Sugestões para o controle e eliminação da tuberculose

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Sugestões para o controle e
eliminação da tuberculose
Roberto Luiz Targa Ferreira
CREMERS 10887
[email protected]
Procedência
POA
Alvorada
Cachoeirinha
Gravataí
Viamão
Outros
Total
Nº
%
114
26
5
7
5
7
164
70
16
3
4
3
4
100
Procedência
dos casos
diagnosticados
na emergência do
HNSC (2011)
SINAN e NHE/HNSC
Baciloscopias realizadas na
Emergência do HNSC em 2011
BACILOSCOPIA
Nº
%
NR
NEGATIVO
POSITIVO
TOTAL
2
1,2
11
6,7
151
92,1
164
100,0
FONTE : SINAN e NHE/HNSC - 2011
92% dos pacientes com TB que realizaram
diagnóstico na Emergência do HNSC,
tinham baciloscopia positiva.
Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis/EVDT/CGVS/SMS/PMPA
Percentual de CN pulmonares com confirmação laboratorial de acordo com a
porta de entrada para diagnóstico nos anos de 2013, 2014 e 2015.
2013
2014
CRTB
11%
13
CRTB
HOSPITAL/PA
9
30%
14%
36
UNIDADE ATENÇÃO
BÁSICA
UNIDADE
ATENÇÃO
BÁSICA
42
HOSPITAL/PA
PRESÍDIO
45%
PRESÍDIO
2015
CRTB
13%
26%
HOSPITAL/PA
17%
UNIDADE ATENÇÃO
BÁSICA
44%
PRESÍDIO
Fonte: SMS/CGVS/EVDT/Sinan e IBGE. 2010 Base de Dados em 18/08/2015. Dados preliminares sujeitos a revisão
O SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA DO GHC E OS
TERRITÓRIOS DAS 12 UNIDADES DE SAÚDE
NEB
ST
P.Maias
NSA
Leopoldina
CS
NO
No
V Floresta
Conceição
J Itú
DP
SESC
Coinma
BB
LENO
LENO
100.000 habitantes
12 Equipes
Administrativos
ACS
Assistentes Sociais
Enfermeiros
Farmacêuticos
MFC
Odontólogos
Psicólogos
Tec. Enfermagem
Tec. Hig. Bucal
Residentes do Prog.
de Residência
Médica e do Prog.
Saúde da Família e
Comunidade.
O PROBLEMA TB NO SSC- GHC
Incidência da TB /100.000 habitantes (2014):
Brasil ~ 33,5
RS ~ 43,6
Capitais ~ 54,2
POA ~ 99,3
A TB no SSC
A incidência nos territórios varia entre 60 a 140 casos
Nº casos novos estimados / ano: ~ 81 casos
Nº estimado de contatos: ~324 contatos (média 4/caso)
Nº SR estimados: 1050 SR (1% da população)
O Projeto Piloto
da descentralização da atenção à TB
• Em 2002, o problema TB foi definido como prioridade pela Gerência de
Saúde Comunitária (GSC) que propôs à Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) de Porto Alegre um Projeto Piloto de descentralização da
atenção à pessoas com Tuberculose (TB);
• Em julho de 2002, o Projeto implantado em quatro (04) unidades;
• Em dezembro de 2005, implantado Programa de educação Permanente
com o Serviço de Pneumologia do HNSC;
• Em 2006 foi realizada a avaliação do trabalho e implantado o Projeto
em uma quinta unidade;
• Em setembro de 2007, com o apoio do Serviço de Pneumologia do
Hospital Nossa Senhora Conceição (HNSC), o Projeto foi estendido
para as outras sete US, totalizando 12 unidades de saúde;
• Em 2009, criado Protocolo para realização do Tratamento Diretamente
Observado (TDO ) e implantado no serviço;
• Em março de 2010, lançado o 1º Livro / Protocolo: “Tuberculose na
Atenção Primária em Saúde” (atualizado a cada 24 meses).
