Publicação semestral da ffo - fundecto

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Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia
Entidade conveniada à Faculdade de Odontologia da USP - Venda proibida.
Editorial
É com satisfação especial que apresentamos
mais uma edição da Revista da ffo-fundecto,
pois esse ano nossa Fundação completa 30
anos!
E nesse momento gostaríamos de reforçar
o objetivo primordial da ffo-fundecto,
que é o aprimoramento profissional e o
desenvolvimento das Ciências Odontológicas
nas áreas do ensino, pesquisa e assistência
clínica, sempre valorizando e apoiando a
Faculdade de Odontologia da USP.
Assim, ao longo desses anos, a ffo-fundecto
se consolidou como importante Instituição de
Ensino e é exemplo de tradição e competência
na área de Educação Continuada. E isso se deve
ao empenho de um grande time, composto
pelos órgãos gestores (Diretoria da Fundação,
Conselho Curador e Comissão de Cursos), pelos
ffo-fundecto
Conveniada à Faculdade de
Odontologia da USP
DIRETOR PRESIDENTE
Prof. Dr. João Batista de Paiva
DIRETOR VICE PRESIDENTE
Prof. Dr. Leonardo Eloy Rodrigues Filho
DIRETOR TESOUREIRO
Prof. Dr. Rodolfo Francisco H. Melani
DIRETOR SECRETÁRIO
Profª. Drª. Míriam Lacalle Turbino
DIRETOR VOGAL
Prof. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae
COMISSÃO DE CURSOS
Presidente:
Prof. Dr. José Rino Neto
Membros:
Prof. Dr. Edgard Crosato
Prof. Dr. Fernando Ricardo Xavier da Silveira
Prof. Dr. Glauco Fioranelli Vieira
Prof. Dr. João Gualberto de Cerqueira Luz
Prof. Dr. Paulo Eduardo Capel Cardoso
Profª. Drª. Regina Tamaki
COORDENAÇÃO
DEPARTAMENTO DE MARKETING
Letícia Bezinelli - [email protected]
Zilson M. Malheiros - [email protected]
PROJETO GRÁFICO
Pingo No I - Publicidade e Propaganda
[email protected]
www.pingonoi.com
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Priscila Gonçalves Biella - MTB 52367
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO
35.000 exemplares
Prof. Dr. João Batista de Paiva
Presidente ffo-fundecto
Índice
CONSELHO CURADOR
Presidente:
Prof. Dr. Giorgio De Micheli
Membros:
Profª Drª Adriana Bona Matos
Profª Drª Dalva Cruz Laganá
Prof. Dr. Edgard Crosato
Prof. Dr. Igor Studart Medeiros
Prof. Dr. Jose Rino Neto
Prof. Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado
Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias
Prof. Dr. Waldyr Antonio Jorge
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professores da casa, funcionários da ffo e pelos
Cirurgiões-Dentistas que por aqui passaram
buscando aprimoramento profissional.
É muito gratificante avaliarmos nosso histórico
e termos na bagagem a formação completa de
mais de 2400 especialistas, nas mais diversas
áreas da Odontologia.
A nossa administração sempre teve transparência e profissionalismo e cada vez mais temos
trabalhado com afinco para que a ffo-fundecto
continue cumprindo com seu papel, firmandose como um órgão profissional e competente
que busca a excelência em seus cursos e a valorização da Odontologia.
Deixamos aqui um agradecimento especial aos
alunos, professores, funcionários e parceiros
que estão conosco na ffo-fundecto, certamente
vocês fazem parte dessa história!
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Especial: ffo-fundecto comemora 30 anos.
Especial: Confira algumas ações dos parceiros da ffo-fundecto.
Diferenciais/Agenda: conheça as vantagens oferecidas e agenda
dos cursos de especialização
Artigo: Prótese.
Artigo: Especialidades Odontológicas.
Artigo: Pacientes com necessidades especiais.
Artigo: Odontopediatria.
Artigo: Radiologia Odontológica.
Artigo: Reabilitação Protética.
Encarte Especial:
Catálogo de
Cursos.
Especial
Dep. Marketing/fotos: Arquivo ffo
A ffo-fundecto completa
30 anos de dedicação à
educação continuada.
Em fevereiro de 1983, começou a ser escrita a história de
uma Fundação cujo objetivo primordial foi, desde o início,
o aprimoramento profissional e o desenvolvimento das
ciências odontológicas nas áreas de ensino, pesquisa e
assistência clínica.
Com 30 anos dedicados ao ensino continuado de
qualidade em Odontologia, a ffo-fundecto passou por um
aprimoramento gradual desde a sua fundação até os dias
de hoje, e atualmente, é considerada uma das maiores
e melhores escolas de aperfeiçoamento e atualização
profissional do país.
A ffo-fundecto possui mais de 250 professores altamente
gabaritados, que já formaram mais de 2.500 CirurgiõesDentistas nas mais diversas especialidades odontológicas.
Venha também fazer parte desse time!
ffo reúne professores em
jantar comemorativo.
No dia 19 de junho de 2013 a ffofundecto reuniu grande parte de
seus professores para comemorar
seus 30 anos!
O encontro aconteceu no Buffet
Mansão Cidade Jardim e contou com
o apoio da Oral B e da Implacil de
Bortoli. A ffo-fundecto aproveitou
esse importante momento para
homenagear os professores que
fizeram e fazem parte do corpo
diretivo da Fundação.
Veja alguns desses momentos:
Apoio:
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revista ffo
jul/dez 2013
revista ffo
jul/dez 2013
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Especial
Semanas
Dep. Marketing/fotos: Arquivo ffo
Palestra Kota
No dia 10 de abril de 2013, a Kota em parceria com a
Oral B, promoveu uma palestra na ffo-fundecto com
os professores Guilherme Garone e Oswaldo Scopin. O
evento foi um sucesso, veja algumas fotos do evento:
Semana DMC
Diretoria recebe o laser de alta potência.
