Explorar várias temáticas/problemáticas abordadas pela Psicologia - Religião - Preconceito - Discriminação - Solidão - Autoestima - Casamento - Hereditariedade - Diferenciação social - Tipos de famílias - Sexualidade - Linguagem - Comunicação - Personalidade - Saúde - Processos mentais - Aborto - Adoção - Experiências da infância - Homossexualidade - Doenças psicológicas - Comportamento Catalogar as diversas unidades temáticas do programa segundo o índice do manual UNIDADE 1: A entrada na vida. Qual a especificidade do ser humano? 1. 2. 3. Tema 1: Antes de mim Genética Cérebro Cultura 1. 2. 3. 4. 5. Tema 2: Eu Mente Cognição Emoção Conação Construção da identidade Tema 3: Eu com os outros 1. Relações precoces 2. Relações interpessoais Tema 4: Eu nos contextos 1. Modelo ecológico do desenvolvimento UNIDADE 2: A procura da mente. Qual a especificidade da Psicologia? Tema 5: Problemas e conceitos teóricos estruturadores da Psicologia 1. Objeto da Psicologia Tema 6: A Psicologia aplicada 1. A Psicologia aplicada em Portugal Explicar as diferentes vertentes da definição do termo Psicologia A alma: O homem sempre viu na alma o seu lado mais nobre; era considerada como o centro da vontade, das decisões e das capacidades de escolha tendo sido esta a razão que levou ao seu estudo por parte da psicologia (uma vez que a psicologia sempre se interessou por questão relacionadas com o homem). Aceção = sentido de uma palavra; interpretação Etimológica Origem da palavra Metafísica Parte da filosofia que se ocupa dos princípios essenciais do ser e do conhecer, teoria do absoluto Psicologia = estudo da alma Psicologia = forma filosófica de estudar a alma Platão inventa um dualismo cosmológico: o mundo das ideias e o mundo do pensamento. O filósofo é o único que consegue ajudar o Homem a encontrar a sua mente, o seu interior. A mente: A partir da época do Renascimento, a mente começou a evidenciar-se como sendo uma faculdade psicológica que permitia compreender os mais variados fenómenos. A partir do século XVII, foi identificada como a “res cogitans” (= “eu pensante” ou “coisa pensante”) cartesiana e tomada como sede do conhecimento, como substância capaz de pensar e a quem cabia a tarefa de dirigir o corpo. Segundo esta perspetiva, conhecer o homem era conhecer a mente. No século XIX, mais precisamente em 1879, Wundt criou o primeiro laboratório de psicologia científica/experimental onde começou a investigar laboratorialmente as sensações com o objetivo de clarificar a estrutura de mente. O comportamento: Apesar de Wundt recorrer a métodos científicos para estudar as sensações, não conseguia sair passar do domínio subjetivo dos fenómenos mentais ou de consciência para o domínio objetivo que se pretende obter quando se trata de uma ciência. Devido a este facto, James Watson propôs que a psicologia, em vez de estudar a mente, deveria estudar o comportamento (= tudo aquilo que as pessoas fazem no concreto e que pode ser objetivamente observado e medido) pois, só desta maneira, seria possível a passagem, através do método científico (problema – construção da hipótese – experimentação – formação de teoria – lei; a lei só era formada se todos os passos anteriores deste método o permitissem). Com Watson, no final do século XIX, afirma-se e triunfa o behaviorismo. Identificar o objeto da Psicologia enquanto disciplina científica da atualidade O objeto da Psicologia atual é o comportamento e os processos psíquicos/mentais. Definir Psicologia Científica Ciência que estuda o comportamento humano e animal, em toda a sua variedade e complexidade, sobre os fenómenos psicológicos. Distinguir comportamentos de processos mentais Comportamento: qualquer ato efetuado pelo organismo, passível de ser observado e registado (tudo o que fazemos, como andar, dormir, pestanejar, dançar, etc.) Processos mentais: experiências psicológicas; fenómenos internos e subjetivos inferidos a partir dos comportamentos observados (emoções, pensamentos, sentimentos, fantasias, etc.) Podemos, assim, concluir que os processos mentais estão na base dos comportamentos que não são observáveis e que apenas são sentidos pela pessoa que os sente/experimenta, ou seja, os comportamentos e os processos mentais não formam compartimentos entanques, dado que se influenciam mutuamente). O objeto de estudo da Psicologia é analisado de diferentes perspetivas devido ao facto de ser determinado por inúmeros e variados fatores e tem como objetivo futuro obter