UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS SÃO GABRIEL ENGENHARIA FLORESTAL Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na FEPAGRO – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR Táscilla Magalhães Loiola São Gabriel, RS, Brasil Outubro 2013 TÁSCILLA MAGALHÃES LOIOLA Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na Fepagro – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS Relatório de estágio curricular apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Florestal, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA, SG), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Florestal. Orientadora: Prof.ª Dr. Alexandra Augusti Boligon São Gabriel 2013 TÁSCILLA MAGALÃES LOIOLA Acompanhamento das Atividades e Pesquisas realizadas na Fepagro – Centro de Pesquisas em Florestas, Santa Maria – RS Relatório de estágio curricular apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Florestal, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA, SG), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Florestal. Orientadora: Prof.ª Dr. Alexandra Augusti Boligon Relatório defendido e aprovado em: 04 de outubro de 2013. Banca examinadora: ______________________________ Profª. Drª. Alexandra Augusti Boligon Orientadora (UNIPAMPA) ______________________________ Prof. Dr. Leandro Homrich Lorentz (UNIPAMPA) ______________________________ Profª. Drª. Silvane Vestena (UNIPAMPA) São Gabriel 2013 AGRADECIMENTOS Agradeço a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária pela oportunidade de realizar o estágio curricular em uma de suas unidades. Aos pesquisadores e funcionários do Centro de Pesquisa em Florestas, pela receptividade e disponibilidade durante o estágio, e a todos os ensinamentos repassados. À minha orientadora Alexandra Augusti Boligon, por sua orientação e dedicação a mim destinada. À minha família, pelo apoio incondicional e incentivo em todos os momentos. Meu muito Obrigada! LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Sementes armazenadas em câmara fria. ........................................ 12 Figura 2 – Preparo das sementes para a análise de pureza. ........................... 13 Figura 3 – Amostras para o peso das mil sementes. ....................................... 13 Figura 4 – Práticas realizadas no teste de germinação. ................................... 20 Figura 5 – Indivíduo adulto da Traça da Farinha. ............................................. 20 Figura 6- (a) Larva da Traça da Farinha; (b) Pupa e Larva da Traça da Farinha.21 Figura 7 – Parasitoide (Braconidae) . ............................................................... 21 Figura 8 - Gaiola utilizada para comportar os insetos da criação de Traças da farinha. ............................................................................................................. 22 Figura 9 – (a) Retirada dos ovos da gaiola e retirada de impurezas; (b) Pesagem dos ovos. ................................................................................................................. 22 Figura 10 – Caixas de incubação. .................................................................... 23 Figura 11 - (a) Retirada dos insetos das caixas; (b) Insetos sendo colocados na gaiola. ............................................................................................................... 24 Figura 12 – Isolado de Trichoderma em placa de petri; ................................... 24 Figura 13 – BOD utilizada para armazenar os isolados de Trichoderma sp. ...... 6 Figura 14 – Banco de Fungos da FEPAGRO Florestas. ................................... .6 Figura 15 – Mudas das espécies utilizadas. ...... Error! Bookmark not defined.7 Figura 16 – Desinfestação dos explantes. ........ Error! Bookmark not defined.7 Figura 17 – Material na Sala de Incubação. ...................................................... .8 Figura 18 – (a) Substâncias utilizadas para a desinfecção das sementes; (b) Semeadura em meio de cultura. ...................................................................... 28 Figura 19 – Material do experimento acondicionado na sala de incubação de culturas da FEPAGRO. .................................................................................................. 28 Figura 20 – Procedimentos realizados em câmara de fluxo laminar (a) Desinfecção; (b) Semeadura . ............................................................................................... 29 Figura 21 – Scleroderma citrinum utilizado como inoculante. .......................... 30 Figura 22 – Imagem do experimento e seus tratamentos, ............................... 31 Figura 23 – Controle positivo da micorrização. ................................................ 32 Figura 24 – Sacos de tecido contendo os galhos de A. mearnsii. .................... 33 Figura 25 – Insetos emergidos. ........................................................................ 34 Figura 26 – Insetos montados para serem enviados aos especialistas. .......... 34 Figura 27 – Fungos micorrízicos coletados em fragmentos florestais: Amanita muscaria (A), Amanita sp. (B), Suillus sp. (C), Scleroderma citrinum (D), Ramaria toxica (E), Pisolithus sp. (F), Gymnopilus spectabilis (G), Lactarius deliciosus (H), Calvatia sp. (I), Rhizopogon sp. (J), Russula sp. (K) e Descomyces sp (L). Fotos: Gerusa P. K. Steffen. ........................................ Error! Bookmark not defined.6 Figura 28 – Fungos lignocelulíticos encontrados. (a) Ganoderma sessile; (b) Ganoderma tornatum; (c) Lepista; (d) Stropharia rugosoannulata. ................... .6 Figura 29 – Fungos saprofíticos encontrados, (a) Lepiota sp.; (b) Leucoagaricus sp.; (c) Macrolepiota sp.; (d) Macrolepiota sp. ......... Error! Bookmark not defined.7 SUMÁRIO 1 ORGANIZAÇÃO ................................................................................................................... 8 2 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................. 10 3.1 Atividades de rotina ....................................................................................................... 10 3.1.1 Laboratório de cultura de tecidos .......................................................................... 10 3.1.2 Laboratório de sementes .......................................................................................... 11 3.1.3 Coleta de sementes e produção de mudas ........................................................ 14 3.1.4 Casa de vegetação .................................................................................................... 18 3.2 Acompanhamento das pesquisas em andamento na FEPAGRO Centro de Pesquisas em Florestas ...................................................................................................... 