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Anais II Seminário de Iniciação Científica Curso de Ciências Contábeis da FSG
IMPACTOS DA CONTABILIDADE AMBIENTAL EM UMA SOCIEDADEE
ANÔNIMA DA CIDADE DE CAXIAS DO SUL – RS
Ademilson Moraes Pereira1
Julianne Siqueira Maciel dos Santos2
Márcia Pinto Kolchesky3
Vagner Bittencourt 4
Odir Berlatto5
Resumo: A responsabilidade social das empresas nos últimos anos vem sendo muito questionada pela sociedade.
No intuito de prestar contas a essa sociedade, algumas empresas de grande porte passaram a publicar, juntamente
com as demais demonstrações contábeis, o balanço ambiental. Porém, há muitas empresas que necessitariam do
balanço ambiental e estão leigas a essa nova fonte de informação. A pouca preparação do profissional de
contabilidade, assim como o profissional de administração, é também outro questionamento. Esta pesquisa
apresenta a opinião dos professores de graduação dos cursos de ciências contábeis e administração da Faculdade
da Serra Gaucha - FSG.
Palavras-chaves: Contabilidade. Ambiente. Balanço.
1 INTRODUÇÃO
A contabilidade, como se sabe, constitui um grande emaranhado de informações,
possuindo como principal objetivo o controle do patrimônio para tomar decisões referentes à
gestão das empresas, de modo claro e muito objetivo, em qualquer tipo de ambiente. Com o
passar do tempo, o número de indústrias nas cidades cresceu de forma tão descontrolada que
foi inevitável que o meio ambiente fosse atingido e sofresse sérias alterações. A sociedade
cada vez mais nota esses problemas e avalia o comprometimento das empresas para com a
resolução desses problemas e com a sua responsabilidade ambiental, já que esse tipo de
problema acaba afetando a todos.
É preciso analisar quais são os métodos que determinadas empresas utilizam para
diminuir o impacto de sua produção no meio ambiente, bem como as vantagens que uma boa
contabilidade ambiental pode fornecer tanto para a sociedade como para as empresas que
demonstram esse tipo de preocupação. Este assunto é de extrema relevância já que cada vez
mais as empresas vêm sendo pressionadas, tanto pela sociedade quanto pela legislação vigente
a adotar práticas de Administração Ambiental, que pode, através de mudanças estratégicas,
representarem novas oportunidades econômicas para a empresa.
1
Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG)
Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG)
3
Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG)
4
Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG)
5
Mestre em Ciências Sociais. Professor nos Cursos de Graduação na FSG. Endereço eletrônico:
[email protected]
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Nesta pesquisa busca-se analisar as vantagens da contabilidade ambiental para a
edificação da responsabilidade social e buscar a opinião de professores sobre esse assunto.
Além disso, pretende-se com essa pesquisa apresentar a preocupação mundial e local,
caracterizando a contabilidade ambiental e o impacto ambiental, apurando suas vantagens
para economia e para a sociedade.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Preocupação com meio ambiente
Assuntos voltados ao meio ambiente começaram a ser explorados a partir dos anos
1970 em que se começou a perceber que o problema não era apenas de certo fator e sim de
uma sociedade. Autores, ambientalistas e teóricos que tratam do assunto usam a frase “pensar
globalmente, agir localmente”, para descrever o início do pensamento meio ambiental, da
época. Ferreira (2009) acrescenta que nessa mesma década houve a Conferência Mundial
sobre o Meio Ambiente na cidade de Estocolmo na Suécia, que abordou o assunto dos
problemas ecológicos. Foi em Estocolmo também que ocorreu, no ano de 1988, um encontro
de países tratando dos problemas ambientais do planeta.
Ferreira (2009) ainda ressalta que, já em 1975, na cidade de Belgrado, capital da
Sérvia, realizou-se um Seminário Internacional de Educação, que resultou na conhecida
“Carta de Belgrado”. A partir desse acontecimento foi desenvolvido o dever de educar as
crianças com um pensamento socioambiental, viabilizando que assim as crianças da época
teriam uma formação cultural voltada a questão ambiental. Porém, havia muitos desafios até
se chegar ao objetivo da idéia. Só em 1992, na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, a ECO-92
ou United Nattions Conference on Evironment and Development (Unced), ficou mais claro o
compromisso dos países em relação ao meio ambiente.
