Esclerose Múltipla A Esclerose Múltipla (EM) caracteriza-se desmielinização e gliose (formação de cicatrizes). pela tríade inflamação, Incidência Estudos demonstram que a Esclerose Múltipla é mais freqüente em populações localizadas nas zonas temperadas da Terra, aproximadamente de 40 a 60 graus de latitude ao norte e ao sul do planeta. No Brasil, calcula-se que a prevalência da doença seja de 10 casos para cada 100 mil habitantes. Considera-se a distribuição mundial da Esclerose Múltipla praticamente delimitada em 3 zonas de freqüência ou risco: Zona de alto risco: com prevalência maior de 30 casos para 100 mil habitantes, zona que abrange o norte da Europa, norte dos EUA, sul do Canadá, Nova Zelândia e sul da Austrália. Zona de média freqüência: Registrados de 5 a 25 portadores para 100 mil habitantes. Zona de baixa prevalência: menos de 5 casos para cada 100 mil habitantes, abrange a Ásia, América Latina e quase toda a África. Consta ainda que na América Latina e na África não existem dados estatísticos seguros. Após anos de estudos, os cientistas conseguiram obter dados que detectaram possíveis "formas" e probabilidades de expansão da moléstia. Dentre esses dados sabe-se o seguinte: A doença se desenvolve mais em mulheres do que em homens. Os sintomas aparecem normalmente entre indivíduos de 18 a 45 anos de idade. Curiosamente é nas populações que vivem em áreas com condições sanitárias favoráveis que se registra maior número de casos de Esclerose Múltipla. Patogênese As lesões da EM são causadas por uma resposta imune celular que é inapropriadamente dirigida contra os componentes da bainha de mielina. A possibilidade do desenvolvimento desse processo auto-imune é influenciada pela genética e fatores ambientais. O risco de desenvolver EM é 15 vezes mais alto quando a doença está presente em um parente do primeiro grau e até mesmo em uma ordem maior de magnitude para gêmeos homozigóticos. A ligação genética da suscetibilidade à EM com o haplótipo DR2 estendido do complexo principal da histocompatibilidade também está bem estabelecida. A base molecular para a influência deste tipo particular de haplótipo no risco de desenvolvimento da EM é desconhecida; outros loci genéticos estão também envolvidos. Dada a proeminência das células inflamatórias crônicas no interior e em volta das placas de EM, os mecanismos imunológicos que estão por trás da destruição da mielina têm sido o foco da maior parte das investigações. A evidência disponível indica que a doença é iniciada pelas células T CD4+ Th1 que reagem contra antígenos da própria mielina e secretam citocinas, como a IFN-gama, que ativam os macrófagos. A desmielinização é causada por esses macrófagos ativados e por seus produtos lesivos. O infiltrado nas placas e nas regiões circundantes do cérebro consiste em células T (principalmente CD4+, algumas CD8+) e macrófagos. Anticorpos estão também frequentemente presentes, mas seu papel na desmielinização é menos claro. Como a reação auto-imune é iniciada também não está compreendido; assim como em outros distúrbios auto-imunes, pensa-se que gatilhos microbianos e vários genes de suscetibilidade desempenhem um papel. A encefalomielite alérgica experimental (EAE) é um modelo animal de EM no qual a desmielinização e a inflamação ocorrem depois da imunização dos animais com proteínas da mielina. O distúrbio experimental pode ser passivamente transferido para outros animais com as células Th1 que reconhecem estes antígenos meilínicos. Baseado na compreensão crescente da patogênese da doença, estão sendo desenvolvidos tratamentos que modulam ou inibem as respostas Th1 e bloqueiam o recrutamento de células T para o cérebro. Manifestações Clínicas O início da em pode ser abrupto ou insidioso. Os sintomas