O Processo de Implantação da Ação
Programática (AP) para o controle da TB
A implantação ocorreu ao longo do ano de 2007/2008 e o
processo envolveu:
• discussão dos indicadores da TB com o Colegiado de
Gestão do SSC-GHC;
• sensibilização das equipes de saúde do SSC;
• capacitação inicial em TB para todas as categorias
profissionais do serviço;
• pactuação de rede laboratorial e de apoio diagnóstico;
• definição conjunta de objetivos, metas e indicadores para
monitorar as ações;
• implantação de sistema de registro e acompanhamento;
• implementação de Protocolos clínicos/assistenciais;
• estruturação de rotinas e fluxos das US e com outros
serviços parceiros da Linha de Cuidado;
Algoritmo de investigação de contatos dos casos de TB
maiores de 10 anos de idade.
O Processo de Implantação da Ação
Programática (AP) para o controle da TB
• divulgação/manutenção do programa de educação permanente
para as equipes com o Serviço de Pneumologia (encontros
mensais);
• disponibilização de material informativo e didático;
• orientação para os usuários sobre a ampliação do atendimento
nas unidades para casos de TB;
• supervisão direta (anual) e indireta (cotidiana) das US;
• avaliação sistemática das ações desenvolvidas (M&A);
• apoio matricial pactuado pela Gerência do SSC com a Gerência
do Serviço de Pneumologia do HNSC;
• definição do Pneumologista de referência para o SSC;
• definição clara do papel da APS e do Serviço de Referência;
• discussão do manejo de casos pelo contato dos profissionais
das US com a referência, por telefone ou pessoalmente;
• realização do teste tuberculínico e colheita de escarro induzido
no Serviço de Pneumologia do HNSC;
FICHA CLINICA PARA
ACOMPANHAR OS CASOS DE
TB NAS US
O adequado preenchimento
da Ficha Clínica é necessário
para a qualificação da atenção
às pessoas com TB.
É fundamental:
- Tempo de sintomas
- Baciloscopias inicial e
mensais
- Investigação de contatos
com uma conduta definida
para cada caso registrado.
Ambulatório especializado
Exames de diagnóstico
Internação
HCC - Hospital da
Criança Conceição
Ambulatórios especializados
Exames para diagnóstico
Internação
HNSC - Hospital Nossa
Senhora Conceição
HSP – Hospital
Sanatório Partenon
SMS – Porto Alegre
Centros de Referência
para atendimento da TB
Percentuais de alta por cura e
abandono dos casos novos de TB
no SSC-GHC de 2006 a 2014
Fonte: Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Relatório TB 2014.
TAXA DE CURA E DE ABANDONO
CN BACILÍFEROS / POA-2002–2011
73,4
72,4
68,6
64,93
70,1
68,4
66,4
61,3
64,7
57,4
%Cura
%Abandono
21,3
20
11
20
07
20
06
20
05
28,6
19,6
20
10
18,8
15,7
20
04
20
03
20
02
17,4
12,9
20
08
12,8
18,9
20
09
15,7
Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN
Meta do MS: cura > 85% e abandono < 5%
Fatores relacionados com MAUS
resultados: abandono, falência e óbito
 Longo tempo de sintomas até o diagnóstico.
 Doença pulmonar extensa.
 TB escavada.
 Negativação tardia do escarro.
 Uso irregular da medicação (alcoolismo, homens, não
brancos, problemas sociais e psíquicos, HIV+...).
 Prescrição incorreta de tuberculostáticos.
 Resistência primária.
Medida PRIORITÁRIA para o controle da
tuberculose em uma comunidade:
CURA dos Casos
TRATAR não é sinônimo de CURAR.
TRATAR Tuberculose é fácil.
Mais Difícil é curar!
Percentual de SR
investigados no SSC-GHC
de 2006 a 2014
Fonte: Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Relatório TB 2014.
Percentual de casos TB
diagnosticados nas US do SSC-GHC
de 2006 a 2014
Fonte: Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Relatório TB 2014.
Percentual de casos novos de TB
identificados no território do
SSC-GHC de 2006 a 2014
Fonte: Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Relatório TB 2014.
Percentual dos casos de TB
do território tratados no SSC-GHC
de 2006 a 2014
Fonte: Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Relatório TB 2014.
