aa 12,6Ab 12,9Aa 0 (E1) 12,2Aa Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento QUADRO 16. Cultivar IAC-350: valores médios (%) do teor de água das sementes trigo, após a retirada dos insetos, em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 74 1Ba Progênie (nº) 0Cc Vivos 0Cc 84Bb Progênie (nº) Vivos 67Ba Vivos 1Ba 384Ab Progênie (nº) Progênie (nº) 100Aa 4 (E2) Vivos 26Aa 25Bb 41Aa 9Bc 36Ab 90Aa 27Aa 60BC 52Aa 32ABb 40Ab 89Aa 161Ac 95Aa 15 (E5) 69Aa 93Aa 185Aa 98Aa 73Ab 93Aa 254Abc 99Aa 18 (E6) CV VIVOS (MESES DE ARMAZENAMENTO)= 12,3% CV PROGÊNIE (MESES DE ARMAZENAMENTO)= 24,1 % 100Ca 25Cb 43Ca 21Cb 363Ba 77Ba 79Ac 99Aa 100Aa 1462Aa 11 (E4) 8 (E3) Meses de Armazenamento Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV VIVOS ( TRATAMENTOS)= 21,2 % CV PROGÊNIE ( TRATAMENTOS)= 62,5 % insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram + Carboxin + Thiram + insetos (T6) Fenitrothion + insetos (T4) Testemunha + insetos (T2) Tratamento QUADRO 17. Cultivar IAC-350: valores médios ( % ) de sobrevivência dos adultos de Sitophilus oryzae em sementes de trigo, após 7 dias da infestação e a progênie (número de insetos ) resultante em 51 dias, em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 75 51 % 1Babc 1Ba 1Bb 2Bab 24Aa 1Ba 34Ab 0Bb 4 (E2) 3Cab 0Ca 0Cb 0Cb 11Bb 0Ca 46Aab 0Cb 8 (E3) 0Bbc 0Ba 0Bb 0Bb 0Bc 0Ba 6Ad 1Bb 11 (E4) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 11 0Abc 0Aa 0Ab 0Ab 0Ac 0Aa 0Ac 0Ab 0 (E1) Meses de Armazenamento % 0BCbc 0Ca 0BCab 0BCab 3Bc 0Ca 16Ac 0BCb 15 (E5) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento de armazenamento. 4BCDa 1Da 12Ba 3CDa 6BCbc 1CDa 58Aa 44Aa 18 (E6) QUADRO 18. Cultivar IAC-350: valores médios (%) de sementes de trigo infestadas por insetos, em função de tratamentos e de meses 76 62 % 0Aa 0Ab 0Ab 0Ab 0Ab 0Ab 0Ad 0Ac 0 (E1) 0Da 0CDb 3Ba 3BCa 3Ba 2Abc 20Aa 12Aa 8 (E3) 0Aa 0Ab 3Aa 3Aa 0Ab 0Aab 6Ac 3Ab 11 (E4) 11Aab 4ABb 15 (E5) 26 0Ca 0CDEb 2BCDa 4Cab 0DEab 1CDEab CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 0Aa 0Bb 1ABab 1ABab 0Ab 0Ab 2Ac 2Ab 4 (E2) Meses de Armazenamento % Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento de meses de armazenamento. 1ABa 5Aa 1ABab 2ABa 1ABab 1ABab 2ABc 2ABbc 18 (E6) QUADRO 19. Cultivar IAC-350: valores médios (%) de sementes de trigo infectadas por Aspergillus spp., em função de tratamentos e 77 0Bb 0Bb 1ABbc 2ABbc 0Bb 0Bb 5Abc 7Ab 4 (E2) 0Cb 0Bb 1ABbc 3ABabc 0Bb 0Bb 1ABcd 5Ab 11 (E4) 0ABa 0Bc 20 1BCbc 0Cc 0Cb 0Cb 9Aab 4ABb 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 0Db 0Db 6CDab 10BCa 8Ca 4CDa 24Aa 24ABa 8 (E3) Meses de Armazenamento % Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. % 0Ab Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 68 0Ab Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) CV (TRATAMENTOS) = 0Ac 0Ac 0Ab 0Ab 0Ad 0Ac 0 (E1) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento de meses de armazenamento. 