Semana
Heraeus Kulzer na ffo
Em junho a comunidade da ffo recebeu a HeraeusKulzer,
que fez uma grande exposição de seus produtos, além
de oferecer promoções super especiais e sorteios
diários.
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revista ffo
jul/dez 2013
Entre os dias 20 a 25 de
maio foi realizada a Semana DMC na Fundecto. O
evento teve como principal objetivo levar aos profissionais, alunos e professores, da Fundecto as
novidades tecnológicas
e inovações que a DMC
apresentou ao mercado, entre os destaques
está o Laser Cirúrgico da DMC.
Foi feita a entrega para a ffo-fundecto de um
Laser de Alta Potência, que já está a disposição de todo corpo docente e discente para
ser utilizado em todos os cursos.
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segunda a sexta das 08h às 18h
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Agenda
PRÓXIMAS TURMAS DE ESPECIALIZAÇÃO
Especialização
Seleção
SEMANAIS
Cirurgia
Cirurgia
Dentística
Endodontia
Implantodontia
Odontologia Legal
Odontopediatria
Ortodontia
Pacientes Especiais
Periodontia
Prótese
Radiologia
Mai/2014
Jun/2014
Jul/2014
Jun/2014
Mar/2014
Ago/2013
Ago/2014
Out/2014
Ago/2013
Jun/2014
Jun/2014
Jun/2014
Especialização
Seleção
QUINZENAIS
Radiologia
Saúde Coletiva
Ago/2014
Jan/2014
MENSAIS
Dentística
Endodontia
Endodontia
Odontologia do Trabalho
Odontopediatria
Prótese
Radiologia
Mar/2014
Jul/2014
Fev/2015
Jul/2014
Fev/2015
Ago/2014
Out/2013
revista ffo
jul/dez 2013
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Prótese
Professores do Curso de
Especialização em Prótese Dentária
Mensal ffo-fundecto/Fousp
Resolvendo problemas de estética e fratura em
Prótese Removível.
Prof. Dr. Roberto C. Stegun (Coordenador do curso de Especialização em Prótese Dentária – Mensal – ffo-fundecto/Fousp),
Prof. Érico Castaldin Moreira e Prof. Álvaro Ichii
de um conjunto de atitudes clínico laboratoriais. Os
Toda reabilitação oral começa com uma boa anamnese
clínicos estão na boa anamnese e exame físico das
da história e da evolução da doença. O planejamento
condições do paciente, ajustes
de uma prótese removível
dos movimentos oclusais
envolve diversos tópicos a serem
(artigo publicado na revista
observados até a finalização
nº 09 de 2011), e preparo de
da definição da estrutura a ser
boca adequado com o uso
construída e a finalização com a
do delineador e articulador
instalação e ajustes em boca. Os
(artigo publicado na revista
passos são fundamentais para o
nº 11 de 2012) e parceria com
sucesso da terapêutica e devem
o técnico de prótese dentária.
ser observados em cada caso
No aspecto laboratorial está
individualmente, pois cada item
a localização correta dos
estudado pelo profissional é
componentes da estrutura
pessoal e em função de fatores do
Alunos do Curso de Especialização em Prótese Dentária
que foi passada pelo CD (pois
perfil do paciente. São eles:
Mensal ffo-fundecto/Fousp
ele
conhece o paciente e seus
1. Análise do sistema de suporte
anseiosgrampos,
tipo
de
dente
e extensão da sela e
dental:
dos dentes nela) e uso de metal adequado no processo
- Valor quantitativo dos dentes remanescente;
de fundição e acabamento.
- Valor qualitativo dos dentes pilares.
Um problema encontrado na clínica diária é a
2. Análise do suporte fibromucoso e rebordo:
possibilidade de fratura do braço de retenção o que
- Tipo de relação antero posterior;
muitas vezes inviabiliza a manutenção preventiva
desta prótese restando ao profissional a confecção de
- Tipo de relação vestíbulo lingual;
nova prótese com desconfiança do paciente e novo
- E a resiliência (movimentação).
custo para ambos. As causas de fratura dos braços de
3. Análise do antagonista:
uma estrutura metálica podem ser por bolhas internas
- Que tipo de carga mastigatória receberá a prótese
(não perceptíveis), movimentação mecânica do braço
(resina – próteses acrílicas, cerâmica – metalocerâmica
(no polimento, ou no uso de alicates), calibragem
e dentes naturais e/ou metal – próteses removíveis e
inadequada ou ainda, posicionamento inadequado
restaurações metálicas);
do grampo. Isto pode resultar em abertura do braço
chegando à fratura. No momento que o braço de
- Força mastigatória do paciente que está relacionado
retenção perde sua função, que é a de impedir o
à idade e equilíbrio oclusal.
deslocamento da prótese no sentido gengivo-oclusal,
4. E a relação humana que o paciente tem com a
a prótese começa a soltar da boca livremente ou no ato
reabilitação e com o CD:
mastigatório.
- Aquilo que o paciente busca com a prótese, se é
As soluções para este problema é a colocação de um
estética, funcional, ou apenas a família ou o médico
novo grampo que seria indicado o fio ortodôntico (0,7
que recomendam.
ou 0,8mm) ativando-se com alicates nº 139, onde o
Estes fatores estão diretamente relacionados e devem
problema seria resolvido em parte pois para o paciente
ser buscados ao longo do tratamento. O sucesso
não passa de um “quebra galho”, outra possibilidade é a
de tratamentos com prótese removível necessita
capacidade de rotação da prótese, principalmente dos
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revista ffo
jul/dez 2013
ESP-629-Especialização em Prótese Dentária - CURSO MENSAL
Coordenador: Prof. Dr. Roberto Chaib Stegun
Próxima seleção: Agosto de 2014
Início: 01/10/2014
casos de extremidades livre (Classe I e II de Kennedy)
onde ao executar o movimento de mastigação
e intrusão da prótese os braços de retenção que
estiverem à frente da linha de fulcro serão ativados de
uma maneira a serem ativados ou pressionam o dente
pilar, podendo também chegar à fratura do mesmo.