uma perspetiva integradora. Enunciar os objetivos gerais da Psicologia Científica - Descrever comportamentos e processos mentais. - Explicar comportamentos e processos mentais, o que significa identificar as causas que os determinam. - Prever comportamentos, o que só é possível a partir da identificação das suas causas. - Controlar as circunstâncias em que ocorrem os comportamentos, o que exige a sua explicação e previsão. Explicitar o contributo de Wundt para a constituição da Psicologia como ciência Wundt fundou, em 1879, o primeiro laboratório de psicologia experimental. Este processo foi desencadeado pelo estudo da consciência (primeiro objeto da psicologia científica) a partir das suas principais manifestações: pensamentos, lembranças, emoções e sentimentos tendo sido utilizado o método introspetivo. Com Wundt, a psicologia deixa de ser uma corrente de considerações filosóficas acerca da alma humana e passa a ocupar-se do estudo dos processos mentais ou consciência. Caracterizar a introspeção controlada Para Wundt, a Psicologia tinha como objeto de estudo a consciência (a experiência consciente). Ele acreditava que os processos/ experiências mentais poderiam ser decompostos nos seus elementos mais simples para que a sua estrutura pudesse ser estudada e analisada tendo, assim, adotado uma postura analítica onde decompunha a consciência até obter os seus elementos constituintes mais simples e chegar às sensações puras (sensação pura = unidade básica que constitui todos os processos/fenómenos mentais). Concluímos, assim, que o objetivo de Wundt era descobrir a estrutura da mente (experiência consciente) tendo esta perspetiva sido denominada por estruturalismo. Esta teoria pode ser designada, também, por psicologia elementarista (parte de elementos mais simples, as sensações, para elementos mais complexos, os estados mentais) ou psicologia atomista (partilha os mesmos ideais que esta doutrina – atomismo: doutrina segundo a qual as formas superiores de atividade psíquica resultam da associação de factos mais simples). Para atingir o seu objetivo, Wundt utilizou o método introspetivo. A introspeção controlada/laboratorial/provocada consiste na descrição, por parte de uma pessoa (sujeito ou observado) dos estados de consciência (principalmente das sensações) que experimenta e análise, por parte de outra pessoa (observador ou psicólogo) desses estados que são a resposta a um estímulo (pequenas sensações de luz ou de som) cujo objetivo é descobrir e perceber quais os estados de consciência que o sujeito observado sente e descreve. A vantagem da utilização do método introspetivo prende-se com o facto de haver a valorização do domínio subjetivo. Wundt concluiu, através das suas experiências, que as unidades básicas da consciência se combinam de tal forma que os processos mentais não são apenas a soma desses dados elementares, mas sim, a associação deles segundo determinadas leis. A descoberta destas leis era um dos objetivos da doutrina estruturalista de Wundt denominada, também por associacionismo. Conclui-se, então, que a psicologia de Wundt tinha duas tarefas: a primeira era analítica e a segunda sintética nas quais se pretendia a reconstrução total dos processos mentais. Limitações do método introspetivo Falta de rigor É difícil para o observador observar-se a si mesmo. O sujeito pensante não se pode dividir em dois, um que pensa e outro que se analisa a pensar. Os fenómenos psíquicos não coincidem com a sua observação. Isto leva a recorrer à memória, o que provoca distorções. A tomada de consciência de um fenómeno altera esse fenómeno, reduzindo as componentes afetivas. A auto-observação não pode ser controlada por outros observadores, dado que é impossível observar a consciência de outrem. Os sujeitos podem não dispor de linguagem apropriada para transmitir o que se passa no seu interior. Limites de aplicação Não se destina aos fenómenos fisiológicos, visando apenas os psicológicos. Não se pode aplicar a crianças, animais e doentes mentais. Não permite a observação de fenómenos inconscientes, destinando-se apenas aos conscientes. Analisar o papel de Watson no processo de clarificação da Psicologia A emancipação definitiva da psicologia em relação à filosofia (iniciada por Wundt) processou-se através de Watson, um psicólogo americano que defendia que a psicologia tinha de ser objetiva (pelo que rejeitava a teoria de Wundt). Watson propõe uma nova teoria, o behaviorismo, em que o objeto