TREINO DE TERAPEUTA INFANTIL EM INTERVENÇÃO

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TREINO DE TERAPEUTA INFANTIL EM INTERVENÇÃO EMPIRICAMENTE
BASEADA
Fabiana Gauy (Instituto Brasiliense de Terapia Cognitivo-Comportamental / Brasília-DF) &
Edwiges Silvares (Instituto de Psicologia – USP / São Paulo-SP)
Estima-se que 15% a 22% de crianças e adolescentes sofram de problemas emocionais ou
comportamentais severos. Contudo, menos de 20% destes recebem assistência especializada.
Em contrapartida, sabe-se e que a intervenção precoce destes quadros reduz a incidência de
problemas na adolescência, e previne e/ou atenua o prejuízo ao longo da vida e o custo social
e financeiro. Weisz e Kazdin (2010) propõem que psicoterapia consiste em um plano de
tratamento que visa diminuir o sofrimento psicológico e o comportamento inadequado, ou que
possibilite maior adaptação e o funcionamento prosocial ao enfocar como o cliente pensa, o
que sente e como age. O termo Tratamento baseado em evidência (Empirically Supported
Treatment-EST) foi estabelecido a partir de uma força tarefa da Associação Americana de
Psicologia (APA) para desenvolver critérios de julgamento dos tratamentos psicossociais
validados empiricamente. Foi objetivo deste trabalho avaliar um treino de alunos de
graduação para o atendimento de crianças ansiosas, a partir de uma intervenção
empiricamente validada. Participaram deste estudo 13 alunos de graduação de psicologia, que
receberam 250h de treinamento em saúde mental infanto-juvenil e no programa de
atendimento grupal Gato Corajoso. Os resultados obtidos indicam que o desempenho dos
terapeutas, por meio de autoavaliação, avaliação por seus pares e por juízes, foi acima da
média e a percepção do protocolo pelos próprios terapeutas foi favorável a seu uso. Além
disso, os resultados apontam que as crianças que participaram da intervenção obtiveram
resultados clínicos nas escalas do CBCL indicativos de melhora, principalmente na queixa
alvo, quando as crianças foram avaliadas antes e depois da intervenção e com os dados do
grupo controle, após o tempo da intervenção. Com essas informações, conclui-se que o
treinamento oferecido aos alunos com base em um protocolo de atendimento para ansiedade
infantil mostrou-se útil para o atendimento clínico das crianças atendidas; para ensinar aos
alunos sobre terapia cognitiva; e para orientá-los sobre o que fazer ao longo das sessões de
intervenção, diminuindo o impacto da falta de experiência em atendimento infantil e em
atendimento grupal. Sugere-se, assim, que o uso de protocolos em treinamentos de terapeutas
pode ser uma boa forma de difundir um conhecimento clínico com base em evidências.
Apoio Financeiro: FAPESP
Palavras-chave: treino de terapeutas, atendimento infantil, psicoterapia baseada em evidência
Área temática: Infância e adolescência
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