Reino Fungi Fungos, por quê? Uma pergunta muito comum entre os alunos, durante as aulas de botânica. De fato, fungos são tão diferentes das algas e das plantas como os são dos animais, e assim, porque estuda-los na aula de botânica? Na verdade, os fungos já foram agrupados como vegetais, apesar de hoje essa proposição taxonômica já ter sido refutada, entretanto, pela estreita relação dos fungos com os vegetais, o estudo foi mantido. Mas lembrem-se, os fungos não tem células moveis em nenhum estagio do ciclo de vida e nenhuma conexão evolutiva direta com as plantas. Fungos, pra que? Junto das bactérias e outros poucos grupos de seres heterotróficos, os fungos são decompositores da biosfera. Estima-se que os 25 cm superiores do solo podem conter quase 5 toneladas de fungos e bactérias por hectare. Além disso, existem espécies de fungos marinhas, realizando decomposição no ambiente de agua salgada. Porem, também podem estar presentes na lavoura, causando problemas para o homem, na epiderme dos animais, causando micoses, ou participando de relações simbiônticas na natureza. Alguns liberam energia pelo processo de fermentação, e são utilizados para a fabricação de alimentos. Como vivem? Os fungos são essencialmente terrestres, porem, algumas espécies são encontradas em ambientes aquáticos. Embora muitos sejam unicelulares, a maioria é filamentosa. Ex: os cogumelos, na verdade, são muitos filamentos densamente unidos! Como são? Os fungos filamentosos são formados por filamentos conhecidos como hifas. O conjunto de hifas, formando uma massa densa, se chama micélio. Suas células são revestidas por uma parede celular de quitina, não de celulose como nos vegetais e alguns protistas. A quitina é a mesma substancia encontrada no exoesqueleto de artrópodes, e é mais resistente a degradação microbiana do que a celulose. Algumas hifas são especializadas em ancoragem do fungo ao substrato, e recebem o nome de rizoides. Fungos parasitas, no entanto, possuem hifas similares, mas que também absorvem nutrientes do substrato, e recebem o nome de Haustório. Todos os fungos são heterotróficos, agindo como sapróbios, parasitas ou simbiontes mutualistas. Todos também produzem esporos. Como se reproduzem? As estruturas reprodutivas dos fungos se estiverem diretamente envolvidas na produção de gametas são chamadas de gametângios, se estiverem diretamente relacionadas na produção de esporos, de esporângios e de células conidiogenicas se estiverem envolvidas na produção de esporos assexuados. De maneira geral, a reprodução sexuada não é muito frequente e também não foi observada em muitas espécies. A mais comum, que se segue, eh a reprodução por esporos assexuados: Esporângio 2n sofre meiose e geram esporos assexuados n, cada um se desenvolve em uma linhagem de fungo, que ira desenvolver um gametângio n. Dois gametângios se fundem num processo chamado fertilização, e geram um zigosporangio jovem 2n, que ira germinar num novo esporângio. Principais grandes grupos! Filo Zygomycota A maioria vive no solo sobre a matéria orgânica em decomposição. A maioria tem hifas cenocíticas, ou seja, que não possuem septos, e a massa celular é única entre paredes celulares. Alguns são unicelulares. Característica típica: presença de zigosporangio na reprodução assexuada. Filo Ascomycota Grupo que abrange vários fungos popularmente conhecidos e de importância econômica. A maioria dos bolores verde-azulados, vermelhos e marrons que estragam os alimentos são ascomicetos. As leveduras unicelulares são ascomicetos, e além delas, a maioria dos ascomicetos são filamentosos quando estão crescendo. Suas hifas são septadas, ou seja, a massa celular fica dividida por septos perpendiculares as pareces celulares. A reprodução assexuada ocorre através de esporos típicos chamados conídios. A reprodução sexuada, quando ocorre, forma sacos denominados ascos, que ira produzir ascoporos n em seu interior. Filo Basidiomycota Agrupa fungos bem familiares, tais como os cogumelos comestíveis, os orelha de pau, as ferrugens, etc. Produzem basidiósporos, em estruturas chamadas basídios. Devido à importância do grupo, detalharemos a reprodução, nesse caso: No micélio monocariótico, ou seja, que possui apenas um único núcleo n, ocorre um processo inicial chamado cariogamia, onde dois núcleos n se fundem, formando um Basídio Jovem diploide. Tal basídio ira sofrem sucessivas divisões meióticas, originando basidiósporos n. Cada basidiósporo n ira germinar micélios de hifas septadas monocarióticas n, que sofrerão um processo de plasmogamia, ou seja, união dos plasmas divididos por septos. Nesse ponto, ainda não ocorreu a junção dos núcleos, apenas do citoplasma, sendo formado micélios dicarióticos, ou seja, contendo dois núcleos. Esses micélios dicarióticos formarão o basidioma. Thafarel Pitton- Professor de Ecologia e Botânica no Cursinho Metamorfose, UNESP- SÃO JOSE DO RIO PRETO [email protected]