Física Divisão Dividimos as mantissas e subtraímos os expoentes. VÉÇvx|àÉá@fA\@aÉàt†ûÉ v|xÇà•y|vt@bÜwxÅ FÍSICA Resolva em notação científica É a ciência que estuda os fenômenos que ocorrem na natureza. a) 1 - NOTAÇÃO CIENTÍFICA 2 ,4 × 1012 = 3,0 × 1010 1,05 × 10 −7 9 × 10 9 ⋅ 5 × 10 −6 ⋅ 2,5 × 10 −6 e) = f) = 0 ,5 × 10 4 1,0 × 10 − 20 −2 −3 g) (7 ⋅ 3 × 10 ) + 4 ,9 × 10 = Para manipular os números, que têm grandes quantidades de zeros, os cientistas utilizam a Notação Científica, fazendo uso da potência de dez. A regra é a seguinte:“Qualquer número real c pode ser escrito como o produto de um número b, cujo módulo está entre 1 e 10, por outro, que é uma n potência de 10, com expoente inteiro (10 ) n c = b. 10 1 ≤ / b / < 10 Exemplos: a) 40000 = b) 8.300.000 = c) 0,000.000.124 = d) 980 = e) 722 = f ) 0,000001 = Exercícios: 1 - Coloque os números seguintes em forma de notação científica: a) 24.500 = b) 78000.000 = c) 3478000 = d) 0,0005667 = e) 0,0085 = f) 3000000 = g) 0,450 = h) 0,000525 = i) 345,65 = j) 7500,3 = k) 120000,7 = 2 - Quais dos números a seguir estão escritos em notação científica? 5 -6 c) 4.10 d) 0,005 a) 5,4 b) 10.10 5 e) 4.10 f) 0,23.10 8 -3 -3 g) 2.10 h) 65.10 i) 9,5.10 3 - O raio médio da Terra é cerca de 6.370.000 m. Escreva esse número em notação científica. Adição É necessário que todos os números possuam a mesma ordem de grandeza. = Subtração É necessário que todos os números possuam a mesma ordem de grandeza. Multiplicação A multiplicação é bastante simples. Multiplicamos as mantissas e somamos os expoentes. 2,5 ×10 7 ⋅ 4 ×10 −3 = 1,0 ×10 5 b) 11,5 ×10 −6 ⋅ 0 ,5 × 10 −4 = c) 1,5 × 10 −6 8 ⋅ 100 = d) 7 h) 587 x 10 - 45 x 10 = 2 - ORDEM DE GRANDEZA A ordem de grandeza é a potência de 10, de expoente inteiro, que mais se aproxima do n módulo da medida da grandeza analisada. 10 < / g n+1 / < 10 Para obter a ordem de grandeza de um número devemos, inicialmente escrevê-lo em notação científica. n Para decidir se a ordem de grandeza é 10 n+1 ou 10 , devemos comparar o número a com o valor 5. n / a / ≤ 5,5 = ordem de grandeza 10 n+1 / a / > 5,5 = ordem de grandeza 10 Exemplos: 3 4+1 5 a) 7500 = 7,5.10 = OG = 10 = 10 6 6 b) 2,5.10 = OG = 10 4 4+1 5 c) 5,8.10 = OG = 10 = 10 -4 -4+1 -3 d) 0,00087 = 8,7.10 = OG = 10 = 10 Exercícios: 1 - Determine a ordem de grandeza dos números: a) 0,000.007 = b) 4.000.000.000 = c) 0,125 = d) 345000 = e) 68000000 = 2 - Um foguete se deslocou, percorrendo, em média, 40.000 km/h. Qual foi a ordem de grandeza do deslocamento, em quilômetros, realizado pelo foguete durante 9 h? 3 - Um elevador tem capacidade máxima para 8 pessoas. Supondo cada pessoa com 80 kg, em média, determine a ordem de grandeza, em quilogramas, que o elevador pode transportar. 3 - MEDIDAS DE GRANDEZAS Para medir qualquer grandeza precisamos compará-la com outra de mesma espécie, tomada como padrão. As unidades padrões de comprimento, massa e tempo, no Sistema Internacional de Unidades ( S.I. ), são: 3 Reconhecer a energia como indispensável à vida individual e à vida social e que a dependência entre vida e energia cresceu continuamente na história da humanidade. Sistema Internacional de Medida Grandeza Unidade Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg tempo segundo s 2. Detalhamento da habilidade Medidas de comprimento (m) múltiplos de 10 Múltiplos hm 100m km 1.000m dam 10m U.F m 1m Submúltiplos cm mm 0,01m 0,001m dm 0,1m Quadro de unidades usadas para medir massa Múltiplos kg 1.000g hg 100g dag 10g Unidade Fundamental g 1g Submúltiplos dg 0,1g cg 0,01g mg 0,001g Quadro de unidades usadas para medir tempo Uni Sím Seg s Relação entre unidades de medida de tempo Min uto Hor a Dia min 1 min =60 s h 1h = 60 min = 3600 s dia 1 dia = 24 h = 1440 min = 86 400 s ano ano 1 ano = 356 dias = 8760 h 5,26 . 105 min = 3,15 . 107 s 1. Transforme em metros: a) 7 Km _________________________________ b) 4 dam ________________________________ c) 6,8 hm _________________________________ d) 0,3 km _________________________________ e) 39 dm ________________________________ f) 98,7 dm_________________________________ g) 746,3 cm ______________________________ h) 59,4 cm________________________________ i) 380 mm _______________________________ 2. Faça a conversão de: a) 7,3 km em m ___________________________ b) 8,9 m em cm____________________________ c) 2,3 cm em mm ___________________________ d) 4786 m em km__________________________ e) 836 cm em dm __________________________ f) 2,73 dm em cm__________________________ g) 154 cm em m __________________________ h) 0,94 m em cm ___________________________ i) 0,81 cm em dm___________________________ j) 3,97 cm em m ___________________________ 3- Efetue as seguintes transformações: a) 2,5 mg em g____________________________ b) 9,56 dg em mg__________________________ c) 0,054 hg em cg__________________________ d) 54 dag em dg____________________________ e) 2,45 kg em hg__________________________ f)2,6 g em kg_____________________________ TÓPICO 1: ENERGIA NA VIDA HUMANA Autor: Márcio Quintão MorenoCONTEÚDO DO MÓDULO: ENERGIA NA VIDA HUMANA 1.Habilidade 2.1 Saber que o termo energia designa um conceito específico da Física, que não coincide, em geral, com seu significado na linguagem comum. 2.2 Compreender a evolução no uso da energia ao longo da história humana e identificar suas diversas fontes, relacionando-as ao desenvolvimento econômico, tecnológico e à qualidade de vida. 2.3 Reconhecer as principais fontes e tipos de energia utilizadas na vida cotidiana e os riscos que podem oferecer à saúde e ao meio ambiente. 2.4 Identificar as principais mudanças que têm ocorrido na matriz energética brasileira. 2.5 Reconhecer as vantagens e desvantagens, em termos de impactos ambientais, das diferentes opções de produção da energia. 2.6 Saber que o consumo da energia distribui-se pelos setores industrial, social e doméstico. 2.7 Compreender como o perfil de consumo de energia se modifica com o desenvolvimento econômico e social de uma nação. 2.8 Compreender que nas sociedades modernas o progresso e a qualidade de vida estão associados ao nível adequado de consumo de energia e à política de distribuição adotada. 2.9 Conhecer e aprender a utilizar algumas unidades de medida da energia. Energia XÇxÜz|t Çt ä|wt {âÅtÇt TÓPICO 1: ENERGIA NA VIDA HUMANA Autor: Márcio Quintão Moreno A energia na história da humanidade Na época atual observa-se, em todo o mundo, uma inquietação generalizada com a energia: o bemestar das pessoas depende, cada vez mais, de haver energia acessível; governos, engenheiros e cientistas empenham-se em encontrar fontes de energia duráveis que possam atender ao seu consumo crescente; outros alertam para a necessidade e urgência de aumentar a utilização de energia “limpa”, pois é inegável que o uso de certas fontes de energia tem provocado modificações nocivas em nosso planeta. A questão da energia constitui atualmente, portanto, uma das mais importantes que a humanidade enfrenta. Em verdade, a energia e seu impacto no meio ambiente acompanham a humanidade desde o início de sua existência. Os humanos primitivos contavam apenas com seus músculos para sobreviver; aos poucos aprenderam a dominar o fogo e a usar a combustão da lenha, que por longos séculos constituiu a principal fonte de energia que dominavam; depois aprenderam a utilizar a energia do vento e da água e de alguns 4 animais. Há pouco mais de duzentos anos ocorreu a grande transformação técnica e social chamada de revolução industrial, que resultou da invenção de aparelhos capazes de produzir energia com mais eficiência do que os equipamentos que existiam naquela época. Essa mudança foi possível graças à utilização intensa de novo combustível – o carvão mineral. Há uns cento e vinte anos apareceram os primeiros aparelhos apropriados para produzir energia elétrica abundante. O aumento mundial do consumo da energia foi de aproximadamente 2,3% ao ano, a partir de meado do século 19; essa taxa, que é próxima da taxa de aumento populacional. Ela parece muito pequena, mas de fato significou que a cada trinta anos dobrou em nosso planeta o consumo de energia. A evolução desse consumo em todo o mundo tem comprovado que, quanto maior a nossa capacidade para produzir energia, tanto maiores são as alterações que provocamos no meio ambiente. Energia: os vários significados da palavra Energia é uma palavra que em ciência designa uma propriedade observada nas transformações que continuamente ocorrem na natureza. Mas, como muito outros termos, ela tem significados diferentes noutros contextos. Quando lemos no jornal que a autoridade policial agirá com energia contra os assaltos em determinada região da cidade, ninguém confundirá o significado da palavra energia nesse caso com o sentido que ela possui na Física. Quando dizemos, por exemplo, que a energia de um caminhão que trafega com a velocidade de 40 km/h é maior do que a de um pequeno automóvel que tenha a mesma velocidade, utilizamos a palavra energia para designar uma propriedade física e não o comportamento de uma pessoa . Tal situação é idêntica à que encontramos ao dizer que o pico do Itacolomi é bastante elevado, pois tem 1.800 metros de altura, e ao lermos no jornal que neste mês os preços dos derivados de leite estão muito elevados. Os exemplos desse tipo podem se multiplicar à nossa vontade. Apesar dessa multiplicidade de sentidos que uma certa palavra pode adquirir, isto não nos impede de utiliza-la. Essas situações são inevitáveis, porque para nos comunicarmos uns com os outros – inclusive os cientistas entre si – não temos outra alternativa a não ser usar a linguagem comum. Em Física, como em outros ramos da ciência, utilizamos numerosos termos dessa linguagem com significados muito diferentes dos habituais. A questão importante é saber identificar com clareza qual o sentido que a palavra adquire em determinado contexto. A Física estuda propriedades quantitativas dos processos naturais e muitos dos seus conceitos podem ser expressos em termos matemáticos, isto é, existem fórmulas (equações) matemáticas que identificam com precisão o significado das palavras, evitando-se com isso toda ambigüidade. Vejamos dois exemplos. 1) Em Física distinguem-se vários tipos de energia, dois dos quais são a energia cinética e o outro a energia potencial gravitacional. A primeira refere-se ao produto ½Mv2, em que M é a massa de um corpo que se move com a velocidade v; a segunda designa o produto Mgh, no qual M é a massa de um corpo que se encontra à altura h acima de um determinado nível de referência e g é a aceleração adquirida por esse corpo se ele for solto e puder cair livremente. 2) Outra palavra amplamente utilizada em Física é momento. Na linguagem comum, ela designa um pequeníssimo intervalo de tempo. Em Física essa palavra tem, além desse significado, vários outros, um dos quais é o momento de um corpo de massa M que esteja em movimento com velocidade v, ao qual corresponde a expressão Mv, isto é, o produto da massa do corpo pela sua velocidade; esse conceito também é conhecido como quantidade de movimento do corpo.Outro uso em Física da palavra momento é no caso de momento de uma força, que se refere ao produto Fr, em que F indica a magnitude da forçaaplicada a um corpo e r distância dessa força a um eixo em torno do qual o corpo pode girar. Os conceitos apresentados nos exemplos acima serão posteriormente estudados mais detalhadamente e explicadas as vantagens que oferecem na compreensão da natureza. As equações matemáticas podem ser vistas também como abreviações adotadas pelos cientistas, evitando que tenham de recorrer a longas frases, como você terá oportunidade de aprender. Deve-se esclarecer desde já que aprender Física não significa ter de decorar muitas fórmulas; certamente algumas deverão ser conhecidas com familiaridade, porém o mais importante é compreender o que elas significam, ou seja, entender como elas descrevem o comportamento dos corpos no mundo material. A evolução das fontes de energia no Brasil O consumo de energia em nosso País, como no resto do mundo, aumentou à taxa média de aproximadamente 2,3 % ao ano, nos últimos 30 ou 40 anos. Nos países industrializados da Europa e nos Estados Unidos, grande parte da energia utilizada provém de combustíveis produzidos noutros lugares, isto é, essas nações têm de importar a maior parte dos combustíveis de que necessitam. Nos séculos passados a lenha era nesses países a grande e quase única fonte de energia, mas depois de centenas de anos de desmatamento esgotou-se a reserva vegetal nativa de que dispunham; a partir do século 17, começou a ser usado o carvão mineral, utilização intensificada nos séculos seguintes e que se mantém ainda hoje em larga escala. O uso do petróleo só se tornou freqüente no final do século 19 e intensificou-se enormemente a partir de aproximadamente 1950, isto é, depois da segunda guerra mundial. No caso brasileiro, cerca de 80% da energia consumida é gerada aqui mesmo; a importação é 5 responsável pelos restantes 20% de nossas necessidades energéticas, consistindo principalmente em alguns tipos de petróleo, de gás natural e carvão mineral. Há em nosso País reservas consideráveis de carvão mineral, porém de baixa qualidade. Várias circunstâncias explicam essa situação relativamente cômoda em nosso País com relação à energia, conforme dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia sobre o perfil do consumo de energia entre nós. Uma delas é a abundância de água, que permite a geração de eletricidade em usinas hidroelétricas: em torno de 36% da energia total consumida aqui provem de usinas desse tipo. O petróleo é responsável por cerca de 33% da energia que utilizamos. Graças aos progressos na prospecção e exploração de petróleo – principalmente no fundo do mar, a profundidades superiores a 1.000 metros – hoje o Brasil é quase independente da importação desse combustível. A terceira fonte de energia, responsável por 19% do consumo nacional, é a que provém da biomassa, isto é, de organismos vegetais e animais, como é o caso da cana de açúcar, utilizada para produzir álcool. Essas três fontes de energia – hidroeletricidade, petróleo e biomassa – contribuem com 88% da demanda de energia em nosso País. Os 12% restantes são atendidos pelo carvão, o gás natural, a energia nuclear e outras fontes que não ultrapassam 1% do total. O gráfico abaixo mostra como tem evoluído o consumo de energia no Brasil. É fácil ver que a utilização da lenha reduziu-se drasticamente: em 1970 ela representava 41% do consumo e em 1998 essa participação reduziu-se a 8%, isto é, reduziuse à quinta parte em pouco menos de 30 anos. Inversamente, a hidroeletricidade representava 15% do consumo de 1970 e subiu para 38% em 1998, ou seja, aumentou de quase uma vez e meia. Um dos critérios adotados pelos economistas para avaliar o grau de industrialização de um país consiste em calcular qual o consumo anual de energia por habitante. Existe uma enorme diferença nesse consumo entre países do “primeiro mundo” (o que significa: os Estados Unidos, a maioria dos países europeus, a Austrália e o Japão) e os países “em desenvolvimento”, como o Brasil e diversas outras nações da América Latina, da África e da maioria da Ásia. Adotou-se como referência a tonelada de petróleo equivalente (abreviada como tep), isto é, quantas toneladas de petróleo produzem, quando queimado, a mesma quantidade de energia que determinada outra fonte. De acordo com esse critério, nos países europeus o consumo anual de energia por habitante vale, em média, 5,5 tep e nos Estados Unidos é de 7 tep; no Brasil, esse consumo é de apenas 1,4 tep, várias vezes menor, como se vê, do que nos países mencionados. Vantagens e desvantagens das diferentes fontes de energia As diversas fontes de energia de que lançamos mão para nossas necessidades podem ser examinadas sob vários critérios.Um desses é quanto à sua durabilidade. Os casos mais importantes são os do petróleo e do carvão mineral, ambos os quais resultam da decomposição de organismos animais e vegetais que viveram em nosso planeta no passado distante, sob o efeito de altas pressões e altas temperaturas, durante milhões de anos. O petróleo já foi uma das mais abundantes fontes de energia, mas seu uso crescente, nos últimos 100 anos, diminuiu consideravelmente as reservas. É certo que o petróleo se esgotará, a única dúvida sendo que tempo resta para que isso aconteça; a situação do petróleo é semelhante à da produção de lenha, já mencionada: a intensa destruição das florestas na Europa, durante séculos, provocou sua quase extinção. Existem ainda reservas enormes de carvão mineral e em muitos países europeus ele continua a constituir a principal fonte de energia. O Brasil deixou de ser um país de abundantes florestas nativas, pois grande parte da sua área já foi completamente devastada. Apenas na Amazônia existe ainda uma cobertura florestal importante, mas mesmo esta está ameaçada, devido às imensas e irresponsáveis queimadas destinadas a transformar enormes áreas da floresta amazônica em pastagens e pela exploração predatória da madeira em outras áreas. Em parte, tal situação é provocada por incentivos governamentais errados, adotados há muitos anos. Outras fontes de energia, como as quedas d´água, os ventos e a energia solar, ao contrário, têm a seu favor uma durabilidade muito maior, porque se devem a processos naturais renováveis, isto é, que refazem ou não se esgotarão em prazo previsível. (A geração hidráulica e eólica de energia elétrica é uma forma de utilizar a energia recebida do Sol, devido à qual criam-se as quedas d´água e os ventos). Há também quem considere a energia nuclear como renovável, porque as reservas de urânio conhecidas, embora obviamente sejam finitas, asseguram “combustível” nuclear por muitos séculos. O próprio Sol, em rigor, é uma fonte não 6 renovável de energia, porquanto ele se extinguirá dentro de mais alguns bilhões de anos. Outro modo de avaliar as vantagens e desvantagens de determinado tipo de energia consiste em analisar as modificações que seu uso provoca no meio ambiente, ou, utilizando a denominação própria, o impacto ambiental que produz. Sob esse aspecto, o petróleo e o carvão devem ser condenados, pois a queima desses combustíveis tem provocado crescente envenenamento da atmosfera terrestre, onde se acumulam várias substâncias nocivas, originadas dessa queima. Entre elas, duas são especialmente importantes: o anidrido carbônico ou dióxido de carbono (fórmula química: CO2) e o enxofre (símbolo químico: S). O anidrido carbônico é produzido em quantidades anuais crescentes, devido, sobretudo ao aumento incessante do número de veículos que utilizam como combustível os derivados do petróleo. A acumulação de CO2 na atmosfera está provocando uma conseqüência danosa, chamada efeito estufa nocivo, que consiste no aumento da temperatura em todo o planeta, do que resultam, entre outros efeitos, modificações indesejáveis no clima. A outra substância que se acumula na atmosfera terrestre, tendo efeito deletério, é o enxofre, que resulta da queima do petróleo e principalmente do carvão. Na atmosfera o enxofre combina-se com outras substâncias e volta ao solo sob a forma de chuva ácida, que afeta gravemente a vegetação, pois impede a fotossíntese, que é o processo pelo qual a energia que recebemos do Sol como radiação se transforma em energia química. Em outras palavras, os vegetais se formam e vivem graças à transformação da luz solar em celulose. Nenhuma fonte de energia é destituída de efeitos inconvenientes ao meio ambiente. Considere-se o caso das usinas hidroelétricas, que são fontes de energia cujo impacto ambiental é muito menor do que o provocado pelo petróleo e o carvão. Mas também as hidroelétricas produzem efeitos indesejáveis, dois dos quais são a inundação de grandes áreas, parte das quais é de solo fértil, assim como obrigam à transferência de milhares de famílias, nem sempre deslocadas em situação favorável. A energia nuclear é um exemplo de energia que não produz os inconvenientes mencionados acima, mas que apresenta outras conseqüências sérias. A energia nuclear provem de uma transformação dos núcleos dos átomos de certos elementos químicos, principalmente o urânio (símbolo químico: U), devido à qual há a liberação de enorme quantidade de energia, que é utilizada na produção de vapor para acionar os geradores de eletricidade. Um dos inconvenientes da energia nuclear é que os rejeitos da transformação do urânio são substâncias químicas que emitem radiações nocivas e de longa duração (algumas durante milhões de anos). Essas substâncias, que formam o chamado “lixo nuclear”, requerem armazenamento extremamente complicado e um sistema eficaz de vigilância sobre os locais onde sejam depositadas, o que encarece de modo considerável a produção desse tipo de energia. Em nosso País a participação da energia nuclear no consumo energético ainda é muito pequena, mas deve triplicar dentro de uns 20 anos, a fim de atender ao crescimento econômico previsto para esse prazo. Em outros países, no entanto, a energia nuclear já constitui a principal fonte de energia: é o caso da França, onde 80% da energia consumida tem origem nuclear. A distribuição da energia na sociedade A energia desempenha na vida econômica uma função semelhante à do ar que devemos respirar para continuarmos vivos. A indústria é a maior consumidora de energia. A produção de alimentos e bebidas, de cerâmica e cimento, a metalurgia e a mineração, a produção de tecidos e de papel, entre numerosas outras, são exemplos bem conhecidos de atividade industrial, que em 2002 absorveu 37% de toda a energia disponível em nosso País. O sistema de transportes – rodoviário, aéreo e hidroviário – foi responsável pelo consumo de 27% da energia oferecida no mesmo ano. Como é bem sabido, a maior parte (cerca de 70%) das cargas são transportadas em nosso País nas rodovias, que se tornaram um poderoso agente poluidor da atmosfera. A demanda residencial figura em terceiro lugar, tendo consumido 12% da energia disponível em nosso País em 2002; os restantes 24% da energia consumida nesse ano reparte-se em diversos outros setores, entre eles o agrícola. Uma característica da produção de energia no Brasil é particularmente importante: quase 90% da energia elétrica que consumimos é produzida em usinas hidroelétricas, tipo de energia que, já foi mencionado antes, é das mais “limpas”. Poucos outros países dispõem dessa grande vantagem: em todo o mundo, apenas o Canadá e a Noruega também geram em usinas hidroelétricas a maior parte da energia elétrica que utilizam. Nos demais países a eletricidade provem de usinas termoelétricas, isto é, usinas que utilizam o vapor de água para gerar eletricidade mediante a queima de carvão mineral ou de derivados do petróleo; 67% da energia mundial é assim produzida e outros 17% provêm de usinas nucleares. Energia e qualidade de vida No longo período em que o Brasil foi colônia de Portugal, como aconteceu também em todos os outros países colonizados pelas nações européias, a quase totalidade dos produtos industrializados eram importados, o que obviamente permitiu o florescimento apenas das indústrias dos países colonizadores. Aqui pouca coisa era produzida e quase sempre por métodos artesanais. Durante a época do Brasil-colônia, o governo português proibiu sistematicamente que se organizassem manufaturas em nosso País, assim 7 como jamais organizou um sistema educacional adequado; as poucas escolas elementares que havia destinavam-se a ensinar alguns rudimentos de escrita e cálculo e o catecismo católico. Não era autorizada nem a publicação nem a importação de jornais ou de livros; basta lembrar que a primeira tipografia só pôde ser montada no Brasil no final do século 18 (depois de quase trezentos anos de colonização!), mas existiu por apenas alguns meses Ela foi destruída por ordem do governo português. Esses dados permitem compreender porque foi tão atrasada a implantação de indústria no Brasil (assim como nos demais países colonizados). Mesmo depois de o governo português haver se transferido para cá, nos primeiros anos do século 19, devido à invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte, decorreu um longo prazo antes de sermos capazes de implantar uma economia capaz de oferecer os produtos que constituem parte das condições de vida satisfatórias para a população. Um historiador brasileiro lembra, a propósito, que o desinteresse pela natureza e o horror à atividade manual foram características da corte portuguesa que se transferiu para “a Colônia, com os costumes, os usos, a religião e a mentalidade da nobreza, para a qual liberdade se tornou sinônimo de ociosidade e o trabalho qualquer coisa de equivalente à servidão. A transferência do governo português para o Brasil não poderia produzir o milagre de transformar uma economia baseada no trabalho de escravos em economia moderna, como é comprovado pela resistência que sofreram, durante o século 19, as iniciativas de modernização que foram tentadas em nosso País. A IMPLANTAÇÃO DA INDÚSTRIA NO BRASIL Irineu Evangelista de Souza (visconde de Mauá) nasceu em Arroio Grande, no Estado do Rio de Janeiro, em 1813, e faleceu em Petrópolis, no mesmo Estado, em 1889. Foi empresário, industrial, banqueiro e político de grande visão, tornando-se pioneiro em várias áreas da economia brasileira. Uma de suas maiores realizações foi ter empreendido a construção da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Mauá, no Estado do Rio de Janeiro, inaugurada em abril de 1854 (dois anos e meio antes de ser inaugurada a primeira ferrovia em Portugal!). De origem humilde, sua ascensão social resultou de seus próprios méritos e de suas iniciativas, graças aos quais tornou-se um dos homens mais importantes do País em sua época. Foi incompreendido pela sociedade rural e escravocrata em que viveu, mas atualmente é considerado o símbolo dos empreendedores brasileiros do século 19. Foi precursor da • • • • • • • valorização da mão-de-obra, do investimento em tecnologia, das transnacionais brasileiras, da globalização, do multi-lateralismo e pioneiro no que veio a ser o atual Mercosul. Modesto, só conhecemos sua biografia graças à exposição de motivos que apresentou aos credores e ao público em 1887, ano em que faliu. Os nossos atuais meios de transporte, assim como grande parte dos equipamentos ainda utilizados nas nossas indústrias e residências, foram inventados quando a energia disponível era abundante e barata e os efeitos que produziam no meio ambiente eram desconhecidos ou subestimados. Muitas dessas fábricas foram transferidas para cá, enquanto os países de origem inventavam e desenvolviam equipamentos e processos mais eficientes; em outros termos, em grande parte “herdamos” apenas a capacidade de produzir, por muitos anos, bens de consumo de qualidade inferior e pequena durabilidade. Essa breve referência à história econômica de nosso País tem a finalidade de destacar a urgência de aperfeiçoar métodos e equipamentos que produzam ou utilizem a energia. Em todos os países que já alcançaram certo nível de industrialização, empresas e laboratórios governamentais desenvolvem estudos que visam a aumentar a eficiência na transformação da energia primária em energia útil (a energia primária é a que existe no petróleo, no carvão, na lenha, nos ventos etc.). Isto significa uma enorme pauta de itens, como exemplifica a lista parcial abaixo: melhorar o desempenho dos motores e das engrenagens, de caldeiras e dutos; aperfeiçoar o controle dos processos de conversão da energia e de aquecimento; desenvolver novos projetos de casas e edifícios que poupem materiais e energia; fabricar aparelhos domésticos mais eficientes, tais como fornos, refrigeradores, condicionadores de ar, lavadoras, televisores, etc.; desenvolver novos sistemas de iluminação e de isolamento acústico e térmico para residências e edifícios ; produzir veículos que utilizem menos combustíveis para o mesmo percurso; produzir combustíveis menos prejudiciais ao meio ambiente. A lista que se pode fazer é muito maior, está claro, pois não há praticamente nenhum objeto ou processo que utilizamos hoje que não possa ser melhorado no que se refere ao uso da energia, para que ele opere com maior eficiência ou que diminua o impacto ambiental que provoca. A solução desses problemas terá imensa importância nos próximos decênios, pois alcançar os aperfeiçoamentos exigidos pelo uso mais inteligente da energia será um dos principais fatores para salvarmos nosso planeta – e, portanto, a nós próprios - do desastre ambiental que nos ameaça. 