Ainda no Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT propôs ao
Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental a implantação de uma ação conjunta. Após a
Conferência do Rio, a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP selecionou o Projeto de
Certificação Ambiental para Produtos da ABNT. “O objetivo do projeto era o de estabelecer
um esquema voluntário de certificação ambiental, a ser iniciado por programa-piloto aplicado
a uma categoria de produto pré-selecionada” (TACHIZAWA, 2010, p.81).
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2.2 Agenda 21
“O maior esforço conjunto, feito por governos de todo o mundo, para identificar as
ações que combinem o desenvolvimento com a proteção do meio ambiente” (ECO-RIO, 1992
– Revista Brasileira de Informação Ambiental). Assim foi considerado o documento assinado
por 170 países que se encontraram no Eco-92, a Agenda 21. Segundo Ferreira (2009), esse
documento é dividido em quatro seções: aspectos sociais, conservação e administração de
recursos, fortalecimento dos grupos sociais e meios de implantação. Em outras palavras a
Agenda 21 é uma espécie de bíblia para que as empresas possam seguir a fim de se tornarem
sociedades sustentáveis.
2.3 Normas ISO 14000
Após os encontros e congressos que ocorreram anteriormente, a conscientização do
homem em questão ao meio ambiente resultou em uma nova norma a serie ISO 14000 que
trouxe por consequência o uso dos primeiros modelos de sistema de gestão ambiental (SGA)
para as empresas. Donaire (1999) coloca a questão ambiental na visão empresarial como um
aspecto econômico, entretanto distingue como oportunidades de defesa ao meio ambiente a
reciclagem de materiais que tem trazido uma grande economia de recursos as empresas ou o
reaproveitamento de resíduos internamente ou sua venda para outras empresas.
Seiffert (2009) aborda isoladamente a normas ISO 14000, desde sua criação, à sua
implantação e suas vantagens. Em uma primeira visão a divisão das normas, ocorre no
agrupamento dos enfoques em que se baseiam: organização e produto/processo. Os SGA
estão desenvolvidos nas ISO 14001 e ISO 14004; em complementação as ISO 14010, ISO
14011 e ISO 14012, substituídas pela ISO 19011, estabelecem como devem ser feitas as
auditorias dos SGA; finalizando o enfoque na organização a ISO 14031 avalia o desempenho
ambiental.
No outro lado estão constituídas as normas do produto e do processo. Começando pela
ISO 14020, ISO 14021 e ISO 14024 que definem a rotulagem ambiental, diferencialmente da
ISO 14001; avaliando o ciclo de vida do produto estão a ISO 14040 até a ISO 14044. E a
definição de aspectos ambientais em normas de produtos está fundamentada na ISO/TR
14062.
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2.4 Contabilidade Ambiental
Ferreira (2009) frisa que a contabilidade ambiental se refere a um conjunto de
informações que relatam adequadamente, em termos econômicos, as ações de uma entidade
que modifiquem seu patrimônio. No início os contadores se sentiam despreparados para
gerencial a contabilidade em base da gestão ambiental é nesse contexto que a mesma autora
diz que a contabilidade ambiental evoluiu junto a gestão ambiental, para que essa adquirisse
informações financeiras, facilitando assim a contabilização de seus recursos.
Rob Gray apud Ferreira (2009) especifica como o contador pode contribuir para o
gerenciamento do meio ambiente. Além disso, o estudo de Gray, “apresenta um caráter
legislativo e um caráter mercadológico” (FERREIRA, 2009, p. 65). Em outras palavras, a
contabilidade nas regras da legislação e a contabilidade voltada ao mercado.