podem ser tão graves ou triviais que o paciente não procura auxílio por meses ou anos. De fato, alguns indivíduos assintomáticos durante a vida, à necropsia demonstram EM. Em outros casos, a RM obtida por motivo não relacionado detecta evidências de EM assintomática. Os sintomas de EM são extremamente variáveis e dependem da localização das lesões no SNC. O exame físico geralmente revela evidências de disfunção neurológica, muitas vezes em locais assintomáticos. Por exemplo, um paciente pode apresentar sintomas em um membro inferior e sinais em ambos. A espasticidade muitas vezes está associada a espasmos musculares espontâneos e induzidos por movimentos. Mais de 30% dos pacientes com EM têm espasticidade moderada a grave, especialmente pernas. Em muitos casos, ocorrem paralelamente espasmos dolorosos que podem interferir na capacidade de deambular, trabalhar, ou cuidar de si mesmo. Às vezes, a espasticidade confere apoio involuntário ao peso corporal durante a deambulação. Nesses casos, o tratamento da espasticidade pode ser mais nocivo que benéfico. A neurite óptica (NO) geralmente apresenta-se como diminuição da acuidade visual, falta de nitidez, ou redução da percepção das cores (desssaturação) no campo central da visão. Tais sintomas podem ser leves ou evoluir para perda visual grave. Raramente, há perda total da percepção da luz. Os sintomas visuais costumam ser monoculares, mas podem ocorrer bilateralmente. A dor periorbital (agravada pelos movimentos oculares) muitas vezes precede ou acompanha a perda visual. Pode-se encontrar um defeito pupilar aferente. O exame fundoscópico pode ser normal ou revelar tumefação do disco óptico (papilite). A palidez do disco óptico (atrofia óptica) comumente sucede a NO. A uveíte é rara e deve suscitar a possibilidade de diagnósticos alternativos. A diplopia pode resultar: de oftalmoplegia internuclear (OIN) ou de paralisia do VI nervo craniano (raramente do III ou IV). A OIN consiste em comprometimento da adução de um olho por lesão do fascículo longitudinal medial ipsolateral. Com freqüência observam-se nistagmo proeminente no olho em abdução, juntamente com pequeno desvio assimétrico. A OIN bilateral é particularmente sugestiva de EM. Outras alterações comuns do olhar na EM incluem: (1) paralisia do olhar horizontal; (2) síndrome "um e meio" (paralisia do olhar horizontal mais OIN) e (3) nistagmo pendular adquirido. Os sintomas sensoriais são variáveis e incluem parestesias (p. ex., formigamento, sensação de "alfinetadas e agulhadas" ou queimação dolorosa) e hipestesia (p. ex., sensibilidade reduzida, dorrnência ou sensação de "perda" de parte do corpo). Sensações desagradáveis (p. ex., partes corporais "inchadas", "molhadas", "nuas", ou "enroladas com força") são comuns. A deficiência sensorial do tronco e dos membros inferiores abaixo de uma linha horizontal no dorso (nível sensorial) sugere que a medula espinhal é a origem da perturbação sensorial. Com freqüência, acompanha-se de uma sensação de constrição semelhante a de uma faixa ao redor do tronco. Dor é um sintoma comum na EM, sentida por> 50% dos pacientes. Pode ocorrer em qualquer área do corpo e mudar de localização ao longo do tempo. A ataxia geralmente se manifesta como tremores cerebelares. Também pode envolver a cabeça e o tronco ou a voz, produzindo disartria cerebelar (fala escandida). Pode ser difícil determinar o grau de envolvimento cerebelar em um dado paciente, porque os déficits motores e sensoriais podem afetar a coordenação e a fraqueza pode interferir no teste de coordenação. A disfunção vesical e intestinal originam-se de causas diferentes, e muitas vezes coexistem tipos distintos de disfunção. Os sintomas de disfunção vesical estão presentes em > 90% dos pacientes com EM e, em 