1. Considere as frases abaixo: 8 I - A energia de um automóvel em movimento depende de sua velocidade e de sua massa. II - Uma pirâmide metálica é fonte de energia. III – A energia dos ventos pode ser medida pela energia elétrica que os geradores eólicos são capazes de gerar. Das quatro alternativas abaixo, escolha aquela que indica a(s) frase(s) acima em que a palavra energia foi utilizada no sentido científico. A. I e II somente. B. II e III somente. C. I e III somente. D. I, II e III. 2. A energia nuclear é muito útil na vida moderna para a geração de eletricidade. Uma das desvantagens de seu uso, entretanto, está nos rejeitos radioativos, que são substâncias geradas ao final do processo de produção da energia nuclear. Em relação aos rejeitos radioativos, analise as frases abaixo: I - Os rejeitos radioativos podem ser liberados para o meio ambiente quando o nível de radiação é igual ao do meio ambiente e quando não apresentam toxidez química. II - Rejeitos sólidos de baixa atividade, como partes de maquinaria contaminadas, luvas usadas, sapatilhas e aventais contaminados, não apresentam riscos ao meio e podem ser liberados sem tratamento específico. III - A descontaminação consiste em eliminar o contaminante (material indesejável) do objeto ou da região onde se localizou. A partir do momento da remoção do contaminante, não há mais irradiação. Escolha qual das alternativas abaixo é correta em relação às frases acima: A. I e II. B. II e III. C. I e III. D. I somente. 3. A evolução do consumo de energia do Brasil de 1978 a 1999, por fonte de energia, está representada na ilustração abaixo, retirada de publicação do Ministério de Minas e Energia ( Balanço energético 2000). Analisando a figura podemos concluir que: A. Em todo o período considerado houve maior consumo de derivados de petróleo do que de eletricidade. B. Consumiu-se mais bagaço de cana em 1999 do que em 1978. C. O perfil de consumo de energia no Brasil, de 1990 a 1999, sofreu mudanças significativas. D. A diminuição do consumo de lenha foi proporcional ao aumento do consumo de álcool. 4. O consumo de energia no Brasil tem aumentado constantemente, como revela o gráfico abaixo, que mostra o consumo de energia em vários setores da economia, no período de 1974 a 2004. Fonte: Balanço Energético Nacional/MME Analise as afirmativas seguintes: I. A indústria é a principal consumidora de energia em nosso País e os países mais industrializados consomem proporcionalmente mais energia do que os países cuja economia se baseia nas atividades primárias, como agricultura primitiva. II. O consumo residencial cresceu de 1974 a 2004, devido ao fato de ter aumentado também o uso de aparelhos industrializados e movidos pela energia elétrica nas residências. III. O consumo no setor comercial igualmente aumentou no mesmo período, porém proporcionalmente o consumo residencial cresceu mais. Dentre essas sentenças, as que relacionam os dados do gráfico corretamente com o histórico de consumo de energia são: A) I e II. B) II e III. C) I e III. D) I, II e III. 5. Tomando por base a figura anterior, escolha das alternativas abaixo a que corresponde aos dados apresentados no Balanço Energético Nacional 2004: A. O consumo industrial cresceu tanto quanto o comercial, de 1974 a 2004. B. No mesmo período o crescimento do consumo industrial foi igual ao residencial. 9 C. O setor industrial cresceu cerca de 5 a 6 vezes naquele período. D. O consumo do setor industrial de 1974 a 1989 foi igual ao que houve no período 1989-2004. 6. Das alternativas abaixo, escolha a que completa corretamente a afirmação, relacionada à ideia de matriz energética, de que se espera de uma sociedade desenvolvida que ela alcance. A. Adequado consumo e grande distribuição de energia. B. Adequado consumo e pequena distribuição de energia. C. Alto consumo e grande distribuição de energia. D. Alto consumo e pequena distribuição de energia. 7. Ao longo da história, o homem utilizou e ainda utiliza hoje várias fontes de energia para melhorar sua qualidade de vida. Dentre as fontes de energia relacionadas abaixo marque a que indica a fonte utilizada mais tardiamente na história da humanidade. A. Energia elétrica proveniente de quedas de água. B. Energia eólica, proveniente do movimento do ar atmosférico. C. Energia química proveniente do bio-diesel. D. Energia térmica proveniente da queima de carvão. 8. O Balanço Energético de uma nação é calculado pela diferença entre a oferta de energia e o consumo final de energia pela nação. Esse balanço energético, também conhecido como matriz energética varia de um país para outro. Dos fatores indicados abaixo, aquele que mais interfere na matriz energética de uma nação é: A. A quantidade de suas indústrias. B. Sua extensão territorial. C. Sua população. D. Seu desenvolvimento econômico e social. 9. O uso da energia pelo ser humano, ao longo de sua história, sofreu grandes transformações. Novas fontes de energia são descobertas e equipamentos são construídos para realizar tarefas antes feitas pelo próprio homem. A alternativa que apresenta a sequência temporal de utilização da energia pelo homem é: A. Energia elétrica, energia térmica, energia nuclear. B. Energia elétrica, energia nuclear, energia térmica. C. Energia nuclear, energia térmica, elétrica energia. D. Energia térmica, energia elétrica, energia nuclear. 10. Releia na seção 5 a explicação dos conceitos de energia cinética e de quantidade de movimento. Suponha dois carros, um de massa M1 = 1.200 kg, que se move com velocidade v1 = 54 km/h = 15 m/s; o outro tem massa M2 = 800 kg e sua velocidade é v2 = 90 km/h = 25 m/s. Escolha qual das alternativas abaixo é correta. A. O caro 1 tem a mesma energia cinética e a mesma quantidade de movimento do carro 2. B. O carro 1 tem menor energia cinética e menor quantidade de movimento do que o carro 2. C. As quantidades de movimento dos dois carros são iguais, mas a energia cinética do carro 2 é maior do que a do carro 1. D. O carro 1 tem maior energia cinética e maior quantidade de movimento do que as do carro 2. 11. Releia na seção 5 a explicação do que é momento de uma força. Os trincos e maçanetas das portas de girar são instalados na borda oposta à das dobradiças I - para aumentar a força aplicada na porta para girá-la; II - para diminuir a força necessária para mover a porta; III - para aumentar o momento da força aplicada na porta; IV - para impedir que a porta seja empurrada no centro. Escolha dentre as alternativas abaixo a que for correta: A. as afirmações I e III; B. as afirmações II e III; C. as afirmações III e IV; D. as afirmações II e IV; E. as afirmações I e IV. Energia: b áÉÄ x tá yÉÇàxá wx xÇxÜz|t CONTEÚDO DO MÓDULO: O SOL E AS FONTES DE ENERGIA 1. Habilidade Reconhecer o Sol como nossa principal fonte de energia e origem de quase todas as fontes de energia existentes na Terra. 2. Detalhamento da habilidade 2.1 - Compreender a associação entre a energia solar e os processos que ocorrem na natureza, como formação dos combustíveis fósseis, crescimento das plantas, chuvas e ventos, clima etc. 2 .2 - Saber que o Sol é uma fonte quase inesgotável de energia e que a energia por ele irradiada tem origem na fusão nuclear. 2.3 - Saber que na fusão nuclear os núcleos de átomos de hidrogênio são fundidos, resultando na produção de átomos de hélio e de energia radiante. 2.4 - Saber que na fusão nuclear ocorre conversão de massa em energia de acordo com a equação E = ∆m.c2 (E = energia, ∆m = variação da massa, c 10 = velocidade da luz no vácuo). 2.5 - Compreender que existem poucos tipos de fontes, mas uma grande diversidade de manifestações da energia. 2.6 - Identificar as diferentes fontes de energia (o Sol, a eletricidade, o petróleo, o carvão etc.) e os processos de transformação da energia presentes na vida cotidiana. 2.7 - Distinguir fontes de energia renováveis e não renováveis e porque algumas são renováveis e outras não. 2.8 – Reconhecer a necessidade de utilizar prioritariamente as fontes de energia renováveis. 2.9 – Distinguir combustíveis fósseis e não fósseis. 2.10 – Compreender que a energia não é um combustível ou outro tipo de substância. TÓPICO 2: O SOL E AS FONTES DE ENERGIA Autor: Márcio Quintão Moreno . O Sol é a principal fonte de energia na Terra Para nós, habitantes da Terra, o Sol é a estrela mais importante dos bilhões de estrelas que existem no Universo, pois dele recebemos toda a energia necessária à vida, tanto da humanidade como dos animais e vegetais. Neste tópico vamos estudar algumas propriedades da energia que recebemos do Sol e como ela cria diversos tipos de fontes de energia em nosso planeta. Esse conhecimento provém do estudo cientifico, que já dura vários séculos e continua ainda hoje, do mundo físico em que vivemos. A energia que recebemos do Sol, chamada radiação solar, é emitida incessantemente por ele e sua natureza é a mesma da luz, das ondas de rádio, das radiações que utilizamos nos fornos de micro-ondas e na telefonia, entre outros dispositivos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Esses são diversos tipos de radiação eletromagnética, que diferem uns dos outros por uma propriedade fundamental: a freqüência, que é o número de vibrações (ou ciclos) por segundo realizados em cada ciclo; por exemplo, a luz, ou radiação visível, tem freqüência muito alta, de muitos bilhões de ciclos/s (em torno de 1015), enquanto a radiação das emissoras FM está na faixa de 10 6 ciclos/s. (Leia o quadro abaixo). Outra propriedade importante da radiação solar é que, qualquer que seja o seu tipo, ela se propaga tanto nas substâncias materiais como no vácuo. É provável que você saiba que não existe nenhuma matéria entre a Terra e o Sol ou qualquer outro corpo celeste; isto não nos impede de vê-los e estudar suas propriedades, o que evidenciaque a radiação eletromagnética se propaga no espaço vazio. Essa propriedade da radiação eletromagnética é oposta à do som, que só pode se propagar em substâncias materiais, não importando se são sólidos, líquidos ou gases. Além disso, todos os tipos de radiação eletromagnética têm a mesma velocidade no vácuo e no ar: atinge 300.000 km/s, a maior velocidade conhecida; a radiação solar leva cerca de 8 minutos para percorrer a distância Sol-Terra com essa velocidade. Na água a radiação tem velocidade menor, mas ainda assim enorme, próxima de 200.000 km/s; noutras substâncias materiais a velocidade da radiação eletromagnética também é menor do que no vácuo, mas é sempre muito elevada. Para podermos compreender a importância da energia que recebemos do Sol, temos de medi-la, pois qualquer propriedade física só tem significado se puder ser medida, isto é, expressa numericamente, numa unidade adequada. No caso da energia, a unidade chama-se joule, cujo símbolo é J. Esta é uma unidade muito pequena para as necessidades diárias; por isso, utiliza-se mais freqüentemente um múltiplo do joule, o kilojoule, cujo símbolo é kJ, mil vezes maior: 1 kJ = 1.000J. (O k minúsculo é uma abreviação para 1.000 e pode ser usado com quaisquer unidades). Nas embalagens dos alimentos prontos para o consumo(como biscoitos, manteiga, leite, mel, chocolates etc.) é obrigatório informar qual a energia correspondente a uma determinada porção desse alimento e qual a porcentagem que ela representa para a dieta diária mínima, isto é, a quantidade de alimentos que devemos ingerir a cada dia para nos mantermos vivos. Num pote de manteiga está escrito que 1 colher de sopa dessa manteiga (cerca de 13 gramas) possui a energia de 97 kcal (ou 407 kJ) e fornece 6% da energia que uma pessoa deve ingerir diariamente apenas para manter-se viva (chamada dieta diária mínima). Isso significa que, do ponto de vista energético, 270 gramas dessa manteiga, sem nenhum outro alimento, bastariam para manter viva uma pessoa por 1 dia. Voltemos à radiação proveniente do Sol. Em cada segundo, 1 metro quadrado da superfície terrestre recebe a energia de 1.400J = 1,4 kJ, que é denominada constante solar e será representada por β. Esse dado pode ser apresentado de maneira mais concisa escrevendo-se β= 1.400 J/s.m2 = 1,4 kJ/s.m2 11 O cociente J/s (joule por segundo) aparece freqüentemente em Física, porque indica uma propriedade importante das máquinas, denominada potência; elerecebe um nome especial: watt e seu símbolo é W; 1.000 watts = 1 kW. O valor de β acima indicado pode então ser escrito abreviadamente como β = 1,4 k (J/s)/m2 = 1,4 kW/m2 Para efeito de comparação: um ferro elétrico comum de desamassar roupa tem potência de aproximadamente 1,2 kW; a constante solar, portanto, é um pouco maior do que a energia (sob a forma de calor) que o ferro transmitiria durante 1 segundo a uma área de 1 m2. Uma furadeira elétrica tem potência de 750 watts, bem menor, portanto, do que a energia da radiação solar que incide na mesma área em 1 segundo. Se considerarmos toda a superfície da Terra, a energia E que diariamente nosso planeta recebe do Sol vale cerca de E = 6 x 10^22 J Para apreender o que significa esse dado numérico, basta compara-lo com a energia elétrica produzida diariamente por todas as usinas geradoras existentes na Terra atualmente, isto é, cerca de 10^18 joules, que é cerca de sessenta mil vezes menor do que a energia que recebemos do Sol em cada dia! Outro modo de apreciar a magnitude da radiação solar consiste no seguinte. Está claro que o Sol não produz apenas a energia enviada ao nosso planeta, mas também a que se difunde por todo o espaço ao seu redor e que se distribui sobre uma área equivalente à de uma esfera que teria um raio igual à distância Terra-Sol (150 milhões de quilômetros = 1,5x108 km). Um cálculo simples mostra que, por muito grande que seja o valor E acima referido, ele é bilhões de vezes menor do que a energia total produzida pelo Sol em um dia. O Sol e os combustíveis Um combustível é qualquer substância que, associando-se com o oxigênio, produz calor. A própria palavra combustível já revela o mecanismo pelo qual a energia é produzida: a combustão ou queima, isto é, a reação química na qual a substância se combina com o oxigênio e origina calor. Existem combustíveis sólidos, líquidos e gasosos. Dos combustíveis sólidos, o mais importante é o carvão mineral, que faz parte dos combustíveis fósseis, os quais são remanescentes de plantas e animais que viveram na Terra há milhões de anos e sofreram no solo um processo de carbonização incompleta, pelo calor e a pressão, durante milhares de séculos. Esses combustíveis foram todos originados pela ação da energia proveniente do Sol, ao longo da existência de nosso planeta, cuja idade provável é de 4,5 bilhões de anos (4,5 x 109 anos). O processo de formação dos combustíveis fósseis, em linhas gerais, pode ser compreendido lembrando que os animais se alimentam de plantas ou de outros animais que comem plantas. Ora, a vida dos vegetais depende estritamente da radiação solar, graças a um processo de enorme importância que neles ocorre, denominado fotossíntese, que consiste na formação de moléculas orgânicas a partir da água e do dióxido de carbono atmosférico, sendo a luz solar a fonte de energia necessária. O carvão mineral se apresenta sob vários tipos, dependendo de seu grau de carbonização; ele foi o combustível mais utilizado em todo o mundo até uns 50 anos atrás. No Brasil não existem grandes jazidas desse combustível e as que existem não são de boa qualidade, razão pela qual ele sempre foi pouco utilizado em nosso País. O carvão mineral (também chamado carvão de pedra) não deve ser confundido com o carvão vegetal, muito utilizado em nossas usinas siderúrgicas e que tem sido um dos maiores responsáveis pela destruição de nossas florestas nativas. O petróleo é um combustível fóssil que se apresenta no estado líquido e tem a mesma origem que o carvão mineral mencionado acima. Ele é encontrado no subsolo, freqüentemente a grande profundidade abaixo da superfície, nos interstícios de rochas porosas, não em “poços” subterrâneos. Há meio século predominava no Brasil a crença de que não existia petróleo aqui em quantidade apreciável que justificasse o trabalho e os investimentos necessários para ser explorado. Essa suposição foi desmentida pela pesquisa sistemática, que revelou a existência de grandes jazidas desse combustível, principalmente no subsolo marinho, a distâncias relativamente pequenas do litoral. A exploração bem sucedida desses depósitos tem sido uma grande vitória de nossos engenheiros e operários, graças a tecnologias avançadas de exploração, muitas delas desenvolvidas no Brasil por brasileiros. Mantido o ritmo atual de produção de petróleo em nosso País, em breve seremos auto-suficientes em relação a esse insumo essencial para a atividade econômica. Outro combustível que era pouco utilizado no Brasil e que adquiriu importância há relativamente pouco tempo é o gás combustível, o qual pode ter origem natural, proveniente de depósitos subterrâneos, ou então é fabricado a partir de combustíveis fósseis. O gás de cozinha, que é o combustível doméstico mais utilizado entre nós, deriva do petróleo (é denominado GLP, sigla de gás liquefeito de petróleo). O gás natural tem adquirido crescente papel como combustível para as indústrias e para abastecimento de automóveis e caminhões. A maior parte do que consumimos desse combustível é hoje importado da Bolívia, mas dentro de alguns anos haverá condições de produzirmos aqui grande parte dele . QUADRO 1 – A FOTOSSÍNTESE Os alimentos que devemos consumir regularmente, substâncias complexas e essenciais à vida, são as fontes de energia que permitem aos nossos corpos 12 e aos dos animais manter-se aquecidos e praticar as inúmeras atividades que realizam. Se a energia de que dependemos para viver proviesse de um combustível semelhante ao petróleo ou ao carvão, há muito tempo estaria esgotada sua reserva em nosso planeta. A solução desse problema encontra-se nas plantas verdes, que apresentam uma propriedade notável: a fotossíntese, que só ocorre nelas e em alguns tipos de bactérias. Trata-se de um processo complicado, pelo qual a água e o dióxido de carbono são transformados nos açúcares, proteínas e gorduras de que necessitamos, graças à absorção da radiação solar na clorofila, que é um pigmento verde. Os organismos animais eliminam água e gás carbônico como rejeitos de seu metabolismo; as plantas absorvem o gás carbônico e eliminam o oxigênio, constituindo a principal fonte de oxigênio no globo terrestre. Podemos afirmar, então, que nossos alimentos são, em grande parte, luz solar que as plantas verdes sintetizam. Como a energia é absolutamente indispensável, a humanidade inventou, ao longo de sua evolução, vários recursos para produzir energia que aparentemente não dependem da radiação solar. São exemplos os moinhos de vento e as rodas d´água, aparelhos dos mais antigos usados para produzir energia e foram muito importantes até há alguns séculos atrás. Atualmente, as turbinas eólicas, isto é, geradores de eletricidade movidos pelo vento, e as usinas hidrelétricas, em que a eletricidade é produzida mediante geradores acionados pela queda da água, são os sucessores daquelas antigas instalações. Mas é fácil nos convencermos de que também nesses casos a radiação solar é o principal agente. Com efeito, os ventos são conseqüência de diferenças de aquecimento entre regiões da superfície terrestre sob a incidência da luz solar; as quedas d´água, por sua vez, resultam da evaporação da água de rios, lagos e mares, também devido ao aquecimento provocado pela radiação solar, o que leva à formação de nuvens e à sua precipitação (isto é, chuvas) e a água volta aos lugares de onde havia saído. As fontes terrestres de energia independentes do Sol Existem em nosso planeta, entretanto, fontes de energia que de fato não dependem da radiação solar: as usinas de maré, as fontes geotérmicas e as usinas nucleares. As usinas de maré dependem da atração gravitacional exercida pela Lua e pelo Sol sobre a Terra, principalmente sobre as águas oceânicas, o que provoca o conhecido fenômeno das marés, ou seja, o aumento e a diminuição alternados da profundidade do mar perto do litoral, a intervalos de aproximadamente 12 horas. A operação dessas usinas é explicada no quadro abaixo e pode ser resumida assim: durante a maré alta o nível da água do mar é maior do que o da água represada por uma barragem, na qual estão instalados geradores elétricos. Quando se abrem comportas apropriadas, a água do mar penetra no reservatório e aciona os geradores. O nível da água da represa, no fim da maré alta, é superior ao nível do mar e começa a escoar para ele, durante a maré baixa, acionando de novo os geradores elétricos. A contribuição das usinas de maré para a produção mundial de energia ainda é muito reduzida. QUADRO 2 – AS USINAS DE MARÉ As fontes geotérmicas são as que dependem do calor gerado no interior de nosso planeta e que se manifesta nos vulcões, gêiseres e fonte termais. Esse calor provém em parte da formação da Terra, há alguns bilhões de anos, quando sua temperatura era altíssima e desde então tem diminuído lentamente, da superfície para o interior. O calor interno de nosso planeta também decorre da existência de elementos químicos como o urânio, o rádio, o tório e alguns outros, cujos núcleos atômicos se desintegram e liberam energia que se manifesta como calor. A desintegração radioativa é um fenômeno muito importante, que apresenta a seguinte propriedade especial: não existe nenhuma ação externa – tal como a aplicação de altas temperaturas, de grandes pressões e pancadas, produtos químicos, campos magnéticos ou elétricos – que possam alterar a taxa em que as desintegrações ocorrem. substâncias radioativas em camadas profundas do globo terrestre. As substâncias radioativas são As fontes termais são fontes de água quente, que emerge da superfície terrestre e pode conter diversos minerais e gases sulfurosos nela dissolvidos. No Brasil, existem fontes termais em numerosas localidades e em nosso Estado são bem conhecidas as de cidades como Araxá, Caxambu e Poços de Caldas, além de outras. Os gêiseres, que ocorrem em áreas onde existe atividade vulcânica, são fontes resultantes de 13 fendas profundas na crosta terrestre e delas irrompem intermitentemente jatos de água superaquecida e vapor d´água. Essas fontes são utilizadas na produção de eletricidade na Islândia, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos (Califórnia). Nas usinas nucleares o “combustível” é um elemento radioativo, sendo o urânio o mais importante deles para essa finalidade. No urânio ocorre a desintegração do núcleo atômico, com a conseqüente liberação de energia, que é utilizada para aquecer água ou outro fluido a fim de acionar turbinas acopladas a geradores de eletricidade (veja o quadro 3). QUADRO 3 Um reator nuclear é um aparelho destinado a produzir energia, utilizando como “combustível” determinados elementos químicos, principalmente o urânio. Essa energia provém de uma transformação que ocorre nos núcleos do elemento utilizado, denominada fissão nuclear, em que os núcleos atômicos se