aula-demonstrativa-ebserh-organizacional

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CURSO ESPECÍFICO PSICOLOGIA
CARGO: PSICÓLOGO - ÁREA ORGANIZACIONAL EBSERH
AULA DEMONSTRATIVA
PSICOPATOLOGIA
PROFESSORES: ELIETE PORTUGAL/ LÍCIA MADUREIRA
O Q DOS CONCURSOS
WWW.OQDOSCONCURSOS.COM.BR
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PSICOPATOLOGIA
TÓPICOS DA AULA
1. INTRODUÇÃO........................................................................ 06
2. TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE .................................... 09
3. TRANSTORNOS ANSIOSOS.....................................................23
4. TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO .....................26
5. TRANSTORNOS SOMATOFORMES.............................................29
6. TRANSTORNOS DE HUMOR ..................................................... 34
7. TRANSTORNOS FÓBICOS ....................................................... 37
8. TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS DEVIDOS AO
USO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVA ............................................ 41
9. QUESTÕES GABARITADAS........................................................46
10. GABARITO.............................................................................53
11. REFERÊNCIAS........................................................................54
PROFESSOR: Eliete
Portugal/Lícia Madureira
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Olá Pessoal,
É com enorme satisfação que iniciamos o curso de Psicologia Organizacional
do concurso EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
CONCURSOS DOS HOSPITAIS:
HUAP/UFF (Niterói) - IBFC - 13/11/16
HRL/UFS (Lagarto/Se) - Inst. AOCP - 27/11/16
HUJB/UFCG (Cajazeiras/PB) - Instituto AOCP - 04/12/16
HUPEST (Florianópolis) - IBFC - 11/12/16
HUGG/UNIRIO (Rio) - IBFC - 22/01/17
As bancas examinadoras são a AOCP e a IBFC. Dessa forma, chegou o
momento de iniciar os estudos, sair na frente, aprofundar os conhecimentos
teóricos e resolver questões a fim de alcançar seu objetivo. A prova constará
de 25 questões objetivas de conhecimento específico, com peso 02.
Saiba que estaremos aqui para ajudá-lo a conquistar a sua vaga. Foi
pensando nisso que elaboramos criteriosamente este curso de teoria e
exercícios específico para Psicólogo Organizacional.
PROFESSOR: Eliete
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APRESENTAÇÃO D0S PROFESSORES
Sou a professora Lícia Madureira
Psicóloga, graduada pela FCS-BA, Especialista em Saúde Mental e Coletiva,
com Formação em Saúde Mental Saberes e Fazeres na Atenção Psicossocial,
Acompanhamento Terapêutico, Atenção Domiciliar e em Psicologia Analítica.
Possuo experiência nas áreas de Psicologia Hospitalar: Paciente com Doença
Renal Crônica no Hospital Roberto Santos, atendimento a pacientes
oncológicos no NASPEC (Núcleo Assistencial a Pacientes Portadores de
Câncer) e em Urgências Subjetivas no Hospital Jorge Valente.
Atuei como psicóloga colaborativa no NASPEC, assim como Psicóloga Clínica
no Ambulatório Cristo é Vida pela Fundação ABM de Pesquisa e Extensão na
Área da Saúde pela FABAMED (Fundação da Associação Bahiana de Medicina).
Tive participação ativa no Projeto de Intervenção para a III Idade no Abrigo
Lar Irmã Maria Luísa. Possuo experiência na área de Psico Oncologia como
palestrante, apresentadora de casos clínicos e Coordenadora de Grupos
Informativos para pacientes com câncer. Atualmente desempenho a função
de psicóloga e psicoterapeuta no Instituto Quatro Estações e como psicóloga
psicoterapeuta colaborativa do GEPEC.
Sou a professora Eliete Portugal
Psicóloga, graduada pela FCS-BA, Especialista em Saúde Mental e Coletiva
com Formação em Saúde Mental Saberes e Fazeres na Atenção Psicossocial,
Acompanhamento Terapêutico, Atenção Domiciliar e em curso na Pósgraduação em Teoria Cognitiva Comportamental. Obtive experiência nas
áreas de Psicologia Hospitalar: Paciente com Doença Renal Crônica no
Hospital Roberto Santos e aprimoramento no contexto hospitalar pelo
Hospital da Cidade. Psicóloga colaborativa do Núcleo de Atendimento
Terapêutico (AMAR) e na Fundação Lar Harmonia. Atuei como Psicóloga no
Ambulatório Cristo é Vida pela Fundação ABM de Pesquisa e Extensão na Área
da Saúde pela FABAMED (Fundação da Associação Bahiana de Medicina).
Participei ativamente do Projeto de Intervenção para a III Idade no Abrigo
Lar Irmã Maria Luísa. Sou professora palestrante, psicóloga e psicoterapeuta.
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Nosso objetivo no site Q DOS CONCURSOS é oportunizar ao candidato que
optou pela modalidade EAD, o acesso de forma facilitada e a compreensão
dos conteúdos que serão ofertados em PDF (teoria + exercícios), através de
grifos, dicas, resoluções de questões de prova, etc.
A modalidade EAD/PDF auxilia o aluno a organizar os horários de estudos
adequando-os a sua rotina, pois ser aprovado requer empenho, dedicação,
foco e bastante estudo, sem deixar de viver.
Iniciaremos com a Aula Demonstrativa que aborda o tema
Psicopatologia. Utilizaremos questões da AOCP e de outras bancas.
Seja bem-vindo (a) ao curso de Psicologia Organizacional para o concurso
EBSERH!
“Quem sabe faz a hora não espera acontecer”!
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AULA
DEMO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
PROFESSORA
PSICOPATOLOGIA
ELIETE/LÍCIA
01
TEORIAS DA PERSONALIDADE
ELIETE/LÍCIA
02
TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS
ELIETE/LÍCIA
03
PSICODIAGNÓSTICO / AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA/
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
ELIETE/LÍCIA
04
AS ORGANIZAÇÕES E O TRABALHO: FENÔMENOS
SOCIAIS NAS ORGANIZAÇÕES/O COMPORTAMENTO
HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES.
ELIETE/LÍCIA
05
SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL/ CLIMA E
CULTURA ORGANIZACIONAIS/ APRENDIZAGEM NAS
EMPRESAS
ELIETE/LÍCIA
06
PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS/
ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS / ATRAÇÃO E
RETENÇÃO DE TALENTOS
ELIETE/LÍCIA
07
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL/LEVANTAMENTO
DE NECESSIDADES POR COMPETÊNCIA/PROGRAMAS
DE TREINAMENTO, DESENVOLVIMENTO E
EDUCAÇÃO/GESTÃO DO CONHECIMENTO.
ELIETE/LÍCIA
08
EDUCAÇÃO CORPORATIVA/ ESTRATÉGIAS DE
DESENVOLVIMENTO DA CADEIA DE VALOR
ELIETE/LÍCIA
09
TÉCNICAS DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS /
ESPAÇOS DE COMPARTILHAMENTO DE
CONHECIMENTO
ELIETE/LÍCIA
10
TRABALHO, SUBJETIVIDADE E SAÚDE PSÍQUICA/
CONDIÇÕES DE TRABALHO, SEGURANÇA NO
TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL.
ELIETE/LÍCIA
ABSENTEÍSMO/AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO.
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12
MOTIVAÇÃO, SATISFAÇÃO E ENVOLVIMENTO NO
TRABALHO
GESTÃO DA QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES:
CONCEITO DE QUALIDADE/INDICADORES DE
QUALIDADE. PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO/
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – QVT.
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ELIETE/LÍCIA
ELIETE/LÍCIA
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1. INTRODUÇÃO
Campbell (1986) define a psicopatologia como o ramo da ciência que trata
da natureza essencial da doença mental suas causas, as mudanças
estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação.
A psicopatologia, em acepção mais ampla, pode ser definida como o conjunto
de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. É um
conhecimento que se esforça por ser sistemático, elucidativo e
desmistificante. O campo da psicopatologia inclui um grande número de
fenômenos humanos especiais, associados ao que se denominou
historicamente de doença mental.
Segundo o DSM-V, um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por
perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional
ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos
processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao
funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente
associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades
sociais, profissionais ou outras atividades importantes. Uma resposta
esperada ou aprovada culturalmente a um estressor ou perda comum, como
a morte de um ente querido, não constitui transtorno mental. Desvios sociais
de comportamento (de natureza política, religiosa ou sexual) e conflitos que
são basicamente referentes ao indivíduo e à sociedade não são transtornos
mentais a menos que o desvio ou conflito seja o resultado de uma disfunção
no indivíduo, conforme descrito.
Há vários critérios de normalidade e anormalidade em medicina e
psicopatologia. A adoção de um ou outro depende, entre outras coisas, de
opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas do profissional (Canguilhem,
1978).
Para (Canguilhem, 1943), o conteúdo do estado patológico não pode ser
deduzido, de maneira lógica ou analógica do conteúdo da saúde, pois o
primeiro é uma nova dimensão da vida, uma estrutura individual modificada.
As reações patológicas jamais se apresentam no indivíduo normal da
mesma forma e nas mesmas condições, pois o patológico implica uma
relação com um meio novo, mais limitado, já que o doente não consegue
mais responder as exigências do meio normal anterior.
Canguilhem (apud BRÊTAS e GAMBA, 2006) considera que, para a saúde, é
necessário partir da dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições
do normal ou patológico. O considerado normal em um indivíduo pode não
ser em outro; não há rigidez no processo.
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Dentre os critérios de normalidade
DALGALARRONDO (2008) encontram-se:
em
psicopatologia
segundo
1- Normalidade como ausência de doença:
Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria, então, aquele indivíduo que
simplesmente não é portador de um transtorno mental definido.
2- Normalidade ideal: a normalidade é tomada aqui como uma certa
“utopia”. Estabelece-se arbitrariamente uma norma ideal, o que é
supostamente “sadio” e mais “evoluído”. Trata-se de uma norma constituída
e referendada socialmente.
3- Normalidade estatística:
É um conceito de normalidade que se aplica especialmente a fenômenos
quantitativos, com determinada distribuição estatística na população geral –
como peso, altura, tensão arterial, horas de sono etc. O normal passa a ser
aquilo que se observa com maior frequência.
4- Normalidade como bem-estar: A OMS – Organização Mundial de Saúde
– definiu em 1958 a saúde como o “completo bem-estar físico, mental e
social, e não simplesmente como ausência de doença”. É um conceito
criticado por ser muito vasto e muito impreciso, pois bem-estar é algo difícil
de se definir objetivamente. Além disso, esse completo bem-estar físico,
mental e social é tão utópico que poucas pessoas se encaixariam na categoria
“saudáveis”.
5- Normalidade funcional. Tal conceito baseia-se em aspectos funcionais
e não necessariamente quantitativos. O fenômeno é considerado patológico
a partir do momento em que é disfuncional, produz sofrimento para o próprio
indivíduo ou para o seu grupo social.
6- Normalidade como processo. Neste caso, mais que uma visão estática,
consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de
mudanças próprias a certos períodos etários. Esse conceito é particularmente
útil em psiquiatria infantil, de adolescentes e geriátrica.
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8
7- Normalidade subjetiva. Aqui é dada maior ênfase à percepção subjetiva
do próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde, às suas vivências
subjetivas. O ponto falho desse critério é que muitas pessoas que se sentem
bem, “muito saudáveis e felizes”, como no caso de sujeitos em fase maníaca,
apresentam, de fato, um transtorno mental grave.
8- Normalidade como liberdade. Alguns autores de orientação
fenomenológica e existencial propõem conceituar a doença mental como
perda da liberdade existencial (p. ex., Henri Ey). Dessa forma, a saúde
mental se vincularia às possibilidades de transitar com graus distintos de
liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. A doença mental é
constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades
existenciais.
9- Normalidade operacional. Trata-se de um critério assumidamente
arbitrário, com finalidades pragmáticas explícitas. Define-se, a priori, o que
é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com
esses conceitos, aceitando as consequências de tal definição prévia.
Portanto, de modo geral, pode-se concluir que os critérios de normalidade e
de doença em psicopatologia variam consideravelmente em função dos
fenômenos específicos com os quais se trabalha e, também, de acordo com
as opções filosóficas do profissional.
ALTERAÇÕES NO DSM-V
• Redução no número de
sobreposição diagnóstica;
transtornos
e
subcategorias
para evitar
• Abordagem mais ampla: aspectos cognitivos, comportamentais e afetivos
do transtorno;
• Sintomas não explicados medicamente:
• DSM-IV x DSM-V - Importância do prejuízo relacionado aos sintomas
somáticos e pensamentos, sentimentos ou comportamentos em resposta a
esses sintomas.
• Transtornos funcionais: inconsistência dos sintomas com fisiopatologia