Desta forma, como além deste problema ainda temos
o estético, surgem alternativas para tais situações,
aqui demonstramos uma delas. Chamado de “Esthetic
Clamp” da TDV® poderá servir de uma solução para
determinados casos específicos.
Alguns detalhes são importantes frisar que é a
necessidade de espera da total polimerização da resina
antes da ativação, a colocação o mais perpendicular
possível do grampo em relação ao dente e o corte do
grampo que deve ser feito com disco de aço.
Com mais esta possibilidade de solução nos casos de
extremidade livre, esperamos que o clínico geral possa
resolver os problemas do dia a dia de sua clínica.
Referência:
3. Medição do tamanho e posicionamento do
grampo.
4. Fixação do grampo com RAAQ.
Livro: “Prótese removível: Método 8 + 1” autores:
Prof. Dr. Bruno Costa e Prof. Dr. Roberto C. Stegun; ed Rocca, São
Paulo.
5. Prova em boca.
1. Imagem da fratura do grampo.
6. Ativação do grampo com alicate nº 139.
2. Imagem da abertura de caixa para instalação do
grampo.
7. Imagem final em boca.
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revista ffo
jul/dez 2013
Especialidades Odontológicas
Aluna do curso de Especialização de
Periodontia da ffo-fundecto/Fousp
Patricia Maki Shida
Entrevistado: Prof. Dr. Rubens Côrte Real de Carvalho
Autoria: Bruna Oliveira (MTb 46.263)
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) tem como
uma das prerrogativas regulamentar o exercício
profissional do Cirurgião-dentista tanto no âmbito do
clínico geral como dos especialistas, em todo território
nacional, visando preservar e otimizar o atendimento
odontológico da população brasileira.
A fim de atender as demandas das novas especialidades
odontológicas, o CFO viu a necessidade de reformular
as normas que as regulamentam. Para isso, foram
consultadas as associações brasileiras de cada uma das
especialidades odontológicas.
“A normatização ocorre para disciplinar a qualidade
dos cursos de especialização oferecidos aos
cirurgiões-dentistas, fazendo com que tenhamos uma
excelência na qualidade dos cursos de atualização e
aperfeiçoamento profissional em todo o Brasil. Assim,
esta regulamentação vem proteger e resguardar
as instituições conceituadas em detrimento de
determinadas instituições que não contemplam a
qualidade necessária para a formação complementar
do cirurgião-dentista”, explica o Prof. Dr. Rubens Côrte
Real de Carvalho, tesoureiro do CFO e também professor
Titular do Departamento Dentística da FOUSP.
Hoje, no site do CFO (www.cfo.org.br) podem
ser encontradas 19 especialidades, ”porém três
especialidades têm duas designações em decorrência
da mudança de nomenclatura por adequação às
demandas de cada área”ressalta o professor Rubens.
O cirurgião-dentista que se decidir por realizar um
curso de especialização deve consultar (http://cfo.org.
br/servicos-e-consultas/cursos-de-especializacao/)
e verificar se o curso de interesse é reconhecido e
registrado pelo CFO. “O conhecimento das normas
pelo profissional faz com que ele possa exigir o que
é proposto pelo curso de especialização, além de ter
a segurança da obtenção de seu registro profissional
futuro como especialista”, alerta o professor. Segundo
ele, o Conselho continuará realizando sua fiscalização,
preservando o cumprimento das normas vigentes
para garantir a qualidade dos cursos oferecidos e,
consequentemente, a qualidade do tratamento
oferecido aos pacientes.
Prof. Dr. Rubens Côrte Real de Carvalho
Tesoureiro do Conselho Federal de Odontologia e Professor
Titular do Departamento de Dentística da FOUSP
Você sabia?
A ffo-fundecto/fousp
já formou mais de 2500
especialistas e possui
atualmente mais de 20 turmas
de especialização credenciadas
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revista ffo
jul/dez 2013
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Pacientes com Necessidades Especiais
Manejo das Alterações Oro-Faciais em Pacientes
com Síndrome de Down - Relato de Caso.
Profa. Dra. Nathalie Pepe Medeiros de Rezende1, Lívia Coutinho Varejão2, Profa. Dra. Karem López Ortega1, Profa. Dra. Marina Helena Cury Gallottini1.
1 Professoras do Curso de Especialização em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais da ffo-fundecto/Fousp.
2 Aluna do Curso de Especialização em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais da ffo-fundecto/Fousp.
A mordida aberta anterior, associada à falta de vedamento
A síndrome de Down (SD) é a mais frequente anomalia genética
labial, interposição de língua e respiração bucal também é
cromossômica. É causada pela trissomia do cromossomo 21, senfrequentemente encontrada.
do caracterizada por fatores como comprometimento intelectual,
alterações sistêmicas (cardíacas, imunológicas e neurológicas enQuanto à classificação de Angle, a maior parte dos pacientes apretre outras), e alterações físicas, entre elas as oro-faciais.
senta relação molar de Classe III. O prognatismo mandibular na
SD está relacionado à um conjunto
O atendimento odontológico tem
de fatores como as alterações da
sido cada vez mais procurado por
língua, que geralmente apresentapacientes com SD, devido à incluse em posição baixa, hipotônica,
são destes indivíduos na sociedae que por vezes pode apresentar
de. A falta de tratamento e suas
ainda uma macroglossia verdadeiconsequências podem diminuir a
ra associada à uma maxila hipopláqualidade de vida e a autoestima
sica e uma mandíbula de tamanho
destes pacientes. Por esta razão é
relativamente normal.