fragmentam e ao mesmo tempo liberam enorme energia. A maioria dos reatores existentes atualmente destina-se a gerar eletricidade. A energia produzida na fissão nuclear é utilizada para vaporizar água ou outro fluido, que irá acionar as turbinas acopladas a geradores de eletricidade. Sob esse aspecto, o reator nuclear cumpre a mesma função que uma caldeira aquecida com a combustão de carvão ou de óleo diesel, por exemplo. A figura abaixo ilustra como funciona um reator nuclear por exemplo. A figura abaixo ilustra como funciona um reator nuclear. Inventados em 1942 como um dispositivo científico destinado a estudar a desintegração nuclear, os reatores nucleares tornaram-se economicamente importantes para a geração de eletricidade, apesar da complexidade de suas instalações e de sua operação. Os reatores nucleares ainda contribuem modestamente para a produção de energia elétrica no cenário mundial. Em alguns países, entretanto, eles já se tornaram fontes importantes para essa finalidade, como é o caso da França, em que 80% da eletricidade é originada nos reatores nucleares; na Alemanha alcança mais de 20% e nos Estados Unidos 10%. Em nosso País existem atualmente em operação duas usinas de geração nuclear (Angra I e Angra II), em 1985 e 2000, respectivamente. Em 1986 o governo brasileiro adquiriu 45% dos equipamentos para uma terceira usina nuclear (Angra III) e comprometeu-se a adquirir os equipamentos restantes, que custariam 750 milhões de dólares. O armazenamento e a manutenção dessa aparelhagem custam ao povo brasileiro, desde 1986, mais de 20 milhões de dólares por ano, sem falar nos custos financeiros! Isto significa que já desperdiçamos mais de 400 milhões de dólares para manter encaixotada e presumivelmente em bom estado grande parte de uma usina nuclear; além disso, se hoje fosse decidido construir essa usina, seriam necessários pelo menos oito anos de trabalho e gastar mais 1 bilhão e 800 milhões de dólares para colocá-la em operação. TÓPICO 2: O SOL E AS FONTES DE ENERGIA Autor: Márcio Quintão Moreno O interior da Terra Nosso conhecimento do interior da Terra é indireto e até hoje muito limitado, devido à impossibilidade de penetrar até grandes profundidades. As principais fontes de informações para esse conhecimento são as ondas geradas pelos terremotos (chamadas ondas sísmicas) e registradas nos aparelhos denominados sismógrafos, os quais revelam que essas ondas são de dois tipos: as longitudinais e as transversais. As ondas longitudinais podem penetrar nos sólidos, líquidos e gases, mas as transversais só se transmitem nos sólidos; o estudo do comportamento das ondas sísmicas revelou que existem regiões no interior da Terra que são sólidas e outras que são líquidas. Essas regiões formam diversas camadas concêntricas, diferentes umas das outras na composição química e nas propriedades físicas (veja abaixo um esquema simplificado). A primeira camada (denominada crosta terrestre) forma a parte externa da Terra e está em contato com a atmosfera que circunda nosso planeta; nela estão situados os mares e lagos, os continentes e seu relevo. A crosta é rochosa e de espessura variável; na maior parte sua profundidade é de 40 km, mas há lugares onde atinge 70 km. Logo abaixo da crosta começa a região denominada manto, que se estende até cerca de 2.900 km de profundidade e é formada também de material sólido que pode atingir até 200 km de profundidade. O conjunto crosta terrestre + manto superior é chamado litosfera, o que significa camada rochosa, porque ela consta de enormes blocos maciços mas separados, que se denominam placas tectônicas, as quais flutuam sobre um material parcialmente fundido e pastoso. As placas tectônicas podem mover-se muito lentamente e se chocam umas com as outras, o que provoca os terremotos, as falhas geológicas, montanhas, vulcões e fontes termais. Os mineradores sabem, há muitos séculos, que a temperatura aumenta à proporção que se desce no interior da Terra. Na interface da crosta com o manto ela atinge 100 oC e continua subindo daí em diante. 14 Abaixo do manto existe a camada que se chama núcleo externo, cuja espessura se estende entre as profundidades de 2.900 e 5.100 km; é formada por material metálico em estado pastoso e em movimento violento, cuja temperatura pode chegar talvez a 3.500 oC na interface com o manto. Finalmente, há o núcleo interno, esfera cujo raio é de uns 1.250 km e que se supõe seja sólido e constituído de ferro e níquel; sua temperatura deve alcançar 5.000 oC ou mais e suporta uma pressão de milhões de atmosferas. Fontes de energia renováveis e não renováveis As reservas conhecidas de petróleo, carvão mineral e gás natural são hoje, graças ao aperfeiçoamento das técnicas de exploração, muito superiores às de meio século atrás, porém o consumo desses combustíveis aumentou em proporção maior e continua crescendo, porque o petróleo, além de utilizado como combustível, tornou-se também matéria prima para a fabricação de inúmeros produtos, desde sacolas para embalar produtos até peças para inúmeras finalidades. Como a Terra e os recursos naturais maturais que existem nela são finitos, está claro que, se continuar o atual ritmo de consumo, as reservas de combustíveis fósseis fatalmente se esgotarão. Prevê-se que esse esgotamento ocorrerá dentro de 30 anos (segundo os pessimistas) ou no máximo em 60 anos (opinião dos otimistas), mas é inevitável. Os depósitos de combustíveis fósseis são pois fontes não renováveis de energia, por ser impossível formar novas reservas desse tipo. Além disso, os combustíveis fósseis apresentam um grave inconveniente: sua combustão acarreta a dispersão na atmosfera de várias substâncias nocivas, entre elas o gás carbônico (CO2). Esse gás, que é produzido pelas indústrias em todo o mundo, atinge bilhões de toneladas a cada ano e se acumula na atmosfera terrestre, gerando um efeito muito prejudicial: o efeito de estufa nocivo, descoberto por um químico sueco há mais de cem anos, pouco depois de começar o uso do petróleo como combustível. O efeito estufa consiste na acumulação do gás carbônico na atmosfera numa quantidade tal que impede a dispersão do calor produzido pela irradiação solar e pela atividade humana; o resultado é o aquecimento lento mas contínuo da atmosfera e da superfície terrestre, ocasionando o derretimento progressivo das geleiras existentes nas regiões polares e nas montanhas muito altas e por fim a elevação do nível dos oceanos; todo o clima de nosso planeta será afetado e muitas espécies animais e vegetais serão extintas por esse processo. Está claro portanto que é de importância vital para a humanidade que sejam desenvolvidas e utilizadas cada vez mais as fontes renováveis de energia, isto é, as que possam ser empregadas sem o risco de exaustão. A primeira fonte renovável de energia é a própria energia solar, embora essa afirmação pareça contraditória com o que foi dito antes. O Sol é uma estrela condenada a extinguir-se, pois a radiação que ele produz resulta de ele “queimar” a matéria de que é formado à fantástica taxa de 5 milhões de toneladas por segundo. O tempo de “vida” que lhe resta, entretanto, é ainda extremamente grande para os padrões humanos: cerca de 5 bilhões de anos; em vista disso, ele pode ser considerado uma fonte renovável de energia. A energia hidráulica e a energia eólica (isto é, produzida pelo vento) são igualmente formas de energia renováveis. O aproveitamento da energia eólica ganhou grande impulso nos últimos anos, graças ao desenvolvimento de turbinas eólicas eficientes; em alguns países, como a Dinamarca e a Alemanha, elas já fornecem uma parcela considerável da energia elétrica neles consumida. As células solares efetuam a transformação da energia solar diretamente em eletricidade; são hoje relativamente comuns os painéis solares com elas formados, utilizados para aquecimento de água. Embora tenham baixa eficiência, são um recurso promissor porque muitas empresas estudam ativamente seu aperfeiçoamento. A energia nuclear é outra fonte de energia renovável independente do Sol. Os reatores nucleares são equipamentos dispendiosos e complexos Tal como os combustíveis fósseis, sua utilização produz subprodutos indesejáveis que constituem o lixo nuclear. A manipulação e eliminação desse lixo criam problemas muito difíceis de serem resolvidos, mas tem havido progressos consideráveis no seu tratamento. Podese esperar que, em futuro não muito distante, os reatores nucleares constituirão uma fonte de energia não apenas renovável, mas também confiável e bastante “limpa”, embora sejam condenados atualmente por ecologistas extremados. QUADRO 4 - O URÂNIO E OUTROS COMBUSTÍVEIS O urânio é um dos elementos químicos de maior densidade (muitas vezes se diz que é dos “mais pesados”). Um quilograma de urânio ocupa um volume pouco maior que uma bola de tênis. Quando utilizado completamente como combustível num reator nuclear, para produzir energia, 1 kg de urânio produz a mesma energia que as seguintes quantidades de outros combustíveis: 3.000 toneladas de carvão (cerca de 60 vagões ferroviários) 15 12.000 toneladas de petróleo (cerca de 75.000 barris) Conforme esses dados, a utilização dos reatores nucleares impede que, para produzir a mesma energia, sejam lançados na atmosfera milhares de quilogramas de resíduos da queima do petróleo ou do carvão, o que aumenta a poluição atmosférica e agrava o aquecimento do globo terrestre. Mas os reatores nucleares também produzem rejeitos (o “lixo nuclear”) que igualmente apresentam sérios inconvenientes. Outra fonte de energia renovável, ainda pouco utilizada, mas cuja importância vem crescendo, é o biogás. Este é um combustível derivado da biomassa, isto é, de seres vivos, que, sob o aspecto da energia, podem ser produtores (as plantas); consumidores (os animais que se alimentam delas, direta ou indiretamente) e decompositores (tais como as bactérias e os fungos, que transformam plantas e animais mortos em substâncias simples capazes de serem reciclados como nutrientes). Exemplos: o gás produzido pela fermentação de lixo orgânico, pela decomposição de esterco animal ou de resíduos de colheitas agrícolas e do processamento de alimentos. Essa fermentação produz um gás rico em metano (CH4), que é inflamável e pode ser aproveitado como fonte de energia. Além disso, esse processo poderá contribuir fortemente para resolver um dos problemas mais sérios que enfrentam as cidades, sobretudo as grandes, que é o destino do lixo. A utilização do biogás é um reprocessamento, semelhante ao que é adotado, por exemplo, com vidro, papel e latinhas de cerveja e refrigerante etc., o que ajuda a poupar recursos naturais limitados e tem considerável valor econômico. Nosso País tem prestado importante contribuição ao combate à poluição atmosférica e ao aquecimento global com a adoção do álcool combustível, programa iniciado pioneiramente há cerca de trinta anos, com sucesso crescente. O uso do álcool combustível compensa parcialmente – mas só parcialmente – o crime que temos cometido repetidamente com as queimadas, principalmente na floresta amazônica, onde a cada ano mais de 20.000 quilômetros quadrados são transformados em cinzas – que vão poluir diretamente o ar e nos privam da produção de oxigênio pelas árvores. O sonho dos físicos e engenheiros, em termos de conseguir reservas praticamente ilimitadas de energia, é a conquista da fusão nuclear dos elementos leves. A energia do Sol origina-se na fusão nuclear, que consiste na combinação dos núcleos de dois elementos de baixo número atômico, em geral hidrogênio e hélio (veja o quadro 5). Ainda não se sabe como controlar a fusão nuclear, tarefa extremamente difícil que está sendo pesquisada em grandes laboratórios de vários países. As imensas despesas necessárias nesses estudos são justificadas pelo fato de os elementos leves serem os mais abundantes do universo; aprender a controlar a fusão nuclear garantirá à humanidade uma fonte de energia que só se esgotará com o fim do próprio universo. QUADRO 5 - ORIGEM DA ENERGIA DO SOL No Sol e nas outras estrelas as temperaturas são elevadíssimas. Na superfície do Sol ela é de uns 6.000oC e no seu interior chega a milhões de célsius. Nessas condições, os átomos se chocam continuamente uns com os outros, com grande violência, e seus núcleos sofrem uma transformação denominada fusão nuclear, na qual eles se combinam, formando núcleos de outro elemento químico e de maior massa. A massa dos núcleos resultantes é menor que a soma das massas dos núcleos originais e a diferença entre elas aparece como uma imensa energia, que o Sol emite como radiação eletromagnética. Uma parte pequeníssima dessa energia que recebemos na Terra é responsável por toda a vida aqui existente. O processo mencionado ocorre com os núcleos de hidrogênio, que se combinam e produzem o elemento hélio, além de liberar energia. Essa transformação é simbolizada da seguinte maneira: 1H1 + 1H1 + 1H1 + 1H1 4He2 + energia, que significa: 4 núcleos de hidrogênio se combinam e formam 1 núcleo de hélio e liberam certa energia. O índice superior (à direita) no símbolo de cada elemento químico indica o número de elétrons de seu átomo; o índice inferior (à esquerda) indica o número de prótons e de nêutrons de seu núcleo. Portanto 1H1 indica que o átomo de hidrogênio possui 1 próton em seu núcleo e 1 elétron na parte externa; 4He2 significa que o átomo de hélio é constituído de 2 prótons e 2 nêutrons no núcleo e 2 elétrons na parte externa. Em um átomo neutro (isto é, não carregado eletricamente), o número de prótons no núcleo é sempre igual ao número de elétrons. As experiências de física revelam que a massa do núcleo de hélio (4He2) é sempre menor do que a soma das massas dos quatro núcleos de hidrogênio, a diferença manifestando-se como energia. Esse fato foi pela primeira vez compreendido por Albert Einstein, que representou o processo pela equação: E = ∆m.c2 Essa equação significa que a radiação eletromagnética transfere inércia do corpo que a emite para o corpo que a absorve. Ela não significa que haja transporte de matéria (átomos, moléculas, etc.) de um corpo para outro: o que se transfere entre eles é inércia ou massa. É oportuno mencionar, finalmente, que não apenas certas fontes de energia se esgotarão em futuro relativamente próximo. Há outros recursos igualmente importantes para a humanidade, no aspecto econômico, e que também não são renováveis: é o caso dos minerais, das florestas, do pescado, que se constituíram ao longo de enormes períodos de tempo desde que a Terra se formou. Esses recursos só podem considerar-se renováveis a longo prazo e desde que sejam geridos com 16 grande prudência para evitar sua exploração exagerada e incompetente, a curto prazo, como está acontecendo na atualidade. As máquinas térmicas Podemos utilizar a energia calorífica dos combustíveis de duas maneiras. A primeira é em casos como ao cozinhar num fogão a gás ou a lenha, ou ao soldar peças com um maçarico, quando a energia calorífica da combustão é aplicada diretamente nas panelas ou nas peças que serão soldadas. A segunda maneira é quando devemos transformar a energia térmica da combustão em energia mecânica, isto é, quando a finalidade é produzir movimento. É o que acontece nos motores dos automóveis, ônibus, locomotivas, aviões, navios e centenas de outros tipos de aparelhos destinados a transportar pessoas ou cargas. Máquina térmica é o nome genérico de qualquer aparelho, como os mencionados acima, destinado a transformar a energia da combustão em movimento. Todas as máquinas térmicas têm uma característica comum: nelas a combustão, que acontece sempre em temperatura superior à do ambiente (por exemplo, a centenas de graus no caso da explosão da gasolina nos motores dos automóveis) produz resíduos que têm de ser eliminados direta ou indiretamente no ambiente; embora a temperatura desses resíduos seja inferior à da combustão, ela em geral está acima da temperatura ambiente. Além disso, a própria máquina térmica também se aquece ao funcionar, fato do qual todos temos conhecimento. Em qualquer caso, seja ao expulsar os resíduos da combustão, seja ao esfriar, toda máquina térmica contribui inevitavelmente para aquecer o ambiente em que opera. Essa situação é às vezes denominada poluição térmica, para exprimir o fato de que o aquecimento desnecessário da atmosfera é um resultado inconveniente, mas inevitável, do uso dessas máquinas, inventadas e operadas por pessoas; as máquinas não são parte integrante do mundo natural. Outra conclusão, também aplicável a todas as máquinas térmicas, é que uma parte da energia que nelas for aplicada não se transforma em movimento, mas se perde como calor, que é agitação desordenada das moléculas e não pode ser aproveitada na realização de atividade útil; o aquecimento da máquina está nesse caso. Esta é uma lei da natureza a que não podemos escapar. No estudo da Física você aprenderá mais tarde como avaliar quantitativamente a capacidade de uma máquina térmica em transformar energia térmica em trabalho útil. O que é energia? Até agora discutimos os combustíveis e as diferentes fontes de energia, mas não foi esclarecido o que é energia. Acontece que a energia é uma propriedade da qual não temos percepção direta, ao contrário da luz, do som, do peso e outras características dos corpos e das transformações que ocorrem interminavelmente no mundo, por isso não é fácil defini-la. Repare que a mesma situação se verifica com outros conceitos que utilizamos com freqüência, embora não sejamos capazes de defini-los com exatidão e clareza, mas nem por isso deixamos de usa-los; por exemplo: beleza, democracia, liberdade, bondade, patriotismo e uma infinidade de outros. No caso da energia, a compreensão do seu significado exato será conseguida aos poucos, à medida que prosseguir o estudo da Física. A energia é uma idéia que foi descoberta gradualmente pelos cientistas e engenheiros ao investigar o mundo material. Desde já, porém, pode-se afirmar que a energia não é algo material, tal como um líquido ou um gás, isto é, algum tipo de combustível que se transmita de um corpo ou de um lugar a outro. O que leva a pensar que a energia seja alguma coisa material que passa de um objeto a outro é que, para nos comunicarmos, termos de utilizar a linguagem comum, mesmo em ciência; por exemplo, neste capítulo falamos repetidamente na energia transmitida pelo Sol à Terra, como se a radiação eletromagnética fosse alguma substância. Devemos considerar, porém, que em ciência as palavras da língua comum adquirem significados diferentes, que só aprendemos a dominar aos poucos. Outro aspecto importante do conceito de energia é a impossibilidade de ela ser criada ou destruída; podemos apenas transforma-la de um tipo para outro. Dois exemplos, que retratam uma propriedade geral: a transformação da energia calorífica em movimento, nas máquinas térmicas; e a transformação da energia mecânica do vento em energia elétrica, no caso das turbinas eólicas. As duas propriedades básicas da energia – a de não ser uma substância material e de só podermos transforma-la – não foram demonstradas numa ou em várias experiências de laboratório planejadas especialmente para isso; elas são conclusões a que chegaram muitos cientistas e engenheiros ao longo de numerosos anos de cuidadosas observações e análises. Desde os primeiros indícios de existência da energia até que ela foi reconhecida como uma propriedade real da natureza, decorreram cerca de dois séculos. Não se surpreenda, portanto, se no momento você ainda não entendeu o que é energia: você está em boa companhia, a dos físicos, químicos e engenheiros que durante muito tempo lutaram para compreender essa idéia. Vale a pena recordar um argumento apresentado por um físico holandês para mostrar que a energia 17 é algo real: ele nos lembra que em quase todos os países o código penal prevê o furto de energia e estabelece penalidades para quem cometer esse crime... Pode-se acrescentar também outro raciocínio importante: pagamos pela energia contida na gasolina necessária para movimentar nossos automóveis e aviões, pelo gás usado em nossas cozinhas, pela eletricidade que ilumina nossas casas etc. As questões abaixo destinam-se a facilitar para aluno a revisão do capítulo. As respostas corretas serão encontradas na leitura atenta das seções apropriadas. 1. O petróleo e o carvão mineral denominam-se combustíveis fósseis porque são fontes de energia a)muito antigas, utilizadas há muitos séculos; b) não renováveis, por se localizarem a grandes profundidades; c) constituídas de restos de plantas e animais carbonizados após longo tempo; d) extremamente poluidoras do ar. 2. As fontes de energia terrestres independentes do Sol a)podem ser utilizadas nos dias nublados; b) são alimentadas pelas ondas do mar; c)resultam de processos naturais independentes da radiação solar; d) resultam da atividade dos vulcões e gêiseres. 3. As fontes de energia renováveis a) estão situadas a grande profundidade e seu aproveitamento é muito difícil; b) dependem da diminuição da radiação solar recebida na Terra; c) fornecem combustíveis em quantidade limitada que não pode ser aumentada; d) fornecem combustíveis que poluem fortemente a atmosfera terrestre. 4. Os reatores nucleares produzem eletricidade porque a)os núcleos atômicos são ricos em energia elétrica; b) neles todos os elementos químicos se decompõem em eletricidade; c) os núcleos de determinados elementos químicos se desintegram e produzem grande quantidade de energia calorífica; d) podem ser alimentados com materiais que se queimam a temperaturas elevadas. 5. O conceito de energia é importante porque é a)uma propriedade de determinadas transformações dos elementos químicos mais comuns na natureza; b) uma propriedade que se revela nas transformações incessantes que ocorrem na natureza; c) uma propriedade de determinados tipos de combustíveis explorados no subsolo; d) nenhuma das respostas anteriores é satisfatória. 6. As máquinas térmicas, como foi explicado no texto, são utilizadas no mundo todo em grande número com a finalidade de a)produzir calor destinado a aquecer o ambiente; b) movimentar cargas pesadas de modo econômico porque poupam os combustíveis fósseis; c) podem ser alimentadas com combustíveis que se queimam apenas em temperaturas muito elevadas; d) transformar energia térmica em movimento, com a queima de determinados materiais. 7.O urânio utilizado em um reator nuclear é denominado elemento combustível porque a)provoca combustão em todo material colocado no reator; b) combina-se com o oxigênio atmosférico, provocando combustão; c) gera vapor d’água que pode aquecer o reator; d) nenhuma das respostas anteriores é satisfatória. 8.Os combustíveis fósseis se relacionam com a fotossíntese, na qual a radiação solar sobre as plantas é a fonte de energia, porque a) todos os seres vivos, de um modo ou outro, se alimentam de plantas; b) a fotossíntese permite a formação de moléculas orgânicas, constituintes de todos os seres vivos; c) as plantas absorvem dióxido de carbono e contribuem para despoluir a atmosfera; d) todas as alternativas anteriores são verdadeiras. 9. Os antigos moinhos de vento e as turbinas eólicas da atualidade podem ser consideradas máquinas térmicas? a)Sim, porque o vento se origina em diferenças de temperaturas entre regiões da Terra; b)Não, porque em nenhum dos dois casos a radiação solar é utilizada; c) Sim, porque os eixos e outras partes desses aparelhos se aquecem quando eles funcionam; d) Não, porque nelas não existe combustão para que esses aparelhos funcionem. 10. Várias camadas do interior da Terra encontramse a temperaturas muito elevadas, porém na maior parte da crosta terrestre predominam temperaturas brandas, situação que se explica porque a)as regiões de alta temperatura estão muito distantes da superfície; b) existem nessas regiões núcleos radioativos que se desintegram constantemente; c) as camadas mais próximas da superfície são bons isolantes do calor; d) todas as alternativas anteriores são válidas. Energia: O conceito de Conservação IV 2. HABILIDADE Compreender a energia como algo que se conserva, que pode ser armazenado em sistemas, que pode ser transferido de um corpo a outro e transformado de uma forma para outra. 18 3. DETALHAMENTO DA HABILIDADE 1 - Compreender que nos processos de transformação que ocorrem na natureza, certas grandezas se conservam, ou seja, a quantidade da grandeza observada antes é igual à sua quantidade observada depois. 2 - Compreender que a ideia de conservação é fundamental nas Ciências Naturais, sendo expressa pelos princípios de conservação, alguns dos quais são estudados aqui: da massa (princípio de Lavoisier), da energia, da carga elétrica e da quantidade de movimento. 3 - Compreender que a energia pode ser armazenada em sistemas como potencial (gravitacional, elástica, elétrica e química). 