17-08-2016 O dia se iniciou com o café da manhã e, logo após esse momento, nos dirigimos ao órgão do município de prevenção às endemias. Este órgão é composto pelo setor de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e o setor de endemias, além de outro setor para resolução de problemas relacionados ao benefício do bolsa-família, que atende aproximadamente 10 mil famílias. O setor de endemias foi algo impressionante, pois constatou-se empenho por parte do gestor de endemias, seu Evandro, que nos recebeu e, de maneira empolgada, nos relatou o seu dia-a-dia no combate aos vetores de zika, malária, dengue, chikungunya e relatou casos de filariose e doença de Chagas como algumas moléstias que assolam os coarienses. Existe programa também para o combate ao vírus da raiva, que conta com uma médica veterinária, que recolhe os cães suspeitos nas ruas de Coari, sacrifica-os e lhes retira o cérebro a fim de enviar para a histologia em Manaus para análise dos efeitos desse vírus no sistema nervoso. Uma das dificuldades enfrentadas por seu Evandro e sua equipe de endemias é o fato de Coari ser uma ilha e, evidentemente, contar com água limpa, o que leva ao crescimento dos mosquitos Aedes aegypti e Anopheles, dentre outros. Conheceu-se também a nutricionista Renata e a Enfermeira Silvia, que nos relataram seus trabalhos de coordenação de programas relacionados à nutrição e saúde da mulher. Ao findarmos a manhã nesse órgão, fomos comunicados de que o secretário municipal de saúde queria conversar conosco. Em seguida fomos até o secretário e ele deu noções sobre sua administração e dificuldades que enfrenta no município, principalmente questões relacionadas à política dos governantes locais. Foi uma conversa muito proveitosa e empolgante, que me fez enxergar o quão importante é o SUS e o quanto de potencial que ele têm se houver maior comprometimento com políticas públicas de saúde da população. À tarde, conhecemos a realidade do Instituto de Medicina Tropical de Coari, que, por ser de média a alta complexidade, não é feita a atenção básica nesse local. Realiza o diagnóstico e tratamento das hepatites, item imprescindível, pois se leva em consideração que o Amazonas tem sido epicentro das hepatites no país. Os casos cirróticos são encaminhados para Manaus e o paciente enfrenta longa fila de espera para receber transplante, que não é realizado em Manaus, sendo realizado em outros centros de referência, como em Fortaleza, Recife e Salvador, por exemplo. Diversas vezes tais pacientes não conseguem tempo hábil para receber o transplante e vão a óbito. Além disso, o Instituto realiza testes rápidos para sífilis, HIV e outras DSTs. Existe microscopista para a análise das amostras de paciente suspeitos de malária, leishmaniose e filariose, importante destacar que esta última é causada pelo parasito Mansonella ozzardi. Ao término do dia, nos dirigimos ao local onde nos encontramos hospedados, saímos pra jantar, retornamos, discutimos os textos do Caderno de Textos do VER-SUS e nos recolhemos aos nossos quartos.