necessário que todos os cirurgiões
dentistas conheçam as verdadeiNenhum fator biológico contraras condições bucais relacionadas
indica o tratamento ortodôntico
à SD, a fim de oferecer o melhor
em pacientes com SD, entretanto
tratamento odontológico possível,
o risco de uma doença periodonquer seja ele preventivo, curativo Equipe de professores e alunos do curso de Especialização em Odontologia tal precoce deve ser mantido em
para Pacientes com Necessidades Especiais.
ou mesmo estético.
mente e o tratamento deve ser proposto para pacientes colaboradores e com boa higiene a fim de
Entre as alterações físicas presentes na SD estão baixa estatura,
reestabelecermos tanto a função mastigatória quanto a estética
microcefalia, fontanelas grandes, suturas abertas, anomalias de
para estes pacientes.
forma das orelhas, presença de pregas epicânticas, estrabismo,
nariz curto, pescoço curto e largo, diminuição do terço médio da
RELATO DE CASO
face, mãos pequenas, prega palmar transversa única, clinodactiPaciente do sexo feminino, 18 anos, leucoderma, procurou o CAlia, pele seca e flácida, hipotonia muscular e hiperextensibilidade
PE-FOUSP para tratamento odontológico. A paciente apresentava
das articulações.
diagnóstico de SD (cariótipo 47, XX,+G - SD por trissomia simples)
As características bucais da SD são bastante peculiares, e entre
e queixa principal de maloclusão. Na história médica relatava apeelas podemos citar: boca pequena, maxila hipoplásica, palato arnas doenças da infância e não relatava intercorrências em trataqueado e estreito, pseudoprognatismo mandibular, musculatura
mentos odontológicos anteriores.
orbicular hipotônica, macroglossia, língua fissurada e protuída,
A paciente apresentava comprometimento intelectual moderacom mucosa fissurada e seca em decorrência da respiração bucal.
do, era participativa, usava linguagem oral, e possuía excelente
As infecções bucais caracterizam-se principalmente pela doença
comportamento. Frequentava escola com acompanhamento peperiodontal que se apresenta de forma peculiar, severa, precoce,
dagógico e realizava terapia ocupacional, educação física, expresde rápida progressão e com grande destruição tecidual. Está relasão corporal, e educação doméstica.
cionada tanto a fatores locais (placa bacteriana, cálculo, e maloAo exame físico extra-oral podíamos observar microcefalia, “fáclusões) como a uma imunodeficiência.
cies” característico da SD, com fissuras palpebrais oblíquas voltaA maloclusão afeta quase 100% dos pacientes com SD. Grande
das para cima, diminuição do terço médio da face, presença de
parte dos pacientes apresenta dificuldades na mastigação, morrágades e de estrabismo (Figuras 1 e 2).
dida cruzada posterior e apinhamento dentário.
Ao exame físico intra-oral podíamos observar mordida cruzada
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revista ffo
jul/dez 2013
ESP-612-Especialização de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais - Curso Semanal
Coordenadora: Profª Drª Marina Gallottini
Próxima seleção: Entre em contato
Início: Set/2013
posterior unilateral, mordida aberta posterior devido ao
toque prematuro dos dentes 21 e 31, retenção prolongada do 53 e 75, que apresentavam alterações de colorações
compatíveis com manchas por tetraciclina, ausência do 13
e 23 e 22 exibindo microdontia (Figuras 3-5). O exame radiográfico panorâmico confirmou a ausência dos caninos
superiores permanentes, assim como do segundo prémolar inferior esquerdo e dos terceiros molares (Figura 6).
Uma vez que esta paciente era bastante colaboradora,
apresentava boa higiene oral e a mãe era bastante participativa, optamos por um plano de tratamento que incluiu
a colocação de aparelho expansor superior para leve inclinação dentária e descruzamento da mordida posterior,
plano inclinado no dente 21 para descruzarmos a mordida
anterior e aparelho fixo para nivelamento superior e inferior. Para o tratamento ortodôntico o dente 22, que exibia
microdontia recebeu aumento em resina composta para
facilitar a colagem do braquete e a movimentação. O canino superior direito decíduo sofreu esfoliação, já o segundo
molar decíduo esquerdo foi mantido durante o tratamento ortodôntico.
A ausência dos caninos superiores permanentes nos levaram a planejar a manutenção do espaço relativo a estes
dentes durante o tratamento ortodôntico para uma posterior colocação de implantes dentários. Entretanto, a paciente, assim como sua mãe, não concordaram em realizar
os implantes. Optamos então por mesializar todo o seguimento posterior da arcada, para fechamento do espaço.
Ao término do tratamento foi instalada contenção superior removível e contenção inferior fixa e atualmente a paciente encontra-se em acompanhamento (Figuras 8-10).
CONCLUSÃO
Os processos de inclusão da SD têm trazido muitos pacientes para os consultórios odontológicos, sendo que grande
parte deles procura por tratamento ortodôntico. O tratamento ortodôntico em pacientes com SD pode ser realizado em casos onde há colaboração dos pacientes e de seus
familiares, uma vez que, devido às limitações psicológicas
e motoras, é importante o acompanhamento familiar para
manutenção da higiene oral contribuindo para o sucesso
do tratamento.
Figura 1 – Paciente com síndrome de Down –
Fissuras palpebrais oblíquas voltadas para cima,
estrabismo e hipoplasia do terço médio da face.
Figura 2 – Perfil.
Figura 3 – Aspecto intra-oral inicial.