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2. TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE
Diz a CID.10 que os transtornos de personalidade são estados e tipos de
comportamentos característicos que expressam maneiras da pessoa viver e
de estabelecer relações consigo mesma e com os outros. São distúrbios da
constituição e das tendências comportamentais continua dizendo a CID.10
não diretamente relacionados a alguma doença, lesão, afecção cerebral ou a
outro transtorno psiquiátrico. Isso denota que a pessoa é meramente desse
jeito e assim permanecerá.
Frequentemente os transtornos da personalidade se acompanham de
sofrimento e de comprometimento no desempenho global da pessoa.
Aparecem precocemente durante o desenvolvimento individual sob a
influência de múltiplos fatores, sejam constitucionais, sociais ou existenciais.
Depois de consolidado este conjunto de traços pessoais, tal como uma
personalidade normal, persistirá indefinidamente.
O psiquiatra alemão Kurt Schneider (1974) definiu os transtornos da
personalidade de forma muito oportuna; para ele, o elemento central desses
transtornos (por ele denominados de personalidades psicopáticas) é que o
indivíduo apresenta as seguintes características básicas: “[...] sofre e faz
sofrer a sociedade”, assim como “[...] não aprende com a experiência”. Os
transtornos da personalidade, embora de modo geral produzam
consequências muito penosas para o indivíduo, familiares e pessoas
próximas, não são facilmente modificáveis por meio das experiências da vida;
tendem, antes, a permanecer estáveis ao longo de toda a vida.
(AOCP-2013) As condutas defensivas não são necessariamente de
exclusividade da patologia, pois são necessárias ao ajustamento e equilíbrio
da personalidade com ressalvas entre o normal e o patológico. Com base na
afirmativa acima, assinale a alternativa correta.
a) Regressão consiste na assimilação, por parte do sujeito, de atributos ou
qualidades de um determinado objeto exterior.
b) Isolamento é um déficit parcial ou total de uma determinada função egoica.
c) Formação reativa é o mecanismo de defesa que leva o sujeito a efetuar o
que é totalmente oposto àquilo inconsciente que se quer rejeitar
d) Sublimação é um mecanismo que consiste em evitar-se a contaminação
com um objeto perigoso.
e) Identificação projetiva é considerada como adaptação lógica e ativa das
pulsões do Id, que, harmonizadas com o Superego, se satisfazem tanto em
proveito do aparelho psíquico quanto das normas que regem o contexto
social.
Gabarito: c
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Ainda, segundo a classificação atual de transtornos mentais da OMS (1993),
a CID-10, os transtornos da personalidade são definidos pelas seguintes
características:
1. Geralmente surgem na infância ou adolescência e tendem a permanecer
relativamente estáveis ao longo da vida do indivíduo (“O menino é o pai do
homem”).
2. Manifestam um conjunto de comportamentos e reações afetivas
claramente desarmônicos, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo,
como a afetividade, o controle de impulsos, o modo e o estilo de
relacionamento interpessoais, etc.
3. O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas é
permanente, de longa duração e não limitado ao episódio de doença mental
associada (como uma fase maníaca ou depressiva, um surto esquizofrênico,
etc.).
4. O padrão anormal de comportamento inclui muitos aspectos do psiquismo
e da vida social do indivíduo, não sendo restrito a apenas um tipo de reação
ou uma área do psiquismo.
5. O padrão comportamental é mal adaptativo, produz uma série de
dificuldades para o indivíduo e/ ou para as pessoas que com ele convivem.
6. São condições não relacionadas diretamente à lesão cerebral evidente ou
a outro transtorno psiquiátrico (embora haja alterações de personalidade
secundárias à lesão cerebral).
7. O transtorno da personalidade leva a algum grau de sofrimento (angústia,
solidão, sensação de fracasso pessoal, dificuldades no relacionamento vividas
com amargura, etc.); entretanto, salienta a CID-10, tal sofrimento pode se
tornar aparente para o indivíduo apenas tardiamente em sua vida.
8. Em geral, o transtorno da personalidade contribui para o mau desempenho
ocupacional (no trabalho, estudos, etc.) e social (com familiares, amigos,
colegas de trabalho ou estudo). Entretanto, tal desempenho precário não é
condição obrigatória.
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REGRA DE OURO
questão, ou seja, a frase que
ser respondida.
A primeira coisa que você precisa aprender
sobre resolução de
questões é que seu
foco deve estar no enunciado. A fim de
evitar distrações, leia primeiro o enunciado,
grife o trecho que traz o comando da
diz
claramente qual a pergunta que deverá
(VUNES-2013) É característica comum aos transtornos de personalidade
apresentar:
a) pouco interesse no estabelecimento de relações interpessoais.
b) comportamentos antissociais associados a doenças mentais de outra
natureza.
c) comportamento inflexível e invasivo que alcança várias situações pessoais
e sociais.
d) padrões de comportamentos estereotipados associados a lesões cerebrais.
e) um senso de ego inflado decorrente da baixa capacidade de introspecção.
Comentários: Segundo o DSM-IV-TR, o transtorno de personalidade
apresenta como característica, padrão persistente, inflexível e abrange uma
ampla gama de situações pessoais e sociais, além de provocar sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
O padrão é estável e de longa duração e seu início pode remontar a
adolescência ou ao começo da vida adulta. Não é melhor explicado como uma
manifestação ou consequência de outro transtorno mental, também não é
decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma substância.
Dessa forma, a assertiva que responde a questão é a alternativa: “c)
comportamento inflexível e invasivo que alcança várias situações
pessoais e sociais. ”
Gabarito: c
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TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE SEGUNDO A CID-10
Trata-se de distúrbios graves da constituição caracterológica e das tendências
comportamentais do indivíduo, não diretamente imputáveis a uma doença,
lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico. Estes
distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da personalidade,
acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização social;
aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de
modo duradouro na idade adulta.
Personalidade paranoica
Transtorno da personalidade caracterizado por uma sensibilidade excessiva
face às contrariedades, recusa de perdoar os insultos, caráter desconfiado,
tendência a distorcer os fatos interpretando as ações imparciais ou amigáveis
dos outros como hostis ou de desprezo; suspeitas recidivantes, injustificadas,
a respeito da fidelidade sexual do esposo ou do parceiro sexual; e um
sentimento combativo e obstinado de seus próprios direitos.
Personalidade esquizoide
Transtorno da personalidade caracterizado por um retraimento dos contatos
sociais, afetivos ou outros, preferência pela fantasia, atividades solitárias e a
reserva introspectiva, e uma incapacidade de expressar seus sentimentos e
a experimentar prazer.
Personalidade dissocial
Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações
sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre
o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não
é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas
punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de
descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a
culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um
comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.
 amoral
 anti-social
 associal
 psicopática
 sociopática
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Transtorno de personalidade com instabilidade emocional
Transtorno de personalidade caracterizado por tendência nítida a agir de
modo imprevisível sem consideração pelas consequências; humor
imprevisível e caprichoso; tendência a acessos de cólera e uma incapacidade
de controlar os comportamentos impulsivos; tendência a adotar um
comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros,
particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados.
Dois tipos podem ser distintos: o tipo impulsivo, caracterizado principalmente
por uma instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos; e o tipo
“borderline”, caracterizado além disto por perturbações da autoimagem, do
estabelecimento de projetos e das preferências pessoais, por uma sensação
crônica de vacuidade, por relações interpessoais intensas e instáveis e por
uma tendência a adotar um comportamento autodestrutivo, compreendendo
tentativas de suicídio e gestos suicidas.
Personalidade histriônica
Transtorno da personalidade caracterizado por uma afetividade superficial
e lábil, dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções,
sugestibilidade, egocentrismo, auto complacência, falta de consideração para
com o outro, desejo permanente de ser apreciado e de constituir-se no objeto
de atenção e tendência a se sentir facilmente ferido.
Personalidade anancástica
Transtorno da personalidade caracterizado por um sentimento de dúvida,
perfeccionismo, escrupulosidade, verificações, e preocupação com
pormenores, obstinação, prudência e rigidez excessivas. O transtorno pode
se acompanhar de pensamentos ou de impulsos repetitivos e intrusivos não
atingindo a gravidade de um transtorno obsessivo-compulsivo.
Personalidade ansiosa [esquiva]
Transtorno da personalidade caracterizado por sentimento de tensão e de
apreensão, insegurança e inferioridade. Existe um desejo permanente de ser
amado e aceito, hipersensibilidade à crítica e a rejeição, reticência a se
relacionar pessoalmente, e tendência a evitar certas atividades que saem da
rotina com um exagero dos perigos ou dos riscos potenciais em situações
banais.
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Personalidade dependente
Transtorno da personalidade caracterizado por: tendência sistemática a
deixar a outrem a tomada de decisões, importantes ou menores; medo de
ser abandonado; percepção de si como fraco e incompetente; submissão
passiva à vontade do outro (por exemplo de pessoas mais idosas) e uma
dificuldade de fazer face às exigências da vida cotidiana; falta de energia que
se traduz por alteração das funções intelectuais ou perturbação das emoções;
tendência frequente a transferir a responsabilidade para outros.
Outros transtornos específicos da personalidade
Personalidade:
 excêntrica
 imatura
 narcísica
 passivo-agressiva
 psiconeurótica
 tipo “haltlose”
Transtorno não especificado da personalidade
 Neurose de caráter SOE
 Personalidade patológica SOE
Difícil memorizar? Liste as características
por transtorno, em ordem alfabética!
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE SEGUNDO DALGALARRONDO
(2008).
Paranoide
1. Sensibilidade excessiva a rejeições e a contratempos
2. Tendência a guardar rancores persistentemente
3. Desconfiança excessiva e tendência exagerada a distorcer as experiências
por interpretar erroneamente as ações neutras ou amistosas de outros como
hostis ou depreciativas
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4. Obstinado senso de direitos pessoais e sensação de estar sendo injustiçado
em relação a esses direitos, em desacordo com a situação real
5. Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à fidelidade sexual
do parceiro
6. Tendência a experimentar autovalorização excessiva, manifesta por meio
de atitude persistente de auto referência.
7. Preocupação com explicações “conspiratórias”, sem fundamento em dados
reais
Esquizoide
1. Distanciamento afetivo, afeto embotado, aparente frieza emocional
2. Capacidade limitada para expressar sentimentos calorosos, ternos ou raiva
para com os outros
3. Indiferença aparente a elogios ou críticas
4. Poucas atividades produzem prazer
5. Pouco interesse em ter experiências sexuais com terceiro
6. Preferência quase invariável por atividades solitárias
7. Preocupação excessiva com fantasias e introspecção
8. Ausência de amigos íntimos ou de relacionamentos confidentes
9. Insensibilidade marcante em relação a normas e convenções sociais
Esquizotípica
1. Desconforto e incapacidade importante para ter relações interpessoais
íntimas
2. Frequentes ideais de auto referência (tudo o que acontece no mundo se
refere a ele)
3. Ideias e crenças estranhas, tendendo ao pensamento mágico
4. Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões corporais
5. Pensamento e discurso incomuns, estranhos, por exemplo, pensamento
vago, exageradamente metafórico, híper elaborado ou estereotipado
6. Ideação paranoide, indivíduo muito desconfiado
7. Afetos inapropriados ou muito reduzidos
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8. Comportamento e/ou aparência física (inclusive vestimenta) estranhos, os
pacientes parecem excêntricos ou muito peculiares
9. Ausência de amigos íntimos ou confidentes, além dos parentes de primeiro
grau
10. Ansiedade excessiva em situações sociais, que não diminui com a
familiaridade em relação a tal situação ou é colorida com ideação paranoide.
Antissocial (sociopatia)
1. Indiferença e insensibilidade pelos sentimentos alheios.
2. Irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais
3. Incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldade em
estabelecê-los
4. Muito baixa tolerância a frustrações e baixo limiar para descarga de
agressão, inclusive violência
5. Incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência,
particularmente com a punição
6. Propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações
plausíveis para o comportamento que gerou seu conflito com a sociedade
7. Crueldade e sadismo são frequentes nesse tipo de personalidade
QUESTÃO (FCC- 2012) Segundo o DSM-IV (301.7) o transtorno de
personalidade antissocial corresponde a padrão global de desrespeito e
violação dos direitos alheios, que ocorre desde 15 anos, sendo que o indivíduo
para ser identificado com este transtorno, tem que ter, no mínimo, a idade
de:
a) 30 anos
b) 16 anos
c) 25 anos
d) 21 anos
e) 18 anos
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Comentários: A característica essencial do transtorno de personalidade
antissocial de acordo com o DSM-IV é:
Padrão global de desrespeito e violação dos direitos alheios, que se manifesta
na infância ou no começo da adolescência e continua na idade adulta. Para
receber o diagnóstico, o indivíduo deve ter a idade mínima de 18 anos e ter
tido um histórico de alguns sintomas de Transtorno de Conduta antes dos 15
anos.
Observe que o manual não menciona expressamente que o padrão de
violação dos direitos alheios deve ocorrer desde os 15 anos, como refere no
enunciado da questão, mas sim, que o padrão de comportamento deve
iniciar-se na infância ou começo da adolescência, persistindo pela idade
adulta e que o indivíduo deve ter apresentado alguns sintomas de transtorno
de conduta antes dos 15 anos. Entretanto, no momento da prova não há a
possibilidade de discutir com a banca. Dessa forma, o que precisamos
saber é que para o diagnóstico, o indivíduo deve possuir a idade
mínima de 18 anos.
Então, a assertiva e responde claramente à questão.
Gabarito: e
Borderline (ou “emocionalmente instável”)
1. Instabilidade emocional intensa
2. Sentimentos crônicos de vazio
3. Relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em
curtos períodos de uma grande “paixão” ou “amizade” para “ódio” e “rancor”
profundos
4. Esforços excessivos para evitar abandono
5. Dificuldades sérias e instabilidade com relação à autoimagem, aos
objetivos e às preferências pessoais (inclusive a sexual)
6. Atos repetitivos de autolesão, envolvendo-se em atuações perigosas (como
guiar muito embriagado e velozmente, intoxicar-se com substâncias, etc.)
7. Atos suicidas repetitivos
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(FCC-2012) No transtorno de personalidade bordeline, o indivíduo apresenta
humor:
a) modulado pelo nível de gratificação imediata, porém sem risco mórbido.
b) estável e muitas vezes não se consegue não se consegue detectar riscos
eminentes.
c) constantemente melancólico e por vezes isto se confunde com a depressão
clássica.
d) predominantemente
esquizotípico.
irritadiço
e
isto
se
mistura
com
o
padrão
e) instável, muitas vezes sente-se vazio e corre grande risco de se matar.
Comentários: Antes de darmos início a resolução da questão, vale salientar
que em se tratando de transtornos de comportamento e de transtornos
mentais para fins de concursos públicos, é pertinente que nos reportemos à
Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, do
Compêndio de Psiquiatria, bem como do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-IV TR).
Dessa forma, vamos ao foco, que requer do candidato conhecimentos
concernentes ao transtorno de personalidade bordeline.
A assertiva “e) instável, muitas vezes sente-se vazio e corre grande
risco de se matar. ”
Responde acertadamente ao que pede a questão, (“No transtorno de
personalidade bordeline, o indivíduo apresenta humor”), fato descrito
tanto no CID-10 quanto no DSM-V.
De acordo com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento
da CID-10, um transtorno específico de personalidade é uma perturbação
grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do
indivíduo, usualmente envolvendo várias áreas da personalidade e quase
sempre associado à considerável ruptura pessoal e social.
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O transtorno de personalidade tende a aparecer no final da infância ou na
adolescência e continua a se manifestar na idade adulta. É, entretanto,
improvável que o diagnóstico de transtornos de personalidade seja
apropriado antes da idade de 16 ou 17 anos.
O CID-10 também assegura que essas condições não devem ser atribuídas à
lesão ou doença cerebral flagrante e nem a algum outro transtorno
psiquiátrico. Alguns critérios devem ser preenchidos para que o diagnóstico
seja confirmado.
Um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais,
autoimagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da
idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado
por cinco (ou mais) dos seguintes critérios:
(1) esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado.
(2) um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos,
caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e
desvalorização.
(3) perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da
autoimagem ou do sentimento de self.
(4) impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à
própria pessoa (por ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias,
direção imprudente, comer compulsivamente).
Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no
Critério 5.
(5) recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de
comportamento automutilante.
(6) instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (por
ex., episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente
durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias).
(7) sentimentos crônicos de vazio.
(8) raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por ex.,
demonstrações frequentes de irritação, raiva constante, lutas corporais
recorrentes).
(9) ideação paranoide transitória e relacionada ao estresse ou severos
sintomas dissociativos.
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Já o DSM-V aponta que o transtorno de personalidade é um padrão
persistente de experiência interna e comportamento que se desvia
acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão
manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas:
1. Cognição, formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e
eventos).
2. Afetividade, variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta
emocional).
3. Funcionamento interpessoal.
4. Controle de impulsos.
B. O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de
situações pessoais e sociais.
C. O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
D. O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo
menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta.
No tipo borderline, várias das características de instabilidade
emocional estão presentes. Em adição a autoimagem, objetivos e
preferências internas (incluindo a sexual) do paciente são com
frequência pouco claros ou perturbadores. Há, em geral, sentimentos
crônicos de vazio. Uma propensão a se envolver em relacionamentos
intensos e instáveis pode causar repetidas crises emocionais e pode
estar associada com esforços repetitivos para evitar o abandono e
uma série de ameaças de suicídios ou atos de autolesão.
Gabarito: e
Personalidade tipo impulsivo
1. Tendência marcante
consequências
a
agir
2. Instabilidade afetiva intensa
3. Acessos de raiva intensa
4. Explosões comportamentais
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impulsivamente,
sem
considerar
as
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Personalidade histriônica
1. Dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções
2. Sugestionabilidade aumentada, facilmente influenciado por outros ou pelas
circunstâncias
3. Afetividade superficial, pueril e lábil
4. Busca contínua de atenção e apreciação pelos outros, quer ser o centro
das atenções
5. Sedução inapropriada em aparência (vestimenta, maquiagem, etc.) e
comportamento
6. Erotização de situações não estritamente eróticas (consulta ao dentista,
audiência com o juiz, etc.)
7. Infantilidade, tendência a reações infantis, pouca tolerância à frustração
VAMOS NESSA!
(CEC-2014) Tendo como base o DSM – IV (Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais), sobre o Transtorno de Personalidade Histriônica, é
INCORRETO afirmar:
a) Os indivíduos com este transtorno geralmente exigem admiração
excessiva. Sua autoestima é, quase invariavelmente, muito frágil.
b) Os indivíduos com este transtorno muitas vezes têm relacionamentos
deficientes com amigos do mesmo sexo, porque seu estilo interpessoal
sexualmente provocante pode parecer uma ameaça aos relacionamentos dos
amigos
c) Indivíduos com esse transtorno fazem esforços frenéticos no sentido de
evitar um abandono real ou imaginário. A percepção da iminência de
separação ou rejeição ou perda da estrutura externa pode ocasionar
profundas alterações na autoimagem, no afeto, na cognição e no
comportamento.
d) É característico deste Transtorno de Personalidade uma constante
dramaticidade, teatralidade e expressão emocional exagerada.
e) Um estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de
detalhes, bem como a sugestionabilidade são alguns dos critérios
diagnósticos do Transtorno de Personalidade Histriônica.
Gabarito: c
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Personalidade narcisista
1. O indivíduo apresenta senso grandioso (e irreal) da importância de sua
pessoa. Julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido como superior,
sem que tenha feito algo concreto para isso
2. Muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder, brilho,
beleza ou de um amor ideal
3. Acha-se excepcionalmente “especial” e “único”, acreditando que só
pessoas ou instituições também excepcionalmente especiais ou únicas podem
estar à sua altura
4. Requer admiração excessiva
5. Tende a ser “explorador” nas relações interpessoais, buscando vantagens
sobre os outros para atingir o seu fim ou sucesso pessoal
6. Sem empatia pelas pessoas comuns
7. Frequentemente invejoso dos outros ou do sucesso alheio; acha sempre
que os outros têm inveja dele
8. Frequentemente arrogante
Personalidade anancástica ou obsessiva
1. Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordem, organização
ou esquemas
2. Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas
3. Dúvidas excessivas sobre assuntos irrelevantes
4. Cautela demasiada
5. Rigidez e teimosia
6. Insistência incomum para que os outros submetam-se exatamente à sua
maneira de fazer as coisas
7. Excesso e escrúpulos e preocupação indevida com detalhes da vida
8. A rigidez impede ou anula o prazer nas relações interpessoais
9. Adesão excessiva às convenções sociais e certo pedantismo
Personalidade ansiosa ou de evitação
1. Estado constante de tensão e apreensão
2. Crença de ser socialmente incapaz, desinteressante ou inferior aos outros
3.Preocupação ou medo excessivo em ser criticado ou rejeitado
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4. Restrições na vida diária devido à necessidade de segurança física ou
psíquica
5. Evitarão de atividades sociais e ocupacionais que envolvam contato
interpessoal significativo, principalmente por medo de críticas, desaprovação
ou rejeição.
Personalidade dependente
1. Subordinação das próprias necessidades e desejos àqueles dos outros dos
quais é dependente
2. Solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as
decisões importantes em sua vida pessoal
3. Sentimento de desamparo quando sozinho por causa de medo exagerado
de ser incapaz de se cuidar
4. Preocupação e/ou medo exagerado de ser abandonado pela (s) pessoa (s)
da(s) qual(is) depende
5. Capacidade limitada de tomar decisões cotidianas sem excesso de
conselhos e reasseguramento pelos outros.
6. Relutância em fazer exigências ainda que razoáveis à (s) pessoa (s) da (s)
qual (is) depende.
3. TRANSTORNOS ANSIOSOS
Ansiedade generalizada
O quadro de ansiedade generalizada caracteriza-se pela presença de
sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por pelo menos seis
meses. A pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada.
Nesses quadros, são frequentes sintomas como insônia, dificuldade em
relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada.
As crises de pânico são crises intensas de ansiedade, nas quais ocorre
importante descarga do sistema nervoso autônomo. Assim, ocorrem
sintomas como: batedeira ou taquicardia, suor frio, tremores, desconforto
respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamentos em membros
e/ou lábios. Nas crises intensas, os pacientes podem experimentar diversos
graus da chamada despersonalização. Essa se revela como sensação de a
cabeça ficar leve, de o corpo ficar estranho, sensação de perda do controle,
estranhar-se a si mesmo. Pode ocorrer também a desrealização (sensação
de que o ambiente, antes familiar, parece estranho, diferente, não-familiar).
Além disso, ocorre com frequência nas crises de pânico um considerável medo
de ter um ataque do coração, um infarto, de morrer e/ou enlouquecer. As
