Radiações, Cancro e Ditadura

Propaganda
CIUHCT Conferência HoST
Radiações, Cancro e Ditadura
Tiago Saraiva Drexel University, EUA
O significado histórico do Pavilhão do Rádio do Instituto
Português de Oncologia (IPO) não é óbvio. Este edifício
modernista, projetado por Carlos Ramos e inaugurado em
Dezembro de 1933, poucos meses após a institucionalização
do Estado Novo, contrasta com o suposto tradicionalismo
do regime. Ciência, cosmopolitismo e modernismo não são
uma combinação usual na historiografia sobre Estado Novo,
mais interessada em temas como o ruralismo, autarcia ou
conservadorismo. Nesta comunicação argumenta-se que não
houve qualquer antagonismo entre a ciência levada a cabo
no IPO e o regime de Salazar. Trata-se de explorar a hipótese
de que a combinação moderna praticada no IPO entre cancro
e radioactividade, ou, numa formulação alternativa, entre
medicina e física, contribuiu para a expansão do Estado Novo,
abrindo novas possibilidades à sua acção e promovendo novas
práticas sociais. O estudo da trajetória histórica da aplicação
do rádio no tratamento de neoplasias permite investigar ainda
a continuidade da relação ciência/estado e da importância da
ideologia do ‘governo das elites’ para os períodos da República
e do Estado Novo.
19 Dez
15:00
Na FCUL
Edifício C8
Sala 8.2.10
Download