Figura 4 – Aspecto intra-oral direito inicial.
Figura 5 – Aspecto intra-oral esquerdo inicial.
Figura 6 – Radiografia panorâmica mostrando
a hipodontia dos dentes 13, 23 e 35, além dos
terceiros molares.
Figura 7 – Telerradiografia lateral.
Figura 8 – Aspecto intra-oral final.
Figura 9 – Aspecto intra-oral final –direito.
Figura 10 - Aspecto intra-oral final – esquerdo.
REFERÊNCIAS
• Desai SS, Fayetteville NY. Down syndrome: a review of the literature. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol Oral Radiol Endod. 1997; 279(3): 279-85.
• Desai SS, Flanagan TJ. Orthodontic considerations in individuals with Down syndrome: a case
report. The Angle Orthod. 1999; 69(1):85-8.
• Fiske J, Shafik HH. Down’s syndrome and oral care. Dent Update. 2001; 28(3): 148-56.
• Vigild M. Prevalence of malucclusion in mentally retarded Young adults. Community Dent Oral
Epidemiol. 1985; 13:183-4.
revista ffo
jul/dez 2013
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Odontopediatria
Professores do Curso
de Especialização em
Odontopediatria - Semanal
Traumatismo em Dentes Decíduos:
Importância Clínica.
Marcia T Wanderley, Cristina G Zardetto, Ricardo D N Fonoff, Selma S Suga, Antônio Carlos Guedes-Pinto
volumes ou solução a base de clorexidina, pelo menos 3 vezes
O traumatismo em dentes decíduos é comum de ocorrer, prinao dia, durante 1 semana e o quanto antes seja possível voltar a
cipalmente quando a criança está aprendendo a andar e correr,
higienização com escovação convencional; 2) repouso do dente:
onde as quedas são inevitáveis. No entanto precisamos evitar o
alimentação líquida/pastosa, não morder na região e remoção
trauma em dentes decíduos e saber tratá-lo adequadamente, pois
dos hábitos de sucção (chupeta, dedo e mamadeira). Se necessáalém da importância desse dente para a dentição, este trauma
rio: tirar o dente de oclusão (desgaste) e dependendo da mobilipode alterar a formação do germe do dente permanente.
dade fazer contenção semi-rígida; 3) prescrição medicamentosa
A prevenção do trauma em dentes decíduos começa no nascise necessário: analgésico em caso de dor, avaliar a necessidade
mento da criança, com o estímulo
de antiinflamatório ou antibiótico,
do aleitamento materno, evitando
e checar se o paciente está em dia
o uso de sucção de chupeta e dedo.
com a vacina antitetânica (caso
Uma vez a criança necessitando de
tenha dúvida encaminhe para o
sucção complementar, é preferível
médico); 4) acompanhamento: clío uso da chupeta do que o dedo,
nico e radiográfico para avaliar as
mas tomando o cuidado de ofesequelas no dente decíduo traurecer somente em momentos de
matizado e sucessor permanente,
maior necessidade, evitando que
assim como retornos até a erupção
o seu uso se torne um hábito, pois
permanente.
dependendo da intensidade e freAs lesões traumáticas nos dentes
quência da sucção podemos ter aldecíduos podem provocar reperterações oclusais e miofuncionais.
cussões para esta dentição. QuanEstas alterações, mordida aberta
Alunos do Curso de Especialização em Odontopediatria - Semanal
do a força do trauma incide no
anterior, protrusão dos incisivos sudente causando uma fratura, sabemos que a maior parte desta
periores e falta de selamento labial, são fatores predisponentes
força dissipa no dente para causar a fratura, mas alguma porção
para quando a criança cair e bater o rosto facilitaria o trauma nos
também é transmitida para o tecido periodontal, portanto podedentes, já que estes estariam mais anteriorizados e sem proteção
mos esperar tanto repercussões relacionadas à polpa como ao
labial (Figs 1, 2 e 3).
ligamento periodontal. Relacionadas à polpa teríamos: hiperemia
As lesões traumáticas podem afetar o tecido dental, tecido periopulpar; hemorragia pulpar (alteração de cor: cinza, roxo, marrom);
dontal, tecido mole e osso de suporte. O trauma em tecido dental
calcificação pulpar (amarelado); necrose pulpar, lesão apical e
compreende desde trinca de esmalte, fratura de esmalte, fratura
cisto radicular; reabsorção interna da raiz e/ou coroa (mancha
de esmalte e dentina, fratura de esmalte e dentina com exposição
rósea). Relacionadas ao periodonto: reabsorção radicular externa
pulpar, fratura coronorradicular até fratura radicular. O trauma no
com ou sem infecção (perda óssea); aumento do espaço pericetecido periodontal pode variar desde concussão, subluxação, lumentário; alveólise; retenção prolongada.
xação lateral, luxação extrusiva, luxação intrusiva, até a avulsão.
As conseqüências para a dentição permanente podem existir deA conduta frente ao traumatismo na dentição decídua depende
vido à proximidade do ápice do dente decíduo com o germe do
do tipo de trauma, do tempo transcorrido, e se já existe sequelas
permanente, tanto na ação do trauma em si como em infecções
de traumas anteriores (é comum crianças terem traumas repetique se desenvolve subseqüente a ele, levando à alteração no gerdos), entre outros aspectos. Caso o trauma seja recente o mais
me do sucessor permanente. As repercussões para o dente perimportante é dar condições para que o tecido periodontal se remanente variam desde descoloração branca, amarela ou marrom
cupere, já que o tecido dental, normalmente, com manobras de
no esmalte, hipoplasia de esmalte (desde mais leves até alteradentística e endodontia pode ser trabalhado pelo dentista.