18 3.2.1 Manutenção de hospedeiro alternativo para a criação de parasitoide em laboratório ................................................................................................................................ 18 3.2.2 Isolamento e avaliação de isolados de Trichoderma sp. com potencial antagonista a fungos fitopatogênicos. ............................................................................. 23 3.2.3 Criação de banco de fungos micorrízicos ........................................................... 24 3.2.4 Estabelecimento de uma coleção, in vitro, de espécies nativas do Bioma Pampa com potencial forrageiro ....................................................................................... 26 3.2.6 Efeito de Nitrato de Potássio na quebra de dormência de sementes de Schinus molle. ......................................................................................................................................... 29 3.3 Experimentos e trabalhos desenvolvidos ............................................................... 30 3.3.1 Micorrização de Anadenanthera macrocarpa com esporos de Scleroderma citrinum ..................................................................................................................................... 30 3.3.2 Entomofauna associada a galhos de Acacia mearnsii cortados por serradores ..................................................................................................................................................... 33 3.3.3 Diversidade de fungos em fragmentos florestais .............................................. 36 4 CONCLUSÕES................................................................................................................... 39 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 39 8 1 ORGANIZAÇÃO O estágio curricular relatado neste trabalho foi realizado no período de 26 de junho de 2013 a 26 de outubro de 2013 na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – Centro de pesquisa em florestas (FEPAGRO Florestas), localizado no município de Santa Maria, RS. A FEPAGRO florestas é uma instituição estadual e está atualmente conveniada à Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) com a finalidade de proporcionar aos acadêmicos a realização de estágios curriculares, entre outras atividades. A unidade de Santa Maria atua na silvicultura, através da coleta, beneficiamento, análise e armazenamento de sementes florestais, para conservação de um banco de germoplasma ativo de sementes. A produção de mudas é outra atividade importante da instituição e visa às necessidades da FEPAGRO e a comercialização das mudas. Além das atividades silviculturais a FEPAGRO florestas contribui com pesquisas nas áreas de cultura de tecidos, controle biológico de pragas e isolamento de fungos para micorrização e controle biológico aplicado. 9 2 INTRODUÇÃO As instituições de pesquisa do Brasil desempenham importante papel no desenvolvimento do país, tanto no sentido econômico quanto no sentido ambiental. A unidade da FEPAGRO de Santa Maria – RS é o Centro de pesquisa em Florestas, e atua na silvicultura produzindo mudas e sementes, principalmente de espécies nativas, para consumo próprio e também para comercialização. A produção de mudas florestais envolve diversas etapas, iniciando pela escolha de árvores matrizes para a coleta de sementes, beneficiamento e armazenamento, até a semeadura em recipiente e substrato adequado para cada situação. Durante o processo de produção da muda é necessário que a mesma seja acompanhada regularmente até estar pronta para a comercialização. A FEPAGRO Florestas conta ainda, com um laboratório de cultura de tecidos, onde são realizadas pesquisas voltadas ao controle biológico de pragas e doenças, micropropagação de espécies vegetais, utilização de microorganismos como promotores de crescimento de plantas e diversidade de fungos. As práticas de controle biológico adotadas para combater pragas e doenças em plantas busca diminuir os impactos ambientais causados pela utilização dos métodos de controle mais tradicionais, que normalmente utilizam substâncias químicas nocivas ao meio ambiente. No solo encontra-se uma grande variedade de microorganismos que exercem funções importantes, como a associação mutualística com plantas e a participação na ciclagem de nutrientes. Os fungos possuem potencial como promotores de crescimento de plantas e também no controle de doenças causadas por outros fungos. A cultura de tecidos é utilizada para a multiplicação de material vegetal e possibilita a avaliação de germoplasma, conservação de material genético, aplicação ao melhoramento genético entre outras práticas. As pesquisas realizadas na FEPAGRO são multidisciplinar, e têm como objetivos contribuir para que os produtores rurais e agricultores possam cada vez mais aderir à metodologias menos nocivas ao meio ambiente, bem como contribuir com novas informações referentes aos recursos naturais e florestais. 10 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 3.1 Atividades de rotina No andamento do estágio, algumas atividades foram realizadas diariamente, nos diferentes setores da FEPAGRO, abrangendo o laboratório de cultura de tecidos, o laboratório de sementes, a casa de vegetação, como também as saídas de campo realizadas pelos funcionários. 3.1.1 Laboratório de cultura de tecidos A cultura de tecidos baseia-se na teoria da totipotência que consiste na capacidade dos seres vivos de regenerar organismos inteiros, iguais à matriz, a partir de células únicas. É utilizada para a multiplicação de material vegetal, avaliação de germoplasma, esta ferramenta possui alto potencial de aplicação ao melhoramento genético. Para a cultura de tecidos pequenos fragmentos de tecido vivo, chamados explantes, são isolados de uma estrutura vegetal, devidamente desinfetados e cultivados assepticamente por períodos indefinidos em um meio de cultura apropriado (ALVES, et al., 2008). A micropropagação é o processo de propagação vegetativa na cultura de tecidos vegetais através de técnicas do cultivo in vitro, tornando-se bastante utilizada no setor agrícola. O cultivo in vitro de plantas segue geralmente o mesmo processo composto pela preparação da planta mãe, iniciação asséptica, multiplicação, alongamento, indução radicular, pré-aclimatação e aclimatação (ZAVATTIERI, 2002; GUERRA e NODARI, 2006; ULISSES et al., 2010). Na multiplicação in vitro, de acordo com Alves et al. (2008), diferentes fontes de explantes podem ser utilizadas, entre as principais estão: meristemas, ápices caulinares, segmentos nodais e embriões. Esta técnica de propagação de plantas apresenta como resultado plantas mais uniformes e com crescimento mais rápido, além disso, atingem a maturidade mais rápido em comparação a mudas propagadas por sementes. Existe a viabilidade de se aplicar a micropropagação vegetativa para a propagação de espécies que apresentam dificuldades de propagação por outras vias, para introdução de novos 11 cultivares, propagação de plantas mães ou parentais, eliminação de patogenias como também na conservação e armazenamento de germoplasma. A micropropagação é de grande importância e serve como base para o melhoramento genético vegetal (ZAVATTIERI, 2002). No laboratório de cultura de tecidos da FEPAGRO foram realizadas atividades referentes às pesquisas de controle biológico de pragas, cultura de tecidos, entre outras. As quais fazem uso de equipamentos presentes no laboratório como, autoclave, câmara de fluxo laminar, balanças, estufas e demais equipamentos do laboratório. O preparo de material para utilização nas práticas das pesquisas, assim como a organização do laboratório, também são atividades que fazem parte da rotina do laboratório e que fizeram parte das atividades de rotina realizadas no estágio. 