crises são de início abrupto (chegam ao pico em 5 a 10 minutos) e de curta
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duração (duram geralmente não mais que uma hora). São muitas vezes
desencadeadas por determinadas condições, como: aglomerados humanos,
ficar “preso” (ou com dificuldade para sair) em congestionamentos no
trânsito, supermercados com muita gente, shopping centers, situações de
ameaça, etc. (Costa Pereira, 1997).
Despersonalização
si mesmo
Desrealização
ambiente
Denomina-se o quadro de transtorno de pânico caso as crises sejam
recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises,
preocupações sobre possíveis implicações da crise (perder o controle, ter um
ataque cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo significativo. A
síndrome do pânico pode ou não ser acompanhada de agorafobia, ou seja,
fobia de lugares amplos e aglomerações (Nardi; Valença, 2005)
Transtorno de Ansiedade Generalizada-TAG- DSM-V Ansiedade e
preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos
dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais
como desempenho escolar ou profissional).
O indivíduo considera difícil controlar a preocupação e a ansiedade e a
preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas
(com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis
meses).
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono
insatisfatório e inquieto).
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(FCC-2012) Em relação ao Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), é
correto afirmar que:
a) a ansiedade não é persistente.
b) o aparecimento de sintomas depressivos transitórios descarta o
diagnóstico.
c) é mais comum em mulheres.
d) não há associação a estressores ambientais crônicos.
e) é mais comum entre pessoas de classes sociais altas.
Gabarito: c
As características essenciais do transtorno de ansiedade
generalizada são ansiedade e preocupação excessivas
(expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou
atividades. A intensidade, duração ou frequência da
ansiedade e preocupação é desproporcional à
probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado.
O indivíduo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que
pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão. Já
as crianças com o transtorno tendem a se preocupar excessivamente com
sua competência ou a qualidade de seu desempenho.
Várias características distinguem o transtorno de ansiedade generalizada da
ansiedade não patológica. Primeiro, as preocupações associadas ao
transtorno de ansiedade generalizada são excessivas e geralmente interferem
de forma significativa no funcionamento psicossocial, enquanto as
preocupações da vida diária não são excessivas e são percebidas como mais
manejáveis, podendo ser adiadas quando surgem questões mais prementes.
Segundo, as preocupações associadas ao transtorno de ansiedade
generalizada são mais disseminadas, intensas e angustiantes; têm maior
duração; e frequentemente ocorrem sem precipitantes. Quanto maior a
variação das circunstâncias de vida sobre as quais a pessoa se preocupa
(finanças, segurança dos filhos, desempenho no trabalho), mais
provavelmente seus sintomas satisfazem os critérios para transtorno de
ansiedade generalizada. Terceiro, as preocupações diárias são muito menos
prováveis de ser acompanhadas por sintomas físicos, inquietação ou
sensação de estar com os nervos à flor da pele).
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Os indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento
subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo relacionado ao
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua
vida.
A ansiedade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos três dos
seguintes sintomas adicionais: inquietação ou sensação de estar com os
nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade de concentrar-se ou
sensações de "branco" na mente, irritabilidade, tensão muscular, perturbação
do sono, embora apenas um sintoma adicional seja exigido para crianças.
(IBFC-2016) Assinale a alternativa incorreta:
a)O psicólogo deve diferenciar características de personalidade depressivas
de sintomas depressivos.
b)A depressão é um fenômeno frequente na sociedade, e o tratamento
medicamentoso é o primeiro procedimento terapêutico a ser utilizado.
c)Quando há risco de suicídio, a notificação e atendimento multidisciplinar
são fundamentais.
d) Há uma alta correlação entre depressão e sintomas ansiosos.
Gabarito: b
4. TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT)
A característica essencial do transtorno de estresse pós-traumático é o
desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição a um ou mais
eventos traumáticos. A apresentação clínica do TEPT varia. Em alguns
indivíduos, sintomas de revivência do medo, emocionais e comportamentais
podem predominar. Em outros, estados de humor anedônicos ou disfóricos e
cognições negativas podem ser mais perturbadores. Em alguns outros, a
excitação e sintomas reativos externalizantes são proeminentes, enquanto
em outros, sintomas dissociativos predominam. Por fim, algumas pessoas
exibem combinações desses padrões de sintomas.
Os eventos traumáticos sofridos diretamente incluem, mas não se limitam a,
exposição a guerra como combatente ou civil, ameaça ou ocorrência real de
agressão física (ataque físico, assalto, furto, abuso físico infantil), ameaça ou
ocorrência real de violência sexual (penetração sexual forçada, penetração
sexual facilitada por álcool/droga, contato sexual abusivo, abuso sexual sem
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contato, tráfico sexual), sequestro, ser mantido refém, ataque terrorista,
tortura, encarceramento como prisioneiro de guerra, desastres naturais ou
perpetrados pelo homem e acidentes automobilísticos graves.
Para crianças, eventos sexualmente violentos podem incluir experiências
sexuais inapropriadas em termos do estágio de desenvolvimento sem
violência física ou lesão. Uma doença potencialmente fatal ou uma condição
clínica debilitante não são consideradas necessariamente eventos
traumáticos.
A exposição indireta por ter conhecimento do evento está limitada a
experiências que afetam parentes ou amigos próximos e experiências
violentas ou acidentais ( morte por causas naturais não se qualifica). Esses
eventos incluem ataque pessoal violento, suicídio, acidente grave e lesão
grave.
O transtorno pode ser especialmente grave ou duradouro quando o estressor
é interpessoal e intencional (tortura, violência sexual). O evento traumático
pode ser revivenciado de diversas maneiras. É comum que a pessoa tenha
lembranças recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento.
(CONSULPLAN–2014) Dentro dos fatores sociais na anormalidade, o autor
Cordioli (2008) menciona “um tipo de transtorno que é uma condição clínica
primária, com uma prevalência geral na população de 68%, sendo
considerado o quarto transtorno mental mais comum. A presença desse
quadro é um fator de risco à manifestação de outros transtornos mentais,
sobretudo transtornos de ansiedade, humor e abuso de substâncias." Os
dados mencionados anteriormente referem-se ao transtorno
a) bipolar.
b) do pânico.
c) somatoforme.
d) de estresse pós‐traumático.
Gabarito: d
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RETOMANDO...
As lembranças intrusivas no TEPT são distintas das ruminações depressivas
no sentido de que só se aplicam a recordações angustiantes involuntárias e
intrusivas. A ênfase é nas lembranças recorrentes do evento, as quais
normalmente incluem componentes comportamentais sensoriais, emocionais
ou fisiológicos.
Um sintoma comum de revivência são sonhos angustiantes que repetem o
evento em si ou são representativos ou relacionados tematicamente às
ameaças principais envolvidas no evento traumático.
A pessoa pode sofrer estados dissociativos que duram desde alguns segundos
até várias horas ou até mesmo dias, durante os quais aspectos do evento são
revividos e a pessoa se comporta como se o evento estivesse ocorrendo
naquele momento. Esses eventos ocorrem em um continuum desde intrusões
visuais ou sensoriais breves de parte do evento traumático sem perda de
senso de realidade até a perda total de percepção do ambiente ao redor.
Esses episódios, conhecidos como flashbacks, são geralmente breves, mas
Transtorno de Estresse Pós-traumático podem estar associados a sofrimento
prolongado e excitação elevada.
No caso de crianças pequenas, a reencenação de eventos relacionados ao
trauma pode aparecer na brincadeira ou em estados dissociativos.
Frequentemente ocorre sofrimento psicológico intenso ou reatividade
fisiológica quando o indivíduo é exposto a eventos precipitadores que se
assemelham a ou simbolizam algum aspecto do evento traumático (dias
ventosos depois de um furacão; ver alguém parecido com o criminoso).
O TEPT é com frequência caracterizado por hipersensibilidade a ameaças
potenciais, incluindo as relacionadas à experiência, traumática (depois de um
acidente automobilístico, ficar especialmente sensível à ameaça potencial
representada por carros ou caminhões) e as não relacionadas ao evento
traumático (medo de sofrer infarto agudo do miocárdio).
Indivíduos com TEPT podem mostrar-se bastante reativos a estímulos
inesperados, exibindo uma resposta de sobressalto intensa ou
tensão/nervosismo a ruídos elevados ou movimentos inesperados (pulando
de susto em resposta ao toque de um telefone).
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Dificuldades de concentração, incluindo dificuldade para lembrar de eventos
diários (esquecer o número do próprio telefone) ou participar de tarefas que
exigem concentração.
Problemas para iniciar e manter o sono são comuns e podem estar associados
a pesadelos e preocupações com a segurança ou a hiperexcitação
generalizada, que interfere no sono adequado. Alguns indivíduos também
sofrem sintomas dissociativos persistentes de distanciamento do próprio
corpo (despersonalização) ou do mundo ao redor (desrealização); isso se
reflete no especificador "com sintomas dissociativos".
Incluem exposição subsequente a lembranças desagradáveis repetidas,
eventos de vida adversos subsequentes e perdas financeiras ou outras perdas
relacionadas ao trauma. O apoio social (incluindo estabilidade familiar para
crianças) é um fator protetor que modera a evolução depois do trauma.
5.
TRANSTORNO
SOMATOFORMES
PSICOSSOMÁTICOS (DSM-IV)
E
TRANSTORNOS
Transtorno de Sintomas Somáticos (DSM-V)
O transtorno de sintomas somáticos e outros transtornos com sintomas
somáticos proeminentes constituem uma nova categoria no DSM-5
denominada transtorno de sintomas somáticos e transtornos relacionados.
Inclui os diagnósticos de transtorno de sintomas somáticos, transtorno de
ansiedade de doença, transtorno conversivo (transtorno de sintomas
neurológicos funcionais), fatores psicológicos que afetam outras condições
médicas, transtorno factício, outro transtorno de sintomas somáticos e
transtorno relacionado especificado e transtorno de sintomas somáticos e
transtorno relacionado não especificados.
O termo do DSM-IV transtornos somatoformes era confuso e foi substituído
por transtorno de sintomas somáticos e transtornos relacionados. No DSMIV, havia grande sobreposição entre os transtornos somatoformes e falta de
clareza acerca das fronteiras dos diagnósticos. Embora indivíduos com esses
transtornos se apresentem essencialmente em contextos gerais de saúde e
não mentais, médicos não psiquiatras consideravam os diagnósticos
somatoformes do DSM-IV difíceis de entender e usar.
A classificação atual do DSM-5 reconhece tal sobreposição ao reduzir o
número total de transtornos, bem como suas subcategorias.
A essência desses transtornos é o sintoma físico sem base médica
constatável, persistência nas queixas, apesar de repetidos achados negativos
e de reasseguramentos pelos médicos de que elas não têm fundamento
clínico. Pode acontecer também da pessoa ter uma doença física
fundamentada, mas com queixas exageradas que não justificam o problema
que têm. Esses casos com certeza são mais complicados e confundem os
médicos. Observa-se também uma forte recusa por parte do paciente de
admitir que seu problema seja psicológico, mesmo quando há um evento
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estressante na sua vida.
constantemente, possuem
suas histórias são tão
personalidade podem estar
Estes pacientes tendem a trocar de médico
intermináveis listas de exames e medicações;
longas quanto complicadas. Transtornos de
associados.
A característica comum dos Transtornos Somatoformes é a presença de
sintomas físicos que sugerem uma condição médica geral (daí, o termo
somatoforme), porém não são completamente explicados por uma condição
médica geral, pelos efeitos diretos de uma substância ou por um outro
transtorno mental.
Os sintomas devem causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes. Em
comparação com os Transtornos Factícios e a Simulação, os sintomas físicos
não são intencionais (isto é, não estão sob o controle voluntário).
Os Transtornos Somatoformes diferem dos Fatores Psicológicos que Afetam
a Condição Médica, na medida em que não existe uma condição médica geral
diagnosticável que explique plenamente os sintomas físicos.
ATENTE AOS SIGNIFICADO:
