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Campinas, 8 a 14 de setembro de 2014
TELESCÓPIO
CARLOS ORSI
[email protected]
Dieta e
mudança climática
Genoma
do café
Otimizando
o uso do táxi
Cevada
tibetana
O carbono emitido na produção de alimentos para consumo humano deve superar
as metas de liberação de gases causadores do
efeito estufa até 2050, diz artigo publicado
no periódico Nature Climate Change.
“Estudos recentes mostram que as tendências atuais de aumento da produtividade
não bastarão para atender à demanda global
de alimentos prevista para 2050, e sugerem
que uma expansão maior da área agrícola
será necessária”, escrevem os autores, da
Universidade de Cambridge. “No entanto, a
agricultura é o principal motor da perda de
biodiversidade e um grande contribuinte da
poluição e da mudança climática, logo uma
maior expansão é indesejável”.
Se o ritmo atual de crescimento da demanda e da produção se mantiver, em 2050
as áreas cultivadas terão crescido 42% e o
uso de fertilizante terá subido em 45%, tendo
como base os níveis de 2009. Cerca de 10%
das florestas tropicais terão desaparecido.
Para evitar esse cenário, os autores propõem uma “mitigação pelo lado da demanda”, com redução do desperdício de alimentos e do consumo global de carne, cuja
produção é considerada ineficiente e prejudicial ao meio. “Não se trata de uma defesa do
vegetarianismo radical”, disse, em nota, um
dos autores do trabalho, Keith Richards. “É
uma defesa do consumo de carne de forma
sensata, como parte de uma dieta saudável e
equilibrada”.
O sequenciamento do genoma do café é
apresentado na edição da última semana da
revista Science. Mais especificamente, os autores oferecem uma primeira versão do genoma da planta Coffea canefora, o café robusta,
que responde por 30% da produção mundial.
Além de realizar o sequenciamento, os
autores do trabalho compararam sequências
de proteínas do café às do tomate, da parreira e da planta Arabidopsis. As análises revelaram adaptações para a produção de cafeína
e resistência a doenças. O trabalho envolveu
pesquisadores de várias partes do mundo,
incluindo França, China, Estados Unidos e
Brasil.
O uso de ferramentas de informática
para administrar rotas e viagens pode transformar o compartilhamento de táxis numa
opção viável e confortável de transporte urbano, com redução de até 40% na duração
global das corridas e uma queda na poluição, na emissão de CO2 e na tarifa cobrada
de cada passageiro individual, diz artigo publicado no periódico PNAS.
Os autores, ligados ao MIT, à Universidade Cornell e ao Instituto de Informática
e Telemática do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, simularam os efeitos da aplicação de um modelo matemático de redes
de compartilhamento sobre 150 milhões
de viagens de táxi realizadas na cidade de
Nova York.
“Nossas simulações revelam o vasto potencial de um novo sistema de táxi, no qual
as viagens são rotineiramente compartilhadas, mantendo o desconforto para os passageiros no mínimo, em termos de aumento
do tempo de viagem”, escrevem.
A cevada foi domesticada duas vezes,
uma no Oriente Médio e outra no Tibete,
mostra comparação dos genomas da cevada
comum (Hordeum vulgare) e da cevada silvestre (Hordeum spontaneum), publicada no periódico PNAS.
O artigo que descreve o trabalho, de autoria de pesquisadores da China, Austrália,
Japão e Israel, lembra que a região do Crescente Fértil, no Oriente Médio, costuma ser
reconhecida como o local de domesticação
da cevada, que teria ocorrido há cerca de 10
mil anos. Mas a ideia de uma origem geográfica única para esse cereal ainda é contestada, dizem os autores, contestação que
ganha força com os novos resultados. “A
distribuição natural da cevada silvestre vai
do Oriente Médio à Ásia Central e ao Platô
Tibetano”, escrevem.
A análise genética publicada na PNAS indica que a cevada, tal como cultivada hoje,
tem cromossomos originários de regiões
diversas. “Essas descobertas avançam nossa compreensão da disseminação da cultura agrária, e devem interessar a geneticistas
evolucionários e a criadores de plantas”.
A medida do
céu imensurável
Crianças ganham a capacidade de pensar
estrategicamente – prevendo as consequências de seus atos e antecipando o comportamento de outras pessoas – por volta dos sete
anos, sugere estudo publicado no periódico
PNAS. Os autores envolveram crianças de
três a nove anos em dois jogos simples de estratégia, e notaram que, a partir dos seis anos
e meio, os comportamentos adotados por
elas convergiam para o que seria racionalmente esperado de um competidor adulto.
“A partir dos sete anos, as crianças começam
a pensar na interação estratégica em termos
de longo prazo”, escrevem os autores.
Dinossauro
gigante argentino
O esqueleto de um dinossauro que,
quando vivo, deveria medir 26 metros e pesar mais de 59 toneladas foi descoberto na
Patagônia argentina, informa artigo publicado no periódico online Scientific Reports, ligado ao grupo Nature.
O esqueleto, que representa uma espécie de titanossauro até então desconhecida
e que recebeu o nome Dreadnoughtus schrani, está 43% completo, e inclui tanto um
fêmur quanto um osso da para dianteira, o
que permitiu estimar a massa do animal. De
acordo com o autor da descoberta, Kenneth
Lacovara, da Universidade Drexel (EUA),
há sinais de que esse titanossauro ainda não
havia atingido o tamanho adulto antes de
morrer.