3.1.2 Laboratório de sementes Para determinar a qualidade dos lotes de sementes faz-se uso de metodologias padronizadas, baseadas nas regras para análise de sementes que estabelecem especificações padronizadas para os testes de germinação e de vigor a serem realizados (BRASIL, 2009). As análises referentes às sementes florestais, como análise de pureza, peso de mil sementes e teste de germinação, são realizadas no laboratório de sementes da FEPAGRO. Inicialmente, uma amostra de sementes é retirada do banco de sementes armazenadas em câmara fria (Figura 1), onde se encontram armazenadas. 12 Figura 1 – Sementes armazenadas em câmara fria na FEPAGRO Florestas. Santa Maria, RS, 2013. Para a análise de pureza é feita uma primeira pesagem das sementes contidas na amostra, em seguida separa-se as sementes do material inerte para então realizar a segunda pesagem. Com a diferença entre as duas pesagens realiza-se a porcentagem de material inerte existente no lote de sementes observado (Figura 2). Figura 2 – Preparo das sementes para a análise de pureza de sementes. Santa Maria, RS, 2013. O peso de mil sementes é realizado para determinar a densidade de semeadura, que está relacionado com a maturidade e qualidade das sementes. Para isso, utilizam-se oito amostras compostas por 100 sementes cada uma, provenientes da fração de sementes puras (Figura 3). Em seguida as amostras são pesadas e o peso de mil sementes é dado pela multiplicação da média das amostras pesadas por 10. 13 Figura 3 – Amostras utilizadas para determinação do peso de mil sementes. Santa Maria, RS, 2013. Anteriormente à realização do teste de germinação as sementes são desinfetadas através da imersão em hipoclorito de sódio por cinco minutos. Para a condução do teste, as sementes são semeadas em papel germiteste, com quatro repetições contendo 50 sementes cada uma, variando de acordo com a espécie e dimensão das sementes, sendo armazenadas em caixa gerbox. As amostras permanecem em estufa para serem realizadas as análises da germinação a cada sete dias (Figura 4). Figura 4 – Etapas do teste de germinação conduzido em caixas Gerbox. Santa Maria, RS, 2013. As análises das sementes florestais ocorrem com frequência para que tenha conhecimento e controle da qualidade dos lotes de sementes presentes no banco de sementes da FEPAGRO. Assim, lotes com qualidade muito baixa podem ser descartados do armazenamento e lotes de qualidade satisfatória, mantidos. 14 3.1.3 Coleta de sementes e produção de mudas A produção de mudas para plantios comerciais, conservação de recursos genéticos e restauração de áreas degradadas é dependente da alta qualidade das sementes utilizadas na produção (NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007). A produção de mudas florestais é composta por diversas etapas importantes, começando pela marcação de árvores matrizes, com o objetivo de selecionar árvores com características superiores aos demais indivíduos pertencentes a mesma espécie, para que se mantenha a variabilidade genética nas gerações futuras, isso se torna possível através de um teste de progênies. Os testes de progênies avaliam alguns parâmetros, principalmente ritmo de crescimento, porte, forma da copa, forma do fuste, vigor, ramificação, boa condição fitossanitária e produção de sementes, as características a serem observadas dependem do objetivo final das mudas que serão produzidas (ARALDI et al., 2009; NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007). Normalmente realiza-se o georreferenciamento das árvores matrizes para a confecção de um mapa das áreas de coleta de sementes (ACS), com auxílio de um equipamento de GPS (Global Position System), permitindo que qualquer pessoa possa encontrar, conhecer e coletar mais sementes (WETZEL e ANDRIGUETO, 2011). É importante ressaltar que a seleção de árvores matrizes em florestas nativas ocorre de maneira mais complicada em relação a florestas plantadas (ARALDI et al., 2009; NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007). No Brasil o setor de produção de mudas e sementes está regulamentado pelo Decreto n° 5.153, de 23 de julho de 2004, que aprovou o Regulamento da Lei nº 10.711, este Decreto dispõem sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas – SNSM, estabelecendo que todas as ações decorrentes das atividades previstas no Regulamento deverão ser exercidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (DANTAS, 2011). Normalmente a extração das sementes ocorre através da retirada das mesmas dos frutos, sendo que o método a ser utilizado depende do tipo de fruto em questão. Além disso, é necessário ter o cuidado de escolher frutos de boa qualidade para que se obtenham sementes de alta qualidade, preservando-se sua integridade física, fisiológica e sanitária (NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007). 15 Na extração de sementes dos frutos secos deiscentes os mesmos são submetidos à secagem, podendo ser à sombra ou ao sol, dependendo da espécie, preferindo-se a secagem à sombra. Com a secagem ocorre a desidratação do fruto, ocasionando a sua abertura e liberação das sementes. Quando necessário realizase a agitação para liberação das sementes que ficaram aderidas ao fruto, podendo ser realizada em tambor rotativo ou manualmente. O período necessário para a secagem dos frutos depende da espécie, da temperatura, da umidade do ar e da umidade final desejável (NOGUEIRA e MEDEIROS, 2007). De acordo com os mesmos autores citados no parágrafo acima, para extrair as sementes dos frutos secos indeiscentes faz-se uso de ferramentas, como faca, tesoura, escarificador, liquidificador, machadinha e martelo, com o devido cuidado para não danificar fisicamente as sementes. Em certas espécies, as sementes são de fácil extração, sem a necessidade do uso de ferramentas. Já nos frutos carnosos a retirada das sementes ocorre por via úmida, através da imersão em água durante aproximadamente 24 horas, para que ocorra o amolecimento da polpa, o que facilita a retirada das sementes. Em