2.5 Gestão Ambiental
Barbieri (2007) observa que há diversos instrumentos que podem ser utilizados pela
gestão da empresa para estudar os impactos ambientais das suas atividades perante a
sociedade. Um deles é a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que avalia os impactos
ambientais de serviços ou produtos durante um ciclo de atividades, com o objetivo de
encontrar soluções que reduzam esses impactos. A norma ISO 14040:2001 define o ciclo de
vida como “os estágios sucessivos e encadeados de um sistema de produto, desde a aquisição
da matéria-prima ou geração dos recursos naturais até a disposição final”.
Também se usa o rótulo ou selo ambiental. Os rótulos têm como objetivo:
[...] diferenciar serviços e produtos que geram menos impactos ambientais,
comparativamente a outros similares, mediante informações verificáveis e precisas
sobre seus aspectos ambientais, para encorajar a demanda daqueles que causem
menos pressão sobre o meio ambiente, estimulando, desse modo, o potencial de
melhorias contínuas orientadas para o mercado (ISO 14020:2002).
Um novo ambiente competitivo global está surgindo, não apenas baseado em
concorrentes tradicionais em mercados tradicionais, mas na desintegração das barreiras de
acesso a mercados anteriormente monopolizados, protegidos e organizados na forma de
cartéis. As barreiras que separavam setores econômicos e verticais no mercado e as
organizações que operavam dentro de tais setores estão rapidamente caindo.
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Ferreira (2009) também se refere à gestão ambiental como importante impacto
causado pelo uso da contabilidade ambiental. A autora cita várias execuções da gestão,
anteriores ao século XX, que trouxeram resultados positivos ao meio ambiente, brasileiro e
mundial. Por outro lado é também abordado o fato dos gestores avaliarem primeiro as
questões de caráter econômico e por ultimo as questões de caráter social.
2.6 Contabilidade ambiental como sistema de informação
Ferreira (2009, p. 66) afirma que:
no aspecto interno, as informações contábeis sobre o meio ambiente deveriam
estruturar-se de modo de que os gastos ambientais de diversas naturezas pudessem
ser prontamente identificados com os respectivos responsáveis por sua realização.
Isso daria sentido ao conceito de ‘prestação de contas’ que permeia qualquer
relatório contábil.
Ferreira (2009), após descrever inúmeros processos da gestão ambiental para as
informações exigidas pela contabilidade ambiental, avalia que existem empresas que geram
em torno do principio de valores apresentam uma contabilidade de postura passiva. Já as
empresas que obtêm lucro apresentam um à contabilidade ativa.
2.7 Auditoria Ambiental
Segundo Donaire (1999), a auditoria ambiental é um fator importante para uma efetiva
política de minimização dos impactos ambientais das empresas e de redução de seus índices
de poluição. Assim ficando mais fácil a análise do passivo ambiental da empresa. Muitas
organizações distribuem seus relatórios de auditoria ambiental em seu campo de atuação,
buscando um relacionamento transparente e responsável em relação á questão ambiental.
A auditoria ambiental deve ser realizada periodicamente e visa facilitar a atuação e o
controle da gestão ambiental da empresa e assegurar que esta esteja de acordo com a
legislação. A periodicidade citada acima varia de empresa para empresa. O tamanho da equipe
de Auditoria também é variável, podendo incluir não apenas auditores, como especialistas,
representantes de demais unidades da empresas, dentre outros. Os passos realizados pela
auditoria ambiental são dados pelo Canadian Naranda Corporation (DONAIRE, 2009).
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2.8 Balanço Social e Ambiental
O Balanço Social, que não é obrigatório, objetiva demonstrar o resultado da interação
da empresa com o meio em que está inserida, tendo como principal fonte o Balanço
Ambiental (IUDÍCIBUS et al., 2010). O Balanço Ambiental reflete a postura da empresa em
relação aos recursos naturais, compreendendo os gastos com preservação, proteção e
recuperação destes; os investimentos em equipamentos e tecnologias voltadas à área
ambiental e os passivos ambientais.
Ainda sabe-se que “o Balanço Social busca demonstrar o grau de responsabilidade
social assumido pela empresa e assim prestar contas à sociedade pelo uso do patrimônio
público” (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 7). Na quarta faceta do Balanço Social, tem-se a
evidenciação do que a empresa faz em termos de benefícios sociais como contribuições a
entidades assistenciais e filantrópicas, preservação de bens culturais e educação de
necessitados.