Foto: Mark A. Klingler/Carnegie Museum of Natural History/Reprodução
A Via Láctea, galáxia que abriga nosso
sistema solar, faz parte de um superaglomerado composto por outras 100.000 galáxias,
contendo cem milhões de bilhões de estrelas,
num diâmetro de 500 milhões de anos-luz,
revela artigo publicado na edição mais recente da revista Nature, onde essa região do espaço é mapeada pela primeira vez. O superaglomerado foi batizado de Laniakea, palavra
havaiana que significa “céu imensurável”.
Nota divulgada pela Universidade do
Havaí, instituição onde atua o principal
autor do artigo, Brent Tully, explica que as
galáxias se espalham pelo universo em grupos – a Via Láctea integra o chamado Grupo
Local –, que por sua vez compõem aglomerados. Esses aglomerados se dispõem em
filamentos, “como pérolas num colar”, diz a
Nature, e na intersecção dos filamentos surgem os superaglomerados.
Medindo o movimento das galáxias pelo
universo, a equipe liderada por Tully encontrou diferenças no modo como as galáxias
fluem em conjunto no espaço, descobrindo
áreas onde os fluxos divergem, “como água
num divisor de águas”, escrevem os pesquisadores. Esses divisores foram usados para
delimitar Laniakea.
Estratégia
infantil
Novas formas
de vida
Pesquisadores dinamarqueses anunciam,
no periódico online de livre acesso PLoS
ONE, a descoberta de duas criaturas marinhas que integram uma família até agora
desconhecida da árvore da vida. “Família” é
um nível de classificação taxonômica, abaixo de ordem e acima de gênero. Os seres
humanos, por exemplo, pertencem à família
Hominidae, que inclui ainda chimpanzés, gorilas e orangotangos.
Os organismos descritos na PLoS ONE
foram chamados de Dendrogramma enigmatica e Dendrogramma discoides, e classificados
na nova família Dendrogrammatidae. Têm a
aparência de cogumelos, mas são animais.
Foram encontrados no mar da Austrália, entre 400 metros e um quilômetro de profundidade.
Por meio de nota, um dos autores da descoberta, Jørgen Olesen, disse que os “novos
animais do fundo do mar não puderam ser
classificados em nenhum grupo conhecido.
Duas espécies foram reconhecidas, e a evidência disponível sugere que representam
um ramo antigo da árvore da vida, com semelhanças com a fauna extinta edicarana,
de 600 milhões de anos atrás”.
Varredura
de segurança
O governo dos Estados Unidos determinou a realização de uma ampla varredura de
segurança em seus laboratórios, designando
setembro como o Mês Nacional de Proteção
da Biossegurança. Em julho, a descoberta de
uma amostra de varíola em uma geladeira de
um laboratório dos Institutos Nacionais de
saúde (NIH, na sigla em inglês) havia causado apreensão entre as autoridades, informa
nota publicada no site da revista Nature.
O protocolo da varredura pede que os
responsáveis pelos laboratórios verifiquem,
numa amostra aleatória de seus receptáculos e recipientes, “se seu conteúdo corresponde ao esperado”. Qualquer material sem
rótulo ou etiqueta terá de ser jogado fora,
e atenção especial deverá ser dada não só a
agentes patogênicos, mas também a venenos e explosivos.
Plantas no
escritório
Ilustração de um titanossauro
Dreadnoughtus schrani,
espécie descoberta na Argentina
Funcionários em escritórios onde há vasos de plantas são até 15% mais produtivos
que trabalhadores colocados nos chamados
ambientes “lean”, de decoração reduzida
e sem distrações visuais não relacionadas
ao trabalho. A conclusão vem de três experimentos de campo realizados no Reino
Unido e na Holanda, descritos no periódico
Journal of Experimental Psychology: Applied.
Nos testes, conduzidos em três diferentes empresas, funcionários foram designados para trabalhar em ambientes “lean”
ou com plantas. “Um padrão consistente
emergiu”, escrevem os autores. “Trabalhadores em espaços verdes tiveram uma atitude mais positiva quanto ao trabalho (...)
enriquecer um ambiente ‘lean’ com plantas
serviu para aumentar de modo significativo
a satisfação, a percepção de concentração e a
percepção de qualidade do ar”.
Os autores citam, como uma das motivações para o estudo, uma declaração do primeiro-ministro britânico, David Cameron,
de que os gastos do governo com flores e
plantas para escritório eram um desperdício
de dinheiro público.
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Reitor José Tadeu Jorge
Coordenador-Geral Alvaro Penteado Crósta
Pró-reitora de Desenvolvimento Universitário Teresa Dib Zambon Atvars
Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico da Costa Azevedo Meyer
Pró-reitora de Pesquisa Gláucia Maria Pastore
Pró-reitora de Pós-Graduação Ítala Maria Loffredo D’Ottaviano
Pró-reitor de Graduação Luís Alberto Magna
Chefe de Gabinete Paulo Cesar Montagner
Elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Periodicidade semanal. Correspondência e sugestões Cidade
Universitária “Zeferino Vaz”, CEP 13081-970, Campinas-SP. Telefones (019) 3521-5108, 3521-5109, 3521-5111. Site http://www.unicamp.br/ju e-mail
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Carmo Santos Reportagem Carlos Orsi, Carmo Gallo Netto, Isabel Gardenal, Luiz Sugimoto, Manuel Alves Filho, Patrícia Lauretti e Silvio Anunciação Fotos
Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti Editor de Arte Luis Paulo Silva Editoração André da Silva Vieira Vida Acadêmica Hélio Costa Júnior Atendimento à
imprensa Ronei Thezolin, Gabriela Villen, Valerio Freire Paiva e Eliane Fonseca Serviços técnicos Dulcinéa Bordignon e Diana Melo Impressão Triunfal
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