seguida as sementes são separadas por flutuação em um tanque preenchido com água. No beneficiamento das sementes é realizada a retirada de materiais como sementes vazias, imaturas e quebradas, pedaços de frutos, alas, folhas, entre outros materiais inertes através de um conjunto de técnicas. O beneficiamento de sementes florestais é realizado de acordo com as características morfológicas, podendo ocorrer de forma mecanizada através de equipamentos de beneficiamento que realizam a separação das sementes e materiais indesejáveis em função de sua forma, peso, textura de tegumento, condutividade elétrica, entre outras características. Em espécies nativas o beneficiamento das sementes é normalmente realizado de maneira manual, com peneiras, sopradores de sementes e mesa de gravidade (NOGUEIRA E MEDEIROS, 2007). Para manter a viabilidade das sementes, é necessário realizar um armazenamento correto após o beneficiamento, sendo que as mesmas são divididas em dois grupos quanto à capacidade de armazenamento: sementes ortodoxas e recalcitrantes. As sementes ortodoxas podem ser secas e armazenadas por um longo período de tempo sob baixas temperaturas e ar seco, mantendo sua capacidade de germinação. Já as sementes recalcitrantes perdem rapidamente sua 16 viabilidade e não suportam secagem e armazenamento, sendo necessária sua semeadura logo após a coleta (SENA e GARIGLIO, 2008). Para armazenar sementes florestais, segundo Sena e Gariglio (2008), normalmente utilizam-se sacos plásticos, de papel, lona, aniagem ou pano, assim como recipientes de alumínio, plástico e vidro. Estes recipientes são alocados em câmaras onde é possível controlar a temperatura e a umidade do ar, tornando possível a conservação das sementes ortodoxas por um longo período. Sementes de diversas espécies podem apresentar dormência, de acordo com Scremin-Dias et al. (2006), este termo refere-se a um mecanismo natural que impede a germinação da semente, mesmo quando esta se encontra em condições favoráveis a germinação. Algumas sementes dormentes possuem dificuldade na absorção da umidade necessária para a germinação, devido à impermeabilidade do tegumento. Outros fatores como embrião imaturo e presença de inibidores de germinação, podem ser a causa da semente se encontrar em processo de dormência. Para superar a dormência das sementes existem alguns métodos que podem ser adotados, como a escarificação mecânica, o choque térmico, imersão em água, estratificação, além de métodos químicos (tratamento com ácidos). A escolha do método a ser utilizado depende do tipo de dormência que a semente apresenta, podendo ser dormência física, dormência interna ou ainda apresentar o embrião dormente (SCREMIN-DIAS et al., 2006). De acordo com Wetzel e Andrigueto (2011), a produção de mudas florestais abastece os setores de plantio comercial de espécies exóticas, a demanda por mudas de espécies nativas para plantio em projetos de recuperação de áreas degradadas, manutenção das áreas de preservação, além do mercado de mudas para arborização urbana. As mudas são produzidas, usualmente, em sementeiras e em recipientes como tubetes e sacos plásticos. A semeadura em sementeiras ocorre nos casos em que a semente é dormente e não se conhece o método para superar este impedimento da germinação, sendo as sementes germinadas a lanço em grande quantidade ou em sulcos. Após a emergência da plântula a mesma deve ser transferida para um recipiente adequado, processo denominado repicagem (WETZEL e ANDRIGUETO, 2011). 17 Outro tipo de semeadura é realizada direto no recipiente (tubete, saco plástico). Neste caso utiliza-se de uma a sete sementes em cada recipiente, dependendo do tamanho e da qualidade da semente. Normalmente, além do substrato utilizado na semeadura, uma fina camada de cobertura morta (casca de arroz, capim picado, etc.) é colocada sobre as sementes (WETZEL e ANDRIGUETO, 2011). Outro aspecto importante para uma produção de mudas com alta qualidade é a utilização do substrato ideal, unindo boas condições dos atributos físicos e químicos que devem estar presentes no substrato. Na escolha do substrato deve ser levado em conta algumas características como: boa aeração, drenagem e retenção moderada de água. O substrato deve apresentar um índice de fertilidade entre baixo e médio com boa retenção de nutrientes, deve ser de fácil manuseio e aquisição, e isento de patógenos e substâncias que podem ser tóxicas as plantas (SCREMINDIAS et al., 2006). Os autores ressaltam que a combinação destes fatores irá proporcionar um bom desenvolvimento radicular da plântula, tornando a escolha do substrato, assim como os recipientes a serem utilizados, umas das decisões mais importantes na produção de mudas florestais. Após a semeadura se fazem necessários alguns cuidados, iniciando pela primeira irrigação que deve ser feita logo após a semeadura, podendo ser através de sistemas de microaspersão ou com mangueiras e regadores. As irrigações de rotina devem ser realizadas de acordo com o clima do local, esta atividade acompanha todo o processo de produção das mudas, sendo muito importante para o estabelecimento das mesmas (SIQUEIRA, et al., 2009). Na semeadura utiliza-se mais de uma semente para assegurar o estabelecimento de pelo menos uma muda, fazendo-se necessário o releio de plântulas após a emergência, mantendo-se somente a mais vigorosa (SCHORN, 2003). A ocorrência de doenças em viveiros florestais é uma das principais preocupações quanto à sanidade das mudas produzidas, recomendando-se o uso de substrato livre de infestação. O uso de sementes tratadas com fungicidas é uma alternativa para prevenção de doenças, sendo que os fungicidas também podem ser pulverizados no inicio da ocorrência da doença. Estes cuidados visam a propagação principalmente do fungo causador do dumping-off, doença que causa o tombamento da mudas (MACEDO, 1993). Para testar a resistência das mudas após o plantio no campo, segundo Schorn (2003), as mesmas são submetidas à etapa de rustificação, através de métodos 18 como a poda da parte aérea, diminuição da irrigação, retirada de algumas folhas, entre outras práticas. As atividades referentes à coleta de sementes e produção de mudas ainda não foram contempladas devido ao curto período de estágio aliado à época do ano, já que a maioria das coletas ocorre a partir da primavera. 3.1.4 Casa de vegetação A casa de vegetação da FEPAGRO contém os exemplares das plantas utilizadas nas pesquisas, diariamente verifica-se a situação da umidade e sanidade das mudas ali existentes. A instalação de experimentos e plantio de mudas, como também o acompanhamento das avaliações realizadas em casa de vegetação foram atividades frequentes no período de estágio. 