3 METODOLOGIA
3.1 Métodos de pesquisa
Flick (2004) ressalta que a pesquisa qualitativa não tem suas bases de forma unificada.
Uma variedade de abordagens caracteriza a as práticas e debates a respeito da pesquisa. Essa
variedade de abordagens provém de diferentes caminhos no desenrolar na história da pesquisa
qualitativa, cujo desenvolvimento deu-se, até certo ponto, de forma paralela e, em parte, de
forma sequencial.
Para o estudo ser desenvolvido foi necessário uma pesquisa qualitativa. Já que o
objetivo é analisar as contribuições da contabilidade ambiental na cidade de Caxias do
Sul/RS, se torna preciso investigar os impactos que ela traz para a vida das pessoas. foram
buscadas informações com professores ligados diretamente com a gestão ambiental, para
facilitar nossa observação quanto ao assunto.
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3.2 Delimitação da população ou do objeto de estudo e amostragem
Foram realizadas entrevistas com três professores que trabalham ou já tiveram algum
contato com a contabilidade ambiental. Buscou-se dados a respeito das dificuldades de
implementação da contabilidade ambiental ou assuntos afins na grade curricular dos cursos
nas instituições de ensino superior. Também buscou-se saber como a contabilidade ambiental
se aplica dentro das organizações. Assim, houve a possibilidade de saberem-se quais os
impactos, positivos ou negativos, que ela gera.
3.3 Técnicas de coletas dos dados
Partindo do ponto de que o método utilizado é o estudo de caso, foram utilizadas as
técnicas de coleta de dados de questionário e também de entrevista. Sabe-se que “a entrevista
possibilita buscar fatores necessários para a definição da percepção do entrevistado sobre o
assunto” (FLICK, 2004, p.66). Flick (2004) completa apontando que este tipo de entrevista
serve para entender os significados que as pessoas atribuem a determinados assunto. Também
foram utilizados questionários para a pesquisa quantitativa, pelo uso dos quais será possível
avaliar a questão sobre diversas perspectivas.
3.4 Técnicas de análise de dados
A pesquisa utilizou uma análise de conteúdo qualitativa que busca avaliar a lógica dos
fenômenos. A avaliação das questões qualitativas se deu pelo método de análise de discurso
uma vez que se busca identificar os principais sentimentos e percepções, positivos ou
negativos. A partir das respostas dos entrevistados, foi possível avaliar as suas opiniões e
expectativas quanto ao assunto em questão. A partir disso, foi possível identificar como está a
situação geral da contabilidade e gestão ambiental na nossa região, bem como os impactos
gerados pelo uso ou falta de uso de tal instrumento no meio ambiente da nossa cidade.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Em relação ao interesse pela contabilidade ambiental, os entrevistados disseram que o
que mais influenciou a sua curiosidade sobre o tema foi o interesse de conhecer como ela
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funciona e como ela é estruturada, alem do fato de que as pessoas vêm se preocupando muito
com o meio ambiente. Quando questionados sobre as dificuldades da implantação da
contabilidade ambiental na gestão das empresas, os entrevistados apontaram que as maiores
barreiras são o gasto que a contabilidade ambiental gera para as empresas.
A respeito das vantagens e benefícios que a contabilidade ambiental poderia trazer aos
futuros gestores e contadores, foi dito que uma grande vantagem seria que se tivessem
disciplinas que mostrassem a contabilidade ambiental de forma mais ampla, mais pessoas a
usariam e encontrariam uma nova maneira de utilizá-la, maximizando os resultados e
minimizando os impactos ambientais. Outra grande vantagem seria a possibilidade de
apresentar números, casos e metodologias de mensuração das ações de gestão ambiental,
incluindo estas ações nas estratégias das empresas.
