Linfedema e Infecção do Membro Superior

CASO DO MES AGOSTO DE 2014
Linfedema e Infecção do Membro Superior
Autores:
Marie Häußler, Christoph F. Dietrich
Department of Internal Medicine 2, Caritas-Krankenhaus Bad
Mergentheim
P rof. D r. m ed. C hr
Corresponding author:
Medizinische Klinik
Caritas-Krankenhaus
97980 B ad M ergentheim
Uhlandstr. 7
Tel:+49 7931 58 2201+49 7931 58 2201
Email: [email protected]
Tradução: Júlia Diva Zavariz
Radiologist - Ultrasound - Institute of Radiology / Hospital das
Clinicas / University of São Paulo - Brasil.
Relato do Caso
Relatamos o caso de uma mulher de 73 anos com linfedema e
infecção secundária do membro superior.
O linfedema era secundário a câncer de mama.
Os achados ultrassonográficos típicos mostravam a camada de
tecido com infiltração maligna próxima ao transdutor; alteração
arquitetural pseudo-septada do subcutâneo e camada muscular
mais profundas [Figura 1].
Elastografia em tempo real caracteriza a derme com uma camada
de espessamento endurecido (azul) e o subcutâneo como
arquitetura pseudo-septada de elasticidade intermediária [Figura
2].
O diagnóstico final foi de sepse associdada a celulite, linfedema e
metástases ulceradas de pele (carcinoma en cuirasse)
.
Discussão
Carcinoma en cuirasse ("em couraça") é uma rara apresentação
de lesões metastáticas do câncer de mama na pele. Mais de dois
terços das metástases cutâneas em mulheres são causadas por
câncer de mama. Metástases de pele ocorrem mais
frequentemente durante o curso da doença mas `as vezes
aparecem anos após o diagnóstico do tumor primário.
Além da típica apresentação papulonodular, infiltração
erisipelióide de metástases para a pele também são
manifestações do carcinoma.
Carcinoma en cuirasse é usualmente uma recorrência local do
câncer de mama, mas também pode ser uma manifestação
primária.
Foi primeiro descrito por Velpeau em 1838 como uma placa dura,
coriácea, em escudo semelhante a da armadura de um soldado
de cavalaria ("cuirassier") .
O carcinoma en cuirasse é uma infiltração carcinomatosa cutânea
e subcutânea difusa das paredes abdominal e torácica que resulta
em espessamento, edema e fibrose da derme e subcutâneo,
como observada na esclerodermia. O prognóstico é pobre.
Câncer de mama relacionado a linfedema resulta mais
comumente do seu tratamento cirúrgico e radioterápico.
O acúmulo de líquido no espaço intersticial leva ao aumento de
tamanho do braço através de inflamação crônica e fibrose do
sistema linfatico. Isto causa predisposição a infecção no membro
afetado.
Na paciente relatada, o carcinoma en cuirasse não era secundário
a um linfedema pós tratamento de câncer de mama e sim ambos
eram resultantes de um câncer de mama avançado.
REFERÊNCIAS
1. De Oliveira GM, Zachetti DB, Barros HR, Tiengo A, Romiti N.
Breast carcinoma en Cuirasse – case report. Anais brasileiros de
dermatologia. 08/2013. 2. Asha Varghese, Ashish Singh, Sreecevi Ambujam. Carcinoma
en Cuirasse: A Cutaneous Clue for Systemic Malignancy.
International Journal of Preventive Medicine. 01/2013 3. Mahore SD, Bothale KA, Patrikar AD, Joshi AM. Carcinoma en
cuirasse: a rare presentation of breast cancer. Indian Journal of
Pathology and Microbiology. 04/2010 4. Mullinax K, Cohen JB. Carcinoma en cuirasse Presenting as
Keloids of the Chest. Dermatologic surgery. 2004 Feb;30(2 Pt
1):226-8. 5. Arapović SJ, Simić L. Cutaneous metastases – carcinoma en
cuirasse. Acta dermatovenerologica Croatica. 2002 Sep;10(3):16770. 6. Morell RM, Halyard MY, Schild SE, Ali MS, Gunderson LL,
Pockaj BA. Breast cancer-related lymphedema. Mayo Clinic
Proceedings. 2005 Nov;80(11):1480-4. Department of Radiation
Oncology, Mayo Clinic College of Medicine, Scottsdale, Arizona
85259, USA.
LEGENDAS DAS FIGURAS
Figura 1: Imagens em modo B de linfedema no antebraço
causada por carcionama carcinoma en cuirasse .
A imagem está focada na camada da infiltração maligna, que está
próxima ao transdutor, a arquitetura pseudo-septada do
subcutâneo e a camada muscular estão no campo mais distante
(a) sem destruição dos vasos (b).
Figura 2:
Elastografia em tempo real mostra o espessamento
endurecido (azul) na área de infiltração do câncer (carcinoma en
cuirasse) comparada ao tecido de elasticidade intermediária do
edema de subcutâneo.