33%, a disfunção resulta em episódios semanais ou mais frequentes de incontinência. A hiper-reflexia do detrusor, decorrente da deficiência da inibição suprasegmentar, causa polaciúria, urgência, nictúria e esvaziamento incontrolável da bexiga. A dissinergia do detrusor-esfincter, secundária a perda da sincronização entre os músculos detrusor e esfíncter, causa dificuldade em iniciar e/ou interromper o jato urinário, acarretando hesitação.. Também pode gerar retenção urinária, grandes volumes residuais após a micção, incontinência por transbordamento e infecção recorrente. A prisão de ventre acomete > 30% dos pacientes. Urgência ou incontinência fecal é menos comum (15%) mas pode ser socialmente debilitante. A disfunção cognitiva pode incluir perda de memória, desatenção, dificuldades em solucionar problemas, processamento lento das informações e dificuldades no desempenho de tarefas cognitiva. No passado acreditava-se que a euforia (humor elevado) fosse típica da EM, mas na verdade é incomum e ocorre em < 20% dos pacientes. Também ocorre disfunção cognitiva suficiente para comprometer as atividades quotidianas, mas é rara. A depressão, presente em 50-60% dos pacientes, pode ser reativa, endógena, ou parte da própria doença e contribuir para a fadiga. O suicídio é 7,5 vezes mais comum em pacientes com EM do que em casos de controle de idade equivalente. A fadiga acomete 90% dos pacientes, sendo moderada a grave em 50%. Os sintomas incluem fraqueza motora generalizada, capacidade de concentração limitada, lassidão extrema, perda de energia, diminuição da resistência e uma sensação devastadora de exaustão que leva o paciente a repousar ou adormecer. A fadiga (sozinha ou acompanhada de outros sintomas) é a razão mais comum da incapacidade ocupacional na EM. Pode ser exacerbada por temperaturas elevadas, depressão, dispêndio de esforços excepcionais para realizar atividades quotidianas básicas, ou por perturbações do sono (p. ex., despertares freqüentes para urinar). A fadiga relacionada com a EM pode ser máxima no meio da tarde ou contínua ao longo do dia, e seu tratamento é difícil. A disfunção sexual é comum na EM. Os homens relatam impotência, redução da libido, menor sensibilidade genital, deficiência de ejaculação, incapacidade de atingir/manter a ereção. As mulheres queixam-se de dormência genital, diminuição do orgasmo, redução da libido, sensações desconfortáveis durante o intercurso e menor lubrificação vaginal. A espasticidade dos músculos adutores (em mulheres) também prejudica o intercurso, e a incontinência urinária pode ser problemática. A fraqueza facial decorrente de lesão na via intraparenquimatosa do VII nervo craniano pode assemelhar-se à paralisia de Bell idiopática. Contudo, ao contrário desta, a fraqueza facial na EM geralmente não está associada a perda ipsolateral da gustação ou a dor retroauricular. A vertigem pode aparecer de maneira abrupta e simular a labirintite aguda. Origem no tronco encefálico em vez de no órgão-alvo é sugerida pela presença de disfunção coexistente do nervo trigêmeo ou facial; nistagmo vertical; ou nistagmo que não exibe latência no início nem inversão da direção e não fatiga. Perda auditiva também pode ocorrer na EM, mas é incomum. A sensibilidade ao calor refere-se aos sintomas neurológicos produzidos por elevação da temperatura central do corpo. Por exemplo, pode haver borramento visual unilateral transitório durante banho quente ou exercício físico (sintoma de Uhthoff). É comum que os sintomas de EM piorem transitoriamente, às vezes de maneira marcante, durante doenças febris. Tais sintomas relacionados com o calor provavelmente resultam de bloqueio transitório da condução. O sintoma de Lhermitte é uma sensação de choque elétrico (suscitada por