Os entrevistados declararam que a contabilidade ambiental, em sala de aula, deveria
ser tratada de maneira normal, freqüentemente, como matéria dada e não ser um assunto a ser
abordado, porque o meio ambiente é um assunto de plena importância em que qualquer estudo
voltado a ele seria bem vindo na sociedade. Se poderia, também, fazer uma abordagem em
forma de estudos de casos, a avaliação da relação do custo beneficio, doutrina e teoria e
pesquisa de campo.
Por fim, a respeito dos impactos da contabilidade ambiental na cidade de Caxias do
Sul, os entrevistados disseram que uma boa contabilidade ambiental serviria como um alerta
ao trabalho que cada empresa vem exercendo, traria novas estratégias para investimentos das
empresas, e permitiria que a sociedade cobrasse mais das empresas em termos de
sustentabilidade. Outro ponto importante ressaltado foi que, no momento em que a
contabilidade ambiental for incorporada a estratégia das empresas, o retorno maior ainda será
para a sociedade, pois seriam levadas em consideração ações que procurem melhorar o meio
ambiente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral desse trabalho foi analisar as contribuições da contabilidade
ambiental para a edificação da responsabilidade social e as oportunidades econômicas em
sociedades anônimas. Em virtude do que foi pesquisado, pôde-se perceber que a contabilidade
ambiental é ainda pouquíssimo utilizada pelas empresas, provocando ainda poucos impactos,
infelizmente. Isso é ruim por que, para as empresas, os impactos seriam na imagem da
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empresa perante a sociedade e também nos seus custos, pois na maior parte dos projetos de
gestão ambiental existe uma redução nos custos de produção, armazenagem ou transporte.
Mesmo assim, muitas empresas continuam a não praticar a contabilidade ambiental.
Como a contabilidade ambiental não é obrigatória e pouquíssimas pessoas têm interesse em
saber como ela funciona e quais são os seus impactos para a sociedade, as empresas
continuam não sentindo o impacto que deveriam sentir por não prestar conta de seus atos para
com o ambiente, perante a sociedade. Percebe-se que, como o assunto continua não sendo
estudado como qualquer outro, de ordem normal, nos cursos de ensino superior, e sim como
um “assunto diferente”, a contabilidade ambiental permanece passando um tanto quanto
despercebida pelos alunos, nos quais ela gera apenas interesse momentâneo devido ao seu
total desconhecimento sobre ela, mas depois retorna ao total esquecimento.
A sociedade exige que a empresa não degrade tanto o meio ambiente com o seu
processo produtivo, assim prefere comprar produtos de empresas não poluentes do que de
empresas que não se importam com os malefícios gerados ao meio ambiente. Dessa forma,
algumas empresas tomam vantagem sobre as outras a partir das informações prestadas pela
contabilidade ambiental. Ou seja, usa-se a contabilidade ambiental ou as demonstrações
ambientais como forma de marketing. Assim, os clientes podem escolher só comprar os
produtos de uma empresa sustentável no lugar de comprar de uma empresa que age de forma
irresponsável. Isso se reflete no mercado de ações, em que a pessoa que for comprar as ações
avalia a preocupação da empresa com o meio ambiente sabendo que grande parte da
sociedade compra de determinada empresa, isso ocasiona uma maior receita para a empresa.
Logo, o lucro com o investimento das ações aumenta também, isto é, as ações colocadas na
empresa têm maior credibilidade e menos risco de perda financeira.
6 REFERÊNCIAS
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos.
2 . ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
BERLATTO, Odir (Org.). Manual para elaboração e normatização de trabalhos
acadêmicos do curso de ciências contábeis. Caxias do Sul: FSG, 2010. Disponível em:
<http://www.fsg.br/website_pt/user_files/File/Documentos/COT/ManualContabeis20101.pdf
>. Acesso em: 25 abr. 2011.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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Anais II Seminário de Iniciação Científica Curso de Ciências Contábeis da FSG
ECO-RIO – Revista Brasileira de Informação Ambiental, nº 12, p. 13, 1992.
FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental: Uma informação para o
desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa: 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e pesquisa em administração: guia
para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14000 Sistema de gestão ambiental:
implantação objetiva e econômica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa:
estratégias de negócios focadas na realidade brasileira. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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