3.2 Acompanhamento das pesquisas em andamento na FEPAGRO Centro de Pesquisas em Florestas Durante o período de estágio realizou-se o acompanhamento de diversas atividades realizadas no Centro de Pesquisas em Florestas da FEPAGRO, entre elas, práticas rotineiras dos laboratórios e atividades de pesquisa que estão em andamento na unidade. Algumas das atividades são mantidas diariamente servindo de base para os trabalhos em andamento. 3.2.1 Manutenção de hospedeiro alternativo para a criação de parasitoide em laboratório O controle biológico acontece naturalmente, sendo necessário para regular as populações de animais e plantas, para isso deve ocorrer uma densidade recíproca entre as populações para que se mantenha um equilíbrio na natureza (BUENO et al., 2010). A definição de controle biológico, de acordo com Bueno et al.(2010) apud DeBach (1968), pode ser entendida como a atividade de parasitoides, predadores e patógenos no controle da densidade de outro organismo a um menor nível do que 19 aquele que ocorreria nas suas ausências. Para Picanço (2010) o controle biológico consiste no controle de pragas através de seu inimigo natural, sendo estes divididos nas seguintes classes: predadores, parasitoides, parasitas, entomopatógenos e competidores. O controle biológico possui três formas: controle biológico natural, clássico e artificial. No método natural ocorre a introdução das populações inimigas que já existem no agroecossistema, já no controle clássico é realizada a introdução de inimigos naturais provenientes da região nativa da praga visando o controle de pragas exóticas; o controle biológico artificial consiste na introdução do inimigo natural, após criação em laboratório, para liberação no campo com o objetivo de controlar a praga (BUENO et al., 2011). Com a utilização do controle biológico é possível obter um menor custo da manutenção das pragas ocorrentes em culturas agrícolas e ao mesmo tempo diminuir a utilização de inseticidas prejudiciais ao ambiente e aos agricultores que manuseiam estes produtos. Este método é considerado como uma alternativa sustentável ao uso de agrotóxicos em lavouras minimizando os danos causados e mostrando-se eficiente ao controle das pragas (DELAI et al., 2009). Os autores relatam ainda que no Brasil há um favorecimento ao uso do controle biológico devido ao clima favorável e pela grande biodiversidade existente o País. Os pequenos agricultores compõe em maioria a relação dos adeptos ao uso do controle biológico, notando-se que existe uma carência em relação a divulgação deste método, assim como há falta de informações e assistência técnica ao produtor, o que dificulta que o controle biológico ganhe espaço no combate a pragas (DELAI et al., 2009). A produção de soja, tomate, cana-de-açúcar e trigo são as principais culturas agrícolas que possuem alternativas de controle biológico para as pragas ocorrentes, tanto insetos como doenças, sendo que as espécies frutíferas e florestais também podem utilizar esse tipo de tratamento (BUENO et al., 2011). A espécie Anagasta kuehniella, conhecida como traça-das-farinhas, é uma espécie de inseto pertencete a família dos Lepidópteros (Figura 5), que costuma atacar plantações de diversas espécies agrícolas, como o milho e tomate, sendo os danos causados pelas larvas que consomem o produto. 20 Figura 5 – Indivíduo adulto da traça-das-farinhas. Fonte: BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas, 2012. As larvas da espécie atingem cerca de 13 mm de comprimento, apresentando cinco instares, podendo levar de seis a oito semanas para se transformarem em pupas, (Figura 6). Após sua emergência os adultos levam cerca 24 horas para iniciar o acasalamento, e possuem longevidade de uma a duas semanas, período em que a fêmea deposita em torno de 100 a 500 ovos. Figura 6- Larva da traças-das-farinhas (a); Pupa e larva da traça-das-farinhas (b). (a) (b) Fonte: BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas, 2012. Como opção de controle biológico utiliza-se parasitoides e patógenos, porém ainda existe a necessidade de maiores esclarecimentos e pesquisas, para proporcionar maior viabilidade a este método. Os micro-himenópteros da família Braconidae, são insetos parasitoides de grande potencial para o controle biológico de Lepidópteros (Figura 7). 21 Figura 7 – Parasitoide (Braconidae). Fonte: BIOMAX Manejo Ecológico de Pragas, 2012. Desta forma, a presente pesquisa está sendo realizada com o objetivo de desenvolver uma criação de parasitoides em laboratório, através da multiplicação dos hospedeiros (Anagasta kuehniella). A criação das mariposas iniciou-se com a introdução de insetos provenientes da Universidade Federal de Pelotas, em uma gaiola confeccionada na FEPAGRO (Figura 8). Este modelo foi utilizado para a confecção das outras quatro gaiolas adicionadas posteriormente à criação, as quais são abastecidas regularmente à medida que os insetos emergem. Figura 8 - Gaiola utilizada para manter a criação de insetos da traça-das-farinhas. Santa Maria, RS, 2013. As fêmeas depositam seus ovos na tela de nylon que cobre a gaiola, sendo os mesmos retirados diariamente, pesados e registrados em tabela para controle da produção (Figura 9). 22 Figura 9 – Detalhe da retirada dos ovos da traça-das-farinhas (a) e impurezas da gaiola (b); pesagem dos ovos da traça-das-farinhas (c). (a) (b) (c) Após a retirada, os ovos são depositados em caixas de madeira cobertas por saco plástico, contendo uma dieta composta de 1 kg de farinha de trigo e 30g de levedo de cevada, sendo esta composição utilizada para cada 0,40g de ovos (Figura 10). Em seguida as caixas são alocadas na sala de incubação da FEPAGRO Florestas, local onde se encontra a criação. Figura 10 – Caixas de incubação utilizadas na FEPAGRO Florestas para a traçadas-farinhas. Santa Maria, RS, 2013. A emergência das mariposas ocorre após cerca de quatro semanas e se estende por aproximadamente o mesmo período. Diariamente os insetos são retirados dentro de uma capela de exaustão, através de aspirador e colocados nas gaiolas para dar continuidade à produção (Figura 11). 23 Figura 11 – Detalhe da retirada dos insetos da traça-das-farinhas das caixas de incubação (a); Insetos da traça-das-farinhas sendo colocados na gaiola (b). Santa Maria, RS, 2013. (a) (b) Os indivíduos adultos são mantidos nas gaiolas por sete dias, pois após este período a produção de ovos é mínima, ao final desta temporada os insetos são liberados na natureza. 3.2.2 Isolamento e avaliação de isolados de Trichoderma sp. com potencial antagonista a fungos fitopatogênicos. Esta pesquisa tem como objetivo isolar e selecionar isolados de Trichoderma sp. com potencial antagônico a fitopatógenos fúngicos que atacam culturas agrícolas, assim como avaliar o potencial de biocontrole in vitro dos isolados de Trichoderma spp. sobre fungos fitopatogênicos (Ceratocystis fimbriata, Sclerotinia sclerotiorum e dois isolados de Fusarium sp.) através do método de confronto direto. Durante o período de estágio acompanhou-se algumas atividades da pesquisa, como o estabelecimento de isolados do fungo em placas de Petri, isto foi possível através da repicagem e multiplicação dos isolados em placas de Petri, conforme o crescimento micelial (Figura 12). 