ções maiores na coroa), dilaceração da coroa ou da raiz, lesão tipo
As recomendações para auxiliar na recuperação do trauma envolodontoma, duplicação radicular, parada da formação radicular,
vendo o tecido periodontal seriam nos 7 a 10 primeiros dias: 1)
seqüestro do germe do permanente e alteração na erupção. Além
limpeza da região com gaze umedecida com água oxigenada 10
do aumento do folículo do germe do permanente.
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revista ffo
jul/dez 2013
ESP-607 - Especialização em Odontopediatria - Semanal - ffo-fundecto/Fousp
Coordenadora: Profª Drª Marcia Turolla Wanderley
Próxima seleção: 14/08/2014
Início: 18/09/2014
Depois desta pequena explanação poderíamos pensar: Qual tipo
de traumatismo no dente decíduo teria maior risco para o dente
permanente? E sua reposta seria: todos os tipos de trauma para o
dente decíduo tem risco para o germe do dente permanente que
está se formando. Devemos lembrar que quanto menos formado
estiver o germe do permanente maior é a chance de ser afetado com o trauma do decíduo. No entanto as que chamam mais a
atenção são aquelas quando ocorre deslocamento da raíz do dente decíduo que podem atingir o germe do permanente, sendo
elas as intrusões, onde o dente entra dentro do alvéolo podendo
ir em várias direções, entre elas para palatino onde se encontra o
germe em questão (Figs 4 A, B, C); as luxações laterais (Figs 5 A, B);
as avulsões (Figs 6 A, B, C); as infecções (Fig 7) e as fraturas ósseas
atingindo a região do germe do permanente.
Por que a AVULSÃO é preocupante? Porque o dente na avulsão
não sai do alvéolo como se fosse uma exodontia. A raíz do dente
pode intruir, palatinizar e então sair do alvéolo. Portanto a avulsão
pode causar sequelas nos dentes permanentes.
O importante é evitar que o trauma na dentição decídua ocorra,
principalmente em crianças menores de 3 anos, caso isso não seja
possível o atendimento de urgência é fundamental para aumentar a chance de manter o dente decíduo na cavidade bucal.
Na Faculdade de Odontologia da USP estes atendimentos são
realizados na Clínica de Atendimento de Traumatismo em Dentes Decíduos da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP e nos
diversos cursos de odontopediatria, tanto na Faculdade como na
Fundação. O importante é que você, cirurgião dentista ofereça o
melhor atendimento para a criança, fazendo o atendimento de
urgência ou encaminhando para o colega mais especializado dar
continuidade. Vamos ler mais à respeito deste assunto?
Referências Recomendadas:
Wanderley MT et al. Traumatismo em dentes decíduos In: Fernandes KPS et al.
Traumatismo Dentoalveolar - Passo a passo permanentes e decíduos. São Paulo:
Santos, 2009.
Wanderley MT, Oliveira LB. Lesões Traumáticas na Dentição Decídua In: GuedesPinto et al. Odontopediatria - Fundamentos em Odontologia. São Paulo: Santos,
2009.
Wanderley MT et al. Lesões traumáticas em dentes decíduos e permanentes. In:
Guedes-Pinto AC. Odontopediatria. 8.ed. São Paulo: Santos, 2010.
Corrêa MSNP, Wanderley MT. Considerações psicológicas associadas às lesões
traumáticas. In: Corrêa MSNP. Sucesso no tratamento odontopediátrico: aspectos
psicológicos. São Paulo: Santos, 2002.
Wanderley MT et al. Traumatismos dentários na criança e no adolescente In: Coutinho L; Bonecker M. Odontopediatria para o Pediatra. São Paulo: Atheneu, 2013.
Trauma-Fousp
Figura 1
Trauma-Fousp
Figura 3
Trauma-Fousp
Figura 2
Trauma-Fousp
Figura 4 A
Trauma-Fousp
Figura 4 B
Trauma-Fousp
Figura 5 A
Trauma-Fousp
Figura 5 B
Trauma-Fousp
Figura 6 B
Figura 1 – Mordida aberta anterior: fator predisponente para trauma nos dentes decíduos.
Figura 2 – Protrusão dos incisivos superiores: fator predisponente para trauma nos dentes decíduos.
Figura 3 – Falta de selamento labial: fator predisponente para trauma nos dentes decíduos.
Figuras 4 A, B, C – INTRUSÃO: risco para o germe do dente permanente.
Figuras 5 A, B – LUXAÇÃO LATERAL: risco para o germe do dente permanente.
Figuras 6 A, B, C – AVULSÃO: risco para o germe do dente permanente.
Figura 7 – INFECÇÃO: risco para o germe do dente permanente.
Trauma-Fousp
Figura 4 C
Trauma-Fousp
Figura 6 A
Trauma-Fousp
Figura 6 C
Trauma-Fousp
Figura 7
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Radiologia Odontológica
Interpretação de displasia fibrosa por meio da
tomografia computadorizada.
Prof. Dr. Marcelo Cavalcanti¹ e Prof. Dr. César Lascala²
¹Professor Associado da Disc. de Radiologia do Departamento de Estomatologia da FOUSP. Coordenador do curso de Especialização em Radiologia e
Imaginologia Odontológica - Mensal da ffo-fundecto/Fousp. Coordenador do Laboratório de Imagem em 3D da FOUSP (www.labi3d.com.br).
²Professor Associado da Disc. de Radiologia do Departamento de Estomatologia da FOUSP. Professor do curso de Especialização em Radiologia e
Imaginologia Odontológica - Mensal da ffo-fundecto/Fousp.