Somatoforme, ou Somatomorfo
Toda patologia psíquica que se faz representar no orgânico através de
sintomas compatíveis ou não com a patologia clínica, com a anatomia ou com
a fisiologia.
Somatização
Quando a parte física envolvida diz respeito aos órgãos e sistemas (coração,
muscular, respiratório, genital...)
Conversão
Quando a parte física envolvida diz respeito à comunicação corporal da
pessoa (cinco sentidos, musculatura, coordenação...)
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Dissociação
Quando a parte envolvida diz respeito ao próprio psiquismo (confusão mental,
delírios, desorientação...)
Psicossomática
Doenças determinadas, agravadas ou desencadeadas por razões emocionais
com alterações orgânicas constatáveis (asma, hipertensão, dermatites,
diabetes...) Ballone.GJ ( 2001).
Transtorno Conversivo DSM-IV (Transtorno de Sintomas Neurológicos
Funcionais), segundo o DSM-V.
• Presença de sintomas somáticos associados a sofrimento e prejuízo
significativo; • O que distingue o paciente não é o sintoma somático, mas a
maneira que ele se apresenta e é interpretado. • Fatores associados: •
Vulnerabilidade genética e biológica; • Experiências traumáticas precoces; •
Aprendizado; • Questões culturais e sociais.
O Transtorno Conversivo envolve sintomas ou déficits inexplicáveis que
afetam a função motora ou sensorial voluntária, sugerindo uma condição
neurológica ou outra condição médica geral. Presume-se uma associação de
fatores psicológicos com os sintomas e déficits.
Transtorno de Somatização- Historicamente chamado de histeria ou
síndrome de Briquet) é um transtorno polissintomático que inicia antes dos
30 anos, estende-se por um período de anos e é caracterizado por uma
combinação de dor, sintomas gastrintestinais, sexuais e pseudoneurológicos.
Esse transtorno caracteriza-se por múltiplas, recorrentes, frequentes,
mutáveis e prolongadas queixas de sintomas físicos sem uma base médica
constatável. A principal diferença entre esse transtorno e a
hipocondria é a atitude do paciente. Na hipocondria o paciente revela
uma intensa preocupação e sofrimento com algum problema sério; na
somatização o paciente queixa-se de seus sintomas, mas não possui a mesma
crença e temor do hipocondríaco. Antes dos pacientes com somatizações
procurarem um psiquiatra eles passam anos mudando de clínicos, procurando
diversos médicos e fazendo vários exames.
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Qualquer área do corpo pode estar afetada, mas as queixas mais comuns
estão centralizadas no tubo digestivo com dores, eructações, regurgitações,
vômitos e náuseas; queixas dermatológicas e sexuais. Como o paciente
recusa-se a aceitar que nenhuma disfunção foi descoberta pelos exames e
consultas, acaba tendo desavenças com as pessoas próximas.
Frequentemente outros distúrbios psiquiátricos estão associados como
depressão e ansiedade. Uma das consequências são as indisposições de
ânimo geradas em quem está próximo, pois com o tempo se cansam de tanto
ouvirem as mesmas queixas.
(FCC-2015) Segundo a Classificação de Transtornos Mentais da CID-10,
esse transtorno conta com os seguintes aspectos principais: sintomas físicos
múltiplos, recorrentes e frequentemente mutáveis os quais em geral têm
estado presentes por vários anos antes que o paciente seja encaminhado
para um psiquiatra. A maioria dos pacientes tem uma longa e complicada
estória de contato com serviços medidos tanto primários quanto
especializados, durante a qual muitas investigações negativas ou operações
infrutíferas podem ter sido realizadas. Trata-se do transtorno de
a) obsessão.
b) somatização.
c) dissociação.
d) fóbico-ansioso
e) pânico.
Gabarito: b
Hipocondria
É a crença persistente na presença de pelo menos uma doença física grave,
progressiva, com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais
e consultas com vários médicos assegurem que nada exista.
Os hipocondríacos normalmente sentem-se injustiçados e incompreendidos
pelos médicos e parentes que não acreditam em suas queixas: eles levam
seus argumentos a sério e irritam-se com o descaso. Por outro lado, resistem
em ir ao psiquiatra sentindo-se até ofendidos com tal sugestão, quando não
há suficiente diálogo com o clínico. Os hipocondríacos podem ser enfadonhos
por repetirem constantemente suas queixas, além de serem prolixos nas suas
explicações.
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Não se conhece medicação específica para hipocondria, mas acredita-se que
psicoterapia pode ajudar quando iniciada com até três anos da sintomatologia
instalada.
É necessário que um psiquiatra converse com o paciente hipocondríaco para
investigar a possível concomitância com outros transtornos de ansiedade
como o pânico ou a depressão que podem levar a hipocondria. Há também
casos de psicoses com alucinações ou delírios corporais.
Transtorno Somatoforme Indiferenciado caracteriza-se por queixas
físicas inexplicáveis, com duração mínima de 6 meses, abaixo do limiar para
um diagnóstico de Transtorno de Somatização.
Transtorno Doloroso caracteriza-se por dor como foco predominante de
atenção clínica. Além disso, presume-se que fatores psicológicos têm um
importante papel em seu início, gravidade, exacerbação ou manutenção.
A queixa predominante é de dor persistente, grave e angustiante, a qual não
pode ser plenamente explicada por nenhum processo fisiológico ou por um
transtorno físico. Geralmente existe um fator psicológico associado. Depois
de descartada a possibilidade de uma causa física, a investigação das
circunstâncias de vida da pessoa pode revelar ganhos que o paciente obtém
com a queixa persistente de dor. O transtorno doloroso não é uma invenção,
existe, não como uma origem inflamatória, mas por algum mecanismo ainda
pouco conhecido que opera na mente destas pessoas. Deve-se, portanto,
viver a solidariedade distante, ou seja, estar do lado do paciente sempre,
mas sabendo que ele pode usar de suas queixas para obter ganhos e
manipular quem está próximo.
Transtorno Dismórfico Corporal é a preocupação com um defeito
imaginado ou exagerado na aparência física.
Transtorno de Somatização Sem Outra Especificação é incluído para a
codificação de transtornos com sintomas somatoformes que não satisfazem
os critérios para qualquer um dos Transtornos Somatoformes.
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DE VOLTA AO FOCO!
6. TRANSTORNOS DE HUMOR
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais
da Associação Psiquiátrica Americana DSM IV (2000) a seção relativa aos
transtornos de humor inclui aqueles quadros que têm como característica
predominante uma perturbação importante no humor.
A seção está dividida em três partes. A primeira descreve episódios de humor
relativos à depressão como: episódio depressivo maior, episódio
maníaco, episódio misto e episódio hipomaníaco. Estes episódios não
têm seus próprios códigos diagnósticos nem podem ser diagnosticados como
entidades distintas: entretanto, eles servem de “blocos de construção” para
o diagnóstico dos transtornos. A segunda parte descreve os transtornos de
humor relativos ao: transtorno depressivo maior, transtorno distímico e
transtorno bipolar I.
O conjunto de critérios para a maior parte dos transtornos de humor exige
presença ou ausência dos episódios de humor descritos acima. A terceira
parte compreende os especificadores que descrevem o episódio de humor
mais recente ou curso de episódios recorrentes.
Os transtornos de humor estão divididos em transtornos depressivos,
transtornos bipolares e dois transtornos baseados na etiologia – transtorno
de humor devido a uma condição médica geral, que se refere a uma
depressão decorrente de uma problemática orgânica e transtorno de humor
induzido por substância.
Os transtornos depressivos (a saber, transtorno depressivo maior,
transtorno
distímico
e
transtorno
depressivo
sem
outra
especificação) são diferenciados dos transtornos bipolares pelo fato de
haver uma história de jamais ter tido um episódio maníaco, misto ou
hipomaníaco.
Já os transtornos bipolares (transtorno bipolar I, transtorno bipolar
II, transtorno ciclotímico e transtorno bipolar sem outra
especificação) envolvem a presença (ou história) de episódios maníacos
episódios mistos ou episódios hipomaníacos, geralmente acompanhados pela
presença (ou história) de episódios depressivos maiores.
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a) O transtorno depressivo maior consiste por um ou mais episódios
depressivos maiores (isto é, pelo menos duas semanas de humor deprimido
ou perda de interesse, acompanhado pelo menos quatro sintomas adicionais
da depressão).
b) O transtorno distímico se faz necessário observar por pelo menos 2 anos
de humor deprimido na maior parte do tempo, acompanhado ainda por
sintomas depressivos adicionais que não satisfazem os critérios para um
episódio de depressão maior.
c) O transtorno depressivo sem outra especificação é incluído para a
codificação de transtornos com características depressivas que não
satisfazem os critérios para transtorno depressão maior, depressão distímico,
transtorno de ajustamento com humor deprimido ou transtorno de
ajustamento misto de ansiedade e depressão (ou sintomas depressivos
acerca dos quais existem informações inadequadas ou contraditórias).
d) O transtorno bipolar I é caracterizado por um ou mais episódios
maníacos ou mistos, geralmente acompanhados por episódios depressivos
maiores.
e) O transtorno bipolar II caracteriza-se por um ou mais episódios
depressivos maiores acompanhados por pelo menos um episódio
hipomaníaco.
f) O transtorno ciclotímico é caracterizado por pelo menos 2 anos com
numerosos períodos de sintomas hipomaníacos que não satisfazem os
critérios para um episódio maníaco e numerosos períodos de sintomas
depressivos que não satisfazem os critérios para um episódio depressivo
maior.
g) O transtorno de humor devido a uma condição médica geral é
caracterizado por uma perturbação proeminente e persistente do humor,
considerada uma consequência fisiológica direta de uma condição médica
geral.
O Transtorno Bipolar I é caracterizado por um ou mais Episódios Maníacos
ou Mistos, geralmente acompanhados por Episódios Depressivos Maiores.
O Transtorno Bipolar II caracteriza-se por um ou mais Episódios
Depressivos Maiores, acompanhado por pelo menos um Episódio
Hipomaníaco.
O Transtorno Bipolar Sem Outra Especificação é incluído para a
codificação de transtornos com aspectos bipolares que não satisfazem os
critérios para qualquer dos Transtornos Bipolares específicos definidos nesta
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seção (ou sintomas bipolares acerca dos quais há informações inadequadas
ou contraditórias).
Um Transtorno do Humor Devido a uma Condição Médica Geral é
caracterizado por uma perturbação proeminente e persistente do humor,
considerada uma consequência fisiológica direta de uma condição médica
geral.
Um Transtorno do Humor Induzido por Substância caracteriza-se por
uma perturbação proeminente e persistente do humor, considerada uma
consequência fisiológica direta de uma droga de abuso, um medicamento,
outro tratamento somático para a depressão ou exposição a uma toxina.
O Transtorno do Humor Sem Outra Especificação é incluído para a
codificação de transtornos com sintomas de humor que não satisfazem os
critérios para qualquer Transtorno do Humor específico, e nos quais é difícil
escolher entre Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação e Transtorno
Bipolar Sem Outra Especificação (agitação aguda).
(AOCP-2012) De acordo com o tema utilizado para determinado quadro de
psicopatologia, assinale a alternativa correta no que se refere ao quadro de
Transtorno de Humor.
a) Os termos mania unipolar ou mania eufórica são por vezes usados para os
pacientes bipolares que apresentam episódios depressivos.
b) O diagnóstico para transtorno de humor é feito quando uma pessoa exibe
delírios não-bizarros de pelo menos um mês de duração que não podem ser
atribuídos a outros transtornos psiquiátricos.
c) Transtorno de humor exclui alterações de humor.
d) O transtorno de humor é semelhante à esquizofrenia, exceto pelo motivo
de seus sintomas durarem pelo menos um mês e menos de seis.
e) Pacientes afligidos somente por episódios depressivos maiores têm
transtorno depressivo maior ou depressão unipolar.
Gabarito: e
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7. TRANSTORNOS FÓBICOS
Transtornos Fóbico-Ansiosos compõem um grupo de transtornos nos
quais uma ansiedade intensa é desencadeada por situações determinadas e
que não representam algum perigo real. Por esse motivo estas situações
fóbicas são evitadas ou suportadas com muito temor ou angústia. As
preocupações da pessoa podem se manifestar com sintomas como
palpitações, falta de ar, tremores, extremidades frias, etc, ou uma impressão
de desmaio. Frequentemente este tipo de ansiedade se associa com medo de
morrer, de vir a passar muito mal, de perder o autocontrole ou de ficar louco.
O Transtorno Fóbico-Ansioso se caracteriza, exatamente, pela prevalência
da Fobia, sintoma, entre os demais sintomas de ansiedade, ou seja, um medo
anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou situação
específica.
Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos destacam-se três tipos:



Agorafobia;
Fobia Social;
Fobia Específica.
Em todos os Transtornos Fóbico-Ansiosos pode ocorrer uma ansiedade de
antecipação, fazendo com que o quadro ansioso apareça antes mesmo da
pessoa deparar-se, de fato, com a situação de medo, ou seja, no caso do
indivíduo pressentir a necessidade de se deparar com a situação de sua fobia.
Invariavelmente, até para uma questão de se firmar o diagnóstico, o paciente
fóbico deve reconhecer a irracionalidade e o absurdo de seu medo, concorda
com a anormalidade de seus sentimentos, mas, mesmo assim, percebe-se
impotente em combatê-los.
Agorafobia
A característica essencial da Agorafobia é uma ansiedade que aparece
quando a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali
(escapar) poderia ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em
situações nas quais um auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha
a passar mal.
A Ansiedade agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer
diante da simples possibilidade de ter que enfrentar determinadas situações.
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Essa Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas
situações causadoras da fobia. Tais situações podem incluir:




estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa;
estar em meio a uma multidão;
viajar de automóvel, ônibus ou avião;
estar em uma ponte ou lugar alto.
O DSM-IV recomenda como critérios para o diagnóstico da Agorafobia
o seguinte:

Ansiedade por estar em locais ou situações de onde possa ser difícil
(ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível,
na eventualidade de ter um ataque de Pânico ou de sintomas tipo
pânico. Os medos agorafóbicos tipicamente envolvem situações, que
incluem: estar fora de casa desacompanhado; estar em meio a uma
multidão ou permanecer em uma fila; estar em uma ponte; viajar de
ônibus, trem ou automóvel.

As situações capazes de desencadear o medo fóbico são evitadas
(viagens, elevadores, aviões) ou suportadas com acentuado
sofrimento, notadamente com severa ansiedade sobre a possibilidade
de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico. Para tais situações
os pacientes exigem companhia.

A ansiedade, evitação ou esquiva agorafóbica não é mais bem
explicada por um outro transtorno emocional, tais como Fobia Social
(a esquiva se limita a situações sociais pelo medo do embaraço), Fobia
Específica ( a esquiva se limita a uma única situação, como
elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (esquiva à sujeira, em
alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno de Estresse
Pós-Traumático ( esquiva de estímulos associados com um estressor
severo) ou Transtorno de Ansiedade de Separação (esquiva a afastarse do lar ou de parentes).