4 - Compreender que o conceito de conservação da energia é fundamental no campo das ciências naturais, sendo denominado princípio de conservação da energia. TÓPICO 4: O CONCEITO DE CONSERVAÇÃO Autor: Kátia Maria Nascimento Toledo PRINCÍPIOS DE CONSERVAÇÃO (explicar com experimentos dos exercícios) Quanta mudança ao seu redor! Só no dia de hoje? Nos últimos anos? Desde quando você mudou de cidade? Desde quando você mudou de escola? Algumas provocadas por você mesmo, outras provocadas por pessoas próximas a você; algumas que lhe agradaram, outras nem tanto...; você seria capaz de se lembrar de alguma mudança que transformou sua vida completamente? Seria isso possível? Uma mudança completa? Teria você se transformado completamente? Faz parte da nossa bem conhecida natureza humana fazer perguntas acerca de nós mesmos. Tentamos entender o que nos acontece, o que nos modifica, o que tentamos manter a todo custo. Esse é um exercício muito particular que fazemos para nos conhecermos. Como humanidade, fazemos um exercício não mais particular, mas um exercício coletivo de conhecer – não a nossa essência, não o que somos, mas de conhecer nosso redor. Conhecer a natureza, aquilo que nos rodeia, nos permite viver melhor. Conhecer a natureza nos permitiu fazer previsões e assim, permitiu à humanidade criar estratégias de sobreviver e de viver melhor. Durante muitos anos, a humanidade vem tentando descrever o comportamento da natureza. A ciência nos permitiu não só observar, mas mostrar quantitativamente que, embora ocorram mudanças constantemente na natureza, certas coisas não se modificam. Quando explicamos algo, a partir do ponto de vista da ciência, usamos um vocabulário que lhe é próprio. Ao invés de falarmos vulgarmente, “certas coisas não se modificam”, dizemos “certas grandezas se conservam”. Isso significa, cientificamente, que, durante a ocorrência de algum fenômeno, a quantidade de certas grandezas observada antes é exatamente a mesma depois da ocorrência do fenômeno. Saber disso nos é muito caro e, por isso mesmo, mereceu um nome especial: chamamos de princípios de conservação. São quatro os princípios de conservação observados na natureza que estudaremos: o princípio de conservação da massa, da carga elétrica, da quantidade de movimento e da energia. Falaremos um pouco sobre cada um desses princípios e você poderá perceber como a humanidade utilizou e vem utilizando esses princípios de modo a entender cada vez melhor a natureza e a criar condições de crescer e de viver melhor. O que faz com que a natureza “opte” por conservar certas grandezas? Não sabemos o porquê da natureza se comportar assim. Mas, cabe à ciência, em especial, às ciências que se ocupam da natureza – a física, a química, a biologia etc. – descrever e compreender os processos ou fenômenos que nela ocorrem. PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DA MASSA: a massa envolvida em um sistema fechado não se altera, desde que a massa envolvida seja muito maior do que a do átomo ou da molécula e a velocidade seja muito menor do que a da luz. PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DA CARGA ELÉTRICA: Em um sistema isolado, quaisquer que sejam os fenômenos que nele ocorram, a soma algébrica das cargas elétricas, isto é, a soma das cargas positivas e negativas se mantém constante. PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO: Em um sistema isolado, isto é, em um sistema em que não atue forças externas, a quantidade de movimento total, isto é o produto total da velocidade pela massa será constante. PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DA ENERGIA: A energia nunca desaparece. Ela pode ser transformada de uma forma em outra forma de energia. A energia total se mantém constante. Armazenamento da energia A energia nunca desaparece; ela pode ser transformada e também armazenada de diferentes modos. À energia armazenada damos o nome de energia potencial, que pode ser química, elétrica, elástica ou gravitacional. A energia potencial de um 19 sistema representa uma forma de energia armazenada que pode ser completamente recuperada e transformada em outro tipo de energia. A geração de energia elétrica a partir de uma queda d’água é um aplicativo do princípio de conservação da energia. A água represada a uma certa altura possui um tipo de energia associada a ela devido à sua altura. Como essa energia está armazenada no corpo, no caso, a água, é chamada de energia potencial e devido à sua altura, é chamada de energia potencial gravitacional. Também podemos armazenar energia utilizando a deformação de um corpo, como no caso do atleta do salto com vara. A energia de movimento do atleta fica armazenada na vara, devido à sua deformação. Esse tipo de energia armazenada devido à deformação de um corpo é chamada de energia potencial elástica. Pelo fato de a energia estar armazenada no corpo, recebe o nome de energia potencial e, o nome de elástica é devido à deformação produzida no corpo. Podemos pensar, agir, nos movimentar, falar, abrir os olhos etc. devido à energia potencial química armazenada nos alimentos que ingerimos. A energia química fornecida ao corpo pelos alimentos esteve armazenada em forma de energia potencial química até ser utilizada e transformada em outro tipo de energia. Outra forma de armazenamento de energia é sob a forma de energia potencial elétrica. Do mesmo modo que uma pedra possui energia potencial gravitacional quando está a uma certa altura do chão em função de ter armazenado a energia que lhe foi transferida para colocá-la a uma certa altura, quando separamos ou fazemos diminuir a distância entre cargas elétricas, utilizamos energia para realização desse feito. Mas sabemos que a energia não se perde, ela é então armazenada na forma de energia potencial elétrica nesse sistema de cargas. A energia pode ser armazenada em corpos ou sistema sob a forma de energia potencial gravitacional, elástica, elétrica e química. QUESTÃO 5.1 - Quais são as grandezas que se conservam durante a ocorrência de algum fenômeno? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.2 - O que significa dizer que certas grandezas se conservam? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.3 - Por que é importante saber a respeito dos princípios de conservação na natureza? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.4 - Descreva algum fenômeno em que, aparentemente, não se verificou o princípio de conservação da massa e explique porque, apenas aparentemente, esse princípio não foi observado. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.5 - Quais são as considerações que devemos fazer para aplicarmos o princípio de conservação da massa? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.6 - Uma régua de plástico atritada com um pedaço de lã torna-se eletrizada. Como podemos explicar o fato de que a quantidade de carga elétrica encontrada na régua eletrizada é a mesma encontrada na lã que foi utilizada para atritar a régua? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.7 - Quais são as considerações que devemos fazer para aplicarmos o princípio de conservação da carga elétrica? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.8 - Compare os limites de validade dos princípios de conservação da massa e da carga elétrica. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.9 – Defina a grandeza quantidade de movimento. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.10 - Quais são as considerações que devemos fazer para aplicarmos o princípio de conservação da quantidade de movimento? _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.11 - Descreva uma série de fenômenos em que o princípio de conservação da _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.12 - Explique por que o princípio de conservação da energia é o mais abrangente de 20 todos os princípios de conservação.______________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ QUESTÃO 5.13 - Explique o porquê do termo “gasto” de energia não ser conveniente do ponto de vista científico. _______________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ Questões complementares 1 - Este texto refere-se aos princípios de conservação observados na natureza. São quatro grandezas associadas aos princípios de conservação observados na natureza: massa, _______, ________ e _______. O princípio de conservação da energia é o mais importante. Esse princípio nos diz que a energia não pode ser criada nem ________; ela pode se transformar de um tipo de energia em outro tipo. É possível armazenar energia na forma de energia _______. Quando o atleta de salto com vara crava a vara no chão, ele transfere sua energia de movimento para a vara, que fica assim armazenada na forma de energia potencial ________, devido à deformação da vara. Quando a vara se distende e volta para o seu comprimento original, ela perde energiapotencial elástica e o atleta ganha outra forma de energia devido à altura em que se encontra em relação ao solo, denominada de energia potencial ________. A energia cinética do atleta, no inicio do movimento, é proveniente da energia potencial ______ armazenada no corpo do atleta proporcionada pelo alimento ingerido. A alternativa que completa o texto é: A) carga elétrica; quantidade de movimento; energia; destruída; potencial; elástica; gravitacional; química; B) carga elétrica; quantidade de movimento; energia; destruída; potencial; elástica; gravitacional; elétrica; C) força elétrica; quantidade de movimento; energia; modificada; potencial; gravitacional; elástica; química; D) força elétrica; quantidade de movimento; energia mecânica; destruída; potencial; elástica; gravitacional. QUESTÃO 2 - Foram feitas algumas considerações a respeito dos princípios de conservação: I - O princípio de conservação da massa só é válido em um sistema fechado. II - O princípio de conservação da energia é o mais geral dos princípios, já que pode ser aplicado em qualquer situação. III - O princípio de conservação da quantidade de movimento só tem validade quando a massa se conserva. IV - O princípio de conservação da carga só pode ser aplicado em um sistema isolado. São corretas as afirmativas: A) I, II e III somente. B) I, II e IV somente. C) I, III e IV somente. D) II, III e IV somente. Energia: V|Ç°à|vt@ZÜtä|àtv|ÉÇtÄ@XÄöáà|vt CONTEÚDO DO MÓDULO: ENERGIA CINÉTICA 1. HABILIDADES Aplicar o conceito de energia e suas propriedades para compreender situações envolvendo energia associada ao movimento de um corpo. 2. DETALHAMENTO DAS HABILIDADES 1 - Saber que um corpo em movimento possui uma forma de energia associada a esse movimento denominada energia cinética. 2 - Saber que a energia cinética de um corpo em movimento é proporcional à massa do corpo e ao quadrado de sua velocidade. 3 - Saber que o valor da energia cinética de um corpo em movimento é dado pela expressão E=½mv², sendo E a energia cinética, m a massa do corpo e v a sua velocidade. 4 - Compreender o conceito de velocidade e suas unidades de medidas (m/s e km/h). 5 - Compreender o conceito de massa e suas unidades de medida. 6 - Saber analisar situações práticas que ilustram a relação da energia cinética de um corpo com o quadrado de sua velocidade ou o valor de sua massa. 7 - Saber que a unidade de medida da energia no SI é o joule. CONTEÚDO DO MÓDULO: Energia Potencial Gravitacional e Elástica 1. HABILIDADES Compreender que energia potencial gravitacional é uma forma de energia associada à configuração do sistema Terra-corpo e é devida à atração gravitacional entre as massas do sistema. Aplicar o conceito de energia e suas propriedades para compreender situações envolvendo molas ou outros corpos elásticos. 2. DETALHAMENTO DAS HABILIDADES 1 - Saber que um corpo colocado numa certa altura próximo à superfície da Terra possui uma forma de energia associada a essa posição denominada energia potencial gravitacional. 2 - Saber que a energia potencial gravitacional de 21 um corpo próximo à superfície da Terra é proporcional à massa do corpo e à altura do corpo em relação a um certo nível. 3 - Saber que o valor da energia potencial gravitacional de um corpo próximo à superfície da Terra é dado pela expressão E=mgh. Onde m é massa do corpo, g a aceleração de queda livre e h a altura, em relação a um dado referencial. 4 - Compreender o conceito de aceleração da gravidade e sua unidade de medida no S.I. 5 - Aplicar o conceito de energia e suas propriedades para compreender situações envolvendo corpos que se movimentam de maiores para menores alturas e vice-versa. 6 - Saber analisar situações práticas que ilustram a relação da energia potencial gravitacional de um corpo com sua altura em relação a um determinado nível e o valor de sua massa. 7 - Saber que um corpo elástico quando deformado, comprimido ou esticado, possui uma forma de energia associada a essa deformação denominada energia potencial elástica. 8 - Saber que a energia potencial elástica depende da deformação produzida e das propriedades elásticas do material. 9 - Saber que o valor da energia potencial elástica de um corpo é dado pela expressão E=½kx². Onde K é a constante elástica da mola e X representa sua deformação. 10 - Saber analisar situações práticas que ilustram a relação da energia potencial elástica de um corpo com o valor da sua deformação ao quadrado e da sua constante elástica. 11 - Compreender que a constante elástica é uma propriedade do corpo e está associada a uma maior ou menor dificuldade de deformar esse corpo. 1) Energia potencial É a que tem um corpo que, em virtude de sua posição ou estado, é capaz de [3] realizar trabalho. Podemos classificar a energia potencial em: a) Energia Potencial Gravitacional (EPG) Está relacionada com a posição que um corpo ocupa no campo gravitacional terrestre e sua capacidade de vir a realizar trabalho mecânico. Matematicamente Resolução: è è 2) Um corpo de massa 40 kg tem energia potencial gravitacional de 800J em relação ao solo. Dado g = 2 10 m/s , calcule a que altura se encontra do solo. Resolução: b) Energia Potencial Elástica (EPE) É a energia armazenada em uma mola comprimida ou distendida. Matematicamente Exemplos: 3) Uma mola de constante elástica k = 400 N/m é comprimida de 5 cm. Determinar a sua energia potencial elástica. Resolução: è è 4) Qual é a distensão de uma mola de constante elástica k = 100 N/m e que está armazenando uma energia potencial elástica de 2J? Resolução: è è è 2) Energia Cinética (EC) Epg = P. h Todo corpo em movimento possui uma energia associada a esse movimento que pode vir a realizar um trabalho (em uma colisão por exemplo). A essa energia damos o nome de energia cinética. Matematicamente Exemplos: 1) Um corpo de massa 4 kg encontra-se a uma altura de 16 m do solo. Admitindo o solo como nível 2 de referência e supondo g = 10 m/s , calcular sua energia potencial gravitacional. Exemplo: 22 5) Determine a energia cinética de um móvel de massa 50 kg e velocidade 20 m/s. Resolução: Exercícios 1. Um garoto atira uma pedra para cima com um estilingue. a) Qual a forma de energia armazenada no estilingue? b) Que forma de energia possui a pedra quando atinge sua altura máxima? c) Existe energia no estilingue depois do lançamento? Comente. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ ________________________________________ 2. O salto com vara é, sem dúvida, uma das disciplinas mais exigentes do atletismo. Em um único salto, o atleta executa cerca de 23 movimentos em menos de 2 segundos. Na última Olimpíada de Atenas a atleta russa, Svetlana Feofanova, bateu o recorde feminino, saltando 4,88 m. A figura a seguir representa um atleta durante um salto com vara, em três instantes distintos. Assinale a opção que melhor identifica os tipos de energia envolvidos em cada uma das situações I, II, e III, respectivamente. estabeleça uma relação entre o fato de uma mola ser “dura” ou “macia” com o valor de sua constante elástica; c)A energia potencial elástica de cada mola. 6. a) a constante elástica da mola A é dada por k = F/X. Assim, temos que k = 30N / 0,3m = _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 4. Uma força de magnitude 200N deforma 5,0cm uma mola. Qual a energia potencial elástica que a mola armazena quando deforma 20cm?____________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 5 - Determine a energia cinética de um móvel de massa 50 kg e velocidade 20 m/s.______________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 6- Uma força F = 15 N é aplicada para comprimir uma mola por uma distância de 20 cm. Determine: a) a constante elástica da mola. b) a energia potencial elástica armazenada. c) a energia potencial elástica se a deformação for o dobro. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 7- Um trenó de massa 50 kg desliza em uma rampa, partindo de uma altura de 5 m em relação à parte plana mostrada na figura. Ele chega à base da rampa com velocidade de 6 m/s. A) cinética, cinética e gravitacional, cinética e gravitacional. B) cinética e elástica, cinética, gravitacional e elástica, cinética e gravitacional. C) cinética, cinética, gravitacional e elástica, cinética e gravitacional. D) cinética e elástica, cinética e elástica, gravitacional. 3. Duas molas, A e B, foram comprimidas pela mesma força F = 30N e sofreram deformações XA = 30cm e XB = 10 cm. a) Determine o valor da constante elástica de cada mola; b) Observando as respostas da questão (a), a) Qual a energia potencial gravitacional do trenó no inicio do movimento? Tome como referência a base da rampa. b) Qual a energia cinética do trenó na base da rampa? c) A energia potencial gravitacional no alto da 23 rampa é igual à energia cinética na base da rampa? Em caso negativo, especule a respeito do que pode ter acontecido com a parte da energia potencial gravitacional que não foi convertida integralmente em energia cinética. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 8- Duas pedras, sendo uma de 20 kg e outra de 30 kg, estão a 120m e 80m de altura, respectivamente, em relação ao solo. Considere como igual a aceleração gravitacional nas duas posições. Você diria que A) a pedra de maior massa tem maior energia potencial. B) a pedra de menor massa tem maior energia potencial. C) ambas as pedras têm igual energia potencial. D) nada podemos afirmar com relação à energia potencial das pedras. _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 9- Nas olimpíadas de Sidnei (2000) O iraniano Hossein Rezazadeh levanta 260 quilogramas e estabelece novo recorde mundial nolevantamento de peso masculino, para a categoria acima de 105 kg. a) Determine o mínimo da energia despendida pelo atleta ao levantar essa massa a 2m de altura, num local onde o g = 9,8 m/s2. b) Se o atleta fosse 20 cm mais alto, qual seria o acréscimo na energia potencial gravitacional ?. b) Determine a energia potencial gravitacional da bolinha no alto da mesa. c) Se a bolinha sair da superfície da mesa e cair, sua energia potencial gravitacional, quando estiver a 0,40m, será maior inferior ou igual à posição no alto da mesa? Quantas vezes? d) Qual foi a perda da energia potencial gravitacional da bolinha ao passar da posição 0,80m para 0,40m? O que aconteceu com essa energia? (Sugestão: a energia cinética da bolinha no alto da mesa era nula). _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ Energia: VÉÇáxÜät†ûÉ wt XÇxÜz|t `xvúÇ|vt Chamamos de Energia Mecânica a todas as formas de energia relacionadas com o movimento de corpos ou com a capacidade de colocá-los em movimento ou deformá-los. Classes de energia mecânica 1) Energia potencial a) Energia Potencial Gravitacional (EPG) b) Energia Potencial Elástica (EPE) 2) Energia Cinética (EC) _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ 10- Uma bolinha de massa m = 100 gramas, assimilável a um ponto material, encontra-se sobre uma mesa horizontal de altura 0,80 m. Considere como nível de referência o solo e o valor de g = 9,8 2 m/s . a) Que providência deve ser tomada para determinarmos a energia potencial gravitacional da bolinha, em joules? Qualquer movimento ou atividade é realizado através da transformação de um tipo de energia em outro ou em outros, isto é, através da transformação energética: “Não há criação nem destruição de energia” Em um sistema conservativo, uma diminuição da energia cinética é compensada por um simultâneo aumento da energia potencial ou viceversa. Podemos então afirmar que a soma 24 dessas duas energias permanece constante no sistema: A referida soma é denominada Energia Mecânica do sistema. Então: VB = 30 m/s EM → Energia Mecânica EC → Energia Cinética EP → Energia Potencial EPG → Energia Potencial Gravitacional EPEL→ Energia Potencial Elástica Uma força é chamada conservativa, quando pode devolver o trabalho realizado para vencê-la. Desse modo, o peso de um corpo e a força elástica são exemplos desse tipo de força. No entanto, a força de atrito cinético, que não pode devolver o trabalho realizado para vencê-la, é uma força nãoconservativa, ou dissipativa (ocorre degradação da energia mecânica). 2) Um corpo de 2 kg é empurrado contra uma mola de constante elástica 500 N/m, comprimindo-a 20 cm. Ele é libertado e a mola o projeta ao longo de uma superfície lisa e horizontal que termina numa rampa inclinada conforme indica a figura. Dado g = 10 2 m/s e desprezando todas as formas de atrito, calcular a altura máxima atingida pelo corpo na rampa. Exemplo: 1) Uma esfera de massa 5 kg é abandonada de 2 uma altura de 45m num local onde g = 10 m/s . Calcular a velocidade do corpo ao atingir o solo. Despreze os efeitos do ar. Resolução: Desprezando a resistência do ar, o sistema é conservativo, logo: Resolução: 25 Como o sistema é conservativo, temos: è hB = 0,5 m/s 3) Um esquiador de massa 60 kg desliza de uma encosta, partindo do repouso, de uma altura de 50 m. Sabendo que sua velocidade ao chegar no fim da encosta é de 20 m/s, calcule a perda de energia 2 mecânica devido ao atrito. Adote g = 10 m/s . Resolução: 01 → Um trenó de massa 50 kg desliza em uma rampa, partindo de uma altura de 8 m em relação à parte plana mostrada na figura. Ele chega à base da rampa com velocidade de 10 m/s. (Adote: g = 10 m/s2) a) Qual a energia potencial gravitacional do trenó no inicio do movimento ? b) Qual a energia cinética do trenó na base da rampa ? c) A energia potencial gravitacional no alto da rampa é igual à energia cinética na base da rampa ? d) O sistema é conservativo ou dissipativo ? __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 02 → No escorregador mostrado na figura abaixo, uma criança com 40 kg de massa, partindo do repouso em A, desliza até B. Desprezando as perdas de energia e admitindo g = 10 m/s2, determine a velocidade da criança ao chegar a B. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 03 → No escorregador mostrado na figura, uma criança com 30 kg de massa, partindo do repouso em A, desliza até B. Adotandose g = 10 m/s2 e desprezando-se os atritos, determine a velocidade da criança ao chegar a B, em km/h. __________________________________ __________________________________ __________________________________ 26 __________________________________ __________________________________ __________________________________ 04 → No escorregador mostrado na figura, uma criança de 40 kg de massa, partindo do repouso em A, desliza até B. Desprezando as perdas de energia e admitindo g = 10 m/s2, determine a velocidade da criança ao chegar a B. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 07 → Uma pessoa se agacha sobre a superfície do solo, dá um pulo e se desloca verticalmente, com velocidade escalar inicial de 2 m/s. Desprezando a resistência do ar, qual a altura máxima que ela atinge, em centímetros ? Dado: g = 10 m/s2. 05 → Um carrinho de massa 20 kg percorre um trecho de montanha-russa. No ponto A, a uma altura de 20 m, é abandonado do repouso. Supondo desprezíveis as forças de atrito, determine sua velocidade ao passar pelo ponto B e pelo ponto C. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 06 → Uma pessoa se agacha sobre a superfície do solo, dá um pulo e se desloca verticalmente, com velocidade escalar inicial de 3 m/s. Desprezando a resistência do ar, qual a altura máxima que ela atinge, em centímetros ? Dado: g = 10 m/s2. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 08 → Um bloco de massa 4 kg e velocidade 36 km/h se choca com uma mola de constante elástica 40000 N/m, conforme indicado na figura. O corpo comprime a mola até parar. Calcule a variação de comprimento da mola, em cm. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 27 __________________________________ __________________________________ 09 → Uma criança de 40 kg encontra-se a 3,5 m do solo, em repouso, num escorregador. Começa a escorregar e durante a queda há uma dissipação de 420 J de energia. Calcule a velocidade da criança ao chegar ao solo. Dado: g = 10 m/s2. • • • • máquinas simples são sistemas que utilizamos para fazer um trabalho, aplicando uma força menor o conceito de trabalho pode ser aplicado para explicar as seguintes máquinas simples: alavanca, plano inclinado e roldanas as ferramentas são tipos máquinas simples as máquinas complexas são combinações desses três tipos de máquinas simples. Trabalho e Energia: XÇxÜz|t V|Ç°à|vt x cÉàxÇv|tÄ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 10 → Uma criança de 40 kg encontra-se a 3,5 m do solo, em repouso, num escorregador. Começa a escorregar e durante a queda há uma dissipação de 120 J de energia. Calcule a velocidade da criança ao chegar ao solo. Dado: g = 10 m/s2. TÓPICO 12: TRABALHO E MÁQUINAS SIMPLES Autores: Arjuna C Panzera Arthur E. Q. Gomes Dácio G. de Moura Máquinas são dispositivos criados pelos homens com o objetivo de auxiliar na execução de tarefas. Utensílios, ou ferramentas, como um alicate, uma vara de pescar, um martelo, nos ajudam na realização de tarefas do nosso dia a dia. Esses utensílios são também chamados de máquinas simples. As máquinas, em geral, têm como objetivo diminuir a força aplicada, facilitando a execução de uma tarefa. As ferramentas podem entendidas como aplicação de apenas três tipos de máquinas simples: alavanca, plano inclinado e roldana. As máquinas complexas, como um guindaste, por exemplo, são combinações desses três tipos de maquinas simples. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ Tópico 12- Trabalho e máquina simples • • • podemos transferir energia aplicando uma força que produz um deslocamento o produto de uma força pelo deslocamento que ela produz é denominado trabalho da força a unidade de força no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o newton (N) que equivale a 1 kg.m/s² e a unidade de trabalho no SI é o joule (J) que equivale a N.m 28 O Conceito de Trabalho em Física Em Física, trabalho está associado à aplicação de uma força que desloca um objeto por uma certa distância. Devido essa ação ocorre uma tranferência de energia de quem aplicou a força para o objeto. Com isso, o objeto adquire alguma forma de energia que pode ser: energia cinética (movimentar), energia potencial gravitacional (levantar), energia elástica (deformar). Se uma pessoa empurra um carrinho de mão, ela está realizando um trabalho, pois está aplicando uma força (F) que provoca um deslocamento (d). Em Física trabalho (T) é definido como sendo o produto da força (F) pelo deslocamento (d) que ela provoca no objeto: Trabalho = Força x deslocamento ou T = F x d Se uma força de 1 newton (1 N) desloca um objeto por 1 metro (1 m), dizemos que um trabalho de 1 joule (1 J) foi realizado pela força. Pode-se então escrever que 1 J = 1 N x 1 m. Se o carrinho mostrado na figura anterior é empurrado com uma força de 240 N e o carrinho é deslocado de 10 m, então o trabalho realizado pela força é de 2.400 J. Quando um garoto empurra um armario (força F) e não consegue deslocá-lo (d=0), a força que ele aplica não realiza trabalho, ou seja, o trabalho é zero (T= 0). Quando uma pessoa carrega uma mala, a força que ela exerce para cima sustentando a mala também não produz trabalho (T=0). Mas, se ela pega a mala no chão e a levanta, a força aplicada provoca um deslocamento e haverá trabalho; a mala irá adquirir energia potencial gravitacional. Se a pessoa puxa um carrinho e exerce uma força (F) inclinada em relação ao seu deslocamento, como na figura abaixo, dizemos que apenas uma parte da força ( Fd ) está sendo usada para realização de trabalho, a parte que está na direção do deslocamento (d). Para calcularmos o trabalho realizado, nesse caso, multiplicamos ( Fd ) por (d), ou seja T= Fd X d . Uma outra situação em que existe uma força aplicada e um deslocamento ocorrendo, mas não há realização de trabalho, é o caso de um movimento circular uniforme. Por exemplo, um menino brincando de aeromodelismo. A força que o menino faz é para dentro do círculo e não contribui para que o avião se desloque, não havendo, dessa forma, realização de trabalho. O responsável pelo movimento do avião é seu motor que, ao girar sua hélice, faz ele se deslocar para a frente. A força do braço do menino apenas muda a direção da velocidade do avião, fazendo-o mover em círculo. Há situações em que existe uma força sendo aplicada e um deslocamento ocorrendo, mas o delocamnento não é provocado por essa força. Por exemplo, quando uma lavadeira caminha carregando uma lata d’água na cabeça, a força que sustenta a lata não realiza trabalho, pois a cabeça exerce uma força para cima na lata e a lata não se desloca na direção vertical. Assim essa força vertical não está realizando trabalho. 29 Trabalho e Energia A energia cinética que um ciclista adquire é devida ao trabalho realizado por ele ao pedalar. Quando o ciclista realiza um trabalho de 120 J pedalando, ele e a bicicleta vão adquirir uma energia cinética de 120 J. levantasse a caixa verticalmente. Porém, usando a tábua ele deslocará a caixa por uma distância maior. O trabalho realizado nos dois casos é o mesmo, pois ao deslocar a caixa pelo plano inclinado a força será menor, porém o deslocamento será proporcionalmente maior. Ou seja, dizemos que no plano inclinado a forca é menor mas, em compensação, o delocamento é maior. Observe que nos dois casos a caixa irá adquirir a mesma energia potencial gravitacional pois estará na mesma altura. A figura abaixo mostra as duas situações – na figura 1 a força é maior e o deslocamento é menor; na figura 2 a força é menor e o delocamento é maior. Como o trabalho é o produto da força pelo deslocamento, nas duas situações haverá a realização do mesmo trabalho. Num hipermercado uma empilhadeira eleva caixas para serem guardadas nas prateleiras. A força que a máquina exerce para elevar cada caixa, realiza um trabalho sobre a caixa fazendo com que ela adquira uma energia potencial gravitacional. Se empilhadeira realizou um trabalho de 1.000 joules para elevar a caixa, então a caixa adquiriu uma energia potencial gravitacional de 1.000 joules. Se a caixa cair, ela chegará ao solo com energia cinética de 1.000 joules. Quando um arqueiro puxa a corda de seu arco, que funciona como uma mola está realizando trabalho sobre o sistema arco-corda, dando-lhe uma energia potencial elástica. O arqueiro faz força sobre o arco e desloca a corda, juntamente com a flecha, isto é realiza um trabalho. Esse trabalho é exatamente igual à energia potencial elástica armazenada no sistema arco-corda-flecha. Ao soltar a corda, a energia potencial armazenada é transferida para a flecha, que adquire energia cinética. O Plano Inclinado Um operário quer elevar uma caixa que está no solo para colocá-la em um caminhão. Uma maneira de fazer isso é eleva-la verticalmente. Mas se a caixa for muito pesada ele pode colocar uma tábua comprida inclinada e puxar a caixa sobre ela. Neste caso, ele fará uma força menor do que faria se Como o trabalho é o mesmo nas duas situações, podemos escrever: F grande x d pequeno = F pequena x d grande Dizemos, então, que: “no plano inclinado a razão entre as forças aplicadas nas duas situações (sem a rampa e com a rampa) é igual à razão inversa entre os respectivos comprimentos (rampa e altura vertical)”. Podemos dizer que essa é a regra matemática que estabelece a vantagem mecânica da máquina simples denominada de plano inclinado. O plano inclinado (rampa) é, então, um dispositivo utilizado para realizar trabalho usando uma menor força. A Alavanca Três séculos antes da era cristã, o matemático grego Arquimedes teria afirmado: “Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o 30 mundo”. Como você vê, desde tempos antigos a alvanca, outra máquina simples, já era usada. Para explicar o funcionamento de uma alavanca podemos usar o conceito de trabalho e energia potencial gravitacional. Por exemplo, para um operário tirar uma tampa pesada de esgoto ele precisa usar uma alavanca e um ponto de apoio (ver figura). A alavanca possui dois braços que são as medidas do ponto de apoio até as extremidades: b1 e b2. Os deslocamentos d1 e d2 são proporcionais aos respectivos braços da alavanca b1 e b2. Assim, a última expressão matemática mostrada acima pode ser reescrita como: Dizemos, então, que: “na alavanca, a razão entre as forças aplicadas nas duas situações (sem a alavanca e com a alavanca) é igual à razão inversa entre os respectivos braços da alavanca)”. Podemos dizer que essa é a regra matemática que estabelece a vantagem mecânica da máquina simples denominada de alavanca. Torque ou momento de uma força O operário ao levantar a tampa do esgoto realiza um trabalho que é igual ao produto F2 x d2. O valor deste trabalho é igual ao da situação em que o operário levanta a tampa puxando-a verticalmente para cima. Neste caso fará uma força muito maior, porém o deslocamento da tampa será menor. Usando a alavanca, a força F2 é menor que F1 mas o deslocamento d2 é maior do que d1. Nos dois casos está envolvida a mesma energia, mas com a alavanca o operário aplica uma força menor. Dizemos que o trabalho é o mesmo, com ou sem a alavanca, ou seja: Se analisamos a figura anterior, vemos que há formação de dois triângulos retângulos que são semelhantes pois têm os ângulos opostos pelo vértice iguais. Em Física, existe um outro conceito importante que podemos relacionar com a última expressão matemática mostrada acima. Trata-se do conceito de torque ou momento de uma força. A expressão matemática da alavanca pode ser reescrita assim: F2 x braço maior da alavanca = F1 x braço menor da alavanca. Esse produto da força aplicada na expremidade da alavanca pelo seu respectivo braço de alavanca é chamado de torque ou momento de uma força. Assim o momento de uma força é o produto da força (F) pela distância do ponto de aplicação dessa força até o eixo (b). Podemos ver uma aplicação desse conceito na analise do movimento de rotação de uma porta. Se fazemos uma força F1 na porta (veja figura) ela tende a girar no sentido dessa força. O braço dessa força é a distância b1. O momento dessa força, M1, é F1 x b1. Se outra pessoa faz uma força F2 no sentido oposto, com um braço b2, o momento dessa força, M2, é F2 x b2. Se M1 = M2, a porta não irá girar, ou seja, dizemos que ela ficará em equilibrio. Os três tipos de alavancas Nas alavancas podemos identificar três elementos: a força potente (a que a pessoa exerce), a força 31 resistente (a do objeto que se quer deslocar ou quebrar) e o ponto de apoio. O tipo da alavanca depende da posição relativa desses três elementos. Os três tipos de alavancas existentes são: interfixa, interpotente e interresistente. Na alavanca interfixa o ponto de apoio fica entre a força potente e a força resistente. Na alavanca interresistente a resistência fica entre o ponto de apoio e a força potente. Na alavanca interpotente a força potente fica entre o ponto de apoio e a resistência. A figura abaixo mostra um resumo dos três tipos de alavancas. Tipos de alavancas INTER-FIXA: É quando o ponto apoio (A) está entre a aplicação da força potente (P) e a aplicação da força resistente (R). INTER-PONTENTE: É quando a aplicação da força potente (P) está entre a aplicação da força resistente (R) e o ponto de apoio (A). INTER-RESISTENTE: É quando a aplicação da força resistente (R) está entre a aplicação da força potente (P) e o ponto de apoio (A). AS ROLDANAS Roldana, ou polia, é um disco com um eixo e um sulco em borda por onde pode passar um cabo flexível. Nas academias de ginástica existem diversos aparelhos que utilizam roldanas (ver figura). As roldanas são usadas com dois objetivos: para facilitar a aplicação de uma força mudando a sua direção; para efetuar uma tarefa aplicando uma força menor. Em certos equipamentos as roldanas são usadas para que a pessoa aplique força em direções especiais e em outras para aplicá-las com valores diferentes. Os varais usados em apartamentos também usam roldanas para facilitar a elevação das roupas que devem ser secadas. Existem dois tipos de roldanas: fixas e móveis. Veja na figura ao lado que a roldana de cima é fixa, pois está presa na beirada do telhado. A roldana de 32 baixo é móvel, pois ela vai subir junto com o balde quando a pessoa puxar a corda. Guindastes utilizam roldanas para elevar objetos pesados. O gancho que eleva o peso, em um guindaste, é constituído de roldanas móveis, que sobem e descem juntamente com o peso. Porém existem roldanas fixas encaixadas no corpo da máquina. Você poderá elevar um balde com um peso de cimento correspondente a 400 N, de um andar para outro de altura igual a 3 m, de quatro modos: Modo 1: puxando o balde para cima com uma corda, conforme a figura. Neste caso você realiza um trabalho que é calculado multiplicando a força aplicada, que é igual ao peso P do balde (P = 400 N), pela distância percorrida (3 m), que resulta em 1.200 J de energia. Modo 2: usando uma roldana fixa para puxar o balde aplicando uma força horizontal (figura 2a) Modo 3 usando uma roldana fixa para puxar o balde aplicando uma força vertical para baixo (figura 2b). Note que no modo 2 e no modo 3 a força que você aplica é igual a 400 N e a distância percorrida é de 3 m, portanto o trabalho é 1.200 J. Nesses três primeiros modos, a roldana, que é fixa na estrutura do prédio, não muda o valor da força aplicada, mas muda a direção da força aplicada, facilitando a elevação do balde. Modo 4 você poderá aplicar uma menor força se usar roldanas móveis. A figura 3 mostra o balde sendo elevado por uma roldana móvel. Nesse caso você aplicará metade da força, isto é, 200 N, porém terá que puxar 6 m de corda, ou seja, 33 o dobro das situações anteriores. Como o peso do balde é de 400 N, a força em cada ramo da corda ligada à roldana móvel será a metade do peso, isto é, de 200 N. Veja o detalhe ao lado esquerdo. O trabalho realizado, então será igual a: T = F x d = 200 N x 6 m = 1.200 J Assim, a roldana móvel permitiu que você utilizasse uma força menor para realizar o mesmo trabalho. Roldanas móveis, assim como a alavanca e o plano inclinado, são consideradas máquinas simples, pois realizam o mesmo trabalho aplicando uma força menor. Existem sistemas de roldanas móveis que usam duas ou mais roldanas acopladas num mesmo eixo, como na figura à direita. Se duas roldanas móveis são usadas, o peso é dividido por 4, como mostra a figura à esquerda. Se forem usadas três roldanas móveis o peso é dividido por 8. Concluindo, a força que se deve utilizar usando roldanas móveis, pode ser n expressa pela equação: F = P / 2 , onde n é o número de roldanas móveis. Atenção: na prática, para fazermos o calculo da força a ser aplicada temos que levar em conta o atrito nos eixos das roldanas. A presença do atrito exige uma força maior do que a calculada. A força de atrito transforma parte da energia aplicada em energia térmica ou sonora. Se um sistema de roldanas possui atrito ela faz barulho e esquenta o eixo e a própria roldana e por isso são usados óleos lubrificantes para superar esse problema. Ao lado de cada figura ou situação descrita, identifique o local do ponto de apoio, desenhe uma seta representando a força potente e outra representando a força resistente. Identifigue o tipo de alavanca completando a frase . 1. Um jardineiro poda uma planta usando uma tesoura. Alavanca ____________ O ponto de apoio está ______________ _ A força potente é aplicada ____________ A força resistente é aplicada _____________ 2. Uma cozinheira usa um quebra nozes. Alavanca ______________ O ponto de apoio está ______________ A força potente é aplicada ____________ A força resistente é aplicada _____________ 3. Um biólogo usa uma pinça para segurar pequenos animais. Alavanca ______________ O ponto de apoio está ______________ A força potente é aplicada ____________ A força resistente é aplicada _____________ 4. Uma pessoa retira o prego de uma táboa usando um martelo. Alavanca ______________ O ponto de apoio está ______________ A força potente é aplicada ____________ A força resistente é aplicada _____________ 5. Um pedreiro carrega uma carrinho de mão. Alavanca ______________ O ponto de apoio está ______________ A força potente é aplicada 34 ____________ A força resistente é aplicada _____________ 6. Uma pessoa pescando. Alavanca ______________ O ponto de apoio está ______________ A força potente é aplicada ____________ A força resistente é aplicada _____________ 2. Em cada situação a seguir, identifique o tipo de alavanca, salientando o ponto de apoio, a força resistente e a força potente. 2a – Alicate comum. 2b – Alicate de unha. 2c – Flexão do corpo 2d – Levantamento do pé 2e – Balança romana 2f – Movimento do braço Exercícios 1. A figura seguinte mostra um sarilho, dispositivo usado desde a antiguidade para retirar água de poços. a) O sarilho é baseado em qual da máquinas simples: alavanca, plano inclinado ou roldana? b) Quando a pessoa gira a manivela, a corda vai se enrolando no eixo e o raio r vai aumentando. Você acha que, à medida que o balde vai subindo, a dificuldade em puxá-lo, por causa disso, aumentará, diminuirá ou não haverá alteração? __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 35 3. As engrenagens também são aplicações das máquinas simples. Elas são constituídas de discos de diâmetros diferentes que giram em torno de seus eixos e são ligadas através de correias ou por contatos (por pressão ou por dentes de engrenagens) para que não haja deslizamento entre elas. Na transmissão por contato ocorre inversão no sentido do movimento, o que não ocorre quando as engrenagens são interligadas por correias. a) Em qual dos tipos de máquina simples alavanca, plano inclinado ou roldana - as engrenagens estão baseadas? b) O pedal de uma bicicleta é ligado a uma polia que, através de uma corrente, faz conexão com a roda trazeira. Para que o ciclista realize menos força, o diâmetro da polia do pedal deve ser maior ou menor que a da roda? Explique. como princípios clássica. de Newton da Dinâmica 2.1 – Princípio da inércia ou Primeira Lei de Newton: Um ponto material isolado está em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme. Inércia é a propriedade geral da matéria de resistir a qualquer variação em sua velocidade. Um corpo em repouso tende, por inércia, a permanecer em repouso; um corpo em movimento tende, por inércia, a continuar em movimento retilíneo uniforme (MRU ). Leis de Newton DŒ_x| wx axãàÉÇ \Ç°Üv|t 1. Contexto Histórico __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ Dinâmica _x|á wx axãàÉÇ DINÂMICA A Dinâmica é a parte da Mecânica que estuda os movimentos e suas causas. 1 - Força – Em Dinâmica, forças são os agentes que produzem as variações de velocidade de um corpo. A força é uma grandeza vetorial pois produz variação de velocidade, que é grandeza vetorial. A variação de velocidade no decurso do tempo determina a aceleração a; daí decorre que uma força aplicada num corpo provoca uma aceleração a. A aceleração a tem a mesma direção e sentido da força F que a origina. a F Aristóteles acreditava que uma força era necessária para manter um objeto movimentando-se ao longo de um plano horizontal, e quanto maior a força maior seria a velocidade atingida pelo corpo. Cerca de 2000 anos mais tarde, Galileu realizou várias experiências para analisar o movimento dos corpos, e constatou que a tendência natural dos corpos, livres da ação de forças, é permanecer em repouso ou realizar movimento retilíneo uniforme. Isaac Newton aceitou e desenvolveu as idéias de Galileu e, em sua obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, enunciou as três leis fundamentais do movimento; conhecidas hoje como leis de Newton. 2. Princípio da Inércia (1ª Lei de Newton) 2 - Os princípios fundamentais da Dinâmica. Os conceitos básicos da Dinâmica, podem ser resumidos em três princípios ou leis , conhecidos O princípio da Inércia pode ser observado nos casos abaixo. 36 Assim, se a força resultante for nula, ou ele estará em repouso ou em movimento em linha reta com velocidade constante. colisão traseira. Nessa situação, devido à inércia, os passageiros tenderiam a manter a velocidade, enquanto o carro seria bruscamente arremessado para frente e, com isso, a cabeça seria jogada para trás. O Código Nacional de Trânsito proíbe o transporte de pessoas na carroceria aberta de caminhonetes e caminhões. Isso é plenamente justificável, pois, quando o veículo em movimento inicia uma curva, as pessoas, soltas na carroceria, tendem, por inércia, a manter a direção da velocidade inicial e a prosseguir em linha reta, para um observador situado no solo. Entretanto, do ponto de vista de um observador dentro da cabine do veículo, as pessoas podem ser arremessadas para fora da carroceria. 3. Física no dia-a-dia A indústria automobilística tem mostrado, nos últimos tempos, grande preocupação com a segurança dos ocupantes de um automóvel. Por esse motivo, os carros atualmente possuem diversos dispositivos de segurança que respeitam, principalmente, o princípio da inércia. Em um choque frontal, os ocupantes de um carro, devido à inércia, tendem a continuar em movimento e podem, eventualmente, se chocar contra o párabrisa, o volante ou, no caso dos passageiros que viajam no banco de trás, contra o banco. O cinto de segurança tem a finalidade de, nessas situações, aplicar força ao corpo do passageiro, diminuindo a sua velocidade. Os automóveis mais modernos dispõem de airbag, uma bolsa plástica que infla rapidamente em caso de colisão e amortece o choque do passageiro contra partes do veículo. O encosto de cabeça, colocado no alto dos bancos dos automóveis, protege o pescoço dos passageiros no caso de uma 4. Referenciais Inerciais Os referenciais em relação aos quais vale o princípio da inércia são chamados referenciais inerciais. Para o estudo de movimentos de grande duração, considera-se como inercial um referencial ligado ao Sol e às chamadas estrelas fixas. EXERCÍCIO 01. As estatísticas indicam que o uso do cinto de segurança deve ser obrigatório para prevenir lesões mais graves em motoristas e passageiros no caso de acidentes. Explique a qual lei da Física a função do cinto está relacionada. � Em caso de acidente, sem cinto de segurança, o corpo dos ocupantes é atirado para frente. � A chance de sair ileso de um acidente sem o uso do cinto é de uma em mil. � O uso do cinto de segurança reduz de 60% a 80% as mortes em choques frontais. 37 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 02. Por que o cavaleiro é jogado para frente quando o cavalo pára bruscamente, recusando-se a pular o obstáculo? __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 03. Qual das alternativas a seguir se relaciona ou é explicada pela 1ª lei da Dinâmica, também chamada de lei da Inércia? a) Uma bola de tênis que, ao receber uma raquetada do Guga, atinge 214 Km/h. b) Num jogo de basquete, a bola ao ser empurrada para baixo pelo Oscar, bate no chão e retorna à sua mão. c) A Ferrari de Felipe Massa que, ao entrar numa curva em alta velocidade, derrapa e sai da pista pela tangente. d) Uma bola que, ao ser cabeceada pelo Ronaldinho, muda de direção e sentido e entra no gol. e) Um soco desferido pelo Popó atinge o seu adversário e o manda para o chão. 04. No espetáculo de circo o palhaço se coloca diante de uma mesa coberta com uma toalha. Sobre a toalha estão pratos e talheres. O palhaço puxa a toalha rapidamente, retirando-a da mesa, mas os pratos e talheres continuam sobre a mesa. Que lei de Newton explica esse fato? __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ TESTES 01. (UEL) Um observador vê um pêndulo preso ao teto de um vagão e deslocado da vertical como mostra a figura a seguir. Sabendo que o vagão se desloca em trajetória retilínea, ele pode estar se movendo de: a) A para B, com velocidade constante. b) B para A, com velocidade constante. c) A para B, com sua velocidade diminuindo. d) B para A, com sua velocidade aumentando. e) B para A, com sua velocidade diminuindo. 02. (UNIRIO) A análise seqüencial da tirinha e, especialmente, a do quadro final nos leva imediatamente ao (à): a) Princípio da conservação da Energia Mecânica. b) Propriedade geral da matéria denominada Inércia. c) Princípio da conservação da Quantidade de Movimento. 38 d) Segunda Lei de Newton. e) Princípio da Independência dos Movimentos. 03. Um homem, no interior de um elevador, está jogando dardos em um alvo fixado na parede interna do elevador. Inicialmente, o elevador está em repouso, em relação à Terra, supostamente um Sistema Inercial e o homem acerta os dardos bem no centro do alvo. Em seguida, o elevador está movimento retilíneo e uniforme em relação à Terra. Se o homem quiser continuar acertando o centro do alvo, como deverá fazer a mira, em relação ao seu procedimento com o elevador parado? a) mais alto; b) mais baixo; c) mais alto se o elevador estiver subindo, mais baixo se estiver descendo; d) mais baixo se o elevador estiver subindo, mais baixo se estiver descendo; e) exatamente do mesmo modo. MOVIMENTO UNIFORME VÉÇvx|àÉá \Ç|v|t|á x ixÄÉv|wtwx `°w|t Sempre é bom lembrar que a constatação de que determinado objeto está em movimento ou em repouso depende do referencial, ou seja, um objeto pode estar em repouso para um observador e em movimento para outro observador. Na figura 1, para o observador no ponto do trem, a lâmpada está em movimento, no entanto para o observador sentado na cadeira do trem a lâmpada está em repouso. Na figura 2 o passageiro sentado dentro do ônibus está em repouso em relação ao motorista e em movimento em relação à pessoa no ponto de ônibus. TRAJETÓRIA A trajetória é a linha determinada pelas diversas posições que um corpo ocupa no decorrer do tempo. O corpo em relação ao qual identificamos o tipo de trajetória descrita pelo móvel, se chama referencial, portanto a trajetória depende do referencial adotado. MOVIMENTO EM RELAÇÃO AO SOLO A moça dentro do trem tem um ponto de vista em relação à trajetória da bolinha que foi solta. Para a moça a trajetória da bolinha é retilínea. Para o garoto que se encontra fora do trem e fixo em relação ao solo, a trajetória da bolinha é parabólica. Concluímos que a trajetória depende do referencial adotado POSIÇÃO ESCALAR DE UM MOVEL OU ESPAÇO (S) A posição de um móvel pode ser associada à noção de marco quilométrico numa rodovia. Ao longo de uma rodovia existem marcos quilométrico, cuja função é localizar veículos que nela trafegam. Na figura adiante podemos considerar que a posição do ônibus (móvel A) é determinada pelo marco Km 90, enquanto que o carro vem atrás desse ônibus (móvel B) está na posição marco Km 60. BASEANDO-SE NA FIGURA, ESCREVEMOS: SA = 90 km e SB = 60 km. Os valores mencionados não significam as distâncias percorridas por esses móveis, mas sim, 39 as suas respectivas posições ao longo da trajetória (rodovia). VARIAÇÃO DE ESPAÇO (∆S) Considere um móvel que no instante to se encontra na posição 1 e no instante t se encontra na posição 2 A variação de espaço é dada pela diferença entre a posição final (S) do móvel e a posição inicial (S0). __________________________________ __________________________________ TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES EXERCÍCIOS A variação do espaço: ∆S = S – S0 VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA A velocidade escalar média representa a rapidez com que o móvel mudas sua posição num intervalo de tempo. Em corridas automobilísticas é comum ouvir a citação da “velocidade média” de um determinado carro em determinada volta. Quando se diz que o carro da figura abaixo teve velocidade média de 40 km/h para percorrer o trecho de 600 m de pista, não significa que essa foi a velocidade desse móvel durante todo o percurso. Define-se velocidade média de um móvel por meio da relação entre a variação do espaço ∆S e o intervalo de tempo ∆t. Por exemplo, se um automóvel inicia sua viagem no marco 60 km de uma estrada e 2h depois está no marco 180 km da mesma estrada, sua velocidade média foi: __________________________________ __________________________________ __________________________________ 101. Leia com atenção a tira da Turma da Mônica mostrada a seguir e analise as afirmativas que se seguem, considerando os princípios da Mecânica Clássica. I. Cascão encontra-se em movimento em relação ao skate e também em relação ao amigo Cebolinha. II. Cascão encontra-se em repouso em relação ao skate, mas em movimento em relação ao amigo Cebolinha. III. Em relação a um referencial fixo fora da Terra, Cascão jamais pode estar em repouso. Estão corretas: a) apenas I b) I e II c) I e III d) II e III e) I, II e III 02. Considere as seguintes afirmações. I. Um corpo em movimento em relação a um referencial está em movimento em relação a qual quer outro referencial. II. Todo corpo em repouso em relação a um referencial está em repouso m relação a qualquer outro referencial. III. A forma da trajetória do movimento de uma partícula depende do referencial escolhido. Assinale a alternativa correta: a) Somente I é correta. b) Somente II é correta. 