A tomografia computadorizada (TC) vem demonstrando uma
e base do crânio4,5. A avaliação tomográfica é fundamental
grande aplicabilidade no diagnóstico e localização de diversas
em casos de envolvimento orbitário e de base craniana, visto
neoplasias maxilo-faciais. Esta técnica radiográfica permite obsera possível ocorrência de cegueira, disfunção hipofisária e
var com nitidez as estruturas ósseas e principalmente a relação da
compromentimento neuro-vascular.
lesão com estruturas adjacenTomográficamente, a aparêntes, por meio de imagens axiais
cia da patologia é variável e
e coronais, oferecendo a meestá na dependência do grau
lhor delimitação, assim como
de osso (hiperdensidade) preuma mais correta relação essente na lesão. Pode ocorrer
pacial entre a lesão e as estruapresentação variável, indo
turas adjacentes. Além disso, é
desde lesões uniloculares a
possível localizar melhor a área
multilocularidade, sendo as
de invasão, extensão do tumor,
lesões primárias hipodensas
assim como destruições ósseas
com bordas bem definidas e
provocadas por este. Portanto,
rara presença de rompimento
a tomografia computadorizada
cortical. Imagens de trabécué considerada de grande valia
las hiperdensas esparsas no
Equipe do curso de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia
no auxílio ao diagnóstico, plainterior das áreas hipodensas
nejamento pré-cirúrgico, tratamento e evolução de diversas afeconferem um aspecto heterogêneo à imagem1,2. Concomitanteções dos maxilares 1,2.
mente à esse quadro tomográfico existe um aumento de densiEste trabalho se propõe a demonstrar as vantagens e a utilização
dade óssea que reflete o quadro histológico composto por tecido
da tomografia computadorizada (TC), no auxílio ao diagnóstico,
ósseo entremeado por tecido fibroso, extremamente evidente.
localização e análise das displasias fibrosas.
Este aspecto por vezes é referido como “aspecto de vidro fosco
ou despolido”. As lesões com aspecto mais cístico podem exibir
Na displasia fibrosa a tomografia computadorizada é a modalidaum tamanho considerável, causando expansão sem perfuração
de de escolha para avaliação do envolvimento craniofacial. A loda cortical óssea sem formação de reação periostal. Em casos de
calização mais comum das lesões é na base do crânio, osso frontal
avaliação contrastada, o estroma fibroso pode apresentar realce
e ossos da face. Em caso de ocorrência de lesões em calvária (o
considerável4,5.
que é raro), o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras
lesões benignas e malignas como hemangiomas, cisto leptomeA displasia fibrosa é uma lesão benigna, caracterizada pela subsningeais e doença de paget. Em alguns casos, o diagnóstico de
tituição de tecido ósseo normal por um tecido fibro-ósseo de vadisplasia fibrosa só pode ser feito através da tomografia compuriável grau de mineralização. Existem outras lesões ósseas (como
tadorizada 1,2,3.
displasias ósseas) lesões fibro-ósseas como o fibroma ossificante,
entre as opções de diagnóstico diferencial Sua etiologia ainda é
A doença é caracterizada por deformidades ósseas e em
desconhecida e sua progressão lenta.
alguns casos a presença de sintomatologia é referida. Em suas
A lesão pode envolver apenas uma estrutura óssea, caracterizanvárias formas, a displasia fibrosa envolve o crânio e face com
do o tipo monostótico (Fig 1), ou mais de uma estrutura ao mespresença de assimetria secundária ao envolvimento ósseo. Em
mo tempo, no tipo poliostótico (este envolvendo ossos longos do
casos de envolvimento craniofacial, é observado aumento da
corpo também) (Fig 2). Este último, ao acompanhar pigmentamaxila com envolvimento de seios maxilares, cavidades nasais
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ESP-622-Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia - CURSO MENSAL
Coordenador: Prof. Dr. Marcelo G. de Paraíso Cavalcanti
Próxima seleção: 08/10/2013
Início:11/11/2013
ções cutâneas (“café au lait” ), distúrbios endócrinos variados e
puberdade feminina precoce, descreve a Síndrome de Albright.
Clinicamente, as manifestações mais comuns são assimetrias
faciais e inchaços indolores. Porém, dependendo da extensão
da lesão, podem surgir dores, fraturas patológicas, complicações visuais, e distúrbios auditivos.
A displasia fibrosa afeta mais frequentemente a região do ângulo da mandíbula, porém outros locais não tão característicos
podem ser envolvidos pela lesão, como: seio maxilar, seio esfenoidal, assoalho da órbita, células etmoidais e seio etmoidal,
cavidade nasal, fossa pterigo-maxilar, palato, articulação têmporo-mandibular (ATM), e forame jugular.
Os achados radiográficos também variam, uma vez que dependem do grau de mineralização da lesão, desde áreas mais radiolúcidas (padrão cístico), a áreas radiopacas (padrão esclerótico),
mas predominando a imagem de vidro despolido (padrão pagetóide), onde se mesclam a radiopacidade e a radioluscência.
Apesar da possibilidade do comprometimento de várias regiões anatômicas pela displasia fibrosa poliostótica, e apresentação clínica e radiográfica de formas variadas, os casos aqui
apresentados demonstram o comprometimento da maxila,
mandíbula, osso esfenóide, osso zigomático e órbita, com sintomatologia associada característica, áreas estas que estudos
demonstram ser comprometidas com muita frequência.
Figura 1: Imagens axiais (A, B, C) mostrando o envolvimento da
lesão expansiva em toda a extensão da maxila inclusive o seio
maxilar, característica de uma displasia fibrosa monostótica com
aspecto hiperdenso e homogêneo. (D) Reconstrução em 3D
demonstrando o envolvimento da maxila do lado direito.