f1exão do pescoço ou outro movimento) que irradia-se ao longo da coluna vertebral até as pernas. Raramente, irradia-se para os braços. Costuma ser autolimitado, mas pode persistir por anos. Também pode ocorrer em outros distúrbios da coluna cervical (p. ex., espondilose cervical). Os sintomas paroxísticos distinguem-se por duração breve (30 s a 2 min), alta freqüência (5-40 episódios por dia), ausência de alteração da consciência ou do ritmo de base no eletroencefalograma durante os episódios e evolução autolimitada (em geral durante semanas a meses).Podem ser precipitados por hiperventilação oumovimento.Tais síndromes incluem o sintoma de Lhermitte; contrações tônicas de um membro, face, ou tronco (convulsões tônicas); disartria/ataxia paroxísticas; perturbações sensoriais paroxísticas; e várias outras síndromes menos caracterizadas. Os sintomas paroxísticos provavelmente resultam de descargas espontâneas, oriundas das bordas das placas desmielinizadas e propagadas enfaticamente para os tratos de substância branca adjacentes. A neuralgia do trigêmeo, o espasmo hemifacial e a neuralgia do glossofaríngeo podem ocorrer quando a lesão desmielinizante envolve a zona de entrada (ou saída) da raiz do V, VII e IX nervos cranianos. A neuralgia do trigêmeo (tic douloureux) é uma dor facial lancinante muito breve, freqüentemente desencadeada por um impulso aferente a partir da face ou dentes. A maioria dos casos de neuralgia do trigêmeo não está relacionada com a EM. Contudo, a ocorrência de manifestações atípicas, com início antes de 50 anos de idade, sintomas bilaterais, perda sensorial objetiva, ou dor não-paroxística, deve levantar a suspeita de uma causa sintomática como a EM. EVOLUÇÃO DA DOENÇA Descreveram-se quatro tipos clínicos de EM: 1. A EM recidivante/remitente (EMRR) responde por 85% dos casos de EM no início e caracteriza-se por ataques distintos que geralmente evoluem durante dias a semanas (raramente, apenas horas). Com freqüência, mas nem sempre, há recuperação total durante as semanas ou meses seguintes (Fig. 359.2A). Contudo, quando a deambulação é intensamente acometida durante um episódio, metade dos pacientes não melhorará. Entre os episódios, os pacientes são neurologicamente estáveis. 2. A EM progressiva secundária (EMPS) sempre começa como EMRR (Fig. 359.2B). Em algum momento, porém, a evolução clínica da EMRR muda, de modo que o paciente apresenta deterioração constante da função sem episódios agudos (que podem continuar ou cessar durante a fase progressiva). A EMPS produz um maior grau de deficiência neurológica fixa do que a EMRR. Cerca de 50% dos pacientes com EMRR manifestarão a EMPS após 15 anos, e um acompanhamento mais longo demonstrou que a grande maioria dos casos de EMRR evolui para EMPS. Assim, a EMPS parece representar um estágio tardio da mesma doença subjacente da EMRR. 3. A EM progressiva primária (EMPP) responde por cerca de 15% dos casos. Tais pacientes não sofrem episódios, mas dec1ínio funcional constante desde o início da doença (Fig. 359.2C). Em comparação com a EMRR, a distribuição entre os sexos é mais equânime, a doença começa em uma idade mais avançada (idade média, cerca de 40 anos) e a incapacidade aparece mais rápido. Não se sabe se a EMPP é um fenótipo incomum da mesma doença subjacente da EMRR, ou se são doenças diferentes. 