O diagnóstico diferencial para se distinguir os quadros de Agorafobia,
Fobia Social, Fobia Específica e Transtorno de Ansiedade de Separação
pode ser difícil, uma vez que todas essas condições se caracterizam
pelo afastamento e evitação de situações específicas. Clínica e
terapeuticamente falando, entretanto, tal dificuldade parece não ter a
mínima importância, devido ao fato do tratamento médico-psiquiátrico
ser, basicamente, o mesmo para todos esses casos.
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Fobia social
O início da Fobia Social ocorre precocemente no curso da vida. A idade mais
comum é ao redor dos 15 anos, e 90% dos pacientes iniciam seu quadro
antes dos 25 anos.
As características clínicas que distinguem a Fobia Social de outros transtornos
de ansiedade são: início na adolescência (ao redor dos 14 aos 16 anos),
incapacitação restrita a situações sociais, enrubescimento facial, precipitação
por situações sociais, cognições (interpretações) únicas e distorcidas. Quanto
mais precoce for o início, pior o prognóstico. O curso tende a ser crônico e
contínuo.
A Fobia Social está centrada em torno de um medo de expor-se a outras
pessoas e tem como consequência o afastamento e evitamento sociais. Esse
tipo de fobia pode se referir a situações específicas, como comer ou falar em
público, ou pode ser mais difusa, envolvendo quase todas as circunstâncias
sociais fora do ambiente familiar.
Entre as situações fóbicas sociais que resultam em evitação destaca-se o
medo de humilhação e embaraço diante de outras pessoas, o medo de comer
em público, falar em público, urinar em banheiro público e, muito
frequentemente, de assinar cheques à vista de pessoas estranhas.
Na Fobia Social a exposição à situação social ou de desempenho provoca,
quase invariavelmente, uma resposta imediata de ansiedade, a qual pode
assumir a forma de um Ataque de Pânico ligado à situação ou predisposto
pela situação.
Diretrizes e Critérios de Diagnóstico para Transtorno Fóbico Social:





os sintomas psicológicos, comportamentais e autossômicos (do
Sistema Nervoso Autônomo, tais como, palpitações, falta de ar,
tremores, extremidades frias, sufocação, mal estar no peito,
etc.)devem vir da ansiedade e não secundários à outros quadros
mentais;
a ansiedade deve ser restrita e/ou predominar em situações sociais;
a evitação das situações fóbicas deve ser proeminente;
o comportamento de evitação deve interferir nas atividades sociais ou
no relacionamento interpessoal;
a pessoa reconhece que seu medo é irracional e excessivo.
O prejuízo na atividade social de pessoas portadoras da Fobia Social pode
chegar ao extremo do isolamento. Nas situações sociais ou de desempenho
temidas, os indivíduos com Fobia Social experimentam preocupações acerca
de embaraço e temem que outros os considerem ansiosos, débeis, "malucos"
ou estúpidos. O medo de falar em público pode ser em virtude da
preocupação de que os outros percebam o tremor em suas mãos ou voz.
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Podem ainda experimentar extrema ansiedade ao conversar com outras
pessoas pelo medo não saberem se expressar.
Os estudos epidemiológicos identificaram 2 tipos de Fobia Social:
1 - O tipo Específico ou não generalizado, o qual é o mais conhecido e
usualmente restrito a poucas situações sociais, sendo a mais comum o medo
de falar em público. A Fobia Social restrita à fala, ou condições mais
reservadas, corresponde à classificação pela DSM-IV de Fobia Social não
Generalizada.
2 - O outro tipo é a Fobia Social Complexa ou Fobia Social Generalizada. Ao
contrário da anterior, esta forma complexa é, habitualmente, mais
incapacitante, familiar e de longa duração, é mais grave e corresponde à
grande maioria dos pacientes tratados em clínicas especializadas.
Apesar de ser um transtorno comum, os pacientes são muito relutantes em
buscar tratamento especializado, o que acaba acontecendo muito
tardiamente porque a maioria não acredita que possa haver cura.
Fobia Social e Alcoolismo
Muitas pessoas utilizam o álcool para relaxar em ocasiões sociais, entretanto,
para os pacientes com Fobia Social, a ansiedade associada com situações
sociais frequentemente resultam em dependência ao álcool. Esses pacientes
utilizam o álcool para auxiliar em situações sociais que os deixam temerosos,
e muitos o usam deliberadamente para aliviar os sintomas da ansiedade
antecipatória.
A relação entre a Fobia Social e o alcoolismo é complexa. Os problemas com
o álcool tipicamente se desenvolvem secundariamente à Fobia Social, com
pacientes referindo que eles encontram ajuda no álcool, frente aos sintomas
da ansiedade.
Fobia específica
O tipo Específico (ou não generalizado) de fobia, é o mais conhecido entre as
fobias e usualmente é restrito a poucas situações sociais. Normalmente os
objetos de fobia na Fobia Específica são animais, não necessariamente
peçonhentos e as situações são aquelas que dizem respeito ao escuro, à
altura, ao abafamento de ambientes fechados, à água dos rios e mares.
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Diretrizes e Critérios de Diagnóstico para Fobia Específica:


Medo acentuado e persistente, excessivo ou irracional, revelado pela
presença ou antecipação de um objeto ou situação fóbica (voar,
alturas, animais, injeção, ver sangue).
A exposição ao estímulo fóbico provoca, quase que invariavelmente,
uma resposta imediata de ansiedade, que pode assumir a forma de um
Ataque de Pânico ligado à situação ou predisposto pela situação.
Nota: Em crianças, a ansiedade pode ser expressada por choro, ataques
de raiva, imobilidade ou comportamento aderente.

O indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou irracional.
Nota: Em crianças, esta característica pode estar ausente.




A situação fóbica (ou situações) é evitada ou suportada com intensa
ansiedade ou sofrimento.
A esquiva, antecipação ansiosa ou sofrimento na situação temida (ou
situações) interfere significativamente na rotina normal do indivíduo,
em seu funcionamento ocupacional (ou acadêmico) ou em atividades
ou relacionamentos sociais, ou existe acentuado sofrimento acerca de
ter a fobia.
Em indivíduos com menos de 18 anos, a duração mínima é de 6 meses.
A ansiedade, os Ataques de Pânico ou a esquiva fóbica associados com
o objeto ou situação específica não são melhor explicados por outro
transtorno mental, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (medo de
sujeira em alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno
de Estresse Pós-Traumático (esquiva de estímulos associados a um
estressor severo), Transtorno de Ansiedade de Separação (esquiva da
escola), Fobia Social ( esquiva de situações sociais em vista do medo
do embaraço), Transtorno de Pânico Com Agorafobia ou Agorafobia
Sem História de Transtorno de Pânico.
8. TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS DEVIDOS AO
USO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVA
Este agrupamento compreende numerosos transtornos que diferem entre
si pela gravidade variável e por sintomatologia diversa, mas que têm em
comum o fato de serem todos atribuídos ao uso de uma ou de várias
substâncias psicoativas, prescritas ou não por um médico.
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Dependência
Estado consequente ao uso de uma substância psicoativa e
compreendendo perturbações da consciência, das faculdades cognitivas,
da percepção, do afeto ou do comportamento, ou de outras funções e
respostas psicofisiológicas. As perturbações estão na relação direta dos
efeitos farmacológicos agudos da substância consumida, e desaparecem
com o tempo, com cura completa, salvo nos casos onde surgiram lesões
orgânicas ou outras complicações. Entre as complicações, podem-se citar:
traumatismo, aspiração de vômito, delirium, coma, convulsões e outras
complicações médicas.
Síndrome de dependência
Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se
desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa,
tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade
de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas
consequências nefastas, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em
detrimento de outras atividades e obrigações, a um aumento da tolerância
pela droga e por vezes, a um estado de abstinência física.
A síndrome de abstinência
Conjunto de sintomas que se agrupam de diversas maneiras e cuja
gravidade é variável, ocorrem quando de uma abstinência absoluta ou
relativa de uma substância psicoativa consumida de modo prolongado. O
início e a evolução da síndrome de abstinência são limitados no tempo e
dependem da categoria e da dose da substância consumida
imediatamente antes da parada ou da redução do consumo. A síndrome
de abstinência pode se complicar pela ocorrência de convulsões.
Síndrome de abstinência com delirium
Estado no qual a síndrome de abstinência tal como definida, complica com
a ocorrência de delirium. Este estado pode igualmente comportar
convulsões. Quando fatores orgânicos também estão considerados na sua
etiologia, a afecção deve ser classificada em Delirium tremens (induzido
pelo álcool)
Transtorno psicótico
Conjunto de fenômenos psicóticos que ocorrem durante ou imediatamente
após o consumo de uma substância psicoativa, mas que não podem ser
explicados inteiramente com base numa intoxicação aguda e que não
participam também do quadro de uma síndrome de abstinência.
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O estado se caracteriza pela presença de alucinações (tipicamente
auditivas, mas frequentemente polissensoriais), de distorção das
percepções, de ideias delirantes (frequentemente do tipo paranoide ou
persecutório), de perturbações psicomotoras (agitação ou estupor) e de
afetos anormais, podendo ir de um medo intenso ao êxtase. O sensório
não está habitualmente comprometido, mas pode existir um certo grau de
obnubilação da consciência embora possa estar presente a confusão, mas
esta não é grave.
Síndrome amnésica
Síndrome dominada pela presença de transtornos crônicos importantes da
memória (fatos recentes e antigos). A memória imediata está
habitualmente preservada e a memória dos fatos recentes está
tipicamente mais perturbada que a memória remota.
Habitualmente existem perturbações manifestas da orientação temporal e
da cronologia dos acontecimentos, assim como ocorrem dificuldades de
aprender informações novas. A síndrome pode apresentar confabulação
intensa, mas esta pode não estar presente em todos os casos. As outras
funções cognitivas estão em geral relativamente bem preservadas e os
déficits amnésicos são desproporcionais a outros distúrbios.
Psicose ou síndrome de Korsakov, induzida pelo álcool ou por outra
substância psicoativa ou não especificada. Transtorno amnésico induzido
pelo álcool ou por drogas.
Transtorno psicótico residual ou de instalação tardia
Transtorno no qual as modificações, induzidas pelo álcool ou por
substâncias psicoativas, da cognição, do afeto, da personalidade, ou do
comportamento persistem além do período durante o qual podem ser
considerados como um efeito direto da substância. A ocorrência da
perturbação deve estar diretamente ligada ao consumo de uma substância
psicoativa. Os casos nos quais as primeiras manifestações ocorrem
nitidamente mais tarde que o (s) episódio (s) de utilização da droga só
deverão ser codificados neste caractere onde existam evidências que
permitam atribuir sem equívoco as manifestações ao efeito residual da
substância. Os “flashbacks” podem ser diferenciados de um estado
psicótico, em parte porque são episódicos e frequentemente de muito
curta duração, e em parte porque eles reproduzem experiências
anteriores.
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Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de
substâncias psicoativas

Compreende numerosos transtornos que diferem entre si:
 pela gravidade variável
 por sintomatologia diversa,
 mas que têm em comum o fato de serem todos atribuídos ao uso de uma
ou de várias substâncias psicoativas, prescritas ou não por um médico.