24 Figura 12 – Isolado de Trichoderma em placa de petri. Santa Maria, RS, 2013. Os isolados são rotineiramente cultivados em meio de cultura BDA (batata – dextrose- ágar) e armazenados em câmara incubadora (BOD) sob luz contínua e temperatura de 25 C° (Figura 13). Figura 13 – BOD utilizada para armazenar os isolados de Trichoderma sp. Santa Maria, RS, 2013. Diariamente é realizado o acompanhamento das placas contaminadas, sendo estas submetidas à uma hora em autoclave (120°C e 1,5 atm) em seguida o material é descartado. A cada 15 dias o crescimento dos isolados em placa é avaliado através da mensuração do crescimento micelial. Esta metodologia também é aplicada para os demais isolados que compõe o banco de fungos da FEPAGRO. 3.2.3 Criação de banco de fungos micorrízicos 25 O solo é um habitat que apresenta um sistema muito dinâmico e organizado, representando um meio de proliferação para vários organismos macro e microscópicos. Os microrganismos presentes nos solos possuem algumas funções, entre elas está principalmente a decomposição, a ciclagem de nutrientes, o controle biológico e as interações entre as plantas e os fungos micorrízicos, sobretudo nos ecossistemas florestais (JÚNIOR e MENDES, 2007). Os fungos são microorganismos que desempenham a importante função de associação mutualística com as raízes das plantas, formando as micorrizas. Dentre a diversidade de fungos existentes, estão os fungos ectomicorrízicos, os quais as células fúngicas não penetram na parede celular da planta, estes organismos se distribuem nos espaços intracelulares (SULZBACHER, 2009 apud WANG; QIU, 2006). Desde muitos anos os fungos vêm sendo utilizados na indústria alimentícia e farmacêutica. Outra utilização bastante importante destes microorganismos é na agricultura, no controle biológico de insetos-praga e de doenças causadas por outros fungos, há também uma grande perspectiva quanto à utilização dos fungos micorrízicos como promotores de crescimento das plantas (MAIA, et al., 2010). Os fungos pertencentes ao gênero Trichoderma, possuem grande potencial para o controle de patógenos, assim como para a promoção do crescimento das plantas. Existem pesquisas com diferentes culturas que comprovam essa capacidade desses bioagentes, porém ainda há necessidade de se realizar mais pesquisas nesse sentido, principalmente sobre a ação na promoção do crescimento em ausência de patógenos (MACHADO et al., 2012). No Estado do RS até então existia apenas um banco de fungos deste tipo, que é o banco de fungos da Universidade Federal de Santa Maria. Hoje, a FEPAGRO Florestas possui uma coleção de 48 isolados, 17 destes foram doados pelo banco de fungos micorrízicos da UFSM e os outros 31 foram coletados e isolados pela pesquisadora Gerusa Stefenn, no período de março a agosto deste ano. O estabelecimento deste banco de fungos representa a possibilidade de realização de pesquisas dentro da Fepagro, buscando contribuir para o conhecimento dos usos e aplicações destes fungos em atividades agroflorestais. Além disso, amplia o hall de espécies das quais a Fepagro é detentora e preservadora de germoplasma. 26 Além dos 48 isolados micorrízicos, estão presentes no banco da Fepagro Florestas, quatro isolados saprofíticos e dois isolados lignocelulolíticos, os quais apresentam grande potencial de uso industrial (Figura 14). Figura 14 – Banco de Fungos armazenados na FEPAGRO Florestas. Santa Maria, RS, 2013. 3.2.4 Estabelecimento de uma coleção, in vitro, de espécies nativas do Bioma Pampa com potencial forrageiro Com o objetivo de realizar a conservação in vitro de espécies de forrageiras nativas do Bioma Pampa, a pesquisa está em fase de testes para o estabelecimento dos explantes. Este trabalho abrange as seguintes espécies: Axonopus affinis, Brisa suberistata, Paspalum notatum, Desmodium incanum, Mnesithea selloana, Stipa setigea. Os exemplares das espécies foram coletados na região do Pampa Gaúcho e estão atualmente preservadas na casa de vegetação da FEPAGRO (Figura 15). 27 Figura 15 – Mudas das espécies nativas do Bioma Pampa utilizadas para o projeto. Santa Maria, RS, 2013. Inicialmente os explantes foram extraídos das amostras de plantas, utilizando partes da planta com crescimento ativo, após serem desinfetados através da lavagem em água+detergente comercial (2 gotas/100ml) por dois minutos, seguida da imersão em solução de hipoclorito de sódio a 2,5% por aproximadamente 15 minutos, em seguida realizar cinco lavagens em água destilada (Figura 16). Figura 16 – Desinfestação dos explantes de espécies forrageiras nativas do Bioma Pampa. Santa Maria, RS, 2013. Testes foram realizados para a propagação in vitro através de sementes de Desmodium incanum, os resultados para o estabelecimento mostrou-se favorável em comparação à repicagem de explantes. O material se encontra na Sala de Incubação da FEPAGRO, sob condições de temperatura e luz controlada (Figura 17). 28 Figura 17 – Explantes de espécies forrageiras nativas do Bioma Pampa na Sala de Incubação da FEPAGRO Florestas. Santa Maria, RS, 2013. 3.2.5 Semeadura in vitro de Bauhinia forficata para uso como fonte de explantes O experimento possui o objetivo de multiplicar in vitro, exemplares de Bauhinia forficata para utilização como fonte de explantes. As sementes utilizadas foram provenientes do banco de sementes da FEPAGRO Florestas. O primeiro procedimento realizado para a semeadura foi a desinfecção das sementes através da aplicação de bactericida e três tipos de fungicidas em combinação com hipoclorito (5%) e alcool 70% (Figura 18). Figura 18 – Substâncias utilizadas para a desinfecção das sementes de pata-devaca (Bauhinia forficata) (a) e semeadura das sementes em meio de cultura (b). Santa Maria, RS, 2013. (a) (b) O meio de cultura utilizado é composto por água, sacarose (30g/L) e Agar (7g/L). Todos os procedimentos foram realizados em câmara de fluxo laminar, para controle da contaminação. 29 O material se encontra em desenvolvimento na sala de incubação do Centro de Pesquisas em Florestas da FEPAGRO, sob condições controladas de temperatura e luminosidade, com 25 C° de temperatura e fotoperíodo de 16 horas (Figura 19). Figura 19 – Plântulas de pata-de-vaca acondicionadas na sala de incubação de culturas da FEPAGRO. Santa Maria, RS, 2013. Futuramente, após o estabelecimento do cultivo in vitro, ocorrerá a transferência dos explantes para o meio de multiplicação constituído por macro e micronutrientes como também o regulador de crescimento BAP (6 – benzilaminopurina) para proporcionar o crescimento de novas gemas, procedimento que será realizado com o corte do sistema radicular e alguns seguimentos foliares, dando sequência a primeira fase da clonagem. A próxima fase do cultivo será o enraizamento in vitro, após o estabelecimento da cultura enraizada os explantes serão transplantados para substrato específico e passarão para a fase de aclimatação em viveiro. 