Protocolo do SSC-GHC: casos para
tratamento diretamente observado (TDO)
Pessoas com o seguinte perfil:
• Retratamento (retorno após abandono ou recidiva);
• Alcoolistas e/ou usuários de outras drogas;
• Moradores de rua;
• Paciente HIV +
• Sem vínculo empregatício;
• Presidiário ou ex-presidiário;
• Portadores de doença mental;
Contatos de Caso de TB
no SSC/GHC
Tratamento da ILTB
no SSC/GHC
HISTÓRIA NATURAL DA
TUBERCULOSE
90% Resolução
espontânea
nascidos
vivos
infectados
doentes
mortos
inválidos
Infecção/TB (PPD +): risco de
desenvolver doença
Risco de adoecimento
•Primeiros 2 anos: 5%
•Resto da vida: 5%
Total: 10%
Infecção
TB
2 anos
anos
-Sem infecção/HIV: 10% em toda a vida
- Co-infectados TB/HIV: 5 a 10% ao ano
INVESTIR NO CONTROLE DA TB É MUITO BENÉFICO
A TB ESTÁ ENTRE AS DOENÇAS INFECCIOSAS
QUE MAIS MATAM
Em azul: mortes por TB/HIV
Problema da TB: onde estão os casos?
ESTIMATIVA DA TAXA DE INCIDÊNCIA DA TB, 2013
Estratégia
da OMS
Towards the
WHOpara
post-o
controle
e eliminação
da
2015 global
TB control
TB globalmente:
rumo
and elimination
ao Fim
da TB (End
(End TB)
TB)
strategy:
após
Skills2015.
for managers and
consultants
A ESTRATÉGIA:
Na era do HIV e dos casos MDR / XDR
Planejar, implementar e avaliar os
programas de controle da TB, com base na
estratégia do Fim da TB (EndTB), que tem a
visão de longo prazo de Eliminação da TB
como problema de saúde pública (definido
como menos de 01 caso de TB por ano, por
milhão de habitantes) – após 2015.
Gravidade para o risco de TB,
conforme as taxas de incidência
>1000/100.000 - Epidemia
>100/100.000 - Alto risco
≈50/100.000 - Médio risco
≈10/100.000 - Baixo risco
1/100.000 - Em eliminação
0,1/100.000 - Eliminada
Fonte: adaptado de Clancy et al. (1991).
Como o HIV influenciou a história natural da TB
Risco Relativo para TB:
Primo
Infecção
HIV Neg =  10% na vida
HIV Pos = > 30% na vida
TB
Primaria
HIV positivo
Reinfecção
(exógena)
TB
latente
Reativação
(endógena)
TB primária
progressiva
TB pós-primaria
Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis/EVDT/CGVS/SMS/PMPA
Percentual de cura e abandono de casos novos de TB em Coinfectados, em
residentes do Município de Porto Alegre, 2001 a 2014
70
60
52
55
58
54
57
50
53
45
50
44
45
40
40
Cura/Total por 100
30
Abandono/Total por 100
20
10
19
19
17
21
23
26
29
31
31
33
22
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: SMS/CGVS/EVDT/Sinan e IBGE. Base de Dados em 27/10/2015 Dados preliminares sujeitos a revisão
Co-infecção TB/HIV
sobreposição das duas populações
Países Europeus Ricos
Países da África Subsariana
Infecção
Com HIV
Infecção
Com HIV
Infecção c/ M. tb
Infecção c/
M. tb
Estimativa da prevalência do HIV
nos casos novos de TB, 2013
78% dos casos de TB/HIV estão na África
NÚMERO ESTIMADO DE CASOS DE TB-MDR ENTRE
OS CASOS NOTIFICADOS DE TB PULMONAR, 2013
Índia, China, Rússia, Paquistão e Ucrânia tem
60% dos de todos os casos de TB-MDR no
mundo. Ref. Global TB control Report, 2014
Tuberculose no RS e fronteiras - 2014
Incidência BAAR positivos
Argentina: 12/100.000
Uruguai: 16/100.000
Brasil: 20/100.000
SC:
13/100.000
RS: 22/100.000
Argentina
Porto Alegre:
51/100.000
-------------------------------------Incidência Todas as Formas
Argentina: 24/100.000
Uruguai: 30/100.000
Brasil: 44/100.000
SC:
RS:
26/100.000
42/100.000
Porto Alegre:
99/100.000
www.who.int/tb/data abr2016 / Bol Epid SVS-MS, vol46, nº9, 2015 e SAGE / Bol Epid 60, fev2016 POA-CGVS / www.ibge.gov.br jun2016
PAÍSES com BAIXA INCIDÊNCIA de TB
< 1 caso / milhão
de habitantes
< 10 casos por milhão Eliminação: 2050
< 100 casos por milhão de habitantes.