de estudo da psicologia passa a ser o comportamento (e não a mente). Assim, como ciência do comportamento, a psicologia fica restrita ao binómio Situação- Reação (S-R). Situação significa “estímulos objetivamente observáveis” e, reação, significa” respostas objetivamente observáveis”. Segundo Watson, a relação S-R processa-se de modo mecânico, o que lhe permite fazer uma interpretação causalista (princípio da causalidade: nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos; princípio do determinismo: nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem necessariamente os mesmos efeitos, ou seja, há obrigatoriedade lógica ou forma apodítica) do comportamento e, consequentemente, elaborar leis explicativas do mesmo. As leis behavioristas tinham como objetivo: - Perante um estímulo, prever a reação subsequente. - Perante uma resposta, determinar o estímulo que a desencadeou. O facto de este psicólogo ter como meta o uso constante da objetividade levou-o a inspirar-se nos métodos utilizados na biologia. Watson chega às suas conclusões a partir da experimentação animal, considerando que a sequência estímulo-resposta se processa de modo automático. Esta conceção mecânica do comportamento é generalizada ao ser humano, cujas condutas seriam adquiridas segundo processos de condicionamento (influenciado por Pavlov). Esta tese defende que os estímulos externos são os responsáveis pelo comportamento, pelo que será possível controlar o comportamento humano através da manipulação das situações do meio ambiente. Concluímos, assim, que o behaviorismo tem alguns pontos comuns ao espírito positivista: - Só na condição de ser totalmente objetiva é que a psicologia se pode arrogar o direito de possuir estatuto de ciência. - Só é possível a objetividade com a introdução de um novo paradigma de trabalho: em vez da mente, o comportamento. - Por não serem observáveis, os processos mentais não fazem parte do objeto da psicologia. - O comportamento reduz-se a respostas objetivamente observáveis como reação a estímulos também igualmente observáveis. - Entre situação e reação há situações mecânicas, determinadas quantitativamente, as quais permitem chegar a leis de comportamento. - As leis behavioristas da psicologia vão permitir prever e controlar os comportamentos. - Não há diferença entre psicologia humana e psicologia animal. - À semelhança das demais ciências, a psicologia deve usar a experimentação, método capaz de levar a conclusões generalizáveis. Definir comportamento segundo Watson Comportamento: conjunto de respostas adaptadas objetivamente observáveis provenientes do meio físico e social. Definir Psicologia Teórica e Psicologia Aplicada Psicologia teórica: ramo da psicologia cujo interesse reside na indagação de conhecimentos e na formulação de conceitos e teorias que expliquem o que se passa com o ser humano e com o seu comportamento; a investigação visa estudar os fundamentos da psicologia e não as suas aplicações. Psicologia aplicada: ramo da psicologia que se centra no estudo dos conflitos e problemas de tipo práticos, ocupando-se de diversas áreas de atividade, em ligação com outras ciências como a pedagogia ou a linguística. Caracterizar sumariamente os três grandes objetivos/vetores da Psicologia Aplicada Com o objetivo de melhorar as condições de vida do ser humano, evitando tudo o que constitua um impedimento à sua autoformação e ao seu desenvolvimento, o psicólogo procura intervir, desenvolvendo atividades centradas na prevenção, remediação e promoção. Prevenindo ou remediando, os psicólogos promovem mudanças, no sentido de as pessoas ganharem autoconfiança e se sentirem seguras na via do seu desenvolvimento e da sua autorrealização. Prevenção: designa-se por prevenção o conjunto de processos desencadeados para evitar a ocorrência de perturbações de cariz psicológico, tendo como objetivo diminuir a probabilidade de ocorrência de acontecimentos negativos e, desse modo, evitar, ou atenuar, os seus efeitos nefastos. No entanto, note-se que só é possível qualquer atitude preventiva se os acontecimentos tiverem sido previstos, ou seja, é necessário haver conhecimento para que possa haver prevenção. Remediação: por remediação entende-se o desenvolvimento de ações para eliminar reações emocionais e comportamentais desordenadas, substituindo-as por condutas saudáveis. Nestas situações, o psicólogo serve-se de técnicas psicoterapêuticas para tratar casos em que se manifestem distúrbios.