3.2.6 Efeito de Nitrato de Potássio na quebra de dormência de sementes de Schinus molle. Esta pesquisa busca verificar o efeito de KNO3 (Nitrato de Potássio) na quebra de dormência de sementes de Schinus molle. As sementes utilizadas são provenientes do banco de sementes da FEPAGRO Florestas, antecedendo o procedimento de semeadura as mesmas tiveram as cascas dos frutos removidas e foram submetidas à água corrente. Em câmara de fluxo laminar, as sementes foram desinfetadas com detergente neutro comercial, água destilada e hipoclorito para evitar a contaminação. Em seguida deu-se inicio ao processo de semeadura em papel germiteste, onde aplicou- 30 se cerca de 5ml de KNO3 em cada repetição, que foram armazenados em caixa gerbox (Figura 20). Figura 20 – Desinfecção (a) e semeadura (b) de sementes de pata-de-vaca realizadas em câmara de fluxo laminar na FEPAGRO Florestas. realizados em câmara de fluxo laminar (a) (b) 3.3 Experimentos e trabalhos desenvolvidos 3.3.1 Micorrização de Anadenanthera macrocarpa com esporos de Scleroderma citrinum O experimento teve como objetivo avaliar a capacidade de micorrização do fungo ectomicorrízico Scleroderma citrinum em plântulas de angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa). Inicialmente realizou-se a preparação do substrato, o solo utilizado para a composição do substrato foi coletado em área de campo nativo, para evitar a presença de esporos ectomicorrízicos. O solo foi seco ao ar e peneirado em malha de 2 mm. Para proporcionar maior porosidade ao substrato, foi adicionado casca de arroz carbonizada (25%) ao solo. As sementes das espécies florestais utilizadas no experimento foram obtidas do banco de sementes do Centro de Pesquisa em Florestas da Fepagro. Foi realizada a quebra de dormências das sementes de pinus através da imersão em água a temperatura ambiente durante 24 horas. 31 Para o preparo do inoculante de fungo ectomicorrízico utilizou-se esporocarpos maduros de Scleroderma citrinum coletados em campo natural localizado sob a copa de um exemplar de Pinus echinata no Centro de Pesquisa em Florestas da Fepagro (Figura 21). Os fungos foram levados ao laboratório, para a retirada dos esporos e posterior pesagem dos mesmos. Figura 21 – Fungo Scleroderma citrinum utilizado como inoculante em plântulas de angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa). Santa Maria, RS, 2013. Foram utilizados sete esporocarpos maduros, totalizando 38 gramas de esporos. Em seguida ocorreu o preparo do substrato que recebeu a inoculação de esporos do fungo S. citrinum com auxílio de betoneira. Para isso, 38 gramas de esporos foram cuidadosamente adicionados a 25 litros de substrato, totalizando 1,5 gramas de esporos de fungo por litro de substrato. O processo de homogeneização do material ocorreu durante cinco minutos, aproximadamente, em betoneira fechada com plástico para evitar a dispersão dos esporos. A obtenção do óleo essencial de Eucalyptus citriodora e Pinus echinata foi realizada através da técnica de hidrodestilação das folhas frescas (VITTI e BRITO, 2003). As folhas coletadas foram cortadas em pedaços de 2 cm e colocadas em balão de fundo redondo no aparelho de Clevenger modificado (SERAFINI e CASSEL, 2001), mantendo-se água destilada em ebulição dentro do recipiente, por meio de aquecedor externo. Os componentes vegetais extraídos, após a passagem do destilado por um condensador, foram coletados e mantidos sob refrigeração a 4 o C, até sua utilização para induzir a micorrização das futuras mudas. O experimento foi instalado no dia 7 de julho de 2013. Foram utilizados os seguintes tratamentos: 1) Angico vermelho; 2) Angico vermelho + esporos do fungo; 3) Angico vermelho + esporos do fungo + óleo essencial de pinus; 4) Angico 32 vermelho + esporos do fungo + óleo essencial de eucalipto; 5) Pinus elliottii e 6) P. elliottii + esporos do fungo (Figura 22). Figura 22 – Detalhe dos tratamentos com inoculação de Scleroderma citrinum em plântulas de angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa) e de P. elliottii. Santa Maria, RS, 2013. O tratamento P. elliottii que recebeu esporos de S. citrinum foi utilizado como controle positivo da micorrização, visto que espécies do gênero Pinus são hospedeiros desta espécie de ectomicorriza (Figura 23). Figura 23 – Controle positivo da micorrização com Scleroderma citrinum em P. elliottii. Santa Maria, RS, 2013. Foram utilizados tubetes plásticos com capacidade de 100 cm 3, os quais foram preenchidos com o respectivo substrato, de acordo com o tratamento. Em seguida, ocorreu a semeadura das duas espécies florestais, adicionando-se duas sementes por tubete. Após esta etapa, os tubetes foram irrigados e dispostos em casa de vegetação. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com seis tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição composta por seis plantas. 33 A reposição da umidade foi realizada diariamente, adicionando-se água destilada. Em intervalos de 25 dias, foi realizada aplicação de solução nutritiva de Hoagland e Arnon (1951). Para aplicação dos óleos essenciais de E. citriodora e P. echinata foram solubilizados em etanol 96,5% na proporção de 1:1 (v/v), conforme metodologia proposta por Fabrowski et al. (2003). Sobre o substrato dos tratamentos correspondentes, foram aplicados 4 mL da solução contendo óleo essencial solubilizado por tubete, na concentração de 40 µL L -1 para o óleo de eucalipto e 30 µL L-1 para o óleo de pinus. As aplicações ocorrem aos 15 dias após a semeadura. A primeira avaliação será realizada 90 dias após a instalação do experimento, tempo necessário para verificar se ocorreu a micorrização das mudas. 3.3.2 Entomofauna associada a galhos de Acacia mearnsii cortados por serradores O cultivo de Acacia mearnsii (Fabaceae) é vinculado principalmente à geração de energia, produção de celulose e extração de tanino. Coleópteros de hábito serrador são os principais insetos depredadores da acácia-negra, em função do corte de galhos e fustes realizado pelas fêmeas para a oviposição. Apesar da problemática do serrador, pouco se sabe a respeito do complexo de organismos ligados a este sistema. A identificação dos insetos associados é indispensável para o manejo ecológico destas espécies. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo registrar os grupos que compõe a entomofauna associada aos galhos de A. mearnsii afetados pela ação de insetos serradores. Foram realizadas coletas sazonais de galhos de acácia-negra cortados por serradores, em plantio homogêneo no município de Encruzilhada do Sul, RS. Até o momento, as amostragens foram efetuadas em novembro de 2012, fevereiro e abril de 2013, perfazendo 216 galhos coletados. Em laboratório os galhos foram mensurados (diâmetro e comprimento) e isolados em sacos de tecido voile, que serão mantidos por um ano após a coleta sob condições controladas (25◦C ± 1; UR. 60% ±10; 16h de fotofase), regularmente os galhos são umedecidos e observados (Figura 24). 