Numerosos usuários de drogas consomem mais de um tipo de
substância psicoativa
Diagnósticos associados devem ser avaliados
SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA

Compulsão para o consumo
A experiência de um desejo incontrolável de consumir uma substância. O
indivíduo imagina-se incapaz de colocar barreiras a tal desejo.

Aumento da tolerância
A necessidade de doses crescentes de uma determinada substância para
alcançar efeitos originalmente obtidos com doses mais baixas.

Síndrome de abstinência
O surgimento de sinais e sintomas de intensidade variável quando o consumo
de substância psicoativa cessou ou foi reduzido

Alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo
O consumo de substâncias psicoativas visando ao alívio dos sintomas de
abstinência indivíduo aprende a detectar os intervalos da manifestação de
sintomas, passa a consumir a substância preventivamente, a fim de evitálos.
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45

Relevância do consumo
O consumo de uma substância torna-se prioridade, mais importante do que
coisas que outrora eram valorizadas pelo indivíduo.

Estreitamento ou empobrecimento do repertório
A perda das referências internas e externas que norteiam o consumo. À
medida que a dependência avança, as referências voltam-se exclusivamente
para uso, em detrimento do consumo ligado a eventos sociais. Passa a
ocorrer em locais incompatíveis, como por exemplo o local de trabalho

Reinstalação da síndrome de dependência
Uma síndrome que levou anos para se desenvolver pode se reinstalar em
poucos dias, mesmo depois de um longo período de abstinência.
Critérios do CID-10 para dependência de substâncias
Um diagnóstico definitivo de dependência deve usualmente ser feito somente
se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experenciados ou
exibidos em algum momento do ano anterior:
(a) um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
(b) dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em
termos de seu início, término e níveis de consumo;
(c) um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou
ou foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência para a
substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente
relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
(d) evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância
psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos
por doses mais baixas;
(e) abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do
uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária
para se recuperar de seus efeitos;
(f) persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de
consequências manifestamente nocivas. Deve-se fazer esforços claros
para determinar se o usuário estava realmente consciente da natureza e
extensão do dano.
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TEORIA NA PRÁTICA!
9. QUESTÕES GABARITADAS
1. (CESPE- 2010) No que se refere aos transtornos de personalidade, de
acordo com o DSM-IV, consideram-se comorbidade
a) as preocupações exageradas com o corpo.
b) os quadros depressivos e o abuso de álcool e(ou) drogas.
c) os transtornos conversivos.
d) as alucinações auditivas e visuais.
e) as preocupações exageradas com doenças e medicações.
2. (CESPE2015) São fenômenos associados à síndrome da dependência do
álcool
a) o nistagmo e a afasia de compreensão.
b) as alucinações visuais e as parassonias.
c) a autonegligência e as ideias delirantes.
d) o empobrecimento do repertório e a negação.
e) a ataxia e os transtornos dos movimentos oculares.
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3. (VUNESP-2016) Sobre a comorbidade do Transtorno Bipolar (TB) com
outros transtornos psiquiátricos, é correto afirmar que:
a) a comorbidade entre TB e o uso de substâncias está associada a taxas
mais altas de refratariedade ao tratamento.
b) o transtorno de pânico é raro em portadores de TB.
c) nos pacientes com TB, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) apresenta
as mesmas características fenomenológicas do TOC sem outras
comorbidades.
d) entre os transtornos alimentares, a anorexia nervosa ocorre com maior
frequência em comorbidade com o TB.
e) devido à dificuldade diagnóstica, a prevalência do transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade é menor em pacientes com TB em comparação com
a população geral.
4. (VUNESP–2016) Em relação
somatoformes, é correto afirmar que:
à
epidemiologia
dos
transtornos
a) os transtornos somatoformes são mais comuns em mulheres e em pessoas
que moram em áreas urbanas.
b) em hospitais gerais cerca de 50% das consultas psiquiátricas envolvem
pacientes com algum sintoma conversivo.
c) a manifestação e perfil epidemiológico desses transtornos ocorre de forma
semelhante entre as diversas culturas e regiões do globo terrestre,
demonstrando que o contexto histórico e cultural é pouco importante para a
manifestação desses sintomas.
d) em crianças os sintomas somatoformes são muito raros e quando ocorrem
apontam para a existência de um quadro grave.
e) são mais frequentes em populações com nível socioeconômico baixo e que
moram em áreas rurais.
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5. (FCC–2015) Na Classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento da CID-10 são consideradas diretrizes diagnósticas para o
transtorno de ansiedade generalizada que o paciente deve ter sintomas
primários de ansiedade na maioria dos dias por pelo menos várias semanas
e usualmente por vários meses. Esses sintomas devem usualmente envolver
elementos de apreensão; tensão motora e hiperatividade
a) autonômica.
b) distônica.
c) automática.
d) suprimida.
e) encefálica.
6. (FCC–2015) Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais – DSM-5, a característica central do transtorno disruptivo da
desregulação do humor é a:
a) irritabilidade crônica grave.
b) ansiedade intermitente moderada.
c) distimia leve permanente.
d) desesperança intensa e cíclica.
e) instabilidade alternada profunda.
7. (AOCP-2013) De acordo com o tema utilizado para determinado quadro
de psicopatologia, assinale a alternativa correta no que se refere ao quadro
de Transtorno de Humor.
a) Os termos mania unipolar ou mania eufórica são por vezes usados para os
pacientes bipolares que apresentam episódios depressivos.
b) O diagnóstico para transtorno de humor é feito quando uma pessoa exibe
delírios não-bizarros de pelo menos um mês de duração que não podem ser
atribuídos a outros transtornos psiquiátricos.
c) Transtorno de humor exclui alterações de humor.
d) O transtorno de humor é semelhante à esquizofrenia, exceto pelo motivo
de seus sintomas durarem pelo menos um mês e menos de seis.
e) Pacientes afligidos somente por episódios depressivos maiores têm
transtorno depressivo maior ou depressão unipolar.
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8. (AOCP-2016)
A felicidade é deprimente
Contardo Calligaris
É possível que a depressão seja o mal da nossa época.
Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os
românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e
triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e
profundo.
Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um
imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo
constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de
minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma
impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer”.
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e
seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo
sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico,
a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito
simplório e desinteressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não
curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que
não lhe parece ter um grande charme.
Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma
invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso
propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa
ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é
fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a
simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um
pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos
antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor
especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja,
ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de
sermos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente
contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que
nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo
que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea
seja uma espécie de decepção.
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50
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion”
uma pesquisa com o título: “Será que a procura da felicidade faz as
pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma medida da valorização da
felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de
mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos),
comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por
exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a
felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade:
manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo
de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais
tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande
imprensa.
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido
o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido
induzidas a valorizar especialmente a felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da
felicidade pode ser contra produtiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e
mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de
verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no
“Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura
desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas
e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva
a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da
felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão.
E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à
felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o
que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore
o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em
“Emotion”, mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao
risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado,
nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma
função crítica na nossa saúde mental.
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51
Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes
os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.
Adaptado
de:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/1
0/1699663-a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março
de 2016.
Na frase “Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e
mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de
verdadeiros transtornos”, a expressão destacada indica
a) modo.
b) tempo.
c) intensidade.
d) lugar.
9. (AOCP-2013) Referente aos transtornos da infância ou adolescência,
analise as assertivas e assinale a alternativa INCORRETA.
a) Ansiedade de separação é um fenômeno do desenvolvimento humano
universal que se manifesta em bebês com menos de 1 ano de vida e marca
a consciência em relação à separação da mãe ou de um cuidador primário.
b) Mutismo seletivo é uma condição da infância na qual a criança permanece
completamente muda ou quase muda em situações sociais, mais comumente
na escola.
c) Transtorno de apego reativo na infância é marcado por um relacionamento
social inadequado.
d) Transtorno de movimento estereotipado é o comportamento mental
repetitivo, funcional, que parece ser compulsivo.
e) Crianças com mutismo seletivo podem falar de maneira adequada quando
não estão em uma situação socialmente estressante.
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10.(IADES-2013) Em relação às correntes da psicopatologia, julgue o item
a seguir.
I - Na perspectiva existencial, a doença mental não é vista, tanto como
disfunção biológica ou psicológica, mas, sobretudo, como um modo particular
de existência, uma forma de ser no mundo.
II - De acordo com a perspectiva cognitivista, os sintomas resultam de
comportamentos e representações cognitivas disfuncionais, aprendidas e
reforçadas pela experiência sociofamiliar.
III - Na visão psicanalítica, os sintomas e síndromes mentais são
considerados formas de expressão de confitos, predominantemente,
inconscientes.
IV - A perspectiva médico-naturalista vê o adoecimento mental como um mau
funcionamento do cérebro, uma desregulação, uma disfunção de alguma
parte do “aparelho biológico”.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) 4.
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1
2
B
3
D
4
A
5
E
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e
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6
A
7
A
8
E
9
B
10
D
E
54
11. REFERÊNCIAS
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos
mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 2. ed. Porto Alegre :
Artmed, 2008.
http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f10_f19.htm ligadas ao
álcool ou às substâncias psicoativas.acesso em 17 de março de 2016
AMARAL, Ricardo Abrantes do; MALBERGIER, André; ANDRADE, Arthur
Guerra de. Manejo do paciente com transtornos relacionados ao uso
de substância psicoativa na emergência psiquiátrica. Rev. Bras.
Psiquiatr., São Paulo , v. 32, supl. 2, p. S104-S111, Oct. 2010 . Available
from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462010000600007&lng=en&nrm=iso>. access on
17
Mar.
2016.
http://dx.d
http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm
M294 Manual diagnóstico e estatístico de transtorno5 DSM-5 /
[American Psychiatnc Association, traduç .Maria Inês Corrêa Nascimento ...
et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli... [et al.]. - . e Porto Alegre:
Artmed, 2014
https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/18071384.2014v11n2p96/28101
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