40 c) Somente III é correta d) Somente I e II são corretas e) I, II e III são corretas. 03. Um aluno, sentado na carteira da sala, observa os colegas, também sentados nas respectivas carteiras, bem como um mosquito que voa perseguindo o professor que fiscaliza a prova da turma. Das alternativas abaixo, a única que retrata uma análise correta do aluno é: a) A velocidade de todos os meus colegas é nula para todo observador na superfície da Terra. b) Eu estou em repouso em relação aos meus colegas, mas nós estamos em movimento em relação a todo observador na superfície da Terra. c) Como não há repouso absoluto, não há nenhum referencial em relação ao qual nós, estudantes, estejamos em repouso. d) A velocidade do mosquito é a mesma, tanto em relação aos meus colegas, quanto em relação ao professor. e) Mesmo para o professor, que não pára de andar pela sala, seria possível achar um referencial em relação ao qual ele estivesse em repouso. 04. Um menino está parado dentro de um ônibus em movimento com velocidade constante. Em certo instante, o menino deixa cair uma bolinha. Considerando tal situação, analise as afirmações abaixo. I. Para um observador dentro do ônibus, a trajetória da bolinha é retilínea. II. Para um observador fora do ônibus, a trajetória da bola é retilínea. III. Para um observador fora do ônibus, a trajetória da bola é parabólica. IV. A velocidade da bolinha, depois de solta, é a mesma para o observador fora ou dentro do ônibus. Está(ao) correta(s) somente: a) I e II b) I e III c) I, II e IV d) I, III e IV e) III 05. Salinas: Capital Do Surf No Litoral Norte Por Waves - Portal Terra O litoral Norte do Brasil, mais precisamente o litoral paraense, ainda é pouco explorado e possui dezenas de praias virgens, com extensas bancadas de areia para serem descobertas e exploradas. As praias mais conhecidas e frequentadas pelos surfistas do Pará devido à força e tamanho das ondas são as praias do Atalaia e Farol Velho, no município de Salinópolis, que está localizado a 216 quilômetros da capital Belém. Considerando a distância proposta no texto acima e admitindo que durante uma viagem Belém – Salinópolis um veranista tenha levado 3h para chegar até o Município, pode-se afirmar que a velocidade média desenvolvida pelo seu veículo foi, aproximadamente, de: a) 70 m/s b) 20 m/s c) 20 km/h d) 90 km/h e) 9,0 m/s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 06. Para se aplicar multas em uma estrada que não possui radar existem marcas distantes 500 m uma da outra. Um patrulheiro com binóculo acione o cronômetro. Ao passar pela segunda marca o cronômetro é parado para a verificação do tempo.A velocidade máxima permitida na estrada é de 120 km/h. Se o tempo medido pelo patrulheiro for 12 s, o carro: a) será multado com velocidade 10% superior à permitida. b) será multado com velocidade 20% superior à permitida. c) será multado com velocidade inferior à permitida. d) será multado com velocidade 25% superior à permitida. e) não será multado. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 07. Na última etapa do campeonato de fórmula 1, ocorrida no Japão no dia 12/10/2003, Rubens Barrichello venceu com uma vantagem para o segundo colocado de 11,0 s. Ele completou as 53 voltas do circuito num tempo total de 1h25min11s. A pista de Suzuka tem um comprimento total de 5.864,0 m. A velocidade média desenvolvida por 41 Rubinho nesta corrida foi de, aproximadamente: a) 60,8km/h. b) 120 km/h. c) 180,1 km/h. d)219,0 km/h. e) 291,0 km/h. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 08. Uma carreta de 20m de comprimento demora 10s para atravessar uma ponte de 130 m de extensão. A velocidade média da carreta no percurso é: a) 72 km/h b) 90 km/h c) 60 km/h d) 54 km/h e) 110 km/h __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________0 9. Um trem viaja por estrada retilínea com velocidade constante de 36 km/h. calcule o comprimento do trem, sabendo-se que ele leva 15s para atravessar uma ponte de 60 m de comprimento. a) 70 m b) 80 m c) 90 m d) 100 m e) 95 m 10. Uma empresa aérea avaliou a viabilidade de se colocar um vôo diário entre Uberaba e Belo Horizonte com uma aeronave Embraer “Jet Class 145”. Nesta avaliação, uma informação importante é o tempo total de percurso. Um vôo comercial tem 3 fases bem distintas com velocidades diferentes. Para esta aeronave, temos o seguinte: 1) subida a 400 km/h de velocidade média, 2) cruzeiro a 800 km/h de velocidade média e 3) descida a 500 km/h de velocidade média. A distância total entre Uberaba e BH, seguindo a aerovia, é de 430 km aproximadamente, sendo que 100 km são percorridos na subida, 270 km em cruzeiro e 60 km na descida. Desta forma, marque a alternativa que expressa o tempo aproximado de viagem. a) 42min e 27s b) 44 min 13 s c) 41 min e 32 s d) 43 min e 10 s e) 40 min e 11 s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 11. Os carros em uma cidade grande desenvolvem uma velocidade média de 18 km/h, em horários de pico, enquanto a velocidade média do metrô é de 36 km/h. o mapa abaixo representa os quarteirões de uma cidade e a linha subterrânea do metrô. A menor distância que um carro pode percorrer entre as duas estações e o tempo gasto pelo metrô para ir de uma estação à outra, de acordo com o mapa, são respectivamente: a) 700 m e 50 s b) 700 m e 45 s c) 500 m e 50 s d) 500 m e 45 s e) 400 m e 50 s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 12. Em uma prova de Rallye de Regularidade, compete ao navegador, entre outras atividades, orientar o piloto em relação ao caminho a seguir e definir velocidade nos diferentes trechos do percurso. Supondo um percurso de 60 km que deve ser percorrido em 1 hora, e que nos primeiros 20 minutos o veículo tenha desenvolvido uma velocidade média de 30 km/h, a velocidade média que o navegador deverá indicar para o restante do percurso deverá ser... a) 90 Km/h b) 60 Km/h c) 80 Km/h d) 120 Km/h e) 75 Km/h __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 42 MOVIMENTO UNIFORME XÖât†ûÉ {ÉÜöÜ|t wt ÑÉá|†ûÉ 1. MRU (MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME): Nesse tipo de movimento o móvel se desloca em linha reta e com velocidade constante. No movimento retilíneo e uniforme, a velocidade do móvel não se altera no decorrer do tempo. O móvel percorre espaços iguais em tempos iguais. OBS: MOVIMENTO PROGRESSIVO E RETRÓGRADO Nesse caso o MOVIMENTO é PROGRESSIVO, pois o motociclista se desloca a favor da trajetória. Os espaços crescem no decorrer do tempo. Atribui-se o sinal positivo para a velocidade do móvel. OBS: Se o corpo se deslocar contra o sentido da trajetória, o movimento é RETRÓGRADO. Os espaços decrescem no tempo e a VELOCIADE é NEGATIVA. 2. FUNÇÃO HORÁRIA: A função horária descreve o movimento indicando matematicamente como o espaço varia com o tempo. Assim, podemos propor um exemplo de função horária e atribuídos e valores ao tempo t da fórmula, podemos encontrar a posição S desse móvel. Exemplos: S = 10 + 5.t (S em metros e t em segundos) t = 0s : S = 10 + 5.0 → S = 10 m t = 1s : S = 10 + 5.1 → S = 15 m t = 2s : S = 10 + 5.2 → S = 20 m t = 3s : S = 10 + 5.3 → S = 25 m b) S = 45 – 10t → S0 = 45m; v = -10m/s c) S = 12 + 7t → S0 = 12; v = 7m/s 3. GRÁFICOS DO MOVIMENTO UNIFORME POSIÇÃO EM FUNÇÃO DO TEMPO: VELOCIDADE RELATIVA A) VELOCIDADES DE MESMO SENTIDO: o módulo da velocidade relativa entre os corpos A e B é dado pela DIFERENÇA dos módulos das velocidades de A e B. VR = VA – VB B) VELOCIDADES DE SENTIDOS CONTRÁRIOS: o módulo da velocidade relativa entre os corpos A e B é dado pela SOMA dos módulos das velocidades de A e B. VR = VA + VB ATIVIDADES 01. Uma partícula descreve um 43 movimento uniforme cuja função horária é S = - 2 + 5.t, para S em meros e t em segundos. Nesse caso, podemos afirmar que a velocidade escalar da partícula é: a) -2 m/s e o movimento é retrógrado. b) -2 m/s e o movimento é progressivo. c) 5 m/s e o movimento é progressivo. d) 5 m/s e o movimento é retrógrado. e) -2,5 m/s e o movimento é retrógrado. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 02. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela a seguir. A equação horária desse movimento é: a) S = 4 – 25.t b) S = 25 +4.t c) S = 25 – 4.t d) S = -4 + 25.t e) S = -25 – 4.t __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 03. O espaço de um ponto em movimento uniforme varia no tempo conforme a tabela: Podemos afirmar que a posição do móvel no instante t = 7,5 s é: a) - 45 m b) -12,5 m c) 60 m d) 65 m e) 50 m __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 04. A imprensa de Belém, em reportagem sobre os riscos que correm os adeptos da “direção perigosa”, observou que uma pessoa leva cerca de 4,0 s para completar uma ligação de um telefone celular ou colocar um CD no aparelho de som de seu carro. Qual a distância percorrida por um carro que se desloca a 72 km/h, durante este intervalo de tempo no qual o motorista não deu a devida atenção ao transito? a) 60 m c) 80 m b) 70 m d) 100 m e) 120 m __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 05. Na última volta de um grande prêmio automobilístico, os dois primeiros pilotos que finalizaram a prova descreveram o trecho da reta de chegada com a mesma velocidade constante de 288 km/h. Sabendo que o primeiro colocado recebeu a bandeirada final cerca de 2,0 s antes do segundo colocado, a distância que os separava neste trecho derradeiro era de: a) 80 m. c) 160 m. b) 144 m. d) 288 m. e) 576 m. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 06. Dois móveis P1 e P2 caminham na mesma trajetória. Na figura indicamos os sentidos de seus movimentos, bem como suas posições no instante em que se aciona o cronômetro (t,=,0). As velocidades de P1 e P2 são respectivamente iguais a 20 m/s e 10 m/s (em valor absoluto). O instante de encontro dos móveis será: a) 1 s c) 3 s b) 2 s d) 4 s e) 5 s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 07. Em uma estrada, um automóvel A, com velocidade escalar constante de 80 km/h, persegue um automóvel B, cuja velocidade escalar constante é 60 km/h, de modo que ambos se movem no mesmo sentido, como indica a figura. Depois de quanto tempo o automóvel A 44 alcançará o móvel B? a) 2,5 h c) 3h b) 2 h d) 1,5 h e) 3,5 h __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ MOVIMENTO UNIFORME XÇvÉÇàÜÉ wx wÉ|á Å™äx|á Encontro de dois móveis em movimento uniforme Para determinar o instante em que dois móveis se encontram devemos igualar as funções das posições dos móveis. Substituindo o instante encontrado, numa das funções horárias, determinaremos a posição onde o encontro ocorreu. 1- Dois carros, A e B, de dimensões desprezíveis, movem-se em movimento uniforme e no mesmo sentido com velocidades iguais a 20 m/s e 15 m/s, respectivamente. No instante t = 0, os carros encontram-se nas posições indicadas na figura. Determine: a) depois de quanto tempo A alcança B; b) em que posição ocorre o encontro. Resolução: a) Primeiro escreve-se a função horária da posição de cada corpo: S = So + v.t SA = 30 + 20.t SB = 180 + 15.t Agora se igualam as funções: SA = SB 30 + 20.t = 180 + 15.t 5.t = 150 t = 30 s b) Para determinar a posição do encontro, deve-se substituir o valor do instante de encontro em uma das funções horárias. Usando a função horária do espaço de A, tem-se: SA = 30 + 20.t SA = 30 + 20. 30 SA = 630 m Os corpos levam 30 s para se encontrarem na posição 630 m. Exercícios 01. Dois móveis A e B partem simultaneamente percorrendo uma mesma trajetória retilínea com velocidades escalares constantes de 30 km/h e de 10 km/h, ambos em movimento progressivo. O móvel A parte de um local 7 km à esquerda de uma cidade C e o móvel B parte de um local situado 3 km à direita da mesma cidade. Determine: a) as equações horárias dos movimentos de A e B b) o instante em ocorreu a ultrapassagem c) a posição da ultrapassagem d) a distancia que cada um percorreu até a ultrapassagem __________________________________ __________________________________ 45 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 02. (PUC - SP) Duas bolas de dimensões desprezíveis se aproximam uma da outra, executando movimentos retilíneos e uniformes (veja a figura). Sabendo-se que as bolas possuem velocidades de 2 m/s e 3 m/s e que, no instante t = 0, a distância entre elas é de 15 m, podemos afirmar que o instante da colisão é a) 1 s b) 2 s c) 3 s d) 4 s e) 5 s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 03. (FEI) Dois móveis A e B, ambos com movimento uniforme percorrem uma trajetória retilínea conforme mostra a figura. Em t=0, estes se encontram, respectivamente, nos pontos A e B na trajetória. As velocidades dos móveis são vA = 50 m/s e vB = 30 m/s no mesmo sentido. 04. (FEI) Dois móveis A e B, ambos com movimento uniforme percorrem uma trajetória retilínea conforme mostra a figura. Em t=0, estes se encontram, respectivamente, nos pontos A e B na trajetória. As velocidades dos móveis são vA = 50 m/s e vB = 30 m/s no mesmo sentido. Em que instante a distância entre os dois móveis será 50m? a) 2,0 s b) 2,5 s c) 3,0 s d) 3,5 s e) 4,0 s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 05. (Fuvest 2004) João está parado em um posto de gasolina quando vê o carro de seu amigo, passando por um ponto P, na estrada, a 60 km/h. Pretendendo alcançálo, João parte com seu carro e passa pelo mesmo ponto P, depois de 4 minutos, já a 80 km/h. Considere que ambos dirigem com velocidades constantes. Medindo o tempo, a partir de sua passagem pelo ponto P, João deverá alcançar seu amigo, aproximadamente, em a) 4 minutos b) 10 minutos c) 12 minutos d) 15 minutos e) 20 minutos Em qual ponto da trajetória ocorrerá o encontro dos móveis? a) 200 m b) 225 m c) 250 m d) 300 m e) 350 m __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 46 06. (Mackenzie 2003) Veja, no exemplo proposto que “pisar no acelerador”, “acelerar” o carro, significou variar sua velocidade. Por definição a aceleração escalar média é dada pela razão entre a variação da velocidade (∆v) e a respectiva variação de tempo (∆t). A figura mostra, em determinado instante, dois carros A e B em movimento retilíneo uniforme. O carro A, com velocidade escalar 20 m/s, colide com o B no cruzamento C. Desprezando as dimensões dos automóveis, a velocidade escalar de B é: a) 10 m/s b) 8 m/s c) 6 m/s d) 4 m/s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ M.R.U.V `Éä|ÅxÇàÉ exà|Ä•ÇxÉ hÇ|yÉÜÅxÅxÇàx itÜ|twÉ 1. CARACTERÍSTICAS. A principal característica desse tipo de movimento é o fato de possuir aceleração constante. Num movimento uniformemente variado a velocidade do móvel aumenta ou diminui de valores iguais em tempos iguais. 2. ACELERAÇÃO ESCALAR MÉDIA. Um carro está parado num farol fechado. Quando o sinal abre, o motorista pisa no acelerador e, depois de decorridos 10 segundos, o velocímetro está marcando 60 km/h. Exemplo no cálculo da aceleração. 3. VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO. Considere um móvel percorrendo, com MUV, a trajetória da figura: Demonstrando a equação. Ex: Uma partícula movimenta-se com aceleração constante e adquire velocidade que obedece à função horária v = 20 + 4.t (no S.I.). Determine: a) a sua velocidade inicial e a aceleração da partícula; b) a velocidade da partícula no instante 2s; 47 c) o instante de tempo onde a partícula atinge a velocidade de 40m/s 4. POSIÇÃO EM FUNÇÃO DO TEMPO. Considere um móvel percorrendo, com movimento uniformemente variado, a trajetória da figura. A posição do móvel num instante qualquer pode ser calculada pela função horária da posição: Obs: A equação mostrada acima também pode ser usada da seguinte forma: Ex: Um corpo desloca-se sobre uma trajetória retilínea (com aceleração constante), obedecendo à função horária s = 65 + 2.t – 3.t2 (no S.I.). Determine: a) a sua posição inicial, sua velocidade inicial e a sua aceleração; b) a função horária da velocidade: d) a posição do corpo instante de 10s. 5. EQUAÇÃO DE TORRICELLI. No MUV (movimento uniformemente variado) temos duas funções que nos permitem saber a posição do móvel e sua velocidade em relação ao tempo. A fórmula de Torricelli relaciona a velocidade do MUV com o espaço percorrido. Ex: Um carro corre a uma velocidade de 20m/s. Quando freado, pára totalmente após percorrer 50m. Calcule a aceleração introduzida pelos freios do carro. 5. GrÁFICOS NO MUV (RESUMO). VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO (v x t). c) o instante em que o corpo passa pela origem das posições (s = 0m). 48 ESPAÇO EM FUNÇÃO DO TEMPO (S x t). Aceleração positiva aceleração negativa GRÁFICO S x t. • Reta → Função do 1º grau → Movimento Uniforme (v constante) • Parábola → Função do 2º grau → Movimento Unifor. Variado (a constante) EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. Tabela dá os valores da velocidade escalar instantânea de um móvel em função do tempo, traduzindo uma lei de movimento que vale do instante t = 0 s até o instante t = 5,0 s. A respeito desse movimento podemos dizer que: a) é uniforme b) é uniformemente variado de velocidade inicial nula. c) é uniformemente acelerado com velocidade inicial diferente de zero. d) sua aceleração escalar é variável __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 02. Um veículo parte do repouso em movimento retilíneo uniformemente variado e acelera a 2 m/s2 . Pode-se dizer que sua velocidade e a distância percorrida após 3 segundos, valem, respectivamente: a) 6 m/s e 9 m d) 12 m/s e 36 m b) 6 m/s e 18 m e) 2 m/s e 12 m c) 3 m/s e 12 m __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 03. Um corpo é dotado de aceleração constante e igual a 3 m/s2. No instante inicial, sua velocidade é igual a 10 m/s. qual a velocidade atingida após percorrer 16 m? a) 96 m/s b) 20 m/s c) 16 m/s d) 12 m/s e) 14 m/s __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 04. Um certo tipo de carro para testes parte do repouso e atinge a velocidade de 108 km/h em 5s. Analise as afirmações: I. A aceleração do carro vale 6 m/s2 II. Durante a aceleração o carro percorre 100 m. III. A velocidade escalar média durante a aceleração vale 15 m/s SÃO CORRETAS: a) somente I b) I e II c) I e III d) II e III e) todas __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 05. Um veículo desloca-se com velocidade de 10 m/s quando observa que uma criança entra na pista, 25 m à frente. Se o motorista pisa no freio, imediatamente, imprimindo ao veículo uma desaceleração constante de 5 m/s2, ele irá parar: a) após atropelar a criança. b) 2 m antes da criança. c) 5 m antes da criança. d) 10 m antes da criança. e) 15 m antes da criança __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 49 QUEDA DOS CORPOS: Ao abandonarmos um corpo qualquer nas proximidades da Terra, ele cai em direção ao chão. Como o corpo entra em movimento, podemos acreditar que existe uma força que fará com que o corpo seja atraído em direção ao chão e inicie esse movimento. Essa força surge devido à existência do Campo Gravitacional que a Terra produz, envolvendo-a, e atua sobre todos os corpos que estejam nas suas proximidades, fazendo com sejam atraídos em direção ao centro de Gravidade do Planeta Terra. Agora imagine a seguinte situação: do alto de um prédio de 20 andares de altura, vamos abandonar (soltar) simultaneamente dois corpos diferentes: 1 tijolo e uma pena de galinha. Qual dos dois corpos chegará ao solo primeiro? Se você pensou que é o tijolo, acertou. Como existe ar ao redor da Terra, na atmosfera, onde aconteceu essa experiência, ele “atrapalhou“ o movimento da pena e do tijolo. Pelo fato da pena apresentar massa menor, o ar atrapalhou muito mais a queda da pena do que a queda do tijolo. Para evitar que o ar atrapalhe a nossa experiência, vamos pensar no que aconteceria caso abandonássemos os mesmos dois corpos num lugar onde não existisse o ar, chamado de vácuo. Sem nada para atrapalhar o movimento de queda dos corpos, os dois chegariam ao solo exatamente juntos, mesmo tendo tamanhos, massas e formatos bem diferentes. Nessas condições, chamamos este movimento de queda de Queda Livre (livre da resistência do ar). Assim, se não há nada para atrapalhar o movimento de queda, o corpo cairá com aceleração constante, que é a aceleração da gravidade, chamada de g (vamos considerar esse valor como sendo igual a 10m/s2 , ou seja: g = 10m/s2 ). Se a aceleração é constante, temos então o Movimento Uniformemente Variado, que já estudamos. A novidade é que agora o valor da aceleração será sempre chamado de g (ao invés de a) e sempre terá o valor já apresentado. Pensando assim, podemos escrever: ATENÇÃO: como, na ausência do ar, podemos considerar que esse movimento de queda seja o M.U.V. já estudado, vamos utilizar as mesmas equações (fórmulas) do M.U.V., fazendo apenas o “ajuste” de trocar a aceleração (a) pela aceleração da gravidade (g). Como na subida o corpo estará sendo freado, devemos considerar a aceleração negativa e substituiremos g pelo seu valor, agora negativo: g = - 10m/s2 Ex: Um corpo é lançado do solo, verticalmente para cima, com velocidade inicial de 30m/s. Desprezando a resistência do ar e admitindo g = 10m/s2 , calcular: a) as funções horárias da velocidade e da posição do corpo; b) o tempo gasto pelo corpo para atingir a altura máxima; c) a altura máxima atingida em relação ao solo; 50 d) o tempo gasto pelo corpo para retornar ao solo; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ Leis de Newton : 2ª Lei e) a velocidade do corpo ao chegar ao solo. „ cÜ|Çv•Ñ|É YâÇwtÅxÇàtÄ wt W|ÇúÅ|vt Exercício 1- Uma bola é lançada do solo, verticalmente para cima, com velocidade inicial de 40m/s. Desprezando a resistência do ar e admitindo g = 10m/s2, calcular: a) as funções horárias da velocidade e da posição do bola; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ b) o tempo gasto pela bola para atingir a altura máxima; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ c) a altura máxima atingida em relação ao solo; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ d) o tempo gasto pelo corpo para retornar ao solo; e) a velocidade do corpo ao chegar ao solo. 51 Princípio Fundamental ou Segunda Lei de Newton: A resultante Fr das forças aplicadas a um corpo é igual ao produto de sua massa m pela aceleração a que ele adquire: Fr = m.a F Na equação fundamental, se a massa m estiver em quilograma (kg ) e a aceleração em 2 m/s , a unidade de intensidade de força denominase newton ( símbolo: N ) em homenagem ao célebre cientista inglês Isaac Newton. Obs: Força Resultante – É o somatório de forças que atuam sobre o corpo. Exemplos: a) F1 = 10N F2 = 20N Fr = F1 + F2 Fr = 10 + 20 Fr = 30N b) F1 = 5N F3 = 20N F2 = 10N Fr = F1 + F2 + F3 c) F3 = 20N Fr = F1 + F2 – F3 d) Fr = 5 + 10 + 20 Fr = 35N F1 = 40N F2 = 30N Fr = 40 + 30 – 20 F3 = 20N Fr = 50N F1 = 40N F2 = 70N F4 = 35N Fr = F1 + F2 – F3 – F4 Fr = 55N Fr = 40 + 70 – 20 - 35 52 Exercícios: 1 – Nos esquemas abaixo, calcule a força resultante que atua sobre o corpo. a) F1 = 20N F2 = 45N Fr = b) F1 = 5N F3 = 70N F2 = 20N Fr = c) F3 = 25N F1 = 40N F2 = 60N Fr = d) F3 = 15N F1 = 30N F2 = 90N F4 = 30N Fr = e) F3 = 15N F1 = 30N F2 = 90N F4 = 30N Fr = Obs: - O peso é uma força. Quando os corpos são abandonados nas vizinhanças do solo, caem sofrendo variações de velocidade. Dizemos então que a Terra interage com esses corpos exercendo uma força chamada peso, indicada por P. Portanto: Peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce no corpo Quando um corpo está em movimento sob ação exclusiva de seu peso P, ele adquire uma aceleração denominada aceleração da gravidade g. Sendo m a massa do corpo, a equação fundamental da dinâmica Fr = m.a transforma-se em P = m.g, pois a resultante Fr é o peso P e a aceleração a é a aceleração da gravidade g: P = m.g 53 Leis de Newton : 3ª Lei „ cÜ|Çv•Ñ|É wt T†ûÉ x ext†ûÉ Esse Princípio da Física não só é bem conhecido como é muito importante. Através da sua compreensão é que se torna possível entender muitos fenômenos que ocorrem em nosso cotidiano e que nos parecem fatos extremamente banais e corriqueiros. Vamos a alguns exemplos: 1) Na charge acima, sobre os personagens da TURMA DA MÔNICA, de Maurício de Souza, a Mônica utiliza-se de seu coelhinho Sansão para bater em Cebolinha. Considerando isso como uma Ação, a reação esperada é que a cabeça do Cebolinha também bata no Sansão. Como o Sansão também é “agredido”, sofre um desgaste natural e também se estraga, causando tristeza à Mônica. De maneira simplificada, o Sansão bate na cabeça do Cebolinha (ação) e a cabeça do Cebolinha “bate” no Sansão (reação). ATENÇÃO: no exemplo, a força de ação atua sobre a cabeça do Cebolinha e a força de reação atua sobre o Sansão. 