34 Figura 24 – Sacos de tecido contendo os galhos de A. mearnsii atacados pelo serrador-da-acácia-negra. Santa Maria, RS, 2013. Os insetos emergidos foram contabilizados, sacrificados e acondicionados em microtubo (1,5 ml), contendo álcool 70% (Figura 25). Figura 25 – Insetos de serrador-de-acácia-negra obtidos dos galhos coletados. Santa Maria, RS, 2013. Posteriormente os insetos foram identificados com auxílio de chaves para famílias, e enviados para especialistas (Figura 26). 35 Figura 26 – Insetos de serrador-da-acácia-negra montados para serem enviados aos especialistas. Santa Maria, RS, 2013. Até o momento foram registrados 75 indivíduos distribuídos em 13 morfoespécies. A maioria deles (50 indivíduos e nove morfoespécies) é pertencente à ordem Coleoptera e família Cerambycidae. Os cerambicídeos estão representados pelas subfamílias Cerambycinae e Lamiinae, contendo 25 indivíduos cada, e respectivamente cinco e quatro morfoespécies. A espécie de cerambicídeo mais abundante foi Compsocerus violaceus (White, 1853) (n=17), no entanto esta não é considerada uma espécie de serrador e pode ter ocupado os galhos após a sua queda. Neste estudo, duas morfoespécies pertencentes à subfamília Lamiinae, possivelmente podem ser consideradas serradoras, porém é necessária a confirmação com especialista. Hymenoptera foi a segunda ordem ocorrente, apresentando 25 indivíduos e quatro morfoespécies, e está representada pelas famílias Braconidae, Eupelmidae e Pteromalidae. Estas famílias abrigam espécies de parasitoides que atuam como reguladores populacionais, por causarem a morte de seus hospedeiros. Tais resultados, apesar de ainda preliminares, demonstram uma diversidade composta por insetos de hábitos diferenciados, incluindo inimigos naturais que podem contribuir para o equilíbrio entre as espécies de organismos vinculados ao cultivo de A. mearnsii, e em especial para a supressão dos serradores. Os resultados deste trabalho serão apresentados em forma de resumo simples no 2º Salão de Iniciação Científica e Inovação Tecnológica da Fepagro, nos dias 9 e 10 de outubro de 2013, na cidade de Porto Alegre. No entanto a mesma segue em atividade no Centro de Pesquisas em Florestas da FEPAGRO, para implementação de técnicas de controle biológico para supressão de espécies de serradores ocorrentes em plantio de acácia-negra. 36 3.3.3 Diversidade de fungos em fragmentos florestais Estudos de diversidade e ecologia de fungos em povoamentos florestais são importantes para a compreensão das interações existentes entre estes microrganismos e as plantas. O objetivo do trabalho foi coletar, identificar e classificar fungos encontrados em fragmentos florestais. Este levantamento ocorreu no período de abril a julho de 2013, no município de Santa Maria (RS), em fragmentos de pinus, acácia negra, eucalipto, espécies nativas, bem como em campos naturais próximos a fragmentos florestais. Foram encontradas 31 espécies de fungos, sendo 22 espécimes considerados ectomicorrízicos, quatro saprofíticos e cinco lignocelulolíticos. Dentre os fungos ectomicorrízicos, foram encontradas 22 espécies pertencentes a dez gêneros distintos: Amanita (3 espécies), Calvatia, Descomyces, Gymnopilus, Lactarius, Pisolithus, Ramaria, Russula (4 espécies), Scleroderma (5 espécies), Suillus (4 espécies) (Figura 27). Figura 27 – Fungos micorrízicos coletados em fragmentos florestais: Amanita muscaria (A), Amanita sp. (B), Suillus sp. (C), Scleroderma citrinum (D), Ramaria toxica (E), Pisolithus sp. (F), Gymnopilus spectabilis (G), Lactarius deliciosus (H), Calvatia sp. (I), Rhizopogon sp. (J), Russula sp. (K) e Descomyces sp (L). Fotos: Gerusa P. K. Steffen. Santa Maria, RS, 2013. Foram encontrados fungos saprofíticos pertencentes aos gêneros Macrolepiota (2 espécies), Lepiota e Leucoagaricus (Figura 28). 37 Figura 28 – Fungos saprofíticos encontrados em fragmentos florestais na região central do estado do RS: Lepiota SP (a); Leucoagaricus sp. (b); Macrolepiota sp. (c); Macrolepiota sp. (d). Santa Maria, RS, 2013. (a) (b) (c) (d) Dentre os lignocelulolíticos, foram encontrados espécimes dos gêneros Ganoderma (3 espécies), Lepista e Stropharia (Figura 29). Figura 29 – Fungos lignocelulíticos encontrados em fragmentos florestais na região central do estado do RS: Ganoderma sessile (a); Ganoderma tornatum (b); Lepista sp. (c); Stropharia rugosoannulata(d). Santa Maria, RS, 2013. (a) (b) (c) (d) Amostras dos exemplares de fungos coletados neste estudo foram armazenadas para possibilitar a realização de estudos moleculares. A maioria das espécies foi isolada e preservada para a criação de banco de fungos e de herbário, respectivamente, na FEPAGRO. Este trabalho demonstrou a existência de grande diversidade de fungos em fragmentos florestais de Santa Maria, demonstrado o potencial destes locais como fonte de inóculo micorrízico e a importância destes ambientes para a preservação do patrimônio genético. 38 O presente estudo foi enviado para apresentação como resumo expandido no XXVII Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Agrícola e Engenharia Agrícola e Ambiental (CONEEAGRI 2013), que acontecerá entre os dias 22 e 27 de setembro de 2013, em Alegrete – RS. 39 4 CONCLUSÕES Acompanhar as atividades realizadas no centro de pesquisas em florestas permitiu conhecer a rotina de uma instituição que dedica-se basicamente a pesquisa científica, evidenciando a importância deste órgão para o desenvolvimento do setor florestal e agrícola. O período de estágio na FEPAGRO proporcionou um aprendizado em metodologias não vivenciadas durante a graduação, assim como foi de grande valia a convivência e a troca de experiências com os profissionais da FEPAGRO. 40 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, C. et al. A cultura de tecidos na agricultura. I Jornada Científica e VI FIPA do CEFET Bambuí, outubro de 2008; Bambuí, MG; 2008. ARALDI, B. D. et al. Fenologia, seleção de árvores matrizes e coleta de sementes de Podocarpus lambertii Klotzsch ex Eichler no Rio Grande do Sul, Brasil, 2009. Disponível em: <http://www.ambiente-augm.ufscar.br/uploads/A1-056 18/8. Acesso em: 13 de agosto de 2013>. BIOMAX-MEP. Controle biológico da traça da farinha. Disponível em: http://www.biomax-mep.com.br/controle-ecologico-da-traca-da-farinhaephestia-sp/. Acesso em: 14 de setembro de 2013. BUENO, P. H. V., et al. Controle biológico e manejo de pragas na agricultura sustentável. Lavras, MG: Departamento de entomologia/ UFLA, 2011. BRASIL. 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