A variabilidade dos achados radiográficos da displasia fibrosa,
dependentes do estágio da lesão (deposição e distribuição
de tecido fibro-ósseo), determinam a dificuldade do estabelecimento de um diagnóstico sem um exame histopatológico
e avaliação clínica, devido ao grande número de lesões fibroósseas incluídas no diagnóstico diferencial. Concluindo, a aplicação da tomografia computadorizada em displasias fibrosas
craniofaciais, demonstram que a esta modalidade de imagem
mostra-se de grande utilidade na determinação no auxílio do
diagnóstico e avaliação de lesões craniofaciais, sendo capaz de
definir melhor seus limites de forma mais eficaz que a radiografia convencional.
Referências bibliográficas:
1. Cavalcanti MGP. Tomografia computadorizada por feixe cônico: Interpretação
e diagnóstico para o cirurgião-dentista. 1. ed. São Paulo: Santos; 2010. 256 p.
2. Cavalcanti MGP. Diagnóstico por Imagem da Face. 2. ed. São Paulo: Santos;
2012. 528 p.
3. Sontakke SA, Karjodkar FR, Umarji HR Computed tomographic features of
fibrous dysplasia of maxillofacial region Imaging Sci Dent 2011, 41: 23-28
4. Ricalde P, Magliocca KR, Lee JS . Craniofacial Fibrous Dysplasia. Oral Maxillofacial Surg Clin N Am 2012, 24: 427–441.
5. Cai MJ, Ma LT, Xu GZ, Gruen P, Li J, Yang M, Pan L, Guan HF, Chen G, Gong J, Hu
JM, Qin SZ Clinical and radiological observation in a surgical series of 36 cases
of fibrous dysplasia of the skull .Clin Neurol Neurosurg 2012, 114: 254-259.
Figura 2: Imagens axiais (A, B, C e D), mostrando a lesão
expansiva de aspecto heterogêneo, com áreas de hiper e
hipodensidades envolvendo a mandíbula, além dos ossos
da maxila, zigomático, esfenóide, etmóide bilateralmente,
compatíveis com uma displasia fibrosa craniofacial.
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Reabilitação Protética
MOD-448-Novos Conceitos em Prótese Buco Maxilo
Facial: Estética e Reabilitação
Coordenador: Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias
Data: 23/11/2013
Reabilitação Protética em uma perda nasal.
Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias e Profª Drª Neide Pena Coto (Professores da Disciplina de PBMF da FOUSP).
do silicone e sua caracterização intrínseca, inclusão,
A face apresenta como órgão mais proeminente o nariz.
desmuflagem, acabamento, caracterização extrínseca,
Tem como importante função fisiológica a respiração, a
entrega e orientações ao paciente. As figuras 3a e
olfação, de ressonância e proteção. Além disso, umidi3b ilustram, em uma visão
fica, filtra e aquece o ar que
lateral, o caso antes e após a
enche nossos pulmões e gareabilitação protética.
rante a vida.
Bibliografi
a
O nariz compõe a estética fa1. Jain S, Maru K, Shukla J, Vyas A, Pillai
cial do ser humano e seu forR, Jain P. Nasal prosthesis rehabilitamato, tamanho e aparência
tion: a case report. J Indian Prosthoencontra-se diretamente lidont Soc. 2011 Dec;11(4):265-9.
gada a concepção da beleza.
2. Benech A, Arcuri F, Nicolotti M, Crespi MC, Pia F. Total nasal prosthesis
Quando uma neoplasia ou
after resection of a recurrence of skin
um trauma afeta este órgão
carcinoma on a forehead flap in apostimpondo a sua ressecção, a
rhinectomy site. J Craniofac Surg.
2012 Nov;23(6):627-8.
limitação estética, funcional
3. Goiato MC, Mancuso DN, Rossati
e social se faz presente no
Professores do curso Novos Conceitos em PBMF
Zuccolotti BC, Murakawa AC, de Lima
dia a dia do individuo acoDC, Dos Santos DM, Andreotti AM. Remetido.
tention and processing methods of nasal prosthesis. J Coll Physicians
Surg Pak. 2012 Nov;22(11):716-9
A reconstrução cirúrgico-plástica do nariz ressecado
apresenta limitações, necessitando por vezes de várias
intervenções cirúrgicas, e com resultados estéticos e
funcionais pobres.
A prótese nasal consegue reconstituir o órgão perdido
com certo grau de satisfação e de forma imediata.
Este relato de caso clínico apresenta uma reabilitação
protética da região nasal de uma paciente do genêro
feminino, 74 anos, com etiologia de carcinoma espinocelular com ressecção total do apêndice nasal.
Figura 1 – Ressecção do apêndice
Figura 2 – Prova da escultura em cera.
A paciente foi encaminhada ao Ambulatório de Prótese
nasal.
Bucomaxilofacial, apresentando o quadro ao lado (figura1), área circunvizinha à lesão com irritação de pele,
bordo inferior dilacerado e cavidade retentiva.
A moldagem foi realizada segundo técnica preconizada
pela Disciplina de Prótese Bucomaxilofacial, no modelo
obtido foi esculpido em cera, um apêndice nasal baseado na geometria e detalhes observados em fotos fornecidas pela paciente para que a escultura fosse a mais
fidedigna (figura 2).
Com a peça em cera posicionada, tomou-se as medidas
antropométricas seguindo com os ajustes necessários.
Figura 3 – A) Ausência do apêndice
Figura 3 – B) Vista lateral da prótese
nasal e por consequência perda da
nasal, devolvendo a projeção anterior
Os passos seguintes são, inclusão em mufla, preparação
projeção anterior da face.
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da face.
Parceiros
Letícia Bezinelli e Zilson M. Malheiros
do Depto. de Marketing da ffo-fundecto
www.pingonoi.com
Av. Prof. Lineu Prestes, 2227
Cidade Universitária
São Paulo | SP | CEP 05508-000
Sede: Av. Valdemar Ferreira, 475 | Butantã
São Paulo | SP | CEP 05501-000
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