2) Um jogador de futebol descalço, ao chutar com bastante força uma bola bem cheia para frente, pode sentir alguma dor no seu pé enquanto ele está em contato com a bola. Considerando a força aplicada sobre a bola, através do chute, como ação, a bola exercerá uma reação sobre o pé do jogador. É essa reação que causa a dor no pé do jogador, ao chutar a bola. De maneira simplificada, o jogador chuta a bola e a bola “bate” no pé do jogador, formando um par de forças de ação e de reação. ATENÇÃO: no exemplo, a força de ação atua sobre a bola e a força de reação atua sobre o pé do jogador. 3) Como um automóvel consegue se movimentar para frente? RESPOSTA POPULAR: Porque o motor empurra o carro pra frente. Na prática, para empurrar o carro para frente, o pneu deve girar para trás. O motor do carro aplica uma força sobre os pneus que os fazem girar no sentido horário, neste exemplo. Assim, temos o pneu aplicando uma força sobre o asfalRODA to (horizontal e da direita para a esquerda), que é a nossa ação. Como reação, o asfalto aplica uma força também horizontal (mesma direção), mas com sentido contrário (da esquerda para a direita) sobre o pneu, que acaba fazendo o carro se se movimentar para frente. Neste exemplo, a força de ação atua sobre o asfalto e a força de reação atua sobre o pneu (que faz parte do carro, portanto eles se movimentam juntos). ATENÇÃO: ao contrário do que possa parecer, as forças de ação e de reação NUNCA podem se anular (a força resultante entre elas nunca é nula). Isso acontece devido ao fato de que as forças de ação e de reação ATUAM SOBRE CORPOS DIFERENTES. Atuando em corpos diferentes, não podemos efetuar a soma entre elas, pois só podemos calcular a força resultante que atua num MESMO corpo, e não em corpos distintos. No exemplo 1, temos uma força atuando sobre o Cebolinha e a outra sobre o Sansão. No Exemplo 2, temos uma força atuando sobre a bola e outra 54 força atuando sobre o pé do jogador. No Exemplo 3, temos uma força atuando sobre o asfalto e outra força atuando sobre o pneu do carro. PROBLEMAS: 1) Dois blocos de massa mA = 2kg e mB = 3kg estão apoiados sobre uma superfície horizontal perfeitamente lisa (sem atrito) e são empurrados por uma força (F) constante de 20N, conforme a figura abaixo. Determine: a) a aceleração do conjunto; b) a intensidade da força que atua sobre o bloco B; c) a intensidade da força que atua sobre o bloco A; d) analise os itens b) e c); Exercícios 1) Dois blocos de massa mA = 4kg e mB = 5kg estão apoiados sobre uma superfície horizontal perfeitamente lisa (sem atrito) e são empurrados por uma força (F) constante de 180N, conforme a figura abaixo. Determine: a) a aceleração do conjunto; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ b) a intensidade da força que atua sobre o bloco B; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ c) a intensidade da força que atua sobre o bloco A; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ d) analise os itens b) e c); __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 2) Dois blocos de massa mA = 7kg e mB = 3kg estão apoiados sobre uma superfície horizontal perfeitamente lisa (sem atrito) e são empurrados por uma força (F) constante de 100N, conforme a figura abaixo. Determine: a) a aceleração do sistema: __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 55 b) a intensidade da força que atua sobre o bloco A: __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ c) a intensidade de força que atua sobre o bloco B. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ 3) Dois blocos de massa mA = 9kg e mB = 41kg estão apoiados sobre uma superfície horizontal perfeitamente lisa (sem atrito) e são empurrados por uma força (F) constante de 1000N, conforme a figura abaixo. Determine: Princípio da ação e reação ou Terceira Lei de Newton: Toda vez que um corpo A exerce uma força FA num corpo B, este também exerce em A uma força FB, tal que FA = - FB , isto é, as forças têm mesma intensidade e direção, mas sentidos opostos. Sempre que dois corpos quaisquer A e B interagem, as forças exercidas são mútuas. Tanto A exerce força em B, como B exerce força em A . A interação entre corpos é regida pelo princípio da ação e reação, proposto por Newton, como veremos no quadro abaixo. FB A FA = B FB FA F A = - FB 4 – Um móvel está deslocando-se com uma 2 aceleração escalar constante de 2 m/s . Determine a força resultante que atua sobre o mesmo, sabendo que a sua massa é de 10 Kg. 5 – Determine a massa de um corpo que está sobre a ação de uma força de 30N. A aceleração 2 escalar adquirida pelo mesmo é de 6 m/s . 6 – Determine a aceleração adquirida por um corpo de massa 2 Kg, sabendo que sobre ele atua uma força horizontal de intensidade 8N. a) a aceleração do sistema: __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ b) a intensidade da força que atua sobre o bloco A: __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ _________________________________ c) a intensidade de força que atua sobre o bloco B. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 7 – Qual a intensidade da força resultante, para imprimir a um corpo de massa 50 Kg uma 2 aceleração de 2 m/s ? 8 – Um corpo de massa 50Kg cai sobre ação da gravidade. Determine o seu peso, sabendo que a 2 aceleração da gravidade (g) é igual a 10 m/s . 9 – Um astronauta com o traje completo tem uma massa de 120 Kg. Ao ser levado para a Lua, seu peso é de 192N. Determine a aceleração da gravidade na Lua. 10 – Os blocos A e B de massas 2 Kg e 3Kg, respectivamente, encontram-se apoiados sobre uma superfície horizontal perfeitamente lisa. Uma força constante de intensidade 20N é aplicada sobre A conforme indica a figura. Determine a aceleração do conjunto. 2 R: a = 4 m/s . F A B 11 – Dois corpos A e B de massas respectivamente iguais a 4 Kg e 9 Kg, inicialmente em repouso, 56 estão interligados por um fio de massa desprezível, sobre uma superfície plana, horizontal e polida. Sobre A aplica-se uma força F = 260N, conforme indica a figura. Determine a aceleração do conjunto. A B F Força de Atrito TàÜ|àÉ xáàöà|vÉ x w|ÇúÅ|vÉ B A F 12 – Um ponto material ( corpo ) de massa igual a 2 kg está apoiado numa superfície horizontal perfeitamente lisa, em repouso. Uma força constante de intensidade 6 N, paralela ao apoio, atua durante 10 s, após os quais deixa de existir. Determine: a) a aceleração nos 10 s iniciais; b) a velocidade ao fim de 10 s. fat = µ d N 13 – Dois corpos A e B, de massa respectivamente iguais a 2 kg e 3 kg, estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. A força horizontal de intensidade F = 10 N constante é aplicada no bloco A . Determine: a) a aceleração adquirida pelo conjunto; b) a intensidade da força que A aplica em B. F A Força de Atrito A força de atrito é considerada como uma força de resistência oposta ao movimento relativo dos corpos O atrito é denominado dinâmico quando há movimento relativo entre os corpos. Quando não há movimento, o atrito é denominado estático. 1 – Atrito dinâmico No atrito dinâmico, a intensidade da força de atrito, é proporcional à intensidade da força normal (N). µ = letra grega “mu” N = P A Normal é igual ao peso corpo µ d - é o coeficiente de atrito dinâmico N - é a reação normal da superfície ( força normal ) – devido o contato do corpo com a superfície de apoio. N fat B F superfície de apoio P 14 – Três corpos A, B e C de massa mA = 1 kg, mB = 3kg e mC = 6 kg estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. A força constante F = 5 N, horizontal, é aplicada ao primeiro bloco A. Determine: a) a aceleração adquirida pelo conjunto; b) a intensidade da força que A exerce em B; c) a intensidade da força que B exerce em C. N N=P P Superfície de apoio F A B C N P 15 – Dois corpos A e B de massa iguais a ma = 2kg e mb = 4kg estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. O fio que liga A a B é ideal, isto é, de massa desprezível e inextensível. A força horizontal F tem intensidade igual a 12N, constante. Determine: a) a aceleração do sistema; b) a intensidade da força de tração do fio. Terra Ex: Um bloco de massa m = 10kg encontra-se parado sobre uma mesa horizontal onde os coeficientes de atrito estático e dinâmico valem, respectivamente, 0,4 e 0,3. Considerando g = 10 m/s , calcule a intensidade da força que deve ser aplicada paralelamente à mesa, capaz de: a) fazer o bloco entrar em movimento; 2 57 b) o coeficiente de atrito dinâmico entre o corpo e a 2 mesa. É dado g = 10 m/s a = 2 m/s 2 F = 8N b) fazer o bloco de movimentar com velocidade constante (Movimento Uniforme); Exercícios: 1 - Um bloco de massa m = 10kg movimenta-se numa mesa horizontal sob ação de uma força horizontal F de intensidade 30 N. O coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e a mesa é µd 2 = 0,20. Sendo g = 10 m/s , determine a aceleração do bloco. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 2 – Um bloco de massa m = 5,0 kg realiza um movimento retilíneo e uniforme numa mesa horizontal, sob ação de uma força horizontal F de 2 intensidade 10 N. Sendo g = 10 m/s , determine o coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e a mesa. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 3 – Um corpo de massa m = 2,0 kg movimenta-se numa mesa horizontal sob ação de uma força horizontal F de intensidade 8,0 N, conforme mostra 2 a figura. Sendo 2,0 m/s a aceleração que o corpo adquire, determine: a) a intensidade da força de atrito que a mesa exerce no corpo; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ dâtÇà|wtwx wx ÅÉä|ÅxÇàÉ Se observarmos uma partida de bilhar, veremos que uma bolinha transfere seu movimento totalmente ou parcialmente para outra. A grandeza física que torna possível estudar estas transferências de movimento é a quantidade de movimento linear , também conhecido como quantidade de movimento ou momentum linear. A quantidade de movimento relaciona a massa de um corpo com sua velocidade: Como características da quantidade de movimento temos: • Módulo: • Direção: a mesma da velocidade. • Sentido: a mesma da velocidade. • Unidade no SI: kg.m/s. Exemplo: Qual a quantidade de movimento de um corpo de massa 2kg a uma velocidade de 1m/s? Teorema do Impulso Considerando a 2ª Lei de Newton: 58 E utilizando-a no intervalo do tempo de interação: mas sabemos que: , logo: Como vimos: Um corpo de massa 4kg, se desloca com velocidade constante igual a 10m/s. Um outro corpo de massa 5kg é lançado com velocidade constante de 20m/s em direção ao outro bloco. Quando os dois se chocarem ficarão presos por um velcro colocado em suas extremidades. Qual será a velocidade que os corpos unidos terão? então: "O impulso de uma força, devido à sua aplicação em certo intervalo de tempo, é igual a variação da quantidade de movimento do corpo ocorrida neste mesmo intervalo de tempo." Exemplo: Quanto tempo deve agir uma força de intensidade 100N sobre um corpo de massa igual a 20kg, para que sua velocidade passe de 5m/s para 15m/s? Conservação da Quantidade de Movimento Assim como a energia mecânica, a quantidade de movimento também é mantida quando não há forças dissipativas, ou seja, o sistema é conservativo, fechado ou mecanicamente isolado. Um sistema é conservativo se: Então, se o sistema é conservativo temos: Como a massa de um corpo, ou mesmo de um sistema, dificilmente varia, o que sofre alteração é a velocidade deles. Exemplo: Exercícios 1- Em um clássico do futebol goiano, um jogador do Vila Nova dá um chute em uma bola aplicando-lhe uma força de intensidade 7.102N em 0,1s em direção ao gol do Goiás e o goleiro manifesta reação de defesa ao chute, mas a bola entra para o delírio da torcida. Determine a intensidade do impulso do chute que o jogador dá na bola para fazer o gol. Impulso é calculado através da seguinte expressão: I = F.∆t Logo I = 7.102. 0,1 = 70N.s 2- Sobre uma partícula de 8 kg, movendose à 25m/s, passa a atuar uma força constante de intensidade 2,0.102N durante 3s no mesmo sentido do movimento. Determine a quantidade de movimento desta partícula após o término da ação da força. O impulso pode ser definido como a variação da quantidade de movimento: I = Q2 – Q1 F.∆t = Q2 – Q1 2.102.3 = Q2 – 25.8 Q2 = 600 + 200 Q2 = 800 kgm/s 3- Uma bola de tênis, de massa m=200g e velocidade v1=10 m/s, é rebatida por um 59 jogador, adquirindo uma velocidade v2 de mesmo valor e direção que v1, mas de sentido contrário. a) Qual foi a variação da quantidade de movimento da bola? b) Supondo que o tempo de contato da bola com a raquete foi de 0,01 s, qual o valor da força que a raquete exerceu sobre a bola (admitindo que esta força seja constante)? a) Para iniciar a resolução é necessário lembrar que no SI utilizamos o Kg, então a massa do corpo será m = 0,2 kg. O valor de sua quantidade de movimento no instante em que a bola atinge a raquete é: Q1 = m.v1 Q1 = 0,2 . 10 Q1 = 2kg.m/s No instante em que ela abandona a raquete, sua quantidade de movimento vale: Q2 = m.v2 Q2 = 0,2.10 Q2 = 2kg.m/s Lembrando que Q1 e Q2 são vetores, eles têm a mesma direção e sentidos opostos. Adotando o sentido de ida da bola como sendo negativo e o sentido contrário como positivo, podemos afirmar que a quantidade de movimento da bola variou de -2kg.m/s para +2kg.m/s, logo a variação da quantidade de movimento é dada por: ∆Q = Q2 – Q1 ∆Q = 2 – (-2) ∆Q = 2 + 2 ∆Q = 4kg.m/s b) O impulso I =F. ∆t que a raquete exerceu na bola é igual a variação da quantidade de movimento. F. ∆t = ∆Q F.0,01 = 4 F = 4 / 0,01 F = 400N F = 4. 102 N respostas: a) ∆Q = 4kg.m/s ; b) F = 4. 102 N 4- Um corpo de massa 0,5 kg cai em queda livre. Considerando g = 10 m/s², dê as características do impulso do peso do corpo durante 4 segundo de queda. Dados do enunciado m = 0,5 kg g = 10 m/s² ∆t = 4 s Módulo: I = mg·∆t = 0,5 · 10 · 4 = 20 N.s Direção: Vertical Sentido: Para baixo Hidrostática cÜxááûÉ? cÜA tàÅÉáy°Ü|vt àxÉÜxÅt wx CONCEITO A Hidrostática ou “Estática dos Fluidos” é a parte da Mecânica que estuda os fluidos em equilíbrio. A palavra hidrostática vem de Hydro, agua, estática, estado de repouso. Classificamos como fluidos, indistintamente, os líquidos e os gases. Em primeira aproximação, os líquidos não têm forma própria, mas têm volume definido. Os gases, por sua vez, não têm forma e nem volume próprio. Um litro de água, por exemplo, não tem seu volume modificado quando o transferimos de uma panela para uma garrafa. Nesse caso, apenas sua forma é alterada. Por outro lado, uma determinada massa de gás sempre tende a ocupar todo o volume que lhe é oferecido, propriedade esta conhecida por expansibilidade. Devemos dizer, ainda, que a forma de uma certa porção de gás é a do recipiente que a contém. Por apresentar maior interesse, daremos mais ênfase ao equilíbrio dos líquidos. Nesse estado, as substâncias apresentam, de forma generalizada, uma configuração estrutural em que as moléculas mostramse notadamente reunidas. Devido a essa característica microscópica, os líquidos oferecem grande resistência à compressão. Em nosso curso, a pequena 60 compressibilidade dos líquidos será negligenciada e por isso nós os consideraremos incompressíveis. Obs. O funcionamento das seringas de injeção, dos canudinhos para tomar refrigerante, dos elevadores de carros em postos de serviço, das bombas para elevar água pode ser explicado pela Hidrostática. 1 – O QUE É PRESSÃO? A pressão é uma grandeza que mede a forma como determinada força se distribui numa área. A pressão mede o poder cortante da força. A pressão é definida matematicamente como o quociente entre a intensidade da força normal à superfície e a área dessa superfície. MAIS UNIDADES: ■ cmHg (centímetro e mercúrio). ■ mmHg (milímetro de mercúrio). ■ atm (atmosfera) RELAÇÃO ENTRE AS UNIDADES ■ 1 atm = 105 Pa = 76 cmHg = 760 mmHg ■ 1Pa = 10 ba IMPORTANTE – É ÚTIL AUMENTAR A PRESSÃO Uma mesma força poderá produzir pressões diferentes, dependendo da área sobre a qual ela atuar. Pressão e área são grandezas inversamente proporcionais, ou seja, quanto menor a área, maior será a pressão exercida sobre ela. Objetos cortantes (faca, tesoura, enxada etc.) devem ser bem afiados e os objetos de perfuração (prego, broca, fuso etc. pontiagudos. TAMBÉM É ÚTIL DIMINUIR A PRESSÃO Antes de começar a levantar a alvenaria, o pedreiro coloca os primeiros tijolos com a maior área possível em contato entre eles. Isso diminui a pressão. Exemplo: Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmente à superfície de um bloco de área 0,3m², qual a pressão exercida por esta força? 2 – PRESSÃO ATMOSFÉRICA É a pressão exercida pela massa gasosa que envolve a Terra (atmosfera). Essa massa gasosa possui 100 km de altura e distribuída sobre a Terra. A pressão atmosférica (po) : 105 N/m2 = 1 atm 61 3 – PRESSÃO HIDROSTÁTICA (pH) É a pressão exercida por uma coluna líquida sobre uma superfície. A pressão hidrostática depende da altura da coluna líquida (h), da aceleração da gravidade (g) e da densidade do líquido (d). 8- PRESSAO ABSOLUTA (pA) OU TOTAL (pT) Quando um indivíduo se encontra totalmente imerso na água, ele é submetido a duas pressões; a pressão atmosférica e a pressão hidrostática. A pressão absoluta é a soma das pressões atmosférica e hidrostática. 01) Nas figuras a seguir está representado um manômetro de mercúrio (Hg) ligado a um recipiente fechado contendo gás a determinada pressão. Sendo dados: po=1,01x105 Pa a pressão atmosférica local, d=13,6x103 kg/m3 a densidade do mercúrio e g=9.81 m/s2 a aceleração da gravidade, determine a pressão do gás (pg) quando o desnível da coluna de mercúrio for: a) h = 0,250 m, como está representado na figura: Solução: Observamos que a pressão do gás é maior que a pressão atmosférica porque o nível do mercúrio ligado ao gás está abaixo do nível do ramo aberto. Então aplicando a expressão pg=po+dgh, temos: pg=(1,01.105)+(13,6.103).9,81.0,250 pg=1,01.105+0,333.105 pg=1,34.105 Pa b) h = 0,100 m, como está representado na figura: Solução: A superfície livre está abaixo do nível da superfície em contato com o gás. Logo a pressão do gás (pg) é menor que a pressão atmosférica. Como h = 0,100 m, aplicando a expressão pg=po - dgh, temos: pg=(1,01.105) - (13,6.103).9,81.0,100 pg=1,01.105 - 0,133.105 pg=0,877.105 Pa ou pg=8,77.104 Pa 62 Observação: Na prática, costuma-se dar a resposta por leitura direta do desnível do manômetro, utilizando o cmHg a pressão atmosférica, a pressão do gás neste exercício será: a) pgás=76,0+25,0 → pgás=101 cmHg b) pgás=76,0 - 10,0 → pgás=66,0 cmHg TESTES 1- José aperta uma tachinha entre os dedos, como mostrado nesta figura: A cabeça da tachinha está apoiada no polegar e a ponta, no indicador. Sejam F(i) o módulo da força e p(i) a pressão que a tachinha faz sobre o dedo indicador de José. Sobre o polegar, essas grandezas são, respectivamente, F(p) e p(p). Considerando-se essas informações, é CORRETO afirmar que a) F(i) > F(p) e p(i) = p(p). b) F(i) = F(p) e p(i) = p(p). c) F(i) > F(p) e p(i) > p(p). d) F(i) = F(p) e p(i) > p(p). a) apenas I b) I e II c) apenas III d) II e III e) I, II e III 3ªNuma aula de física os alunos são convidados a se sentar numa cadeira de pregos dispostos de maneira uniforme. Para espanto de muitos, não ocorre nenhum acidente. A alternativa que corretamente explica essa experiência é: a) a pressão é inversamente proporcional a força aplicada. b) A força está distribuída entre todos os pregos, portanto a pressão exercida é pequena. c) a pressão é diretamente proporcional à área. d) a quantidade de pregos não exerce influência sobre o resultado da experiência. e) A força exercida sobre a área independe da distribuição dos pregos. 4ª Um mergulhador cuidadoso mergulha. Levando no pulso um aparelho capaz de registrar a pressão total a que está submetido. Em um determinado instante, durante o mergulho, o aparelho está marcando 1,6.105 N/m2. Sabendo que o organismo humano pode ser submetido, sem conseqüências danosas, a uma pressão de 4.105 N/m2, o mergulhador poderá descer, além do ponto em que se encontra, mais: a) 36 m b) 6 m c) 30 m d) 16 m e) 24 m 2ª a figura mostra um tijolo apoiado sobre um plano horizontal em três situações. I. A força que o tijolo exerce sobre o plano é a mesma nas três situações. II. a pressão que o tijolo exerce sobre o plano é diferente nas três situações. III. pressão que o tijolo exerce sobre o plano é máxima na situação 1. Está(ão) correta(s): __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 5ª submerso em um lago, um mergulhador constata que a pressão absoluta no medidor que se encontra no seu pulso corresponde a 1,6.105 N/m2. Um barômetro indica ser a pressão atmosférica local 1.105 N/m2. Considere a massa específica da água sendo 103 kg/m3 e a aceleração da gravidade, 10 m/s2. Em relação à superfície, o 63 mergulhador encontra-se a uma profundidade de: a) 1,6 m b) 6,0 m c) 16 m d) 5,0 m e) 10 m __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 6ª um submarino podem suportar uma diferença de pressão máxima de 10 atm. Considerando que um atm equivale a 105 N/m2, que a densidade da água do mar é 103 kg/m3 e que o interior do submarino se mantêm à pressão constante de um atm, a profundidade máxima que pode ser alcançada por esse submarino é, em metros: a) 10 b) 50 c) 100 d) 400 e) 1000 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 7ª É do conhecimento dos técnicos de enfermagem que, para o soro penetrar na veia de um paciente, o nível do soro deve ficar acima do nível da veia (conforme figura), devido à pressão sanguínea sempre superar a pressão atmosférica. Considerando a aceleração da gravidade 10 m/s2, a densidade do soro 1g/cm3, a pressão exercida, exclusivamente, pela coluna do soro na veia do paciente 9.103 Pa, a altura em que se encontra o nível do soro do braço do paciente, para que o sangue não saia e, vez do soro entrar, em metros, é de: 8ª A distância vertical entre a superfície da água em que uma embarcação flutua e a parte mais baixa de sua quilha é chamada de calado. Nos navios a marcação do calado é feita com uma escala visível na lateral, na qual aparece a medida em metros. Dependendo das condições de flutuação, o calado de um navio pode variar. Com base na definição do calado de um navio e nos dados da tabela de densidades, analise as afirmativas abaixo: I – Se o navio estiver em um porto como o de Fortaleza, no oceano Atlântico, seu calado será maior do que se estiver no porto de Santarém, no rio Tapajós. II – Se um navio-tanque está carregado com óleo lubrificante, seu calado será maior do que se estiver carregado com volume igual de gasolina. III – Quando o calado de um navio aumenta, a pressão total na parte mais baixa do seu casco também aumenta. IV – Se a pressão atmosférica no local onde o navio se encontra aumentar, seu calado também aumentará. Estão corretas as afirmativas: a) I e II b) I e IV c) II e III d) II e IV e) III e IV TEXTO REFERENTE ÀS QUESTÕES 09 e 10 Um submarino, inicialmente em repouso em um ponto do nível 0 (superfície da água), indicado na figura, inunda seus compartimentos de lastro e afunda verticalmente, passando pelos níveis 1,2 e 3: a) 0,5 b) 0,8 c) 0,7 d) 0,6 e) 0,9 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 64 No local, a pressão atmosférica é normal (1,0 atm) e g = 10 m/s2 .Sabendo que a densidade absoluta da água, suposta homogênea, é de 1,0.103 kg/m3 e considerando 1 atm = 1,0.105 N/m2 9ª QUESTÃO Calcule o acréscimo de pressão registrado pelos aparelhos o submarino quando o mesmo desce de um dos níveis referidos para o imediatamente inferior; __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 10ª QUESTÃO Trace o gráfico da pressão total (em atm) em função da profundidade, quando o submarino desce do nível 0 ao nível 3. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ Hidrostática WxÇá|wtwx wx âÅ vÉÜÑÉ Arquimedes já conhecia o conceito de densidade. Existe uma lenda segundo qual o rei de Siracusa encomendou a um ourives uma coroa de ouro puro. Feita a coroa, Hierão (o rei) desconfiou que ela não era de ouro puro. Chamou então Arquimedes, que tinha fama de saber tudo, para resolver o problema. Arquimedes fez o seguinte: primeiro determinou a massa da coroa; depois, introduziu-a num recipiente cheio de água, medindo o volume de liquido que transbordou. Esse volume correspondia ao volume da coroa. A relação entre a massa da coroa e seu volume determinou a densidade. Caso ela fosse totalmente de ouro, um bloco de ouro puro de mesma massa da coroa deveria deslocar o mesmo volume de agua que a coroa deslocou. E Arquimedes repetiu a operação com um bloco de ouro, para medir seu volume. Finalmente, descobriu que o ourives havia enganado o rei, substituindo uma parte do ouro por prata. Essa experiência mostra que a distribuição da massa de um corpo na unidade de volume constitui uma importante grandeza física, denominada densidade. 2.1. Equação m (massa) = Kg ou g V (volume) = Litro, m3 ou cm3 d (densidade) = g/cm3, Kg/m3 ou Kg/L Obs. Quando se trata de substancias puras, essa distribuição é denominada massa especifica (µ) ou densidade absoluta. A tabela a seguir apresenta algumas substancias e suas respectivas densidades: 65 Assim, para transformar uma massa específica de 3 3 g/cm para kg/m , devemos multiplicá-la por 1.000 2. Densidade Relativa Por definição, chama-se densidade de uma substancia A relativa à outra B o quociente das respectivas densidades das substancias A e B, quando à mesma temperatura e pressão: Obs. Transformação de unidades * densidade 1g/cm3 = 1000 Kg/m3 = 1 Kg/L * massa 1kg = 1000g * volume 1m3 = 1000 L = 106cm3 Exemplo: Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é feito de ferro? Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³ Convertendo a densidade para o SI: A massa específica (m) de uma substância é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da substância e o volume (V) correspondente: Uma unidade muito usual para a massa específica 3 3 é o g/cm , mas no SI a unidade é o kg/m . A relação entre elas é a seguinte: Exemplo: Quais são as densidades relativas de dois gases A e B, sabendo que: Gás A: m = 33g e V = 11 L; Gás B: m = 24,2 g e V = 12,1 L. Resolução: dA = m = 33g = 3 g/L V 11L dB = m = 24,2g = 2 g/L V 12,1L δAB = dA dB δAB = 3 g/L 2 g/L δAB = 1,5 Também podemos relacionar a densidade relativa com a equação de estado dos gases (PV = nRT), pois conforme explanado no texto Densidade Absoluta dos Gases, temos que: d = PM RT Então: d1 = PM1 RT d2 = PM2 RT d1= PM1/RT d2 PM2/RT d1 = M1 d2B M2 Observe que a densidade relativa é proporcional às massas molares dos gases, isso significa que, em termos comparativos, quanto maior for a massa molar de um gás, maior será a sua 66 densidade. Por exemplo, a massa molar do ar é 28,96 g/mol, a do gás hélio é 4 g/mol e a do gás carbônico é 44 g/mol. Isso significa que a densidade do gás hélio em relação ao ar é menor. É por isso que quando enchemos um balão de gás hélio e o soltamos, ele tende a subir. Por outro lado, o gás carbônico é mais denso que o ar, assim, quando enchemos um balão com o “ar” de nossos pulmões, estamos, na realidade, enchendo o balão de gás carbônico. Desta forma, se soltarmos o balão no ar, ele tenderá a cair. Se um balão contendo gás com massa molar menor do que 28,96 g/mol for solto no ar, ele irá subir; mas se for maior, ele irá descer Considerando o ar (que é uma mistura de gases) como referência, temos que a densidade relativa de qualquer gás em relação a ele pode ser dada pela fórmula: δar = _M_ 28,9 M = 28,9 . δar Se o gás de referência for outro, basta substituir pelos seus respectivos valores. Por exemplo, no caso do gás hidrogênio, a sua massa molar é 2 g/mol, então temos: δH2 = _M_ 28,9 M = 2 . δ H2 EXERCICIOS 01. Um objeto feito de ouro maciço tem 500g de massa e 25cm3 de volume. Determine a densidade do objeto em g/cm3 e Kg/m3. a) 10 g/cm3 e 2. 101 Kg/m3 b) 20 g/cm3 e 2. 104 Kg/m3 c) 30 g/cm3 e 3. 102 Kg/m3 d) 40 g/cm3 e 3. 104 Kg/m3 e) 50 g/cm3 e 2. 102 Kg/m3 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 02. Uma jóia de prata pura, homogênea e maciça tem massa de 200g e ocupa um volume de 20cm3. Determine a densidade da jóia em Kg/m3. a) 101 Kg/m3 b) 101 Kg/m3 c) 103 Kg/m3 d) 104 Kg/m3 e) 105 Kg/m3 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 03. Misturam-se volumes iguais de dois líquidos de densidades d1 = 0,4g/cm3 e d2 = 0,6g/cm3. Determine a densidade da mistura. Resp. 0,5g/cm3 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 04. A figura mostra uma esfera flutuando em um certo liquido e outra no fundo do mesmo. Marque a alternativa que corresponde à ilustração. a) d1 > d2 > d b) d > d2 > d1 c) d2 > d > d1 d) d1 > d > d2 e) n.d.a. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 67 05. Misturam-se massas iguais de dois líquidos de densidades d1 = 0,2g/cm3 e d2 = 0,5g/cm3. Determine a densidade da mistura. Resp. 0,28g/cm3 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 06. A figura ao abaixo representa um cilindro constituído por três partes de volumes iguais a V. A parte de baixo e de ferro maciço, cuja densidade e de 7,5g/cm3; as duas partes de cima são de madeira, cuja densidade e igual a 0,6g/cm3. Determine a densidade do cilindro. a) 1,9 g/cm3 b) 2,9 g/cm3 c) 3,9 g/cm3 d) 4,9 g/cm3 e) 5,9 g/cm3 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 07. Os chamados “Buracos Negros”, de elevada densidade, seriam regiões do Universo capazes de absorver matéria, que passaria a ter a densidade desses Buracos. Se a Terra, com massa da ordem de 1027g, fosse absorvida por um “Buraco Negro” de densidade igual a 1024g/cm3, ocuparia um volume comparável ao: a) de um nêutron. b) de uma gota d’agua. c) de uma bola de futebol. d) da Lua. e) do Sol. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 08. Um cubo, feito de material rígido e poroso, tem densidade igual a 0,40g/cm3. Quando mergulhado em agua, e após absorver todo o liquido possível, sua densidade passa a ser de 1,2g/cm3. Sendo M a massa do cubo quando seco e N a massa de agua que ele absorve, qual é a relação entre M e N? (Considere que o volume do cubo não se altera, após absorver o liquido.) __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 09. (Unicamp-SP) Impressionado com a beleza da jovem modelo (1,70m de altura e 55Kg), um escultor de praia fez uma estatua de areia do mesmo tamanho que o modelo. Supondo que a densidade da jovem seja aproximadamente igual à densidade da agua, 103Kg/m3 e que 1 grão de areia tenha volume de 0,1mm3, determine: a) O volume da estátua (em litros); Resp. 55 L b) Quantos grãos de areia foram usados na escultura. Resp. 5,5. 108 grãos __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 10. Para saber se um anel era ou não de ouro puro, um ourives procedeu assim: 1º - mediu a massa do anel e encontrou 10,0g. 2º - mergulhando o anel num cilindro graduado com água, verificou que o volume aumentou de 0,7 cm3. Pergunta-se, o anel é ou não de ouro puro? a) Sim, sua densidade é maior que da água. 68 b) Não, sua densidade é menor que o da água. c) Sim, sua densidade é menor que o da água. d) Não, sua densidade é maior que o da água. e) Sim, sua densidade é a mesma da água. __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ Hidrostática cÜ|Çv•Ñ|É wx ctávtÄ 01. PRENSA HIDRAULICA É um dispositivo largamente utilizado, cuja finalidade principal é a multiplicação de forças. Os elevadores para veículos automotores, utilizados em postos de serviço e oficinas, por exemplo, baseiamse nos princípios fundamentais da prensa hidráulica. Ao exercermos uma força F1 no pistão 1, provocamos um incremento de pressão nos pontos do liquido vizinhos da base do pistão. Esse incremento, conforme o Teorema de Pascal é transmitido integralmente aos demais pontos do liquido. Isto significa que os pontos vizinhos da base do pistão 2 também recebem o incremento de pressão e, por isso, exercem uma força F2 na base desse pistão. Temos, então: Exemplo: Em sua versão mais elementar, a prensa hidráulica é um tubo em U, cujos ramos devem ter áreas da secção transversal diferentes. Normalmente, esse tubo é preenchido com um liquido viscoso (em geral, óleo) aprisionado por dois pistões, conforme indica a figura a seguir: Na prensa hidráulica na figura , os diâmetros dos tubos 1 e 2 são , respectivamente, 4 cm e 20 cm. Sendo o peso do carro igual a 10 kN, determine: a) a força que deve ser aplicada no tubo 1 para equlibrar o carro; 69 b) o deslocamento do nível de óleo no tubo 1, quando o carro sobe 20 cm. Resolução: a) A área do tubo é dada por A = p R2 , sendo R o raio do tubo. Como o raio é igual a metade do diâmetro, temos R1 = 2 cm e R2 = 10 cm . Figura 2 Como R2 = 5R1 , a área A2 é 25 vezes a área A1 , pois a área é proporcional ao quadrado do raio. Portanto A2 = 25 A1 . Aplicando a equação da prensa, obtemos: è è F1 = 400N b) Para obter o deslocamento d1 aplicamos: è è d1 = 500 cm (5,0 EXERCICIOS 01. (FMB – MG) Os ramos de uma prensa hidráulica têm diâmetro de 20 cm e 6 cm, respectivamente. Aplicando uma força de 90 N sobre o embolo menor, o liquido exercerá, sobre o êmbolo maior, uma força de: m) Ao acionarmos o pedal do freio estamos exercendo, através do pistão, uma pressão no fluido existente no cilindro. Essa pressão se transmite aos pistões existentes no cilindro de freio da roda, que comprimem as pastilhas contra o disco de freio ligado à roda. Figura 1 a) 300N b) 1000N c) 600N d) 1200N e) 810N __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 02. A figura abaixo representa uma prensa hidráulica. Uma força de intensidade F1 é exercida do êmbolo de área A1, para erguer um corpo de peso P sobre o êmbolo maior de área 10A1. Em relação a F1, qual o valor da intensidade F2 da força aplicada no êmbolo de área maior? 70 04. (Mack – SP) O diagrama da figura mostra o principio do sistema hidráulico do freio de um automóvel. Quando uma força de 50N é exercida no pedal, qual a força aplicada pelo êmbolo de 80mm² de área? a) F2 = 4.F1 b) F2 = 6.F1 c) F2 = 8.F1 d) F2 = 10.F1 e) F2 = 12.F1 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 03. Por meio do dispositivo da figura, pretende-se elevar um carro de 2000 Kg de massa a uma altura de 3m em relação à sua posição inicial. Para isso, aplica-se sobre o êmbolo 1 a força F1 indicada e o carro sobe muito lentamente, em movimento uniforme: As áreas dos êmbolos 1 e 2 valem, respectivamente, 1m² e 10m² e no local, g = 10 m/s². Desprezando a ação da gravidade sobre os êmbolos e sobre o óleo e também os atritos e a compressibilidade do óleo, determine: a) a intensidade de F1 b) o trabalho da força que o dispositivo aplica no carro, bem como o trabalho de F1 __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ a) 100N b) 200N c) 300N d) 400N e) 500N __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ Questões de Vestibulares 01. (UFPA) O macaco hidráulico da figura está em equilíbrio. Os êmbolos formam áreas iguais a 2A e 5A. Qual a intensidade da força F? a) 400N b) 500N c) 700N d) 900N e) 1000N __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 02. (UEPA) Considere o arranjo da figura, onde um liquido está confinado na região delimitada pelos êmbolos A e B, de áreas A = 80cm² e B = 20cm², respectivamente. O sistema está em equilíbrio. Despreze os pesos dos êmbolos 71 e os atritos. Se mA = 4Kg, qual o valor de mB? a) 4Kg b) 16Kg c) 1Kg d) 8Kg e) 2Kg __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ __________________________________ 2) O volume utilizado na fórmula do empuxo é sempre o volume submerso. 3) O Empuxo ocorre em líquidos e em gases. Nos Gases, muitas vezes, ele é desconsiderado. Exemplo: Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro do líquido encontra-se um corpo de volume 1000cm³, que está totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado g=10m/s² Hidrostática cÜ|Çv•Ñ|É wx TÜÖâ|Åxwxá TEOREMA DE ARQUIMEDES Sempre que um corpo é imerso, total ou parcialmente, em um líquido, atua sobre ele uma força ascensional denominada Empuxo (E). Saiba mais... O valor do empuxo não depende da densidade do corpo que é imerso no fluido, mas podemos usá-la para saber se o corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o fluido: Se: Quando um corpo está mergulhado, a pressão na base inferior do corpo é maior do que sobre a base superior. O Empuxo é a resultante das forças de pressão. • • • densidade do corpo > densidade do fluido: o corpo afunda densidade do corpo = densidade do fluido: o corpo fica em equilíbrio com o fluido densidade do corpo < densidade do fluido: o corpo flutua na superfície do fluido O VALOR DO EMPUXO Para um corpo de volume V, mergulhado em um líquido em equilíbrio de densidade mL , em um local onde a aceleração da gravidade seja g, o líquido exercerá uma força de empuxo, para cima, calculada por: IPC: 1) O Empuxo é igual ao peso do líquido deslocado. PESO APARENTE (Pa) Os corpos ao serem mergulhados aparentam pesar menos. Esse fenômeno ocorre em virtude do surgimento do Empuxo, uma força contrária ao peso. 72 CORPOS FLUTUANTES A condição para que um corpo permaneça em equilíbrio, quando mergulhado em um líquido é que a intensidade do empuxo produzido pelo líquido seja igual ao seu peso. MOVIMENTO DE CORPOS IMERSOS Quando um corpo, de densidade diferente da densidade de um líquido, é abandonado no interior de um líquido, ele adquire um M.U.V. acelerado. O corpo poderá subir ou descer dentro do líquido, de acordo com suas características. 1- CORPO DESCENDO 2- CORPO SUBINDO 3- CORPO EM EQUILÍBRIO QUESTÃO 01 �Sempre que um corpo é imerso, total ou parcialmente, em um líquido age sobre ele uma força ascensional denominada Empuxo. Esse enunciado se refere ao teorema de: a) Stevin b) Torricelli c) Pascal d) Arquimedes e) Newton QUESTÃO 02 Analise as seguintes afirmações sobre o empuxo: �O Empuxo é maior quanto maior for a profundidade. � O Empuxo sobre um corpo de ferro de volume v é menor que o empuxo sobre uma amostra de cortiça de mesmo volume. � O Empuxo ocorre em líquidos e gases �Os corpos pesam menos quando são imersos em líquidos. � Os corpos aparentam pesar menos quando são imersos em líquidos. Pode-se dizer que o número de afirmações falsas encontradas é: a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 QUESTÃO 02 Um corpo de densidade 2000 kg/m3 e volume 4.10-3m3, mergulhado em água num local onde g = 10 m/s2, aparentará um peso de: a) 30 N b) 40 N c) 50 N d) 60 N e) nda QUESTÃO 03 Uma pessoa flutua com maior facilidade na água do mar do que na água doce de um rio. Isso se deve porquê: 73 a) O sal interfere sobre a gravidade diminuindo sua intensidade. b) O empuxo da água salgada é menor que o da água doce. c) O empuxo da água salgada é maior que o da água doce. d) A pessoa pesa menos na água salgada do que na água doce. QUESTÃO 04 Um navio viajou pelas seguintes águas: Oceano Atlântico (OA), Mar Morto (MM) e Rio Amazonas (RA). Em cada um desses logradouros, foi feita uma marcação no casco do navio indicando o nível atingido pela água, conforme figura. Associando-se cada local com sua respectiva marca, encontra-se. a) I - MM, II - RA, III - OA b) I - MM, III - RA, II - OA c) II - MM, I - RA, III - OA d) III - MM, I - RA, II � AO QUESTÃO 04 (UFPE) Uma esfera maciça é colocada dentro de um recipiente contendo água. A densidade da esfera é 0,8 g/cm3. Qual das figuras abaixo melhor representa a posição de equilíbrio? QUESTÃO 05 (UEPA) Quando um peixe morre em um aquário, verifica-se que, imediatamente após a morte ele permanece no fundo e, após algumas horas, com a decomposição, são produzidos gases dentro de seu corpo e o peixe vem a tona (flutua). A explicação correta para este fato e que, com a produção de gases,.... a) o peso do corpo diminui, diminuindo o empuxo. b) o volume do corpo aumenta, aumentando o empuxo. c) o volume do corpo aumenta, diminuindo o empuxo. d) a densidade do corpo aumenta, aumentando o empuxo. e) a densidade do corpo aumenta, diminuindo o empuxo. QUESTÃO 06 A figura mostra um copo com água no qual foram colocadas uma rolha de cortiça e uma moeda. Sejam PR e PM os valores dos pesos e ER e EM os valores dos empuxos que atuam na rolha e na moeda, respectivamente. Nessas condições, podese afirmar que: a) ER > PR e EM < PM b) ER > PR e EM = PM c) ER = PR e EM < PM d) ER = PR e EM = PM e) ER < PR e EM > PM QUESTÃO 07 (UEPA 2010) O nível de combustível nos automóveis é medido por meio de um sistema que consiste em uma bóia conectada a um dispositivo que detecta indiretamente a distância entre a boia e o fundo do tanque de armazenamento de combustível. Admita que a bóia encontra-se em equilíbrio, parcialmente mergulhada no combustível. Nessas circunstâncias, afirma-se que: I. A força necessária para mergulhar a boia 74 completamente no combustível é igual ao empuxo exercido pelo combustível na boia. II. Alterando o tipo de combustível, por exemplo, de gasolina para álcool, o nível de imersão da boia sofrerá alteração. III. Quanto maior for o nível de combustível indicado pelo dispositivo, maior será a pressão no fundo do tanque. IV. O empuxo exercido pelo combustível na boia será tanto maior quanto maior for a profundidade do tanque. A alternativa que só contém afirmativas corretas é a: a) I e II b) II e III c) III e IV d) I, II e III e) I e IV N/m2 a pressão exercida pelo tijolo sobre a mesa. 04- Uma pessoa comprime um percevejo contra uma mesa de madeira, exercendo uma força de 20N. Sabendo que a ponta do percevejo tem área 0,10mm2, calcule, em N/m2 a pressão exercida pela ponta do percevejo. Atividades complementares Pressão/Densidade 01- Uma pessoa segura uma tachinha entre os dedos polegar e indicador, como mostra a figura: Sabendo-se que a tachinha está em equilíbrio, responda: a) A força que o polegar exerce sobre a Tachinha é igual àquela exercida pelo indicador? b) A pressão exercida nos dois dedos é igual? 02- Uma banqueta de três pernas pesa 50N e cada perna tem seção reta de área 5cm2. Se uma pessoa de peso 700N subir na banqueta, qual será a pressão que cada perna exercerá no chão? 03- Numa região em que a g= 10m/s2, um tijolo de massa de 1,2kg está apoiado sobre uma mesa horizontal como mostra a figura. Calcule em 5-Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é feito de ferro? Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³ Convertendo a densidade para o SI: A massa específica (m) de uma substância é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da substância e o volume (V) correspondente: Uma unidade muito usual para a massa específica é o g/cm3 , mas no SI a unidade é o kg/m3 . A relação entre elas é a seguinte: 75 Assim, para transformar uma massa específica de g/cm3 para kg/m3, devemos multiplicá-la por 1.000 . Força e Rotação YÉ܆t VxÇàÜ•Ñxàt Exemplo livro página 46 número 2 Experimento página 48 Parafina, álcool, água Atividades. Um corpo de massa 800g ocupa o volume de 200cm3. Vamos calcular a densidade desse corpo em: a) g/cm3 b) kg/m3 Corpo em movimento circular uniforme 01- Um corpo de massa 600 gramas ocupa volume de 200cm3. Calcule a densidade desse corpo em: g/ cm3, kg/L e kg/m3 02- Um técnico de laboratório, ao analisar diferentes marcas de óleo lubrificante, utilizou como amostra 240cm3 do óleo x, de massa 180g. Determine a densidade do óleo. 03- A densidade da água é 1 g/cm3. Nessa temperatura qual é a massa de 200 cm3 de água? 04- A densidade absoluta do mercúrio é 13,6 g/cm3. Calcule o volume ocupado por 680 g dessa substância. 05- Calcular a densidade do mercúrio, sabendo que 1360 gramas ocupam o volume de 100 cm3 06- A densidade do ouro é de 19,3 g/cm3. Um comerciante recebeu um objeto supostamente feito de ouro puro, com massa 57,9 g e volume 2,5 cm3. A partir desses dados, ele concluiu que o objeto não era de ouro puro. Mostre os cálculos que permitiram essa conclusão. Vemos nos parques de diversões vários brinquedos que executam movimentos circulares. Graças a esse tipo de movimento é que alguns desses brinquedos conseguem efeitos surpreendentes. Por exemplo, a montanha-russa consegue mover-se de cabeça para baixo e nos rotores as pessoas mantêm-se presas à lateral de plataformas cilíndricas girantes. A segunda lei de Newton nos diz que o efeito de uma força é produzir aceleração. Portanto, se um corpo de massa m possui um movimento circular uniforme, podemos dizer que ele está sujeito a uma aceleração centrípeta . Dessa forma, dizemos que a força resultante FR é exercida sobre esse corpo na mesma direção e sentido da aceleração. A força responsável por provocar uma aceleração centrípeta no corpo recebe o nome de força centrípeta (Fc). Em outras palavras, se , então . Seguindo esse raciocínio também podemos expressar a segunda lei de Newton para o MCU, como: Como o módulo de pode ser expresso em função do módulo v da velocidade e do raio r, ou em função da velocidade angular ω e do raio r, podemos obter duas expressões para o módulo da força centrípeta, são elas: 76 Temos que lembrar que a força centrípeta é apenas uma denominação particular da força resultante exercida sobre o corpo em MCU, portanto ela não pode ser considerada como sendo um novo tipo de força. A força centrípeta pode ser exercida sobre um corpo por meio dos mais variados tipos de força, isoladamente ou somadas vetorialmente. M.C.U `Éä|ÅxÇàÉ V|ÜvâÄtÜ hÇ|yÉÜÅx 1. INTRODUÇÃO. Se você observar, vai encontrar objetos movimentando-se em trajetórias circulares e transmitindo esse movimento a outros objetos, como, por exemplo, a coroa de uma bicicleta que, através da corrente, transmite movimento à catraca, e esta transmite à roda. OBSERVAÇÃO: Se a aceleração tangencial for nula (aT=0), o módulo da velocidade linear será constante e, assim, temos o Movimento Circular Uniforme (MCU). 3. PERÍODO (T). é o tempo gasto por uma partícula para executar uma volta completa. Unidades de T: h (hora), min (minuto), s (segundo), etc. 4. FREQUÊNCIA (f). é a relação entre o número de voltas (N) e o tempo (�t) gasto para executá-las. 2. ELEMENTOS DO MOVIMENTO CIRCULAR. Considere uma partícula em movimento, em relação a um referencial, numa trajetória circular. Assim, teremos: Velocidade linear (V) 77 MUV MCUV Grandezas lineares Grandezas angulares 78 Atividades 1-Um volante circular como raio 0,4 metros gira, partindo do repouso, com aceleração angular igual a 2rad/s². (a) Qual será a sua velocidade angular depois de 10 segundos? circular uniforme de raios Ra e Rb. Se Ra = 12.Rb, a razão entre as velocidades lineares va/vb , para que os corpos a e b tenham a mesma aceleração centrípeta, é igual a: (b) Qual será o ângulo descrito neste tempo? (c) Qual será o vetor aceleração resultante? 2-Um ponto material em MCU, numa circunferência horizontal, completa uma volta a cada 10 s. Sabendo-se que o raio da circunferência é 5 cm. Calcule: a) o período e a freqüência; b) a velocidade angular; c) a velocidade escalar; d) o módulo da aceleração centrípeta APLICAÇÕES. 01. (FEI-SP) Analise as afirmações e assinale a alternativa correta. l. O movimento retilíneo uniforme é o único em que o módulo do vetor velocidade é constante. ll. O movimento retilíneo uniformemente acelerado tem aceleração centrípeta nula. III. No movimento circular uniforme, a velocidade vetorial tem módulo igual à razão entre o quadrado da aceleração centrípeta e o raio da trajetória descrita. a) Somente I é verdadeira. b) Somente II é verdadeira. c) Somente III é verdadeira. d) Somente I e II são verdadeiras. e) I, II e III são verdadeiras. a) as freqüências de rotação das duas polias são iguais. b) as velocidades angulares das duas polias são iguais. c) o período da polia 1 é menor que o da polia 2. d) a freqüência da polia 1 é menor que a da polia 2. e) a velocidade angular da polia 1 é igual à da polia 2. 02. (UFPA) Dois corpos, a e b, descrevem um movimento 79 do universo, mas todos os corpos do universo que possui massa atraem outros corpos que também possuem massa. Portanto Newton concluiu: “Duas partículas se atraem com forças cuja intensidade é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa”. Vamos analisar o que Newton disse: Considere duas massas, m1 e m2 a uma distância r uma da outra, conforme a figura abaixo: 06. (PUC-MG) Para um satélite artificial, estacionário em órbita em torno da Terra, sobre o Equador, são feitas as seguintes afirmativas: l. A velocidade linear do satélite é maior que a velocidade linear de um ponto do Equador terrestre. ll. A velocidade angular do satélite é igual à velocidade angular de rotação da Terra. lll. O período de translação do satélite é igual ao período de rotação da Terra. É correto afirmar que: a) todas as afirmativas são corretas b) somente as afirmativas I e II são corretas. c) somente a afirmativa III é correta. d) somente as afirmativas I e III são corretas e) somente a afirmativa II é correta. Força e rotação Note que as forças de atração gravitacional entre os corpos são de mesma intensidade, mesma direção, mas de sentidos opostos. Sendo r a distância entre elas, a expressão do modulo da força de atração gravitacional é: Onde G é a constante da gravitação universal, cujo valor determinado experimentalmente é: G = 6,67 . 10-11 N.m2/kg2 Essa constante não tem relação com a aceleração da gravidade da Terra. Em cada planeta a aceleração da gravidade é diferente, e, varia no próprio planeta com a latitude e altitude do local do planeta. Quando os corpos são extensos, esféricos e a distribuição de sua massa é uniforme, à distância r é medida entre os seus centros, conforme a figura abaixo: _x| wt ZÜtä|àt†ûÉ hÇ|äxÜátÄ Leopoldo Toffoli A lei da gravitação universal foi formulada pelo físico Isaac Newton. Conforme diz a lenda, uma maçã caiu sobre sua cabeça e, portanto observou que a maçã caiu por algum motivo, e este motivo seria que alguém estaria “puxando” ela, este alguém seria a Terra. Mas ele foi mais além desse pensamento, e sugeriu que os corpos se atraem, ou seja, não somente a Terra atrai a maçã, mas atrai todos os corpos do universo. E não é somente a Terra que atrai todos os corpos Exemplo: Calcule a força de atração gravitacional entre o Sol e a Terra. Dados: massa do Sol = 2.1030 kg, massa da Terra = 6.1024 kg, distância entre o centro do Sol e o centro da Terra = 1,5.1011 m e G = 6,7. 10-11 N.m2/kg2. 80 Usando a Lei de Gravitação Universal, temos: , substituindo os valores dados na equação, obtemos: Atividades 1 - Enuncie a lei da gravitação universal proposta por Isaac Newton. 2 - As afirmativas seguintes costumam ser feitas por pessoas que não conhecem muito bem a Lei da Gravitação Universal. Apresente argumentos, que mostrem que estas afirmativas não são corretas. a) "A força de atração da Terra sobre um satélite artificial é nula, porque eles estão muito afastados de seu centro." b)"Um foguete não será mais atraído pela Terra quando ele chegar a regiões fora da atmosfera terrestre." 3 - Dois navios de 300.000 toneladas cada estão separados por uma distância de 100 metros entre seus centros de massa. Calcule o valor da força de atração gravitacional entre eles. Dado: G = 6,7. 1011 N.m2/kg2. 5 - (UNIPAC 98) A lei da Gravitação universal pode ser matematicamente expressa por : onde: F = força de atração gravitacional, G = constante universal de gravitação, m1 e m2 = massas dos corpos e r= distância entre os corpos. Se, na utilização da expressão acima, todas as grandezas estiverem expressas no Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade da constante de gravitação será: a. b. c. d. N.m / g Kgf . m /g N . m2 / g2 N . m2 / kg2 4- (UNIPAC-97) Um satélite (S) gira em torno de um planeta (P) numa órbita circular. Assinale, dentre as opções abaixo, aquela que melhor representa a resultante das forças que atuam sobre o satélite. 81