11ABa 5Ba 16Aa 10ABa 2Bab 2Bab 2Bbcd 5Bb 18 (E6) QUADRO 20. Cultivar IAC-350: valores médios (%) de sementes de trigo infectadas por Penicillium spp., em função de tratamentos e 78 0,373Ba Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 4,229Aa 2,773Aa 3,506Aa 16,542Aa 16,007Aa 19,576Aa 28,116Aa 21,882Aa 11 (E4) 6,547Aa 6,259Aa 3,318Aa 4,699Aa 5,979Aa 9,976Aa 10,604Ab 33,651Aa 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 125,137% 113,737Aa 55,555Aa 44,157Aa 104,335Aa 46,331Aa 22,545Aa 113,459Ab 41,209Aa 8 (E3) Meses de Armazenamento Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. 338,291 % 0,766Ba Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) CV (TRATAMENTOS) = 3,423Ba 1,119Ba 230,310Ba 9,261Ba 1148,931Aa 2,038Ba 4 (E2) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento tratamentos e meses de armazenamento. 9,945Aa 11,252Aa 18,921Aa 24,544Aa 63,945Aa 5,946Aa 11,224Ab 24,401Aa 18 (E6) QUADRO 21. Cultivar IAC-350: valores médios (µmoles de CO2.kg de semente-1.h-1), obtidos no teste de respiração, em função de 79 13,8ABa Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 10,8Ba 11,4Ba 11,6Ba 10,1Bb 13,5Bb 11,5Ba 18,4Aa 11,3Ba 8 (E3) 12,6Aa 12,8Aa 12,7Aa 12,6Aa 12,6Ab 12,9Aa 12,9Ab 12,9Aa 15 (E5) 12,3Ba 12,2Ba 12,5Ba 12,2Ba 17,3Aa 12,2Ba 13,0Bb 12,9Ba 18 (E6) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 4,7% 12,5Aa 12,5Aa 12,5Aa 12,4Aa 12,4Ab 12,5Aa 12,8Ab 12,4Aa 11 (E4) Meses de Armazenamento Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. 14,7 % 11,6BCa Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) CV (TRATAMENTOS) = 11,1BCa 11,3BCa 12,3BCa 9,6Ca 17,0Aa 11,4BCa 4 (E2) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento de respiração, em função de tratamentos e de meses de armazenamento. QUADRO 22. Cultivar IAC-350: valores médios (%) do teor de água das sementes trigo, após a retirada dos insetos e anterior ao teste 80 12,1 % 99Aa 99Aa 100Aa 100Aa 99Aa 95Aa 99Aa 96Aa 0 (E1) 97Aa 97Aa 99Aab 97Aa 81Bb 99Aa 9Cd 98Aa 8 (E3) 95Aa 93Aa 95Ab 97Aa 96Aa 94Aa 96Aab 99Aa 11 (E4) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 99Aa 99Aa 99Aab 100Aa 99Aa 99Aa 89Bab 95ABa 4 (E2) Meses de Armazenamento 6,0 % 77BCb 77BCb 92ABb 96Aa 72Cb 80BCb 88ABCb 91ABa 15 (E5) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si, a 5% pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram + Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento 41Bc 49Bc 72Ac 77Ab 44Bc 35Bc 27Bc 35Bb 18 (E6) QUADRO 23. Cultivar IAC-350: valores médios (%) de plântulas normais obtidos no teste de germinação de sementes de trigo, em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 81 10,3Aabc 10,3Abc 10,8Aa 12,0Aa 11,3Aa 11,5Aab 10,0Ab 11,5Aab 11 (E4) 12,5ABab 13,5ABa 12,5ABa 12,5ABa 10,8ABa 12,3ABa 10,5Bb 12,0ABab 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 4,6 % 11,3Aabc 12,3Aa 12,3Aa 12,8Aa 10,0Aa 10,8Aab 5,5Bc 11,8ABa 8 (E3) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 12,1 % 9,8BCbc 11,5ABa Fenitrothion + Carboxin + 12,8Aa Thiram + insetos (T8) + 12,8Aa 1,5ABCbc Thiram 11,8ABa Fenitrothion + Carboxin + 12,0Aa Thiram (T7) Carboxin + insetos (T6) 13,3Aa 11,3ABa Fenitrothion + insetos (T4) 12,0Aa Carboxin + Thiram (T5) 11,8ABab 13,5A Fenitrothion (T3) 8,3Cbc Testemunha + insetos (T2) 13,5Aa 4 (E2) 12,8Aa 0 (E1) Meses de Armazenamento 13,0Aa Testemunha (T1) Tratamento , em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 9,3ABc 9,0ABc 10,5ABa 11,3Aa 11,0Aa 9,3ABb 8,0BCb 9,5ABb 18 (E6) QUADRO 24. Cultivar IAC-350: valores médios (mg) de massa seca de plântulas, obtidos no teste de germinação de sementes de trigo, 82 99Aa 99Aa 92Aa 97Aa 100Aa 97Aa 94Aa 94Aa 0 (E1) 59ABb 64ABb 80Aa 82Aa 48Bb 46Bb 1Cd 76Ab 8 (E3) 26Ac 37Ac 30Ab 34Ab 13Ac 16Ac 20Ac 22Ac 11 (E4) 32ABc 22Ac 22ABb 44Ab 31ABbc 28ABbc 13Bc 27Abc 15 (E5) CV (MESES DE ARMAZENAMENTO = 5 % 93Aa 94Aa 91Aa 95Aa 96Aa 97Aa 55Bb 86Aab 4 (E2) Meses de Armazenamento Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey. CV (TRATAMENTOS) = 16 % Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento em função de tratamentos e de meses de armazenamento. 0Ad 1Ad 1Ac 7Ac 1Ad 0Ad 0Ad 1Ad 18 (E6) QUADRO 25. Cultivar IAC-350: Valores médios (%), obtidos no teste de envelhecimento acelerado, conduzido com sementes de trigo, 83 12,94Aa 14,17Aa Fenitrothion + Carboxin + Thiram (T7) Fenitrothion + Carboxin + Thiram + insetos (T8) 16,09Ba 16,16Ba 15,63Bbc 16,87Ba 24,19Bab 18,67Ba 54,74Ac 19,27Bbc 4 (E2) 20,88Aa 18,48Aa 19,40Bbc 15,48Aa 21,38Aab 17,20Aa 28,0Ad 18,25Abc 11 (E4) 25,40ABa 20,93Ba 24,80Bb 17,33Ba 28,40ABa 23,65Ba 38,68Ad 30,05ABb 15 (E5) 20,20Ca 75,32Ab 72,75Aa 18 (E6) 26,25BCa 20,00Ca 38,13Ba 21,88Ca 28,28BCa CV (MESES DE ARMAZENAMENTO )= 10,61 % 23,2BCa 18,78BCa 18,33BCbc 19,95BCa 31,45Bab 18,23BCa 111,75Aa 17,83Cbc 8 (E3) Meses de Armazenamento condutividade elétrica, em função de Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferiram entre si a 5%, pelo teste de Tukey CV (TRATAMENTOS) = 24,04 % 11,56Ac 12,24Aa 14,82Ab 12,99Aa 13,17Ae 13,61Ac 0 (E1) Carboxin + Thiram + insetos (T6) Carboxin + Thiram (T5) Fenitrothion + insetos (T4) Fenitrothion (T3) Testemunha + insetos (T2) Testemunha (T1) Tratamento tratamentos e meses de armazenamento. QUADRO 26. Cultivar IAC-350: valores médios (µmhos.cm-1.g-1), obtidos no teste de 84 85 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRAMSON, D.; SINHA, R. N.; MILLS, J. T. Mycotoxin formation in HY320wheat during granary storage at 15 and 19% moisture content. Mycopathologia, Columbia, v.111, n. 3, p.181-189, 1990. AGRAWAL, N.S. et al. Grain storage fungi associated with the granary weevil. Journal of Economic Entomology, Lanham, v.50, p.659-663, 1957. AGRAWAL, P. K. Changes in germination, moisture and carbohydrate of hexaploid triticale and wheat (Triticum aestivum) seed stored under ambient coditions. Seed Science & Technology. New Delhi, v.6, p. 711-716,1978. ANDERSON, J.D.; BAKER, J.E.; WORTHINGON, E.K. Ultra-structural changes of embryos in wheat infected whit storage fungi. Plant Physiology, Rockville, v.46, p.575-599, 1970. ANDRADE, R. V. e NASCIMENTO, T. F. Efeito do expurgo com fosfina (Gastoxin) sobre a qualidade fisiológica de sementes de milho e sorgo. 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