Pré-eliminação: 2035
de hab. (dados de 2012)
OS 3 PILARES E OS 4 PRINCÍPIOS
DA ESTRATÉGIA “END TB”
Pilar 1
Prevenção e
cuidado da TB
integrados e
centrados no
paciente
Pilar 2
Políticas
ousadas e
sistemas de
apoio
Pilar 3
Intensificar a
pesquisa e a
inovação
Governo com gestão e prestação de contas, com monitoramento e avaliação
Construir uma aliança forte com a sociedade civil e a comunidade
Proteger e promover os direitos humanos, a ética e a equidade
Adaptação das estratégias e metas em nível nacional, com a colaboração global
METODOLOGIA
Implementação dos 3 pilares da estratégia para eliminação da
TB, pós-2015, da OMS.
Avaliando:
• a existência de estrutura para diagnóstico precoce,
tratamento e manejo clínico da TB;
• a capacidade dos serviços realizarem prevenção da TB;
• a realidade epidemiológica (TB e HIV);
• a vigilância em TB/HIV e o manejo clínico combinado ;
• a prevenção, tratamento e controle da TB-MDR e XDR;
• a gestão de medicamentos e insumos;
METODOLOGIA
• a comunicação, o registro, a notificação dos casos e a
organização de um sistema de informação;
• a coordenação e avaliação do sistema de atenção à saúde em
todos os seus aspectos;
• o desenvolvimento de Recursos Humanos;
• os custos do sistema;
• o controle da TB no setor privado;
• o envolvimento das comunidades e da sociedade civil
organizada nas ações de prevenção e controle da doença;
• a existência de cobertura universal da saúde e proteção social;
• o papel do planejamento, monitoramento e avaliação (M&A).
PAÍSES com BAIXA INCIDÊNCIA de TB
•Incidência estimada, casos novos de TB/ano: 155.000
•Casos notificados/ano: 131.000
•Mortes por TB/ano: 10.000 (30/dia)
•TB/HIV, casos estimados: 4.000
•TBMR, casos estimados/ano: 567
Outros países candidatos
a eliminação
Países com < 10/100.000 casos de TB/ano (todas as formas) e com
mais de 300 mil habitantes.
DECLÍNIO DESEJADO NAS TAXAS DE INCIDÊNCIA GLOBAL
PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS DE 2035
Tendência atual mundial: -1,5%
Otimizar o uso continuo de
novas ferramentas
emergentes ou em processo
de desenvolvimento, buscar
cobertura de saúde universal e
proteção social.
- 10%/ ano até 2025
Introdução de novas ferramentas:
uma vacina, novas drogas e regimes
de tratamento para tratar a doença
ativa e a infecção latente da TB, e um
teste a beira do leito
- 5%/ ano
- 1,7%/ ano
PAÍSES com BAIXA INCIDÊNCIA de TB
garantia política, de
financiamento, gestão e
planejamento de serviços
essenciais de alta
qualidade
manutenção do
suporte global para
prevenção, cuidado e
controle da TB
atenção e objetivos
dirigidos a grupos
mais difíceis de atingir,
mais vulneráveis
atenção às necessidades
especiais dos migrantes
e questões de pacientes
nas fronteiras
AÇÕES
PRIORITÁRIAS
investimento em
pesquisa e em inovação
garantia de programa
continuado de vigilância,
monitoramento e avaliação
com dados baseados no
manejo dos casos
rastreamento
de TB ativa e de ILTB
nos contatos e grupos de alto
risco, garantindo
tratamentos adequados
excelência na prevenção
e no cuidado dos
casos e contatos
de TB-MDR
POPULAÇÕES VULNERÁVEIS
RISCO RELATIVO PARA DESENVOLVER TB
Tabagista: 2,5 vezes
Indígena: 3 vezes
PVHA: 38 vezes
PPL: 27 vezes
Fonte: Sinan MS / IBGE. *fonte: TB-web,SP, 2013
Pop. rua: 44 vezes*
Prevenção em Tuberculose
• Busca de casos (SR, contatos, grupos de
risco)
• Diagnóstico precoce
• Tratamento até a cura
• Tratamento da ILTB (quimioprofilaxia) e
vacina BCG
OBRIGADO
Livro da TB na APS - 3ª edição, 2015
http://escola.ghc.com.br/images/Publicacao/LivroTB20152.pdf
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