4. A EM recidivante progressiva (EMRP) se superpõe à EMPP e EMPS e responde por cerca de 5% dos pacientes com EM. A exemplo daqueles com EMPP, esses pacientes apresentam deterioração constante do seu estado desde o início da doença. Contudo, assim como aqueles com EMPS, apresentam episódios eventuais superpostos a evolução progressiva. Critérios Diagnósticos 1. Exame físico deve revelar anormalidades objetivas no SNC 2. Comprometimento deve refletir predominantemente uma doença dos tratos longitudinais da substância branca, incluindo geralmente: a) Vias piramidais b) Vias cerebelares c) Fascículo longitudinal medial d) Nervo óptico e) Colunas posteriores da medula espinhal 3. Exame físico ou a anamnese devem implicar o comprometimento de duas ou mais áreas do SNC a) Se apenas mostrar uma lesão, utilizar RM para documentar a segunda lesão, aRM confirmatória deve revelar: • 4 lesões na substância branca OU • 3 lesões, sendo 1 em localização periventricular b) Uso de Potencial Evocado para documentar segunda lesão. 4. Padrão clínico a) Dois ou mais episódios distintos de exacerbação afetando áreas distintas do SNC, tendo, cada um, duração mínima de 24hs e ocorrendo em intervalo de pelo menos 1 mês. b) Progressão gradual da incapacidade por 6 meses, associada do aumento clínico da síntese de IgG no LCR (ou de RM para documentar disseminação no tempo se nova lesão em T2 for vista 3 ou mais meses após uma síndrome clínicamente isolada). 5. Quadro neurológico não atribuível a outra patologia EM definida: cinco critérios preenchidos EM provável: cinco critérios preenchidos, apesar de: o Apenas uma anormalidade objetiva apesar de dois episódios sintomáticos; o Apenas um episódio sintomático apesar de duas ou mais anormalidades objetivas Sob risco de EM: critérios 1, 2, 3 e 5 preenchidos. Apenas uma anormalidade e apenas um episódio sintomático. Potenciais Evocados Os potencias evocados (PE) avaliam a função das vias aferentes (visuais, auditivas e somatossensoriais) ou eferentes (motoras) do SNC. Baseiam-se no cálculo computadorizado de médias para medir os potenciais elétricos do SNC suscitados pela estimulação repetitiva de nervos periféricos selecionados ou do encéfalo. Realizado de acordo com a área testada – Visuais: eletrodos em lobo occipital – Auditiva: eletrodos em lobo temporal – Somatossensorial (braço e perna): eletrodos em lobo parietal Liquido Cefalorraquidiano As anormalidades do LCR encontradas na EM incluem pleocitose de células mononucleares e aumento do nível de síntese intratecal de IgG Diagnóstico Diferencial • Encefalomielite Disseminada Aguda • Mielopatia Associada ao HIV • Neurossífilis • Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva • Lúpus Eritematoso Sistêmico • Síndrome de Sjogren • Doença de Behçet • Neoplasias Tratamento Divide-se em várias categorias: (1) tratamento dos episódios agudos quando ocorrem; (2) uso de Agentes Modificadores da Doença, que reduzem a atividade biológica da EM; e (3) terapia sintomática. As intervenções para promover a remielinização ou o reparo neural não existem atualmente. • • Episódios Agudos/Iniciais de desmielinização – Glicorticóides (Metilprednisolona). • Efeitos colaterais: ganho ponderal, retenção hipopotassemia, acne, labilidade emocional – Plasmaférese • Casos refratários à corticoterapia Agentes Modificadores da Doença – Diminuem a freqüência dos episódios – Reduzem a intensidade dos episódios – Interferon-β. – Acetato de Glatirâmer – Natalizumabe hídrica, Prognóstico A maioria dos pacientes com EM apresenta incapacidade neurológica progressiva. Contudo, o prognóstico de incapacidade neurológica depende da manifestação clínica na qual o quadro se inicia. Em um paciente cujo quadro se inicia com neurite óptica ou sintomas sensórias apresentam melhor prognóstico em relação à aqueles que abrem o quadro apresentando sintomas piramidais. Nos pacientes com seu primeiro evento desmielinizante, a RM do encéfalo fornece informações sobre o prognóstico. • RM normal: < 20% de risco de EM em 10 anos. • 3 ou mais lesões: 70 – 80% de risco de EM em 10 anos O óbito como conseqüência direta da EM é raro, sendo o óbito mais comumente decorrente de uma complicação da EM.